Acordei com uma sensação gostosa pela manhã, aquela sensação que bate quando  se está feliz, que nos alivia de tudo de ruim que possa ter acontecido conosco, levantei e fui até a janela, por mais que interiormente meu coração estivesse leve e extremamente feliz, o clima não parecia se sentir igual, o céu estava fechado, e uma chuva fina e fria caia com insistência, as árvores estavam totalmente envoltas em um neblina cinza que umedecera o vidro da janela e com certeza fizera o clima mudar, deveria estar um friozinho gostoso lá fora.

 Olhei o relógio e me assustei, já não era cedo, corri em direção ao banheiro e tomei um longo banho morno, e ao me vestir busquei roupas mais quentes e calcei um tênis.

Assim que sai do quarto topei com minha mãe e contrariando minha expectativa, ela me sorriu e passou dando bom dia, ia em direção ao seu quarto, fiquei surpresa pelo fato, mas não me pronunciei, desci rapidamente, Jake já devia estar a minha espera, e na cozinha, como eu esperava lá estava ele, sentado a mesa conversando com Ana, assim que entrei ela falou:

- Aí esta quem você esperava. – sorrindo e me olhando bem.

 Quando me viu, Jake abriu seu imenso sorriso perfeito e veio para perto cochichando no meu ouvido:

- Não aguentava mais de saudade! – e logo depois veio sobre meus lábios, mal tive tempo para lhe falar qualquer coisa e já estava presa a ele por seus braços fortes, assim que  me soltou olhei para ele sorrindo e comentei baixinho:

- Sonhei com você.

- Eu sempre sonho com você...mas agora meus sonhos são reais, e confesso que estes são bem melhores.  –  seus olhos estavam ligados em mim, me esqueci completamente de Ana que  falou em tom de risada:

- Vocês vão comer alguma coisa?

Jake logo respondeu que já tinha tomado um café, e me puxando falou:

- Mas esta moça ainda não comeu nada Ana, veja alguma coisa para ela.

- Você vai se atrasar por minha causa? – perguntei preocupada com o horário dele.

- Embry e eu não marcamos bem um horário, e depois eu espero pq quero que você vá comigo. – sua voz era determinada e seu olhar firme, me confirmando que esse era realmente seu desejo.

Sentei feliz e tomei meu café conversando com eles, Jake sentado ao meu lado acariciava  meu pescoço com a ponta dos dedos me fazendo arrepiar e quase engasgar com o café. Quando finalmente terminei , surpreendentemente  sem ter engasgado uma única vez, saímos, mas  não de moto, pq o dia não permitia, fomos no carro de Billy, quando sentei no banco do carona ele me puxou para perto e me manteve colada nele durante todo o trajeto, em silencio, acariciando meu braço e me fazendo suspirar toda vez que beijava minha cabeça.

De repente ele falou, parecia pensativo, acho  que estivera pensando  sobre isso nos últimos minutos:

- Acho que posso deixar o Embry com o Jared para verem  e conferirem tudo, aí posso ficar com você.

Fiquei olhando para ele seria e comentei:

- Tudo o que eu queria era ficar com você, mas não quero atrapalhar. – falei baixinho.

- Você naõ atrapalha e eu quero ficar contigo também.  –  falou me apertando contra ele, senti meu peito inflar feliz, e sorri, mas não queria atrapalhar por isso quando chegamos, garanti a ele que deveria fazer tudo o que tinha programado, que eu esperaria  com Becca.

Por falar em Becca, ela saiu de casa quando estávamos nos despedindo e assim que nos viu  sorriu e veio falar conosco como se já soubesse o que estava acontecendo, sorriu para mim e se aproximou enquanto Jake me abraçava por tras, feliz  aceitei o abraço dele enquanto Becca nos olhava com uma expressão encantada no rosto, e me beijava.

- Venha! –  ela falou me chamando, assim que expliquei que ficaria na casa dela enquanto Jake ia acertar suas coisas para a mecânica com Embry,  e dando um ultimo beijo em Jacob fui em direção a casa, não dando a ele a chance de reclamar.

Ele ficou parado até que eu entrasse e me atirou um beijo, logo depois virou as costas e entrou no carro, fiquei observando-o se afastar suspirando desejando que não demorasse.

Tão logo  entrei vi a pequena Sarah no carrinho, perto do sofá, na sala e perguntei por Rachel.

- Saiu com Paul. - afirmou,  e logo depois me esclareceu: - Ele é namorado dela.

