A Mansão Subterrânea escrita por Justine


Capítulo 4
Um a menos no quarteto


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora mais uma vez! A vida está agitada, rsrsrs!



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 - Sabia que isso ia acontecer a qualquer momento! - resmungou Pedro.

 - Vamos tentar acender de novo?

 - Acho que não vai adiantar, Luísa. - respondeu Lúcia - Vai ser sempre assim: acende, apaga, acende, apaga...

 - Convenhamos... Aquilo estava mais parecido com a chama de uma vela do que com uma fogueira. - disse Roberto, cruzando os braços - Não tinha como resistir ao vento mesmo.

 - Roberto está exagerando, mas mesmo assim, vou concordar com ele. O fogo não ia resistir nunca. - falou Luísa, visivelmente irritada.

 - Poderíamos até tentar acender novamente, mas teríamos que fazer algo para manter o fogo "vivo". - sugeriu Lúcia, gesticulando duas aspas com os dedos.

 - E como conseguiríamos fazer isso? - quis saber Pedro.

 - Simples: jogando folhas secas e galhos dentro da fogueira. Que pergunta mais boba, Peu!

 - Então teríamos que ir até a mata, novamente? - perguntou Luísa, soltando um suspiro de cansaço.

 - Qual o problema? - indagou Lúcia - Já estivemos lá uma vez, não é? E depois, não foi a senhorita mesmo que estava fazendo questão de ir, há alguns minutos atrás?

 "Mulheres! Como é difícil entendê-las!", sussurrou Pedro, para si mesmo. Roberto colocou-se de pé.

 - Podem deixar, meninas! - disse ele, erguendo o dedo - Eu mesmo vou!

 - Certo, eu vou com você. - falou Pedro, fazendo menção de levantar-se.

 - Obrigado, meu caro amigo, mas eu vou sozinho. Volto daqui a pouco. Não saiam daí, crianças! - repondeu Roberto, e saiu apressadamente, de lanterna em punho, sem dar tempo para os amigos falarem qualquer coisa.

 - Não deveríamos confiar em deixá-lo ir sozinho. - disse Luísa, assim que viu o rapaz descer a ladeira da serra.

 - Ai, Luísa! Deixa de implicar tanto com Rober! - retrucou Lúcia.

 Luísa girou os olhos e mexeu os dedos das mãos.

 - É isso aí. - disse Pedro, balançando a cabeça como se estivesse ouvindo um samba - Roberto não é tão louco como você queria que ele fosse. Logo, logo ele estará aqui com os gravetos.

 Os três começaram a conversar de assuntos banais. Contaram piadas, riram e se divertiram, mas bastou Peu olhar para seu relógio digital para o alerta ser dado.

 - Meninas... - começou ele, tentando mostrar tranquilidade na voz - Já fazem vinte minutos que Roberto saiu daqui... Vocês gastaram menos tempo lá na mata, não foi?

 - É... - gemeu Lúcia - Rober está demorando... Será que ele se afastou muito do pico da serra?

 - Eu disse que não se pode confiar em Roberto Tavares! - retrucou Luísa.

 - Luísa, para! Você não ainda não percebeu o perigo que está se anunciando? Roberto ainda não apareceu com estes malditos galhos! Deixe de ser rabugenta e pense em outra coisa que não seja pegar no pé dele!

 Pedro suspirou.

 - Vamos apanhar as lanternas. Temos que ir atrás dele. Talvez não tenha acontecido nada. Talvez ele esteja demorando muito, apenas... Mas não dá para esperar.

 - Espera, Peu! - exclamou Lúcia, segurando o braço do amigo que, já de pé, dirigia-se para o carro - E se algo de ruim realmente estiver acontecido com ele? Isso significaria que todos nós estamos em perigo. Acho que o melhor é voltar para a fazenda, contar ao seu Augusto o que aconteceu e chamar a polícia.

  - E se ele não estiver realmente desaparecido, Lúcia? E se ele estiver por aí, vagando pela mata, sei lá! Ou quem sabe, ele se machucou e está esperando que um de nós saia a sua procura? Vamos tentar encontrá-lo! Se não houver pistas dele, voltamos para cá e decidimos o que fazer. Mas voltar para a fazenda está fora de cogitação. Meu avô vai me matar! Vamos, vamos pegar as lanternas e tentar encontrar Roberto. Tenho certeza de que ele está bem.

