Volverte A Ver escrita por Raquelzinha


Capítulo 11
Cúmplices


Notas iniciais do capítulo

Mais um...



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Ele me puxou para perto me segurando firme contra seu corpo forte,  circulei seu tórax com meus braços lentamente acariciando cada musculo tenso que encontrava, tentando aliviar a tensão que sentia ali, ficamos assim por um tempo, abraçados, sem falar nada,  depois nos sentamos na área, Jake estava calado, parecia estar pensando, tentei respeitar seu momento, enquanto isso, minha cabeça dava mil voltas, apesar de tudo, eu queria evitar alguns pensamentos e me manter segura apenas na garantia dele de que nada mudaria, e na certeza de uma coisa, que o amor que sempre nos unira, era nossa ligação, ela não se desfizera depois anos, de tantas dificuldades e mal entendidos, não seria agora, que isso iria acontecer, acontecesse o que acontecesse.

Me movi e ele apertou o braço em torno da minha cintura, mesmo aparentando estar alheio, perdido em pensamentos   sua mão não me abandonava, me mantinha junto dele, o mais próximo possível.

- O que você pretende fazer agora? – perguntei finalmente quando ele me olhou  e sorriu de leve.

- Vamos procurar outro lugar. – sua voz era baixa e me olhando direto comentou:

 - Se por acaso não conseguirmos ficar aqui, você vai comigo para outro lugar?

Esse era o medo dele, que eu desistisse por causa disso, tratei de esclarecer que isso não aconteceria:

- Para onde for necessário. – conclui tentando parecer firme e sua boca se abriu num imenso sorriso, e a ruga de preocupação se foi, os lábios dele vieram sobre os meus carinhosos e firmes, num beijo quente e delicado, assim que ele se afastou um pouquinho  continuei: - Você acha que não encontrará outro galpão aqui?

Jake suspirou e voltou a beijar meus lábios com gentileza antes de continuar:

- Como aquele, com ótima localização, preço bom, acho difícil, mas vamos tentar. Embry já ligou para algumas pessoas, e eu pretendo ir a algumas imobiliárias, pode ser que consigamos.

Acariciei o rosto bronzeado e bonito tentando aliviar a irritação que ainda estava marcando sua testa e comentei:

- Eu ajudo!

Novamente um grande sorriso se abriu, seus braços me puxaram ainda para mais perto fazendo meu coração pular no peito e sua voz rouca falou:

- É bom demais ter você comigo...me faz esquecer os problemas. – seus olhos se fecharam e ele encostou o rosto no meu, continuei a abraça-lo e acarinha-lo na tentativa de ser para ele a paz e a segurança que ele significa para mim.

- Vamos dar uma volta? – perguntei  tentando me levantar, ele sorriu e pulou do banco aceitando, passou o braço pela minha cintura e saímos juntos em direção a árvore do balanço. De repente ele quebrou o silencio:

- Queria fazer um programa com você hoje. – sua voz era decepcionada quando continuou: - Mas, depois do que aconteceu, vou ter que fazer outras coisas a tarde.

- Você vai procurar outro galpão?

- Sim, preciso ser rápido. – uma sombra de preocupação ainda rondava seu rosto e eu entendi o que aquilo significava, ele achava que Edward faria de tudo para evitar que ele ficasse em Forks.

- Vou com você. – falei finalmente, isso significava meu futuro, precisava ajudar, Jake parou e me puxou, me encarando, me fez parar de frente para ele, ia falar alguma coisa quando ouvimos a voz de Billy nos chamando, alguem estava ligando,  Jacob se virou e sem largar minha mão me conduziu em direção a casa.

- Embry. – a voz forte de Billy informou quem ligava assim que entramos, senti um leve tremor, desejando que fossem boas noticias. Jake atendeu e fiquei perto dele enquanto falava com seu amigo, observando atentamente cada mínimo gesto, ligados pelo olhar, num primeiro momento seu rosto se fechou numa expressão carrancuda, mas depois se abriu num sorriso leve e então com força um de seus braços me puxou para perto, parece que eram mesmo boas novas, sorri feliz acariciando seu peito.

