Anteriormente....

– Sabe o que eu quero? - disse Travis serio, em um tom perigoso com malícia, chegando relativamente perto de Wes dizendo lentamente - V-O-C-Ê!!

O loiro parou de respirar com o susto se afastando para trás, parecia que cada gesto ou reação dos componentes da sala passavam em câmera lenta, todos paralisados, assustados, boquiabertos, não acreditando no que estava ocorrendo, no que tinham escutado.

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Wes estava paralisado, cada parte do seu corpo, cada célula que o constituía tinha parado de funcionar, naqueles segundos ele tentava compreender o que Travis havia falado: “ Eu Quero Você!”. O loiro não sabia o que pensar, nem como reagir, na verdade ele não queria raciocinar, porque se o fizesse, novamente seria bombardeado com idéias e desejos que tanto reprimia e escondia de todos e de si.

Travis olhava para o rosto de Wes vendo a confusão que acontecia dentro do loiro, aquelas simples palavras, deixaram Marks em uma situação inimaginável, o moreno não sabia o que fazer, ele sentia a tensão dissolvida no ar como se aquela frase tivesse soltado um veneno mortal. Travis se maldizia, descontrolou-se e por um impulso falou o que não queria dizer, retificando... falou o que ainda não podia ser dito.

A Dr. Emma, tentava discernir se o que havia escutado era o mesmo que Marks havia falado. Ou estava alucinando ou estava com graves problemas auditivos. Mesmo sendo uma situação surreal, isso acontecia bem na sua frente e apesar de toda sua experiência como psicóloga, Ryan não sabia como lidar com algo assim, tão fora do que ela havia deduzido. A relação desses dois tinha criado parâmetros infinitos, agora a doutora estava mil vezes mais interessada na situação dos seus mais problemáticos e atualmente favoritos pacientes.

Todos os outros da sessão estavam divagando sobre o que pensar desta situação, as mulheres, depois do choque, esperavam afoitas pelo que viria a seguir, já que todas torciam secretamente pelo romance dos dois. Os homens estavam incrédulos, pois para eles Wes e Travis apesar de problemáticos e infantis, eram os caras mais fodas que conheciam, investigavam, prendiam bandidos da pesada, tinham uma vida alucinante, nunca pensariam que os dois tinham uma “relação”.

Travis fazia seu cérebro trabalhar em alguma fuga possível, precisava reverter isso de algumas forma. Então...

– DIGAM XIS!!!! - gritou o moreno enquanto tirava uma foto com seu celular, o flash da câmera assustou a todos, retirando-os do pequeno transe que estavam. Eles se olhavam confusos enquanto Travis morria de rir da cara deles, só faltava rolar no chão.

– kkkkk isso precisa ser guardado para a posteridade, kkkkk a cara de vocês foi o melhor, kkkkk a Dra. Emma de boca aberta...

Todos olhavam Marks querendo explicações, mas ele não conseguia dizer nada de tanto que ria.

– Era brincadeira pessoal, vocês caíram direitinho, desta vez eu me superei!

Os homens começaram a rir entre si dizendo, “muito boa Travis, pegou a gente”, as mulheres reclamavam com raiva. E ele ria mais e mais, comentando e caçoando de cada um na foto. Wes estava confuso ainda se recuperava do choque das palavras do moreno, seu coração estava acelerado, sentia algo estranho, não conseguia definir se estava aliviado ou levemente decepcionado. “Que tipos de pensamentos são esses Wes, pare com isso!”, reprimia-se internamente, e para disfarçar deu um sorriso e ralhou com Marks que não havia gostado da brincadeira.

– Muito bom Travis... - começou a Dra. Ryan com uma cara de poucos amigos e neste momento todos se calaram - Essa sua atitude me leva a uma analise muito interessante...

O moreno sentiu um arrepio, o olhar dela era muito penetrante, estava receoso se continuava na posse zoador, mas para o seu bem era melhor não, porque ele percebeu que enganou a todos, menos a ela.

– Me desculpe Doutora, sei que não gosta dessas brincadeiras, mas não pude me conter. Prometo que não faço mais se você relaxar um pouco, está assustando todo mundo.

Ela mudou sua posse, e assumiu o ar analisadora de sempre.

– Sentem-se todos.

Ninguém era doido de tentar contrariá-La neste momento.

– Bem... Depois deste pequeno intervalo recreativo do Sr. Marks vamos come...

– ring, ring... Bip, Bip...

Dois celulares tocando...

– Então... Temos que ir, desculpe Doutora... - disse Wes já se levantando da cadeira.

