ELENA NARRANDO

Eu estava mesmo grávida, o teste havia dado positivo. Bonnie e Caroline me olhava com os olhos arregalados. Sentei no sofá e encostei minha cabeça.

-Elena , o que você vai fazer?

Bonnie perguntou se sentando ao meu lado.

-Eu ...não sei.

Respondi a única coisa que me veio a cabeça.

-Eu acho que você tem que contar ao meu irmão.

Carol disse.

-Eu não sei Carol, e se ele reagir mal?

Eu disse sentindo a bile vindo a minha garganta de novo.

-Ele não vai reagir! Tenha fé no amor de vocês Elena!

Bonnie disse.

-Eu concordo, por mais que esteja com medo, Damon precisa saber.

Carol falou afagando meus cabelos.

-Mas...

Eu tentei dizer.

-Nada de mais dona Elena! Você vai contar a ele.

Bonnie falou.

-E aproveite que ele volta de viagem hoje.

Carol finalizou e eu peguei o celular. Damon atendeu no segundo toque.

-Oi amor.

Sua voz era distante.

-Oi...é...

Carol e bonnie me incentivaram com o olhar.

-É...você pode passar aqui hoje?

Eu perguntei sentindo minha voz falha.

-Claro, eu já estou no aeroporto, vou direto praí então.

Damon disse.

-Tudo bem, beijos.

-Beijos.

Eu desliguei o celular.

-Ele está vindo pra cá.

Eu disse as meninas.

-Bom, então vamos indo, conte a ele e se precisar de algo, ligue pra nós.

Carol falou e elas se foram. Após vinte e cinco minutos Damon chegou e entrou.

-Oi amor...

Eu fui correndo abraça-lo, ele retribuiu,  mas sua expressão era tensa.

-Elena...

Ele abraçou com mais força e nos sentamos no sofá.

-As coisas não estão bem.

Ele disse por fim, eu já sabia.

-Eu sei.

Sua expressão foi de surpresa e depois aliviou.

-A empresa terá que ser vendida.

Meu coração começou a martelar dentro do peito e eu senti outro enjoo. Mas me segurei e respirei fundo.

-Deus... o que faremos agora?

Eu disse.

-Eu não sei...

Ele me abraçou novamente e eu mais uma vez tive que engolir, mas dessa vez foi a notícia da gravidez, eu não queria dar mais uma preocupação pra ele, não era justo.

-Ei, amor, olha pra mim.

Eu pedi. Ele olhou.

-Vai dar tudo certo, eu sei. Só quero que saiba que eu amo você muito...muito.

Eu disse e comecei a chorar, não pude mais evitar, eu estava desamparada, desnorteada, eu apenas precisava de Damon.

-Amor, não chore assim, me parte o coração. Eu também te amo tanto minha pequena.

Nos abraçamos mais forte e eu o beijei, precisava dos seus lábios nos meus, precisava dele perto. Nosso beijo foi interrompido pelo celular tocando. Não pude evitar a surpresa ao ver quem era.

-Mãe?

Eu disse.

-Oi minha filha.

Damon me olhou assustado e ficou em silêncio.

-O que aconteceu?

Perguntei assustada.

-Bom, você pode me encontrar no café perto da sua casa? O da esquina.

Respirei fundo.

-Sim, estou a caminho.

Boa coisa não era, minha mãe não me ligaria se não fosse grave e eu tinha certeza que algo muito ruim estava pra acontecer.

-Onde você vai?

Damon perguntou.

-Vou encontrar minha mãe, ela quer falar comigo e é importante, você pode me esperar?

Eu perguntei.

-Sim, vou tomar um banho e trocar de roupa.

Damon disse, eu dei  um pequeno beijo nele e fui. Depois de cinco minutos eu cheguei no café, minha mãe muito elegantemente me esperava.

-Elena?

Ela me viu e veio ao meu encontro.

-Oi mãe.

Eu disse.

-Sente-se.

Ela pediu com cautela, eu sentei.

-Bom, eu vou direto ao ponto. Sei que você é uma contadora de muito talento, mas isso não salvará a empresa e como sabe, houve muito dinheiro desviado.

-Eu sei, vão vender a empresa não é?

Eu disse. Ela respirou fundo e finalmente falou.

-Tem um jeito de não vendermos, você sabe que é a única herdeira da nossa família e bem, eu e seu pai entramos em um acordo com um dos futuros donos da empresa, eles tem um filho e tem interesse na empresa e a única forma da empresa continuar na nossa família é você se casando com o filho mais velho deles.

Minha mãe disse rápido, meu mundo desabou naquele instante, o que mais faltava acontecer?

-Não mãe! Vocês não podem me obrigar a isso! Vocês não podem!

Eu disse quase gritando.

-Mas Elena, pense na sua família e no futuro da empresa, e como seu pai ficaria arrasado se algo acontecesse.

-Eu não posso mais ficar aqui.

Eu disse e saí do café chorando, entrei no carro e dirigi até em casa, as lágrimas viam sem parar, eu não sabia o que ia fazer, casar com alguém que eu nem conhecia e o pior, deixar Damon. E meu bebê, como eu iria contar? Eram coisas demais pra uma sé pessoa. Cheguei em casa e corri pra dentro, Damon estava deitado na minha cama lendo um livro.

-Meu Deus Elena, o que aconteceu?

Eu apenas me joguei em seus braços e chorei, meus soluços ficavam mais altos.

-Só preciso que fique aqui comigo...

Eu disse soluçando.

-Eu vou ficar amor, prometo.

Nós ficamos abraçados até eu cair na inconsciência ,eu me sentia tão cansada...