Assim que desligou o telefone ouvi sua voz feliz:

- Embry encontrou um outro galpão, não fica num lugar tão bom, mas  o preço é acessível, e parece tão espaçoso quanto o outro. – seus lábios vieram sobre os meus, senti meu coração se agitar com esse gesto e apertei meus  braços em volta do pescoço dele.

- Você quer ir lá comigo conhecer e depois acertar tudo? – perguntou se afastando um pouquinho.

- Já vai acertar agora? – perguntei surpresa e sua voz saiu determinada como sempre foi ao me responder:

- Claro, não espero nem um minuto mais, esse ninguém tira de mim.

Ri alto e ele me apertou contra ele.

- Vamos de moto? – perguntei.

- Algum problema? – seu olhar era maroto.

- Não, é tudo o que eu quero, ir colada em você até Forks.

Desta vez foi ele quem riu me apertando mais e me erguendo do chão,  assim que avisamos Billy saímos juntos, a moto estava perto da garagem, onde ele costumava deixar sempre, colocamos os capacetes,  logo estávamos atravessando o pórtico de entrada, tomando a direção de Forks, sentindo o vento frio e úmido batendo contra meu rosto, mas principalmente,  o corpo forte dele contra mim.

Em poucos minutos estávamos lá, Embry estava parado em frente ao galpão, recostado em uma picape, estacionamos bem perto, assim que tirei o capacete ele sorriu e veio me cumprimentar, como sempre gentil e alegre, não mencionou o fato de terem perdido o negocio por minha culpa, sim isso acontecera por minha causa, e eu tinha plena e total consciência disso, mas ainda teria tempo para ter uma conversa seria com a pessoa, ou as pessoas que fizeram isso.

- O que achou? – a voz alegre de Embry me tirou de meus pensamentos, por fora parecia tão grande quanto o outro, e vi nos olhos de Jake  o sinal de aprovação antes mesmo que sua boca pronunciasse:

- Muito bom! Vamos ver como é por dentro?

Não foi preciso falar duas vezes, Embry abriu a porta e entramos, o lugar era bem espaçoso, não tão alto quanto o outro e ao contraio do anterior, estava totalmente vazio. Havia duas peças grandes e um banheiro, as portas e janelas estavam em boas condições e os vidros quase todos inteiros.  Jake olhava para cada detalhe imaginando o que colocaria em cada lugar, fiquei parada vendo os dois se movimentarem tranquilamente pelo espaço vazio, sorrindo feliz em ve-los assim, felizes, projetando seus sonhos e idealizando o futuro. Isso me trouxe a mente uma coisa que eu precisava fazer, alguem com quem precisava acertar alguns detalhes, detalhes que já imaginava acertados, mas que pelo que aconteceu hoje pude perceber que não era exatamente como pensei.

 De repente senti um braço me puxando com firmeza e lábios quentes  e carnudos colados aos meus.

- O que você tanto pensa? – uma voz rouca perto do meu ouvido me fez arrepiar e emendei:

- No quanto você está feliz, e que ver você sempre assim é tudo o que eu quero.

Ele me apertou mais e me encarando direto nos olhos falou:

- Então fique sempre comigo, assim como agora...nada substitui sua presença, apenas ela me faz feliz. – sua  voz tomou um tom profundo ao falar: - Fiquei com medo Bells. – os olhos se fecharam levemente antes de continuar:  - Que esse fato fizesse você se sentir culpada, que de alguma forma eles conseguissem nos separar.

Suspirei e apertei minhas mãos na cintura dele falando com clareza:

- Mas em parte a culpa é minha. – não consegui evitar de confessar, ele acabaria percebendo isso em mim, o sentimento de culpa que me afligia.

- Não é sua culpa, este espaço aqui é tão bom quanto o outro, e a melhor forma de dar uma resposta a eles será quando perceberem que não conseguiram o que queriam.

