6 meses depois

Conviver com a Quinnie era maravilhoso, ela trouxe cor para o meu mundo, antes eu não me importava com mais ninguém além de mim, agora a minha vida gira em torno da minha pequena. Pequenas coisas que ela fazia como rir, engatinhar, sorrir, brincar e até dormir, fazia eu me sentir a pessoa mais sortuda do mundo apenas por poder presenciar esses momentos.

Há alguns dias atrás, Quinn havia dado os seus primeiros passos, foi simplesmente mágico...

Flashback

Eu estava sentada no sofá, olhando Quinn brincar sentada em cima do tapete felpudo que existia na sala. Ela batia palmas animada, gargalhando alto e era o som mais lindo que eu já havia ouvido em toda a minha existência.

“O que aconteceu Quinnie?”. Perguntei carinhosamente quando percebi que ela estava me encarando. Vejo ela sorrir apoiando as mãozinhas no chão e levantar seu tronco tentando se equilibrar em pé. Prendi minha respiração.

“Vem Quinnie”. A chamei esticando meus braços para incentiva-la. Quando ela conseguiu um equilíbrio aceitável, ela levantou um pezinho dando um passo pra frente. “Vem aqui querida”. Minha voz estava emocionada. Quando ela havia percorrido praticamente o caminho todo, ela se desequilibrou, mas antes que ela caísse, eu a peguei no colo a girando no ar enquanto ela gargalhava. “Você andou bebe”. Falei bobamente enquanto assistia ela brincar distraidamente com o meu cabelo, ela adorava fazer isso.

Fim do flashback

Eu estava passeando com Quinn no Central Park, ela estava com mais ou menos um ano de idade, estava linda, seus cabelos eram um loiro brilhante, seus olhos continuavam com a mesma mistura de verde e dourado, ela olhava curiosa para todos os lados, alguns dentinhos pequeninos que apareciam sempre que ela sorria e com adoráveis covinhas na bochecha. Estava divagando quando escuto uma voz bem irritante dizer.

“Rachel, quanto tempo”. Valéria era uma garota que eu havia transado umas duas vezes e desde então ela nunca mais me deixou em paz.

“Como vai Valéria?”. Perguntei apenas por educação.

“Estou com saudades”. Falou maliciosamente com o rosto próximo, encostando seus lábios suavemente nos meus e nesse instante Quinn começou a chorar no carrinho.

“O que aconteceu querida?”. Perguntei carinhosamente a pegando no colo, mas ela não se acalmava.

“Quem é essa criança?”. Perguntou enojada.

“A minha Quinn”. Respondi automaticamente.

“Sua Quinn? Esta dando uma de mãe agora Rachel?”. Falou debochada.

“Suma daqui Valeria”. Falei olhando dentro dos seus olhos, a hipnotizando.

Quando ela foi embora, Quinn se acalmou um pouco, mas não me olhava nos olhos.

“Meu anjo esta tudo bem”. Falei acariciando seus cabelinhos loiros, quando a Quinn olhou pra mim seus olhos se encheram de água novamente e ela logo desviou.

“Minha linda, esta tudo bem, eu não gosto da Valéria”. Eu falei enquanto mexia no cabelo dela. “Ela que me agarrou”. Eu falei e beijei a sua cabeça. “Eu te amo Quinnie, nunca vou te deixar, nunca”. Eu falei e a apertei em meus braços.

“Rach”. Ela falou.

ELA FALOU??? Arregalei meus olhos.

“Minha pequena... Repete”. Eu pedi, se pudesse chorar, eu com certeza estaria.

“Rach”. Ela repetiu dando um sorriso de covinhas e começou a brincar com uma mecha do meu cabelo. O jeito que ela chamou o meu nome, uma onda de felicidade me inundou e eu abri um sorriso gigante.

Ela olhou nos meus olhos e deu um beijo na minha bochecha, o que me deixou um pouco boba.

“Rach”. Ela apertou os bracinhos no meu pescoço e apoiou a cabeça no meu ombro.

Depois de me recuperar do choque dela ter falado o meu nome, nós fomos pra casa. Coloquei um pijama na Quinn e a coloquei no cercadinho enquanto ia trocar de roupa. Tomei um banho e coloquei uma calça de moletom e uma blusa preta.

Fui pegar a Quinn e a encontrei brincando com uns dadinhos de pelúcia.

“Vem Quinnie”. Eu a peguei e ela veio pro meu colo com um dos dadinhos, me deitei na cama colocando ela do meu lado.

“Rach”. Ela falou e começou a balançar o dadinho freneticamente.

“O que é isso querida?”. Eu perguntei e tirei carinhosamente o dado de suas mãozinhas, comecei a gira-lo e encontrei em um dos lados, um coração.

“Rach”. Ela falou e apontou para o coração.

“Eu também te amo querida”. Eu falei e dei um beijo na sua testa.

“Amo”. Ela repetiu e me abraçou.

Ela encostou a cabeça no meu ombro e suspirou.

“Rach amo”. Ela sussurrou e adormeceu.

“Je t'aime” (Eu te amo). Eu sussurrei no seu ouvi.

“Rach amo”. Ela resmungou ainda dormindo e eu sorri.

(Quinn com 1 ano)

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