– Me desculpe pessoal, até mais. - complementou Travis também de levantando e acenando com a cabeça.

Houve algumas reclamações do tipo: “ Eles sempre fazem isso!”, “Quem vão prender agora?”, mas os dois apenas riram dos comentários e foram embora.

A caminho do local da chamada, Marks percebeu que Wes estava incomodado, irritado e com aquela pose de “ não fale comigo!”.

– Está assim porque? - Indagou o moreno.

– .... - Wes não respondeu, apenas ligou o som para escutar um blues, Travis odiava aquelas músicas, então trocou de estação e colocou em uma música mais agitada. Então começou a luta costumeira no rádio, até que Travis desligou o som.

– Chega disso Wes, nunca vamos entrar em um acordo!

– ....

– E para com essa cara emburrada e fala logo o que eu fiz!

– Você ainda pergunta? - exclama um Mitchel indignado e o moreno apenas levanta os ombros.

– O que foi aquilo na sessão?

– Uma brincadeira - disse Travis rindo.

– Uma brincadeira idiota. A doutora ficou muito irritada, e se ela se irritou com você isso acaba me envolvendo, porque agora a Emma vai querer fazer aquelas dinâmicas, aff. Tudo por sua culpa! Porque fez isso?!!

– Para te irritar e te dar uma lição. - respondeu Travis serio.

– O que?! - o loiro estava confuso

– Na noite em que passou mal, você ligou para mim e não disse nada. Porque?

Wes sentiu um nó na garganta, não sabia o que responder, antes de inventar algo o moreno interrompeu.

– Deixa que eu respondo Wes, foi porque você percebeu que eu estava acompanhado?

– Não... É que ...

– Não minta! Você não consegue esta proeza.

– Não estou mentindo, na hora eu não estava tão ruim, então achei que não era necessário pedir ajuda.

– É tão difícil assim?

– O que?

– Ter que pedir ajuda para mim?

– Não é isso...

– Então o que é? O que você acha que eu faria? Que eu te deixaria na mão por causa de uma mulher?

– Travis...

– Você sabe o quanto fiquei preocupado?!

– Travis...

– Imagina se eu não tivesse ido ao seu apartamento? Imagina se eu fosse tão insensível e imaturo quanto você pensa?

– Travis... Me desculpe, eu não fiz este julgamento de você. Eu confesso que hesitei em te chamar, mas não me pergunte o porque, isso eu não sei.

Travis ficou olhando Wes, o loiro tinha a capacidade de enlouquecer a mente do moreno.

– Porque chamou a Alex? - perguntou Marks

– Eu não sei...

– Você não vai se libertar dela nunca desse jeito sabia?

– Eu só a chamei porque estava com problemas. - Wes não entendia o que o moreno queria com aquela conversa, e ele estava respondendo a primeira coisa que vinha em mente.

– Você acabou de me dizer que não estava tão mal...

– Travis, deixa de ser irritante e esquece isso!

– Esta fugindo do assunto porque? - disse o moreno com um tom desafiador.

– Não estou fugindo de nada.

– Será? Será que você não está reprimindo os seus sentimentos? - Neste momento Wes se assustou e freou o carro bruscamente e Travis novamente se maldizia por falar algo em uma hora imprópria.

– O que?! - perguntou o loiro nervoso.

– Calma, o que eu quis dizer foi... Como você vai construir uma nova relação? Como você vai poder discernir novos sentimentos, se esta preso a Alex?

– Se estou preso a ela isso quer dizer que ainda tenho fortes sentimentos.

– O problema é que você se engana confundindo, a amizade e o carinho que tem por ela, achando que é amor, e se fecha para os novos sentimentos. Você criou um escudo... - de repente o moreno se calou, estava falando demais e não era o momento para aquilo, apesar de cada palavra ser verdade - Desculpe Wes...

– Tudo bem... eu acho... - o loiro estava se sentindo estranho, queria dispersar as palavras de Marks que lhe atingiram como uma rajada de agulhas, então recomeçou a dirigir. O silêncio pairava sobre eles, Travis sentia um enorme peso sobre os ombros, Wes estava incomodado e não queria aquela tensão sobre eles.

– Obrigado... - Wes disse.

– Hãm... ?

– Realmente, muito obrigado por tudo Travis.

– De nada. - respondeu Marks surpreso. - E pode contar comigo sempre, você é importante para mim - respondeu o moreno rindo. O riso dele afastou a tensão e tudo voltou ao normal entre eles.