Lembrava pouco de Paul, mas pelo que lembrava,  ele e Jake não se davam muito bem, o garoto era brigão quando éramos  crianças, mas como estava adulto agora, talvez estivesse diferente, pensei e sorri sentando perto do carrinho, olhando a pequena  que dormia tranquila, o rosto suave estava mais redondo, o nariz era uma pequena bolinha no meio do rosto, as maõs muito apertadas deixavam os dedos quase brancos.

Deliciada por  aquela imagem linda e doce  ouvi Becca comentar que ela estava mamando bem, e as noites estavam sendo calmas, comentei que ficava feliz com isso e acariciei os dedinhos pequenos e então ouvi a pergunta:

- Quando você e Jake se acertaram?

Sorri encabulada e falei:

- Naquele dia em que vim para visitar você.

Ela não me pareceu surpresa mas comentou:

- Percebi que vocês não estavam bem aquele dia, não achei que vocês iriam se acertar finalmente. – suspirou e continuou me olhando -  Jake estava tão triste e calado, achei que Rachel e eu pensamos que vocês tinham brigado.  Rachel chegou a comentar que agora nosso irmão iria embora de vez, era o que ele tinha dito que faria. – seu tom de voz não tinha nenhum tom de recriminação.

Senti meu coração doer diante desta constatação e falei:

- Um bilhete nos ajudou, nós brigamos muito aquele dia. – confessei sentindo as lagrimas nos olhos. – Mas quando li o bilhete que ele escreveu a tantos anos, meu coração ficou tão feliz Becca! – ela parecia feliz em me ouvir falar isso e os olhos dela caíram sobre mim carinhosos.

- Aquele bilhete! Nossa aquilo causou briga quando ele chegou de La Push e descobriu que Rachel não tinha dado a você.

- Se eu tivesse pegado aquele bilhete naquela época, acho que as coisas seriam diferentes, ou não, mas não foi culpa da Rachel, eu que não quis falar com ninguém. – suspirei falando a ela como  me sentira na época - Estava muito triste porque Jake tinha ido embora sem se despedir.

Ela sentou perto de mim

- Ele ficou furioso num primeiro momento, depois começou a caminhar por lá, sem falar com ninguém, principalmente com papai e Rachel, os considerava culpados de tudo, e quando foi embora ainda estava bravo.

Tentei mostrar a Becca que tudo o que aconteceu foi uma total falta de sorte, uma confusão grande, ela concordou mas falou:

- Mas você conhece Jake, ele ficou muito bravo, nada o fazia entender o que acontecera, e depois, no outro verão vocês não se encontraram, aí foi pior.

Lembrei de mim mesma e confessei tentando mostrar a ela que para mim também não fora fácil:

- Lembro de ter ficado muito triste quando cheguei aqui e ele nao estava. - essas lembranças lentamente voltavam, eu as tinha escondido, e elas surgiam, me mostrando como eu realmente me sentira sobre Jake. – Mas isso agora é passado. Tudo o que eu quero é ser feliz e faze-lo feliz. – conclui e ela levantou as mãos falando:

- Ainda bem, Jake jamais se perdoaria, nem nos perdoaria  se você tivesse casado com Edward sem saber o que ele sentia.

Fechei os olhos pensando no quão idiota eu fui e falei isso a Becca, mas ela logo disse:

- Como você disse é passado, vamos apagar isso. E adorei ver vocês juntos, o  jeito de vocês, dá para perceber que  estão muito felizes...isso que importa. – sua voz era suave.

- É, isso que importa. - repeti acariciando o bracinho de Sarah.

Becca então se dirigiu para a cozinha, preparar o almoço para o marido que chegaria logo, tentei  ajuda-la, principalmente quando a pequena chorou querendo mamar,  e quando  precisou trocar as fraldas também, ela estava totalmente tranquila com a maternidade, e era muito carinhosa com a filha.

Jake chegou antes de Peter, o marido de Becca, chegar, sentou perto de mim no sofá, sorrindo, me surpreendendo ,  me beijando,  e sorrindo falou:

- Como foi sua manhã?

- Ótima! – confessei

Ele me olhou bem e perguntou:

- Não sentiu minha falta?

Segurei seu belo rosto entre as mãos olhando bem os olhos pequenos e escuros que me encaravam cheios de amor e falei:

- Sempre sinto sua falta, mas hoje, tinha alguem especial aqui comigo. – e mostrei a pequena que dormia e ele não pareceu se comover, fez beiço e continuou:

- Pensei que você ia sentir tanta saudade de mim quanto eu sinto quando não estou com você. - seu tom era de queixa.