Fiquei encarando seu rosto imaginando se aquilo era tudo o que se passara pela cabeça dele mesmo, aquele não era o meu Jake, tão cordato e tranquilo e então ele sorriu e falou:

- Está bem, eu pensei em quebrar a cara do seu ex noivo e dizer umas verdades a minha sogra, mas acabei me controlando, isso só complicaria as coisas.

Não consegui evitar uma risada alta e Embry nos olhou curioso, Jake logo emendou:  

- Daqui vamos direto concluir o negocio, Embry já deixou tudo mais ou menos  acertado. Depois tenho uma proposta a fazer...- seu sorriso sumiu e no lugar dele vi uma expressão seria, mas totalmente marota que fazia meu coração bater descompassado e perguntei :

- Proposta?

Ele chegou perto e me inclinando encostou o rosto no meu e encerrou:

- Surpresa.

Essa era a deixa, eu não conseguia resistir a isso, a essa voz, a esse jeito, a esse olhar maroto, meu corpo amoleceu antes que ele tocasse meus lábios com os dele então ouvimos um som:

- Ham, ham...

Era Embry, ele nos olhava maroto, com um leve sorriso no rosto, e quando nos afastamos disse:

- E então? Vamos fechar o negocio?

Me virei em direção a porta falando:

- Vamos agora. – e ouvi os dois rirem alto e passarem por mim se empurrando, logo a mão firme de Jake me puxava para perto dele novamente.

Saímos dali direto para falar com o contato de Embry na imobiliária, em pouco tempo estávamos com tudo acertado, ficando para o dia seguinte apenas a parte burocrática, mas, desta vez, Jake deu um jeito de se resguardar de um novo acontecimento contrario aos seus planos e quando finalmente colocamos os pés fora da agencia ele estava tranquilo novamente, se virou, me olhando com carinho e paixão, seu rosto estava leve outra vez, pensei, sentindo meu coração bater feliz ao receber seu abraço apertado.

Com tudo certo, e com o horário marcado para se encontrarem no dia seguinte, nos despedimos de Embry,  que muito carinhosamente se despediu sorrindo e me beijando, ele também estava feliz, assim que seu amigo se foi, Jake veio sobre mim me abraçando com força e falando:

- Tudo certo aqui,  a mecânica já encaminhada, o material todo aí, vamos gastar menos grana do que tínhamos pensado, mas especial  e principalmente você aqui comigo, - seus olhos colaram nos meus, estávamos na calçada, mas ele não parecia se importar com isso, me segurava como se estivéssemos sozinhos – me dando força e apoio, mas especialmente mostrando que me ama como eu te amo.

Sorri de volta e aceitei os lábios que vieram sobre os meus carinhosos, esquecendo das pessoas que passavam a nossa volta, e conclui baixinho:
- Não pretendo mais ficar longe.

- Nem eu vou permitir que você fique longe de mim, um minuto a mais. – e me olhando marotamente continuou:  E então vamos fazer aquele programa?

- Claro! – concordei .

Um grande sorriso surgiu, aquele que ele sempre me mostrava quando eramos crianças e que fazia meu coração bater feliz, sei agora pq ele se sentia assim, pq  sempre gostei de Jake, pq era Jake a minha felicidade, então,  sua voz me tirou dos meus bobos pensamentos:

- Vou pegar você antes das oito, me espere pronta.

- O que devo usar?

Seus olhos me olharam bem falando:

- Qualquer coisa que você use será perfeito, mas coloque algo para não sentir frio.

Fomos rapidamente até em casa, no trajeto tentei pensar em algo bonito, confortável e quente em meu guarda roupa ao mesmo tempo que Jake acariciava a mão que eu mantinha sobre seu peito, quando chegamos ele me deixou em casa e foi para a de Billy e me olhando bem falou:

- Não atrase. – fiz um gesto indicando que estaria pronta no horário e ele tomou a direção da estrada sorrindo e atirando um beijo.