Chegaram no local em que foram chamados, um suspeito que procuravam a duas semanas apareceu e estava fazendo uma família de refém. Quando os dois chegaram, resolveram a situação sem problemas e prenderam o bandido que era uma testemunha vital para o caso principal que investigavam.

Durante o dia todo Wes ficou com uma simples frase dita por Travis em sua mente: “Você é importante para mim”.

Os detetives estavam na central, Travis brincava com o grampeador enquanto Wes fazia relatórios.

O moreno tramava para conseguir “pegar” Mitchel, precisava de alguma desculpa, necessitava de uma oportunidade para falar sobre os seus sentimentos, ele teria que tomar uma atitude porque se dependesse de Wes, nem na próxima reencarnação o loiro admitiria algo assim. Travis estava inseguro, fazer aquilo poderia ser uma catástrofe ou o inicio de um sonho.

– Você esta me devendo uma Wes. - disse Travis.

– O que? - O loiro estava confuso.

– Você está me devendo uma! - repetiu o moreno.

– Do que você está falando?

– Estou sugerindo que você fizesse um favor para mim, seu grande amigo que ontem te ajudou.

– PARA!! Você vai ficar jogando isso na minha cara para sempre?! - Wes perdeu a paciência, o moreno até se assustou com a explosão do loiro - Que tal o Senhor pensar que enquanto está vegetando na cadeira , eu faço todos os relatórios, cuido da burocracia e a única coisa que você faz é gastar os grampos do MEU grampeador!

– UOL, caramba, TPM? - caçoou Marks. Wes simplesmente voltou sua atenção aos relatórios ignorando o moreno.

Wes não sabia porque reagiu desta maneira, ele estava incomodado, só pensava em Travis e não conseguia se concentrar nos relatórios com o moreno o olhando, observando cada movimento que fazia, isso não ajudava em nada.

Travis percebeu que não conseguiria nada daquele jeito, então resolveu ser sincero...

– Mitchel...

– O que foi Travis? - respondeu um pouco irritado.

– O que eu quis dizer, é que eu estou com vontade de comer macarrão á parmediana, e o seu é o melhor. Será que você poderia fazer para mim? - disse o moreno com uma voz suave.

Wes ficou olhando Travis, ele pedir ...

– Á ta... Posso. Estranho você pedir. - indagou o loiro.

– Você sabe que eu amo macarrão a parmediana, o ultimo que comi foi aquele que você fez na campana.

– Ok ok, eu faço - confirmou o loiro.

– Então... As 20:00 na minha casa? - perguntou Travis.

– Pode ser. Agora posso terminar os relatórios?

– Mas é claro, tudo que você quiser. - disse rindo.

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Wes em frente ao apartamento de Travis, o loiro estava estranhamente ansioso quando tocou a campanhia. Não demorou muito e um moreno alto de olhos verdes abriu a porta exibindo um sorriso maravilhoso, que rendeu um arrepio em Wes.

– Oe, nossa! Como você é pontual, nem imaginava - disse Travis sarcástico e Mitchel ignorou o comentário. O moreno estava feliz de ter o outro em sua casa, estava empolgado, mas precisava ir com cautela.

– Posso entrar?

– Claro, sinta-se a vontade. - disse dando passagem ao menor. - Quer ajuda? Isso parece estar pesado - o loiro carregava duas sacolas grandes.

– Há... Não precisa, não está pesado - disse colocando as sacolas em cima da mesa.

– Para que tudo isso?

– Eu não sabia o que você tinha na despensa. Quer dizer... se tiver alguma coisa. Achei melhor comprar tudo o que precisava - respondeu o loiro de forma simples e obvia.

– há há há engraçado, pensa que minha cozinha é só de enfeite? - disse o moreno fingindo-se de indignado.

– Deixa de frescura, eu também comprei outras coisas que eu uso... Enfim... Posso começar?

– Claro... Cozinha este é o Wes, Wes está é a cozinha, apresentados.

Wes estava tão fofo para o moreno, a cara dele emburrada com a minha brincadeira, tudo estava tão bom, que Marks estava com medo de fazer uma besteira se não conseguisse se controlar e atacar o loiro ali na cozinha mesmo, em cima da bancada. Só pensar fazia o maior se excitar, precisava de acalmar!!

– Comprei vinho - disse Travis. " Seu eu estou pensando em embebeda-lo... hum... todo mundo precisa de um plano B".

– hum... Bom... - disse o loiro concentrado em seus afazeres, Wes estava guardando alguns produtos, procurando panelas... E um certo moreno policiava todos os gestos, observava cada ação, o loiro estava ficando envergonhado com aquilo, o modo que Travis o olhava fazia perder a concentração e se atrapalhar todo.

