O assassino da Neve ácida escrita por Raphael Redfiel


Capítulo 2
Capítulo 2




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- Vai demorar muito? - perguntou um rapaz encolhido no banco traseiro de um carro pequeno.

- Calma Andy - falou uma moça de cabelos loiros sentada do lado do motorista - Falta pouco.

- Eu não aguento mais - reclamou ele - Minha bunda já esta congelando.

- Deixa ele Lisa, só esta irritado por que queria ir à praia - disse o Motorista.

O carro seguia por uma estrada de neve que rodeava uma montanha tão branca que parecia se confundir com o céu. Um tempo depois avistaram uma placa em um portal. Estação de Esqui Trevo da Sorte. Enquanto atravessavam o portal perceberam vários carros que saiam com pressa do local.

- Pelo jeito vamos estar sozinhos - disse o motorista.

- Bem que você disse - resmungou Andy.

- Andy não fica assim, pense pelo lado bom, teremos a montanha só para nos três.

- É...legal.

A cidadezinha estava aparentemente vazia, ventos fortes passavam por entre as casas. A neve caia de vagar, enquanto estacionaram o carro próximo a um posto de gasolina. O motorista desceu e foi encher o tanque.

- Dá licença eu vou sair desse carro - resmungou Andy.

- Aproveite e pergunte onde fica os chalés - pediu Lisa.

Ele assentiu com a cabeça e seguiu para a lanchonete do posto. Não havia ninguém na lanchonete a não ser por uma senhor arrumando uma mala no balcão.

- Com licença senhor.

A mulher o ignorou assoando o nariz.

- A senhora pode me informar onde fica os chalés.

Ela o olhou, os olhos cheios d´água, ele soluçou e começou a chorar.

- Vá embora! - exclamou ela.

Ele não entendeu o que estava acontecendo e decidiu sair de lá. Percebeu que o carro já estava abastecido e Lisa o chamava pela janela.

- Conseguiu a informação.

- Apenas disse que não é longe - mentiu ele.

Os três voltaram a estrada, seguiram então sem rumo pela cidade procurando os chalés. Não conseguiram perguntar a ninguém nas ruas vazia, todos protegidos em suas casas do frio. Finalmente encontraram uma placa próxima a uma casa que indicava a direção dos chalés. Mais uma vez o motorista desceu.

- Marcos, seja educado por favor - pediu Lisa.

- Francamente, eu sou um monstro não é mesmo - disse ele entrando na casa.

- Bem que eu te disse Lisa - resmungou Andy - Você escolheu um gorila para namorar.

- Não fala assim dele maninho, no fundo o Mah tem um coração enorme.

- Gorilas são grandes o que você esperava.

Lisa desistiu de discutir com seu irmão e ficou olhando pela janela. A neve caia bem devagar dando a impressão de paz e solidão. Ela teve um mal pressentimento, mas logo passou quando viu um homem aparecer do lado da casa. Ele se vestia extremamente mal, muitas roupas sujas e rasgadas cobriam seu corpo, ele foi se aproximando do carro aos poucos.

- Vocês - falou ele - Pretendem ficar na cidade?

- Sim, vamos ficar alguns dias - respondeu Lisa.

- Não façam isso! - exclamou ele chegando do lado da janela - Vocês não sabem o risco que estão correndo.

- Hey - Gritou Marcos saindo da casa - Sai dai maluco.

O homem olhou com medo tirando do bolso alguma coisa, antes que Marcos se aproximasse ele jogou alguma coisa dentro do carro e saiu correndo. Andy sentiu a coisa lhe bater no peito. Nesse momento Marcos entrou no carro e saiu em disparada pela estrada.

- Esses malucos - rugiu ele - Ainda fico tocando a sineta na casa e ninguém atende.

- Então você não pegou a chave?

- Peguei sim, achei um aviso de que eles só voltariam daqui a uma semana então peguei uma chave.

- Você roubou a chave?

- Não eu deixei um bilhete lá com o pagamento pela estadia.

- Você não acha melhor voltarmos na outra semana?

- Relaxe amor, a gente não esta violando nenhuma lei.

- Você quem sabe.

Andy procurou o que seja que o homem havia jogado no carro, sua irmã olhou procurando também. Andy tirou de baixo do banco um jornal preso com elásticos. Desinteressado jogou ele no banco.

Conforme seguiram pela montanha, começaram a avistar algumas casinhas durante o percurso. O carro foi desacelerando até parar do lado de um dos chalés. Quando entraram reparam no esplendor do chalé, aconchegante, bonito, espaçoso e extremamente limpo. O vento começou a bater com força nas janelas enquanto eles arrumavam suas coisas.

- Poxa, uma tempestade justo agora - Reclamou Marcos - Pelo jeito só amanha mesmo.

- Tudo bem amor, amanha nos aproveitamos a montanha - disse Lisa sentando de frente a lareira.

- Já venho - avisou Andy.

- Onde você vai maninho?

- Pegar meu celular no carro já venho.

- Tudo bem, mas tome cuidado.

- Não se preocupe.

O vento batia com força em seus rosto conforme ele avançava até o carro. Abriu a porta e entrou se protegendo do frio. Vasculhou no banco traseiro pelo seu celular, quando reparou no jornal, ele o pegou e desenrolou. A principio não se importou com a manchete, mas quando começou a ler ficou eufórico, havia um assassino nas montanhas, todos os chalés estavam fechados até a resolução do caso. Com o medo lhe subindo ele saiu do carro, correndo para avisa-los.

- Temos que ir embora urgente! - exclamou ele.

- O que foi agora Andy - resmungou Marcos que estava na cozinha.

- Olha isso cara!

Lisa que não estava entendendo nada, viu Andy correr até a cozinha carregando algo na mão.

- Andy o que foi? - quis saber ela.

- Meu Santo Deus - exclamou Marcos seguido de um estrondo.

De repente Lisa percebeu algo, seu irmão foi arremessado pela sala, nesse momento Marcos era levantado por três laminas que ela não soube de onde vinham, sem pensar duas vezes, ela levantou e saiu correndo pela porta. O medo tomando seu corpo, enquanto ela chorava e gritava pedindo ajuda, seus passos pesados sobre a neve que não parava de cair, tentando enxergar com dificuldade o caminho a sua frente. Ela sentia medo muito medo, não conseguia acreditar naquela cena, Marcos erguido por três laminas, com o olhar vazio, ela não queria pensar nisso. Correu o máximo que suas pernas conseguiam, o frio a estava deixando mais devagar, mais cansada, ela vou avançando se aproximando da cidade, tentando gritar por ajuda, mas ela não tinha mais forças e caiu no chão, sentiu a neve cobrir todo seu corpo e logo tudo apagou.


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