Second Chance escrita por Lady Salvatore


Capítulo 19
Capítulo 19 - Caminho traçado com fogo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo bem?
Esse capítulo foi um pouco mais difícil de sair, o cérebro não quis colaborar comigo e então atrasou um pouquinho. Sorry!
Ia dar umas dicas do que vem nesse capítulo, mas é melhor ler de uma vez! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275095/chapter/19

Damon saiu do quarto de Elena, onde a garota acabara de adormecer, e desceu as escadas, dirigindo-se à confortável sala da casa dos Gilbert. Mal tinha encostado o bumbum no sofá quando Jeremy abriu a porta da frente e entrou, sendo seguido por Bonnie.

O garoto olhou-o seriamente por alguns instantes, e depois lançou um olhar cúmplice para a bruxinha, que acenou afirmativamente. Jogou a mochila sobre o sofá e chutou as pernas de Damon, que estavam apoiadas na mesinha de centro, parando na frente do vampiro de braços cruzados e semblante fechado.

– Precisamos conversar. – diz Jer, olhando em seguida para as escadas – Como ela está?

– Está dormindo agora. – responde Damon - O que tem para me dizer, pirralho?

– Vamos até a cozinha, assim, se Elena acordar, não vai nos ouvir. – diz o garoto, puxando Bonnie pelo pulso e encaminhando-se o outro cômodo.

Damon levantou-se do sofá preguiçosamente, afinal, não acreditava que o garoto pudesse ter algo importante e de seu interesse para lhe contar. Mal sabia ele o quanto estava enganado...

Caminhou lentamente até a cozinha e apoiou-se no primeiro balcão que encontrou, cruzando os braços e olhando com cara de tédio para os humanos à sua frente.

– Então... Qual é a grande novidade que tem para me contar? – pergunta Damon – Por acaso tirou nota baixa na prova e quer minha ajuda para esconder isso da sua irmã?

– Pode deixar de ser idiota por uns cinco minutos? – diz Bonnie, encarando-o séria.

– Ei! Não precisa ser má! – diz o vampiro, fingindo-se de ofendido.

– Vocês querem parar? –intervém Jeremy, bravo – Ainda quer encontrar uma maneira de se livrar do Klaus ou está ocupado demais sendo um babaca, Damon?

– É claro que quero me ver livre dele! – responde Damon, agora mais interessado na conversa – Mas o que um reles mortal como você pode saber sobre “como matar um Original”? – completa ele, fazendo aspas com os dedos.

– Sei mais do que você, eu garanto! – diz Jeremy.

– É impossível! – diz o vampiro, incrédulo – Você deve estar lendo histórias em quadrinhos demais, garoto.

– Se você fechar o bico por alguns segundos, poderemos lhe contar o que descobrimos. – diz Bonnie.

– Ok, ok... Bico fechado! – diz ele, tirando uma chave imaginária de dentro da jaqueta e trancando a própria boca, fazendo Jer e Bonnie rolarem os olhos.

– Bom... – começa Jeremy – Ontem, quando contatamos os espíritos pra descobrir o que era preciso para que os híbridos do Klaus sobrevivessem à transformação, o espírito nos deu mais uma informação: há alguém capaz de matar Klaus.

– E quem é esse alguém? – pergunta Damon, esquecendo-se que deveria estar com a boca “trancada”.

– Seu nome é Mikael. – responde Bonnie, aproximando-se do vampiro – Se pudermos encontrá-lo, teremos a chave para nos livrar de Klaus de uma vez por todas.

– Mas o espírito mentiu sobre o lance dos híbridos! Quem garante que ele falou a verdade sobre esse tal de Mikael? – pergunta o vampiro, desconfiado.

– Klaus deixou escapar que o tal espírito faria de tudo para impedi-lo de alcançar seus objetivos. – diz Jeremy.

– Por isso acreditamos que o que o espírito falou sobre o tal de Mikael seja mesmo verdade. – a bruxinha completa.

– E como vamos encontrá-lo? – pergunta Damon – Ou o espírito foi generoso o bastante para desenhar um mapa que vai nos levar até o local onde o cara está?

– Daremos um jeito nisso. – responde Bonnie, tirando um mapa de dentro de sua mochila e colocando-o sobre a mesa da cozinha – Damon, faça silêncio! E Jeremy... Me dê as mãos e concentre-se, ok?

O rapaz concordou com um aceno de cabeça e deu as mãos à bruxa, fechando os olhos em seguida.

Damon observava tudo atenta e silenciosamente, enquanto Bonnie proferia palavras numa língua desconhecida para ele. Sem prévio aviso, fogo surgiu sobre o mapa de Bonnie, traçando o caminho a partir de Mystic Falls até o local onde encontrariam Mikael.

– Deu certo? – pergunta Jeremy, ao soltar as mãos da bruxa.