– Algum problema Travis?

– Oi..? - Disse Marks se assustando.

– Você me olhando desse jeito não dá - disse o loiro meio corado.

“ Que fofo”, pensou Marks.

– ham... Você quer alguma ajuda?

– Não! Vai ver TV, ler, jogar vídeo-game, se lá...

O moreno riu.

– Fala o que tenho que fazer, chefe!

– Ficar o mais longe possível - disse o loiro com os braços cruzados.

– Pra já, cortar tomates. - riu o moreno se dirigindo a pia.

O loiro riu, ficou impressionado que o moreno soubesse cozinhar, não tão bem como ele, mas sabia se virar.

Travis feliz da vida, estava adorando aquele clima domestico e descontraído com Mitchel, fazia piadas, comentários, e surpreendentemente o loiro estava mais solto, mas a vontade e cozinhando para ele!

Já eram 21:30 quando o jantar finalmente ficou pronto e dois arrumaram a mesa.

Wes estava achando engraçado a ansiedade do moreno pelo macarrão, parecia uma criança inquieta pelo doce.

– Pronto, pode se servir.

– Meus Deus, finalmente, já estava achando que você era um sádico - disse se servindo, quando o moreno experimentou a primeira garfada soltou um suspiro de satisfação, que foi música para os ouvidos de Wes.

– Bom?

– Calma, deixa eu degustar esta maravilha dos Deuses.

O loiro riu alegremente e o moreno parou tudo, só para ver aquele sorriso, a comida poderia estar boa, mas não superava o prazer de ter Wes consigo. Não podia mais esperar, seu peito ardia com o sentimento, precisava ser franco, necessitava.

– Sabe o dia que você passou mal? - disse o moreno, meio sem saber como começar o assunto.

– O que tem? - respondeu Mitchel achando o assunto.

– Wes você não se lembra de nada? - pergunta Travis aflito.

– Não, não me lembro, porque? Aconteceu algo? - responde Wes coçando a cabeça.

– Tem certeza de que não se lembra de nada?

Wes sentiu um desconforto, não queria pensar nisso, estava tão contente, não queria pensar em coisas absurdas.

Mas não adiantou, estava feliz? Mas porque?

Porque estava com Travis? NÃO!!

– Tenho... Porque aconteceu alguma coisa?

– Sim... E você sabe!

– Não sei do que está falando!

O moreno se levantou, o loiro estava confuso, flashs voltavam em sua mente, ele e Travis... Beijo... Um abraço quente e seguro.
“NÃO”, era só o que a mente resistia em dizer, foi um sonho.

– Você não sabe ou não quer acreditar? Ou melhor, acha que foi um sonho?

– O que? - o loiro estava assustado, parecia que o moreno estava lendo sua mente.

– Você não sabe se foi real, já que você sonha comigo, Não é?

– Olha o absurdo que você esta dizendo!! - Wes se levantou em um pulo, não tinha percebido que o moreno estava bem perto dele.

Marks segurou o loiro, eles estavam próximos e o moreno fitava os olhos do menor com tanta intensidade, que tirava o fôlego de Mitchel.

– Então você não sabe, quer mesmo que eu acredite? - Travis já tinha perdido toda a paciência e controle. Nunca foi bom em declarações e sabia muito bem que estava fazendo tudo muito errado, mas já tinha começado e não ia parar.

– Travis, me solta... - disse fracamente, a proximidade deles rodava a cabeça do loiro que estava tremulo, confuso, e ao mesmo tempo inebriado com o perfume do outro.

Travis deu um sorriso malicioso, se aproximou mais de Wes.

– Sabia que desse jeito você não esta sendo nada convincente?

– ... - Wes não sabia o que fazer, não tinha como sair, Travis o estava prendendo, não sabia o que falar, nem como revidar e cada vez mais o maior se aproximava.

– Bem... Já que não se lembra, que tal eu fazer você recordar? - desafiou Travis sussurrando próximo ao ouvido do menor.

Wes não teve tempo para responder, pois o maior tomou seus lábios.

Marks mandou o bom censo para as favas, queria Wes, precisava daquele irritante só para ele. Wes perdeu seu raciocínio sentindo a língua do outro na sua, aquilo era melhor do que qualquer coisa que já provara, sentimentos transbordavam e cada vez mais eles aprofundavam o beijo de modo lascivo, urgente.

O maior esta provando o melhor dos deleites, ele já havia roubado aquela boca uma vez, mas nada se comparava a ser correspondido, e agora ele queria mais e com certeza ele não ia deixar o loiro escapar.