Friendship escrita por Hikari


Capítulo 3
Tempo Atual.


Notas iniciais do capítulo

Oooi :D
Essa é a última parte ^^ Espero que gostem :)



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Muitas pessoas dizem que a amizade à distância não dura, de que os laços entrelaçados de nossa amizade se afrouxam, de que é como um frágil fio que pode se romper a qualquer instante.

Não acreditava nisso, agora posso admitir que acredito.

Os nossos fios emaranhados, meus e de Amber, não estão mais lá, sinto que se arrebentaram.

Penso profundamente se foi naquele dia que ele se esticou e não pôde mais aguentar. Que se separou.

Apesar disso, ainda sei que a nossa amizade está válida, de que em nós ainda está gravado nossas lembranças e que nunca as esqueceremos, somos amigas ainda, sempre fomos, só não sabíamos que uma simples situação poderia nos derrotar: a distância.

Depois daquele dia, há três anos, eu aguardava Amber, nutrindo esperanças de que ela viria de novo, de que o que eu pensava que havia acontecido não fosse verdade.

Mas era.

Ela nunca mais voltou para me ver. Nem se comunicou mais.

Mandava cartas para ela todo mês, mas nunca recebia uma única resposta, uma única fagulha de que ela ainda estava lá.

Investigava para saber o que poderia ter acontecido só que tudo em vão, Sarah não falava nada para mim e Olivia agia como se nada soubesse.

Para uma garota de quatorze anos, órfã e sem muitos recursos eu não tive outra opção se não tentar esquecer, de alguma maneira, tudo. Ou pelo menos, não lembrar mais.

Fiz o que pude e segui o rumo da vida, atingi meus dezessete anos e consegui me formar, já era o dia de minha mudança, iria fazer dezoito anos naquele dia e poderia morar sozinha, por já ter alcançado a maioridade, havia trabalho em empregos de meio-período e conseguido o bastante para me sustentar onde-quer-que-eu-fosse.

Olivia era muito aflita por minha culpa, muitos casais quiseram me adotar, mas eu recusava, mantinha minhas restrições de não querer outra família e por isso continuei ali até aquele momento.

Estava aliviada por finalmente poder me mudar e sair da pacata e monótona casa que eu vivera por nove repetitivos anos.

Acordei atordoada de meu sonho, estava suando frio, mesmo com calor me cobria e me retive com a lembrança do sonho. Ou melhor, pesadelo.

Nesses últimos tempos eu sonhava com o dia da morte de meus pais, era doloroso ter que relembrar aquelas cenas, mas não tinha escolha a não ser assistir inúmeras vezes o dia.

Dizer que aquilo era uma tortura e algum castigo divino era um eufemismo. Eu me remoía por dentro pela culpa de ser a única a sobreviver.

Não sentia aquilo há muito tempo, desde que eu conhecera uma pessoa que me ajudara a conter os meus flashes, só que até ela se fora.

Levantei-me preguiçosamente da cama e fui ao banheiro, trancando a porta.

Observei o meu reflexo no espelho, uma garota pálida, com os cabelos loiros escuros bagunçados e com olheiras, os olhos azuis indicando cansaço como se não dormisse há uma semana. O que era bem provável.

Estava tão mal assim?

Tomei um banho relativamente quente de uma hora, era verdade de que queria sair dali o mais depressa possível, mas mesmo assim sentiria falta desse lugar que eu tanto conhecia.

Aprontei-me e terminei de arrumar meus poucos pertences e arrumei a cama, olhei pela última vez o quarto tão familiar e fui para fora, com uma súbita vontade de tomar um ar.

Sentei no banco que eu sempre passava o tempo lá fora do orfanato e abri o livro que estava lendo, mas não conseguia me concentrar.

O vento que soprava no meu rosto me distraía e não pude deixar de olhar para a paisagem que era tão normal para mim, mas que nunca mais voltaria a ver.

As árvores do bosque ao lado balançavam pelo vento, os galhos pendiam presunçosos do tronco e eu podia escutar todo tipo de animal passeando por ali.

Examinei com interesse o parquinho, que me parecia abandonado por não ter ninguém por ali, o balanço rangia enquanto se movia para frente e para trás, ritmicamente sendo levado pelo vento.

Acordara cedo demais, como sempre, peguei meu notebook que eu comprara com meu dinheiro de aniversário guardado e escrevi a minha história que escrevia.

As páginas do livro que repousava no assento ao meu lado se mexiam, com o sopro suave do ar, revirando suas páginas.

Iria para a Inglaterra, havia sido aceita em uma faculdade por ali, tentaria achar algum emprego e iniciar a minha verdadeira vida. Talvez eu pudesse encontrar Amber, de repente. Não podia não dizer que era exatamente o que esperava.