Ri alto e o abracei, ele me puxou para perto  acariciando meu rosto, nesse momento ouvimos a porta da casa se abrir, era Peter, assim que nos viu daquela forma ele mostrou sua surpresa no rosto, mas Becca não permitiu que ele fizesse qualquer comentário, o puxou falando:

- Jake e Bella vieram nos visitar.

- Oi Jake. -  ele falou baixinho  - Tudo bem Bella?

- Tudo bem e você?

Ele fez um gesto com a cabeça e sorriu, depois abraçando a esposa a beijou, eles tinham tanto carinho um com o outro, fiquei encantada em ve-los  dessa forma. Desviei os olhos e vi Jake me olhando e sorrindo com uma expressão feliz no rosto e logo seus lábios vieram sobre os meus e ele falou  baixinho:

- Amo você.

- E eu a você. – confirmei.

Ficamos ali por mais alguns momentos, juntos, paparicando a pequena Sarah até que Becca nos chamou para almoçar, almoço esse que estava delicioso, Jake comeu muito, assim como o Peter,  depois demos um jeito na cozinha, enquanto Jake e Peter conversavam. Assim que terminamos me sentei ao lado de Jake no sofá e ele passou o braço me puxando para bem perto,  Becca foi para junto do marido,  ficamos conversando tranquilamente até o horário em que sairia, Rebecca foi com ele até a saída e depois voltou perguntando:

- Bells?

- Fale. 

- Você pode ficar com a Sarah por uma hora? Ela já mamou não vai querer nada agora.

Olhei a pequena no carrinho, ela dormia e sorri aceitando, apesar de me sentir insegura e Jake logo respondeu:

- Nós cuidamos.

Olhei para ele, pensei que ele iria voltar a fazer o que estivera fazendo com Embry.

- Só mais tarde. - foi a resposta. - Quero ficar um pouco com você. – não podia recusar a isso e sorrindo feliz aceitei.

Então sem se preocupar Becca foi, me deixando com ele e  a pequena, jake não perdeu tempo, sentou de frente para mim no sofá sorrindo, e me puxando para perto falou:

- Não consigo mais ficar muito tempo longe...já me basta esse tempo todo que ficamos longe.

Suspirei feliz e acaricie a mão que ele mantinha na minha cintura depois falei:

- Eu só penso em estar com você.

- Eu também. –sussurrou antes de me beijar, me olhando nos olhos, um beijo meigo e carinhoso, quente, que lentamente ia tomando conta e mim, me fazendo perder a noção de tudo, as mãos dele na minha nuca erguiam meu cabelo, me arrepiando inteira, e acariciavam minha pele, enquanto eu o mantinha muito perto puxando-o pelos ombros cada vez para mais perto. Foi então que ouvimos um leve resmungar, Jake se afastou depois que eu avisei:

- Sarah, Jake...

Olhamos e a pequena estava com os olhos abertos e fazendo caretas como se fosse chorar, Jake falou:

- Ah  Sarinha do tio, você não vai fazer isso agora né?

Tive que sorrir e me aproximei do carrinho embalando de leve, Jake se aproximou de mim e observou:

-Não está resolvendo.

Eu já tinha notado que a carinha dela parecia cada vez mais irritada e vermelha.

- Ela vai chorar. – conclui e a peguei no colo, levantei, caminhei um pouco, embalando enquanto Jake me olhava, recostado no sofá, com um sorriso perfeito no rosto, depois que ela silenciou tentei colocar no carro, novamente um resmungo, resolvi ficar com ela no colo, sentei ao lado de Jake que passou o braço sobre meu ombro e se aproximou beijando meu nariz e falou:

- Você já está se preparando para quando os nossos chegarem?

Olhei para ele, em parte assustada, em parte feliz com o comentário e ao perceber meu jeito ele sorriu e se aproximou mais continuando:

- Enquanto você caminhava com ela eu fiquei aqui sonhando, quando nós  estivermos assim, você, eu, e nossos filhos...- sua voz parecia querer saber o que e pensava e tentando mostrar que adorara a ideia   falei:

- Tenho certeza que serei muito feliz ao seu lado com um filho seu.

Jake sorriu e colou os lábios nos meus.

Ficamos abraçados, observando o rosto e o jeito da pequena Sarah que  nos olhava com seus delicados olhinhos escuros e finos, Jake mexia em suas mãozinhas  carinhosamente, observei encantada as mãos enormes perto daqueles dedinhos finos e delicados, recostado em mim, com a cabeça sobre o meu ombro,  podia ouvir o som do seu sorriso e imaginava o quanto ele estava feliz naquele momento, era uma sensação muito gostosa aquela de estar assim junto dele.