 Já em meu quarto, tomei um banho gostoso e tranquilamente me organizei para o passeio, sem imaginar o que Jake estava planejando, mas isso pouco importava, tudo o que eu queria era ficar ao lado dele. Depois de pronta me olhei no espelho,  a pessoa que estava diante de mim sorria feliz me mostrando que tomara a decisão acertada, fazia muito tempo que esse sorriso não surgia e ultimamente ele era constante no meu rosto.

Quando finalmente desci, topei com minha mãe sentada no sofá da sala, lendo uma revista de moda, ela me olhou e estranhou a roupa, mas não comentou nada, não pude evitar de me sentir fora dos padrões dela, mas com certeza isso não me importava nem um pouco, estava me sentindo leve e bem, e como não  queria  me irritar  passei direto indo até o escritório, Jake ainda não chegara.

Meu pai estava fazendo a contabilidade com Billy, ao me verem eles sorriram e me chamaram, sorri e em aproximei sentando perto do meu sogro que me olhava carinhoso:

- Você está muito bonita, onde vai? – Charlie foi o primeiro a falar.

- Sair com Jake. – falei e percebi o sorriso que eles trocaram e depois meu pai comentou:

- Jake parece ter lhe feito muito bem, a tenho visto muito feliz ultimamente. – fiquei encabulada com o que foi dito diante de Billy, mas concordei dizendo que realmente estava muito feliz, e logo ouvi o homem bronzeado sentado ao meu lado completar:

- Você só vê metade da felicidade Charlie, a outra metade está lá em casa, Jake tem estado incontrolável nos últimos dias, quer estar aqui o tempo todo como quando era criança e tinha que coloca-lo de castigo,  fico feliz que agora isso não seja mais necessário, ele já adulto e se controla.

Ouvi a risada debochada deles e comentei:

-  É bom saber que seus filhos servem como motivo de brincadeiras e risadas entre vocês. – eles me olharam com uma expressão inocente no rosto e completei: - Bem vou para a cozinha esperar meu namorado, Ana com certeza não ficará debochando de nós. Com licença.

Eles não falaram nada apenas me desejaram um bom passeio e atirei um beijo para os dois.

Assim que botei o pé fora do escritório vi alguem que entrava na ponta do corredor, um sorriso imenso se abriu em um rosto bronzeado que logo estava junto ao meu falando:

-Finalmente! – seus lábios soltaram ainda sorrindo. – fiquei em casa caminhando de um lado para o outro, contando o tempo que você levaria para se arrumar.

Olhei para ele  seria e comentei :

- Eu não sou a Alice se você não lembra.

- Ainda bem. – falou imediatamente me fazendo rir e emendou: - Quero distancia daquela família. – e ainda mais baixo falou me arrepiando:  A única pessoa que me importa está bem aqui, bem segura pelos meus braços.

Degustei aquelas palavras que entraram como musica pelos meus ouvidos, nada se compara as sensações que me invadem quando estou com ele.

- E então? Vamos onde? – consegui perguntar baixinho encarando aqueles olhos negros que me desvendavam a alma.

- Quero ir num lugar especial...ter uma noite especial com a mulher que amo e...fazer um pedido especial. – este último trecho foi dito com firmeza e me olhando direto nos olhos, senti um arrepio pensando que esse pedido se fosse o que eu imaginava já tinha resposta certa, mas decidi esperar pelo que ele planejara.

Saímos de casa e dei de cara com o carro de Billy, parado a nossa espera, Jake abriu a porta para mim carinhosamente e antes que eu entrasse me beijou levemente depois sorrindo correu  contornando o automóvel e sentou ao meu lado me puxando para perto falando:

- Vem!

Me aconcheguei em seu braço e vi o carro se movimentar, em poucos minutos estávamos nos movimentando, logo percebi que estávamos tomando a direção de La Push, onde iriamos? A casa de Becca? Não, essa ideia logo foi descartada quando passamos direto por ela.