Olivia apareceu no portão por volta das nove horas, ela queixou-se comigo por eu sempre ter que ficar no ar frio e que era para esperar dentro do orfanato, agi com desdém e voltei para me despedir de Sarah, agradeci por tudo o que ela fizera por mim, em todos os anos.

Olivia me levou até o aeroporto e hesitou em me deixar ir, abracei-a e me despedi, agradeci por ela ter cuidado de mim e ela me entregou um papel onde tinha os telefones dela para poder ligar a ela quando eu precisasse.

No avião eu pude sentir pela primeira vez como era sair de um lugar onde passara toda a vida, para ser sincera, era como tirar um fardo dos ombros.

Desembarquei em uma cidade vizinha da minha meta, passei as horas seguintes do dia viajando para a outra cidade de trem, era cansativo e adormecia toda hora.

Quando cheguei, respirei o ar fresco e me aprumei, seguindo a rua de que ia direto para meu novo internato, com um mapa na mão para não me perder.

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Havia chegado à Inglaterra há um mês, e por mais que percorresse a cidade toda eu não via nenhum vestígio de Amber.

Tinha certeza de que era naquela cidade em que ela morava, apertava uma das primeiras cartas que ela enviara para mim contra o peito, a carta falava a cidade onde morava e o telefone da casa, na qual ainda não havia reunido coragem o suficiente para ligar.

E se ela não quisesse falar comigo?

Minha mão fechava-se em torno do papel, frustrada.

Será que eles teriam se mudado de cidade nesse tempo?

A única maneira de descobrir era ligar. Mas o que falaria? “Oi, é a Abigail, a antiga amiga de Amber do orfanato, vocês não visitaram mais e depois de todos esses anos decidi me mudar para a Inglaterra para ver ela, posso falar com ela?”.

Definitivamente não.

O telefone estava na minha frente, vacilava perante a ideia de escutar a voz dela de novo, e se ela se afastara a propósito de não querer me ver nunca mais?

Mas não podia esperar mais, tinha que saber o que acontecera.

Peguei o fone e disquei o número, esperei pacientemente alguém atender, os pés batendo no chão, ansiosa.

–Alô? –alguém atendeu, era uma voz grave e sonora, tive receio de que não fossem eles, mesmo assim já havia ligado e por que não tentar?

–Hãm... Aqui é Abigail, com quem eu falo?

Um chiado passou pelo telefone e eu pude notar sua voz perplexa:

–Abigail? Tipo a amiga de Amber? Do orfanato?

Franzi a testa, então eles ainda moravam ali.

–Isso. É o Sr. Spark?

–Sim. –pude escuta-lo falar algo para alguém em um sussurro inaudível para mim.

–Hm... Como Amber está?

Um silêncio tomou conta da linha e pensei que ele havia desligado. O que não seria nenhuma surpresa para mim.

–Sr. Spark?

–Ah, desculpe, sim?

–Você poderia avisar a ela de que eu liguei? Posso ligar mais tarde se ela não estiver...

–Não. –ele me disse desalentado. –Posso saber onde você está? Ainda está no orfanato?

Duvidosa, respondi:

–Não, estou fazendo uma faculdade aqui na Inglaterra, na verdade, na mesma cidade de vocês.

–Ah! –exclamou. –Você sabe onde nós moramos?

–Sim, Amber havia me contado.

–Entendo. –uma pausa se formou e então ele disse, parecendo resoluto. –Você pode vir algum dia desses? Precisamos urgentemente falar com você.

Falar comigo? Urgentemente? Por que deveria? Ninguém nunca precisava falar urgentemente comigo.

Algo tinha acontecido?

–Claro, que tal amanhã, pode ser para vocês?

Combinamos e mal conseguia esperar para o próximo dia.

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Apertei a campainha, era sábado e tudo parecia serenamente calmo.

A porta se abriu e Chelsea, a mãe adotiva de Amber apareceu na minha frente, ela não mudara nada, parecia à mesma de sempre.

–Abigail. –ela murmurou e notei que seus olhos estavam marejados. –Como você cresceu!

Ela me envolveu em um caloroso abraço e depois de um tempo, se afastou.

–Entre, precisamos conversar.

Ela abriu mais a porta e deu espaço para que eu entrasse. Acomodei-me no sofá de sua larga e luminosa sala de visitas e beberiquei o chá que ela me trouxera.

–Há quando tempo... –ela sussurrou olhando para a janela, anui.

–Realmente. Por que desapareceram tão repentinamente?

Ela voltou a olhar para mim e pude ver que seus olhos estavam vazios, esmorecidos.

–Por causa de Amber, querida.