Quando percebi que Sarah estava mais tranquila, pensei em coloca-la no carro outra vez, Becca não queria que a pequena ficasse baldosa por colo e eu não queria ser a responsável por isso, mas assim que me movi na tentativa de fazer isso, Jake comentou fazendo uma careta:

- Você está sentindo?

- O que? – perguntei e logo percebi do que ele falava.

- Ela está com a fralda suja. – falou tranquilo  me olhando, observei Sarah assustada, um choro eu sabia, ou tinha ideia de como resolver, mas trocar fraldas? De uma criança tão pequena! Olhei para Jake pedindo socorro e ele logo falou:

- Eu nunca fiz isso Bells! – seu olhar era brincalhão, ele parecia estar se divertindo com a situação e eu apavorada confirmei:
- Nem eu, mas não vamos poder deixa-la assim até que Becca volte. – ela poderia ficar assada se a irmã de Jake demorasse muito.

- Então vamos mudar a fralda. – ele concluiu levantando e me oferecendo a mão.

Sorri  olhando para a pequena que estava totalmente alheia ao nosso problema e falei:

- Minha querida, vamos lá.

Levantei  e tomei a direção do quarto dela seguida por Jake, demos então o inicio a busca do que acreditávamos ser necessário para fazer essa tarefa. Na gaveta da cômoda encontramos fraldas, lenços e um creme protetor, sobre o aparador  estofado estendi uma toalha e a deitei, desenrolando-a com calma, Jake parado ao meu lado dava apoio moral enquanto sorria,

 abri o tip top com cuidado e vi  as pernas gordinhas se movimentarem agitadas e uma fralda suja que eu precisava retirar, sem pensar muito puxei as fitas e abri a fralda, a coisa estava mais tranquila do que imaginei, mas eu não tinha muito jeito, com cuidado extremo, retirei a fralda e a passei para Jake que me olhou assustado perguntando:

- Onde eu coloco isso?

- No banheiro. – falei rindo do jeito dele todo atrapalhado e logo depois comentei:

- Se você pretende ser o pai dos meus filhos é bom ir fazendo um intensivo com a Sarah, porque vou querer ajuda. – ele riu alto e antes de sair para o banheiro me beijou.

Tão logo ele se afastou, passei a fazer a limpeza , em poucos minutos estava quase tudo pronto, quando Jake voltou eu já colocara a fralda e estava me preparando para fechar o tip top, rimos um para o outro, de todas as nossas aventuras juntos essa estava sendo uma das mais engraçadas, assim que terminei ele me puxou pela cintura e me beijou intensamente, ao me largar ficou me olhando nos olhos e sorrindo levemente, fazendo meu coração disparar, a voz rouca saiu baixinha e doce:

- Eu sempre soube que você era especial... especialmente feita para mim, nunca duvidei que nós somos um do outro, mas depois daquele dia, a cada momento, tenho mais certeza que você é a única capaz de me fazer feliz. Eu te amo!

Fechei meus olhos adorando ouvir cada uma daquela s palavras doces que faziam meu coração balançar, bater como um tambor no peito, despertando o melhor de mim, esse era o poder dele, o de fazer despertar dentro de mim tudo o que tenho de melhor.

Retornamos para a sala onde voltei a deitar a pequena no seu carrinho e sentamos outra vez juntos no sofá, abraçados, Jake passara a mão pela minha cintura e me mantinha colada a ele, e então um assunto que fora tratado como brincadeira até aquele momento de repente virou assunto sério:

- Quando nos casarmos você quer morar onde? – a voz dele era tranquila e tão logo falou me virou de frente, me encarando, sorri e tentei responder de forma serena:

- Gosto daqui, mas acho que queria ficar mais perto de meus pais.

- Em Forks?

- Pode ser. Onde você quer morar?

- Tanto faz, em qualquer dos lugares não ficarei longe da mecânica, o  importante é estar junto de você.

Isso era uma verdade, e de repente percebi que estávamos tratando de um assunto importante com uma tranquilidade tão grande que parecia não ser algo que mudaria o ritmo das nossas vidas e sem esperar mais perguntei:

- Jake?

- Fale amor. – adorei ser chamada de amor e encarei seu sorriso encantador.

- Você quer mesmo isso? Quero dizer, você quer ficar comigo? Você não tem duvidas? – eu sabia como me sentia, mas ainda tinha medo que para ele fosse um sentimento infantil que ele guardou considerando importante, e que de repente descobriria que não era exatamente como pensou, mas sua voz saiu tão firme e decidida, seu olhar tão limpo e transparente me mostrando o que ele sentia e pensava que não tive mais um pingo de duvidas mesmo antes dele falar:

- Achei que já tinha demonstrado de todas as formas, em todas as situações. Eu te amo, e tudo o que eu mais quero é ficar com você, sempre... sempre.