Ao perceber meu movimento quando passamos direto ele comentou:

- Tenho um lugar melhor para irmos.

- Onde? – perguntei sorrindo  e então minha cabeça se lembrou de um lugar, um lugar que costumávamos usar para brincar quando eu vinha a La Push com ele, o lugar favorito de Jake que se transformara em meu também, ficava depois da praia, no meio das árvores, nós tínhamos feito uma pequena cabana com madeira velha, contando com a ajuda do avô dele mas aquilo já devia estar no chão a muito tempo, não, com certeza eu devia estar enganada, aquilo não existe mais.

Mas quando ele parou o carro perto da praia meu coração acelerou forte, sim nós estávamos indo em direção a “nossa casa”, como nós a designamos, “nosso refugio”, o lugar onde ninguém nos importunava, onde vivemos momentos muito felizes.

Observei o rosto de Jake, ele estava tranquilo fechando o vidro da janela do carro, não percebeu que eu notara onde estávamos indo.

- Espere. – sua voz era tranquila e serena e um leve sorriso apareceu . – vou dar a volta e abrir a porta.

Rápido e encantador fez isso, abriu a porta para mim e me enlaçou pela cintura assim que sai do carro, observando-o bem perguntei:

- Estamos indo para a “nossa casa”?

Seus olhos ficaram fixos nos meus, totalmente carinhosos antes de falar:

- Achei que você não ia lembrar.

Sorri também sentindo as mãos dele me puxarem para mais perto e comentei:

- Posso ter colocado tudo que se relaciona com você em um lugar escondido da minha mente e do meu coração, mas cada vez mais essas lembranças saem dos seus esconderijos.

Seus lábios estavam colados nos meus quando falou:

- Pois eu lembro de tudo, de cada detalhe, e vou fazer você lembrar também, de cada um deles, pois todos fazem parte da nossa historia Bells,  quero que você tenha todos em mente para contarmos aos nossos filhos.

Não pude responder, seus lábios já estavam sobre os meus num beijo morno e doce que como sempre foi se aprofundando, se modificando e quando ele se afastou eu estava totalmente sem ar, Jake falou num sussurro com a voz travada:

- Vem comigo. – ele levemente se soltou da minha cintura e passou a mão na minha segurando com firmeza me trazendo para perto e fomos em direção ao nosso lugar favorito.

O trajeto não era longo, mas também não era fácil de ser percorrido, havia muitos troncos caídos e sujeira, eu lembrava que para nos era sempre divertido fazer isso, era como se estivéssemos em um lugar onde ninguém conseguiria chegar, mas agora era diferente, me mantive presa a ele tentando não cair, já não tinha a tranquilidade de uma menina de dez anos, sorri ao pensar nisso, agora era uma adulta que caminhava lentamente ao lado de seu melhor amigo e ao mesmo tempo único homem que já amei.

De repente, depois que passamos por uma grande árvore meus olhos viram o brilho de luz, era isso mesmo, luz? Movi a cabeça e vi que a pequena casa ainda estava lá, totalmente iluminada, a janela pequena aberta aparecia de longe brilhando como o sol, senti meu coração pulsar forte e a mão de Jake apertar a minha.

- Nossa casa! – falou baixo num sussurro.

A medida que nos aproximávamos ouvi um som leve e romantico, era uma musica, a letra dizia:

Estou aqui sem você amor

Mas você continua em minha mente solitária

Eu penso em você amor

E sonho com você o tempo todo

Estou aqui sem você

Mas você continua comigo nos meus sonhos

E esta noite só existe você e eu.

Sorri e me aproximei dele sentindo que esta seria nossa noite perfeita.  Jake se moveu um pouco e parou a minha frente, de costas para a luz, sua silhueta marcada pela iluminação que vinha da pequena casa falando:

- Seja bem vinda ao nosso refugio amor. – me puxou e colou o corpo no meu me abraçando com força e então pude ver bem a velha casinha. Estava em ótimo estado, parecendo muito melhor do que eu imaginara, e sem me conter falei:

- Enquanto vínhamos para cá pensei que esta casa deveria estar no chão, afinal foram duas crianças que a construíram com material velho.