 Pedro disse a última frase na tentativa de convencer a si mesmo que encontraria o amigo bem e que este ainda daria risada dos três por causa do tamanho desespero.

 O trio foi até o carro e apanhou suas lanternas. Saíram do pico da serra e embrenharam-se no mato, andando sempre verticalmente, descendo a serra.

 - Roberto! - chamou Lúcia - ROBERTOOOO!!!

 - Rober! Onde quer que você esteja, aparece agora! - ordenou Luísa.

 - Roberto! Roberto! Você está nos ouvindo? Se estiver grita para sabermos onde você está! - pediu Pedro, que não conseguia ficar calmo.

 Os três só pararam de gritar o nome do amigo quando suas costas chocaram-se levemente. Juntos, olharam para os quatro cantos da mata. As árvores entrelaçavam seus galhos, tentando bloquear o luar. Grilos e outros pequenos animais emitiam barulhos que aos ouvidos deles pareceram sinistros. Luísa teve a impressão de ouviar uma coruja piar. Pedro, Lúcia e luísa apontaram os fachos de suas lanternas para um lado e para outro, mas nada viram.

 - Não acredito que isto está acontecendo! - choramingou Lúcia.

 - Calma, pessoal. Roberto deve estar por aí, eu sei. - disse Pedro.

 Luísa fez sua última tentativa. Ela acreditava que o rapaz estava brincando com ela e com seu seus amigos, mas uma onda de terror já estava tomando conta dela.

 - ROBER! - ela gritou tão forte que Lúcia e Pedro achou que suas cordas vocais fossem estourar - JÁ CHEGA! ESTA BRINCADEIRA JÁ ESTÁ FICANDO SEM GRAÇA! EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ NOS OUVINDO! APARECE! APARECE, AGORA!

 A única resposta que a garota ouviu foi o eco da própria voz.

 - Chega, Luísa! - pediu Pedro, impaciente.

 Lúcia passou o braço em torno dos ombros da amiga, para lhe dar algum consolo. Em seguida, passou a mão no rosto.

 - Onde será que ele está?

 - Não sei, mas precisamos voltar para o acampamento! Não dá para continuar procurando pelo Roberto nessa escuridão. Vamos voltar. - pediu Luísa.

 - Não, não vamos. Temos que achá-lo! - respondeu Pedro.

 - Por favor, Pedro! - disse Luísa, irritada. - Como você espera encontrar Roberto desta maneira? Vamos acabar pondo em risco a nossa vida, também! Caso você não tenha percebido, aliás, estamos na mata de uma serra que não conhecemos! Você sabe o que pode acontecer se dermos mais alguns passos? Talvez despenquemos de algum desfiladeiro e aí sim, a coisa vai se complicar!

 - Não, não sei o que pode acontecer, mas o que está acontecendo neste exato minuto é que um amigo nosso desapareceu e você está aí, preocupada com a escuridão ou sei lá o quê!

 - Eu quero o bem dos quatro! - respondeu Luísa, apertando os olhos.

 - Não parece! A única coisa que você fez até agora foi acusar Roberto, reclamar de uma porção de coisas, como se apenas você estivesse correndo algum risco! Você deveria parar de ser tão egoís...

 - Chega! - exclamou Lúcia, se colocando no meio de Luísa e de Pedro - Tudo o que não precisamos agora é de brigas! Pedro, Luísa tem razão. Isto aqui é uma serra, não sabemos onde esta mata termina. Vamos voltar para o acampamento. Lá podemos esperar o dia clarear ou voltar para a fazenda e contar tudo a seu Augusto.

 Pedro e Luísa trocaram olhares de arrependimento e suavizaram as expressões faciais. Porém, antes que os três jovens dessem meia-volta e retornassem para o pico da serra, viram o facho de uma lanterna acender e apagar três vezes no meio do mato. Pedro e Luísa arregalaram os olhos.

 - Roberto?! - exclamou o rapaz.

 - Só pode ser ele! - retrucou Luísa, sorrindo aliviada.

 Os dois então puseram-se a correr em direção a luz. Lúcia seguiu-os, calcando em uma samambaia durante a corrida.

 - Pessoal, esperem! Poder não ser ele... - advertiu ela, tentado fazê-los parar, em vão.

 A única coisa que Lúcia consegiu ver foi os corpos de ambos desaparecer em um buraco.


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Notas finais do capítulo

Se há um ser humano lendo isto, por favor, deixe rewiew! Não fará mal nenhum a saúde!
Até o próximo capítulo!