Pousei a xícara de chá na mesa, estudando seu rosto minunciosamente. Como assim por causa dela?

–Amber? –perguntei, confusa e ela assentiu. –Mas... Por quê?

Minhas suspeitas eram então verdadeiras?

–É complicado dizer... Na verdade, é por isso que a chamei aqui, mesmo contra a vontade dela.

–Amber está aqui? –perguntei, virando-me para procura-la.

–Não, Abbie.

Olhei para ela, aturdida.

–Ela está no hospital.

Pulei do sofá. No hospital? No que ela havia se metido?

–Como assim no hospital?

Chelsea suspirou profundamente e me acalmou.

–Sente-se, é uma longa história.

Tentei me acalmar, mas não conseguia. Como raios Amber havia parado no hospital?

–Há três anos, um pouco antes de a irmos visitar pela última vez descobrimos que Amber tinha uma doença... E de que essa doença não tinha cura.

Arquejei, era por isso que ela estava tão estranha naquele dia?

–Amber tratou essa doença sozinha, parecia conformada disso e não queria que falássemos muito sobre o assunto, ela foi a todos os exames e descobrimos de que era uma doença hereditária.

Lembrei-me de quando Amber me contara que seu pai morrera com uma doença, era aquela?

–Ela queria visitar você mais uma vez e quando voltou parecia satisfeita consigo mesma. A doença de que ela teve e veio à tona com veracidade primeiro tomou conta de seus órgãos internos, ela sofria cada vez mais e a cada dia, mas nunca desistiu de continuar, ela insistiu para que não enviássemos uma carta explicando tudo para você, então decidimos não fazer, por ela.

–Por quê? –perguntei olhando fixamente para seus olhos.

–Ela sabia como você agiria, sabia que se preocuparia, foi por isso que não contou.

Balancei a cabeça, encabulada.

–Ela não deixou que contássemos nada para você não se preocupar, inclusive não poderia estar falando isso agora para você, mas não podia simplesmente não contar... Ela ficou muito tempo sem ninguém além de nós, aguentando a dor, depois de nem dois meses após a descoberta da doença ela foi hospitalizada por seus órgãos vitais estarem morrendo, por um tempo, permaneceu assim, um ano se passou e nenhuma mudança, dois anos e continuava a mesma coisa, nós sabíamos que sua doença progredia e se alastrava vagarosamente, mas não queríamos que ela sofresse, não mais.

Escutava perturbada, como tudo isso podia ter acontecido durante esses anos?

Percebi que Sarah sabia disso, lembrava-me de como ela agia quando perguntava de Amber e daquele dia no portão, em que os pais adotivos de Amber falavam com ela.

–A doença não tinha cura, porém poderia ser evitado, o que ela tinha era uma anomalia no coração, devido a isso que seus órgãos paravam de funcionar, isso podia ser impedido por um transplante.

–Então tem cura. –falei confiante.

–Sim, em parte, mas é muito raro conseguir alguém que possa doar tantos órgãos em questão, perguntamos se ela queria aquilo, era perigoso e poderia não dar certo, mas ela aceitou. Já que nenhum voluntário se apresentou decidiram induzir Amber em um coma de que a deixaria sua mente em um sono profundo e seus órgãos em estado dormente até alguém se voluntariar, para que ganhasse mais tempo.

Peguei a sua mão trêmula e a cobri com a minha, igualmente tremendo.

–Vai dar tudo certo.

Ela sacudiu a cabeça e lágrimas escaparam de seus olhos.

–Ela não tem mais muito tempo, o médico disse que ela aguentaria por mais um mês até que seu coração parasse de bater, como conseguiremos alguém em apenas um mês?

Ela desabou em prantos e eu tentei consola-la, como que poderia ajudar alguém se nem eu mesma não sabia o que fazer?

Havia acabado de reencontra-la e ao mesmo tempo descoberto que estava a perdendo.

Visitava Ryan e Chelsea frequentemente e vi que ambos se revezavam em ir ficar com Amber no hospital.

Uma semana depois de descobrir a verdade perguntei se poderia visita-la, eles se entreolharam e falaram que tudo bem, fui ao hospital com Chelsea e meu coração parou quando finalmente vi Amber.

Ela jazia na maca inerte, a única centelha de vida era seu peito que subia e descia pela respiração.

Ela havia crescido bastante, também, o cabelo já descia até os joelhos e parecia estar mais alto que eu, seu rosto inexpressivo estava branco como neve e frio como mármore, várias máquinas estavam ligadas ao seu corpo e se olhasse bem, parecia que ela estava realmente dormindo, podia distinguir seu rosto ainda infantil através do inalador.