– Parece que sim! – diz Damon, olhando atentamente para o mapa – Roanoke... Não é longe daqui. – completa ele, saindo da cozinha e dirigindo-se à porta da frente.

– Onde você está indo? – pergunta Bonnie.

– Vou buscar meu carro. – responde ele, simplesmente – Arrumem alguém pra ficar de olho na Elena e estejam prontos em vinte minutos, que é o tempo de eu ir até a mansão e voltar aqui.

– Vou ligar pro Ric. – diz Jeremy.

– Ótimo! Volto logo. – diz Damon, desaparecendo porta afora.


**********


– Você esteve com o Klaus esse tempo todo? – pergunta Caroline, surpresa – E o que vocês andaram fazendo, hein? – completa ela, levando as duas mãos à cintura e estreitando os olhos.

Sophie precisou se segurar para não rir, pois Caroline brava em sua versão humana era algo muito hilário de se ver. Além disso, torcia para que nunca precisasse ver a amiga brava em seu modo vampiro. Provavelmente seria, no mínimo, assustador.

– Caroline... Nós apenas conversamos, nada de mais. – responde Sophie.

– Nada de mais? – agora a vampira beirava a histeria – Não seria nada de mais se tivesse sido com um garoto normal! Ele é um Original, Sophie! Não pode confiar nele, nem naquele sotaque charmoso. Ele é cruel, manipulador e sem coração!

– Sotaque charmoso? – pergunta a garota, sem conseguir conter os risos – Tudo bem que o sotaque dele é gostoso de se ouvir, mas você já conheceu os italianos? Eles te fazem derreter com um simples “principessa”.

– Cala a boca! – diz Caroline, jogando uma almofada na cara da amiga e sentando-se ao seu lado no sofá em seguida –Você entendeu o que eu quis dizer: ele não é confiável! Mas agora me diga... Sobre o que vocês conversaram?

– Caroline...Não sei se posso contar. Se ele me compeliu para esquecer, é porque não quer que ninguém saiba.

– Mas eu sou sua amiga, Sophie! – diz a vampira, indignada – Pode confiar em mim, não vou contar pra ninguém.

– Care... É de conhecimento geral que manter segredos não é o seu forte! – diz a garota, aos risos.

– Ei! Isso não é verdade! – responde Caroline, cruzando os braços e fazendo biquinho.

– Escute... – diz Sophie, segurando as mãos da amiga – Não é que eu não confie em você, só que é mais seguro pra você não saber.

– Mas o que ele pode ter dito de tão grave ao ponto de ser perigoso para nós?

– Você promete não contar a ninguém, Caroline? – a garota pergunta, depois de pensar por alguns instantes se devia correr tal risco.

– Claro! – diz a vampira, e Sophie pode ver a sinceridade em seus olhos –Além do mais, se Klaus desconfiar que você ainda lembra, estaremos perdidas.

– Bem... – a garota começa – Klaus me levou até o local onde ficava a vila onde ele viveu enquanto humano, que, por mais incrível que possa parecer, é nos limites de Mystic Falls. Ele me contou algumas histórias de quando ele era garoto, da convivência com os irmãos, da indiferença da mãe, do desprezo e das humilhações do pai. Falou da dor de perder o irmão caçula, da transformação algum tempo depois, da loucura da mãe, da fúria do pai... E sobre a perda da Sofia. – completa ela, num fio de voz.

– Eu nunca poderia imaginar...

– Que por trás do híbrido malvado poderia haver um garoto que sofreu nas mãos daqueles que deveriam cuidar dele e amá-lo, que aprendeu cedo a não confiar em ninguém, e que teve grandes perdas e não soube como lidar com elas?

– Mais ou menos isso. – confessa Caroline, constrangida.

– Não costumamos nos importar com a bagagem de vida que a pessoa carrega quando a conhecemos. Apenas julgamos suas atitudes. – diz Sophie – E depois de tudo que Klaus me contou, consigo compreender, ao menos um pouquinho, o que o levou a se tornar a pessoa que é, mesmo que eu não apoie, claro. Ele levou bem ao pé da letra aquele ditado que diz que “a melhor defesa é o ataque”.

– O que, no caso, quer dizer não se importar com nada nem ninguém além de você mesmo? – pergunta Caroline.

– Acho que sim.

– Mas ainda tenho uma dúvida, Sra. Defensora de Híbridos Maus! – diz a vampira, com um sorriso divertido – Por que ele contou tudo isso a você?

– Porque ele acha que podemos ser amigos. – responde Sophie, simplesmente.

– O QUÊ???- grita Caroline, abismada – E o que você disse a ele?

– Disse que depois do que ele fez aos meus amigos, isso estava fora de questão. O que mais esperava que eu dissesse?

– Nada! Sophie... você... por acaso... gosta do Klaus? – a vampira pergunta, meio sem jeito, ao notar algo diferente no semblante da amiga. Parecia... triste.