Passei a mão pela porta onde estavam nossos nomes escritos com uma caneta velha e me abaixando um pouco entrei.  Lá dentro o chão estava coberto por uma manta grossa e  havia muitas almofadas espalhadas por todos os lados, pendurados na parede pequenos castiçais de vidro tinham velas que iluminavam totalmente o ambiente, num canto, apertadinha uma mesa pequena com flores e uma garrafa de champanhe no gelo.

Logo ouvi a voz de Jake falando:

- Tenho vindo aqui sempre que posso, não ia deixar que ela desabasse, era importante demais para mim. Gostou?

Mal consegui responder, meus olhos estavam encantados com o cuidado que ele tivera com tudo, com cada detalhe, e só então reparei em algumas fotos que estavam fixas na parede de madeira velha, eram nossas, quando vinhamos a La Push juntos, na praia, na velha casa vermelha que agora não existe mais, senti que ia chorar e respondi:

- Está perfeita!

A voz dele surgiu macia:

- Lembra a ultima vez que estivemos aqui?

Me Virei a tempo de ve-lo entrando na casa,  ocupando um espaço enorme e mostrei que não lembrava, sua voz logo foi ouvida clara e tranquila, mas seus olhos estavam perdidos nas lembranças, lembranças que a medida que ele falava voltavam claras e limpas como se estivessem acontecendo:

- Foi naquele verão, antes da nossa ida para o colégio, antes do  maldito incidente com a moto, nós viemos para cá brincar e trouxemos...

- Os sacos de dormir.  –  completei e nos vi sentados num canto jogando cartas e rindo, a casinha toda fechada, apenas a luz da lanterna de Jake perto de nós iluminava o ambiente. Ele sorria e me olhava debochado pq eu tinha perdido novamente, e eu queria uma revanche, que ele negava, ameacei ir embora e só então fui atendida.

- Você estava com medo lembra? – a voz dele me tirou de meus pensamentos, era verdade, eu estava morrendo de medo, era noite e havia muitos sons ali.

- E aí você me chamou para o seu saco de dormir.  –  falei sentindo meu coração acelerar como naquela noite e ele sorriu de leve antes de continuar:

- E você não aceitou mas encostou seu saco no meu. – seus olhos me observavam detidamente com amor. -  Ficou quieta e dormiu logo depois.

- Me sentia segura com você. – confessei baixinho e ele se aproximou de mim e me puxou para sentar perto dele, recostada em uma almofada e continuou:

- Eu já sabia o que você significava para mim. - confessou -  Passei um longo tempo pensando que aquele era o momento certo, a hora que eu estava esperando para contar, mas você dormiu e fiquei um tempo perto sentindo o aroma do seu cabelo e não falei nada.

Senti meus olhos cheios de lagrimas por ouvi-lo falar com tanta clareza de seus sentimentos e me aproximei enquanto ele continuava:

- Vendo você aqui, comigo, agora...muitas vezes vim aqui sozinho, sentei no chão e imaginei que um dia isto iria acontecer. – a voz rouca parecia estar ainda mais sonora, suspirei forte sentindo o aroma amadeirado que vinha dele e ouvi: - Eu sabia que você me amava.

Sim ele sabia, pensei, eu não sabia, mas ele sabia, tinha mais clareza e conhecimento de mim do que eu, sua mão grande e quente afagou meu rosto secando a lagrima que escorrera e depois muito perto de mim perguntou:

- Bella! – sua voz agora era decidida, firme, mas ao mesmo tempo carinhosa assim como seu olhar, travei a respiração e esperei, com um leve sorriso no rosto ele perguntou:  -  Você quer ficar comigo no meu saco de dormir o resto da sua vida?


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Notas finais do capítulo

Beijos Jessy, Angel e Patricia!!!!



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