–Amber... –murmurei, relando meus dedos em sua mão gélida, como fantasma.

–Eu sei que não deveria trazer você aqui. –virei-me para Chelsea. –Ela não queria que a visse assim.

Nem eu queria ter a visto desse jeito.

Sentei-me ao seu lado, Chelsea lia algum livro que aparentava ser antigo e resolvi voltar a escrever a história no meu notebook.

Enquanto escrevia a história, eu refletia.

Será que alguém apareceria?

Amber iria morrer?

Era o que acontecia, ela ficava mais longe de nós a cada dia.

E eu não podia fazer absolutamente nada.

Comecei a visita-la todos os dias, e a cada dia o clima ficava mais pesado.

Ninguém aparecia.

Naquele dia, em plena sexta-feira, estava sozinha no quarto com o corpo imóvel de Amber.

Escrevi o último parágrafo da história, pelo menos até o meu último parágrafo. A história continuaria, mas não seria mais eu que narraria.

Fechei o notebook e o guardei nas coisas de Amber. Faltava uma semana até o prazo de vida de Amber acabar.

Havia pensado muito sobre o assunto, falara com Olivia e até com o diretor da minha faculdade.

Havia me decidido.

Iria ser a voluntária ao transplante.

Não iria aceitar a morte de outra pessoa importante para mim, Amber não podia partir, ela tinha planos para realizar, um futuro para traçar e uma família que a aguardava.

Ela foi minha melhor amiga por anos, minha irmã, não podia - não iria. –deixa-la ir. Não depois de tudo.

Segurei a mão dela, tentando passar meu calor ao seu corpo.

–Droga, Amber. Eu falei para se cuidar. –falei com os dentes semicerrados.

Lembrei-me de todas as épocas em que eu a ajudara em momentos ruins e críticos, a salvara de suas meias-irmãs, a confortei nos momentos das lembranças do passado, a segurei quando ela estava prestes a cair...

Tantas coisas, o que seria meu último empenho?

Aquela calamidade não me impediria de agir, sabia o quanto teria que sacrificar, mas fizera minha escolha.

Iria salva-la.

Seu pai de adoção chegou mais tarde para trocar o turno, antes de sair do hospital disse ao médico minha decisão.

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A transplantação tinha que ser o mais rápida possível.

Estava deitada na maca e era levada para a sala de cirurgia.

Não sentia medo ou relutância, estava em júbilo.

Sentia-me em paz.

Quando contara para Olivia o que aconteceria, ela tentou com veemência me convencer se eu não pudesse fazer outra coisa, porém vendo que suas súplicas não iriam resolver em nada ela não argumentou mais e disse que estava muito contente pelo que eu faria.

Entrei na sala e uma luz branca brilhante iluminou as enfermeiras e o médico à frente.

Algo foi colocado em meu rosto, tampando meu nariz e boca, o cheiro era normal a meu gosto, porém me sentia a cada respiração que dava mais fraca e entorpecida, a visão foi ficando turva até escurecer por completo e eu desfaleci.

Estava abruptamente em um campo, no quintal da minha casa. Minha velha casa.

Amber estava de frente a mim e segurava minhas mãos com os olhos fechados.

O campo onde nos encontrávamos estava mais verde e florido do que me lembrava de e várias árvores se estendiam ao longo do gramado, com frutos maduros prontos a serem colhidos.

Quando me voltei para Amber ela estava com os olhos abertos e me fitava com os olhos verdes mais vívidos do que nunca e sorria abertamente.

–Obrigada, Abbie. –falou agradecida.

–Eu disse que a protegeria, não é? Eu prometi.

Alguém no portão chamou seu nome, fiquei triste por ela ter que partir. Era como daquelas vezes, só que ligeiramente diferente.

–Abbie. –ela me chamou a atenção e a encarei, ela apertou minhas mãos. –Iremos nos encontrar de novo, em breve, eu prometo.

Dei um largo sorriso e afrouxei o aperto de nossas mãos, ela inclinou a cabeça para duas figuras atrás de mim, que eu não havia notado antes e encaminhou-se para a saída.

Virei-me lentamente e me deparei com meus pais que se postavam orgulhosos diante de mim.

Abraçamo-nos fortemente e todas as minhas preocupações se esvaíram, estava finalmente livre.

Estava deixando em mãos para Amber a nossa história para ela terminar e sabia que agora nós voltaríamos a nos ver. De que nada iria nos impedir de voltar a se reencontrar.

Porque aquela era uma promessa.

E nunca quebramos uma promessa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Obrigada por lerem e me falem se gostaram da história ou não e o que eu posso melhorar. :3 Ah, sim, estou planejando postar mais histórias originais minhas... O que vocês acham?



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