– Eu não o odeio, se é o que quer saber. – responde a garota – Mas isso é diferente de gostar, Care. Mas o que me deixa confusa é o fato de eu ter visto o Klaus que vocês descreveram, cruel e impiedoso, por apenas alguns segundos. No resto do tempo em que estive com ele, Klaus foi... gentil e ... amigável. Sinceramente, não sei o que pensar sobre ele.

– Também me sentiria confusa se estivesse em seu lugar, Soph. Mas não esqueça...

– Que ele não é confiável! – diz Sophie, interrompendo a amiga – Não vou esquecer, está bem?

– Está bem! Não está mais aqui quem falou. – diz Caroline, erguendo as mãos em sinal de rendição – Mas o que acha de mudarmos de assunto, hein? Podemos ir até o Grill, ver se encontramos uns caras gatinhos e compeli-los a pagar umas doses de Piña Collada pra gente, jogar sinuca e importunar o Matt quando estivermos caindo de bêbadas!

– É uma proposta realmente tentadora! – a garota responde – Vou trocar de roupa e podemos ir.

Nesse instante, o celular de Sophie começa a tocar sobre a mesinha de centro da sala. Caroline pegou o aparelho e fez uma careta ao olhar o nome que aparecia no visor, entregando-o para Sophie em seguida com um pedido mudo para que ela não atendesse o telefonema. A garota olhou para o visor e suspirou derrotada, atendendo em seguida.

– Olá Damon.

– Minha pirralha favorita! – diz ele, com uma falsa animação na voz – Onde está?

– Em casa, oras! – responde Sophie, simplesmente.

– Venha para a mansão. Agora! – diz Damon, ríspido – Tenho um assunto urgente pra resolver e preciso que fique de olho no Stefan.

– Até parece que manda! – diz ela – E se eu disser que também tenho um compromisso importante?

– Vou responder que não me importo com isso, o que é verdade, e direi pra vir pra cá agora!

– Ao menos a adega vai estar liberada? – pergunta Sophie, com um fio de esperança na voz.

– Ok, divirta-se na adega! – diz ele, suspirando derrotado – Mas mantenha distância do meu Bourbon, entendeu?

– Não se preocupe, priminho querido! – diz ela, imitando o mesmo tom de animação que ele usara antes – Me contento com todos aqueles vinhos importados.

– Sophie...

– Estarei na mansão em poucos minutos. – diz ela, encerrando a ligação.

– A adega está liberada? – pergunta Caroline, animada.

– Só mantenha distância do Bourbon! – responde Sophie, imitando a voz de Damon e caindo na gargalhada.

******

Após pouco mais de duas horas de viagem, e mais uns trinta minutos gastos na busca pelo antigo cemitério de Roanoke, Damon estacionou o carro em frente aos velhos e enferrujados portões.

O vampiro desembarcou e seguiu em direção à entrada, sendo acompanhado por Jeremy e Bonnie. Após alguns passos, os três foram envolvidos pelo breu que tomava conta do lugar, mesmo que ainda fossem quatro da tarde. As árvores altas e de copas largas e fechadas, todas próximas umas das outras, ladeavam todos os caminhos e contribuíam para a escuridão, dando um ar espectral ao cemitério.

Passado algum tempo de silenciosa busca, onde só se ouvia o som da respiração dos três e o crocitar de um corvo na copa de alguma árvore, foram surpreendidos por tochas que se acenderam de repente, trilhando um caminho até um deteriorado mausoléu.

– Podia ao menos ter avisado que ia acender a luz, bruxa! – reclama Damon.

– Mas não fui eu quem fez isso. – defende-se ela.

– Mas se não foi você, então quem foi? – pergunta Jeremy, olhando para os lados.

– Deve ser algum tipo de sinal. – responde Bonnie – Como um mapa mostrando o caminho.

– Ok, ok! Já chega desse papo sinistro de bruxa. – diz Damon, com uma careta – Vamos até lá investigar.

Dirigiram-se até o mausoléu, e conforme avançavam, as tochas que iam ficando para trás apagavam sozinhas. Bonnie tentou controlar um arrepio involuntário ao perceber o fato, mas não teve sucesso.

Subiram os pequenos degraus e Damon empurrou o portão, que se abriu com um longo e agudo rangido, fazendo a bruxinha estremecer novamente.

Ao centro do mausoléu, uma única tumba elevava-se do chão. Aproximaram-se dela cautelosamente, com medo de serem surpreendidos por algo ou alguém. Jeremy olhou temeroso para Bonnie, e em seguida para Damon, que com um leve dar de ombros deu mais um passo à frente.

– Hora da diversão! – diz ele, com um sorriso torto, afastando a tampa de pedra que cobria a tumba e empurrando-a para o chão. Seu sorriso se alargou assim que olhou para dentro da tumba recém-aberta – Olá Mikael!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem... e aí? O que acharam???
Contem-me tudo ali nos comentários, ok? XD
Até mais...
Kisses! :*