Ele me puxou forte e firme para perto, colando nossos corpos, e ficou com o rosto muito perto do meu, me olhando diretamente nos olhos, sua respiração suave na minha pele, e continuou:

- Se você pudesse entrar em mim veria como me sinto em relação a você, que cada momento do dia eu penso em ti, em tudo que faço, em tudo o que digo, mesmo quando estou em situações diferentes, é como se estivéssemos conectados, ligados por uma linha invisível que é o meu amor. O nosso amor. – concluiu fazendo meus olhos se encherem de lágrimas, e delicadamente aproximou os lábios dos meus, roçando delicadamente a pele macia e quente na minha, fechei os olhos e me deixei levar pelas sensações que essa proximidade provocavam, mas o beijo não se aprofundou, Jake se afastou um pouquinho e perguntou:

- Você quer Bella? Quer ficar comigo pelo resto das nossas vidas?

Sorri ainda com os olhos fechados e conclui baixinho:

- É tudo o que eu mais quero, nunca mais me afastar de você, não da maneira que ficamos esses anos todos, porque sei que onde você for, eu vou com você, e você fica comigo onde eu estiver.

Ele sorriu abertamente apesar de seus olhos estarem tão sérios me mostrando o quanto aquilo significava para ele.

- Sempre, você sempre está aqui, - ele puxou minha mão e colocou sobre o peito dele, senti o coração batendo forte contra minha mão e depois a levou a sua cabeça concluindo – e aqui, onde quer que eu vá, ou o que quer que eu esteja fazendo.

Sorrimos juntos e imediatamente colamos nossos lábios.

Nesse momento ouvi um som de vozes e me afastei um pouquinho encarando seus olhos que me olhavam penetrantes, diretos, e a porta se abriu, era Rachel e Paul. Ao me ver ela sorriu e veio me cumprimentar:

- Oi Bella! – mas assim que cruzou para a frente do sofá finalmente viu que Jake e eu estávamos juntos, de mãos dadas, e que minha perna estava sobre a dele, seus olhos curiosos caíram sobre o irmão e o comentário não foi deixado para depois:

 - Jake! Você não me falou nada que tinha resolvido tudo com ela!

- Isso não era da sua conta. – ele falou serio e Rachel lhe deu um tapinha no ombro e se dirigindo a mim falou sorrindo: - Que bom Bella, agora sim posso chamar você de cunhada. - adorei o comentário, sim agora eu era sua cunhada, e de Becca também, e Sarah podia ser considerada minha sobrinha,.

- Sim! – concordei e ela veio sobre mim sorrindo e me abraçou, depois, me reapresentou a Paul, não me surpreendi com o jeito e o sorriso dele, eles todos tinham aquele jeito alegre e sorridente, mas o rapaz ainda guardava a mesma expressão de que me lembrava, um ar debochado e irritado que provocava Jake.

Assim que fomos reapresentados, ouvi ele cumprimentar Jake, que entre dentes falou:

- Tudo certo contigo Paul?

- Tudo. – e logo depois emendou: - Embry está esperando por você, disse que você já atrasou de manhã e que já estava atrasado novamente.

Olhei para o rosto de Jacob e percebi que o comentário o irritou, logo isso saiu por sua boca:

- Ele não tem nada para fazer, pode me esperar um pouco.

Segurei seu braço sorrindo e falei:

- Vai, vocês tem coisas para fazer, não vim para te atrapalhar.

E ao mesmo tempo ouvi a voz de Rachel recriminando o namorado:

- Você não consegue ficar de boca fechada?

Ele fez um gesto com os ombros que me fez rir baixinho, mas Jake ainda estava irritado, e isso eu não queria, me aproximei e beijei de leve seus lábios falando:

- Vai amor, te espero aqui, com a Rachel e com a Sarah.

Ainda irritado ele ficou em pé, fuzilou Paul que parecia totalmente tranquilo com o que falara e me dando um beijo me puxou pela mão até a porta, ficamos mais alguns minutos ali, na área da casa, conversando, abraçados, não tinha jeito, tudo era motivo para ficarmos próximos, respirei fundo e falei:

- Vai de uma vez...ou vai acabar não indo e a culpa será minha.

Ele ergueu a cabeça num gesto irritado e me apertou mais, depois falou:

- Já volto.

- Vou contar os segundos. – falei sorrindo ao ver a expressão que ele fazia com o rosto, como quem implora, e com a mão apontei falando novamente: - Vai.

Ele voltou me apertou contra ele me erguendo do chão e me beijando, tão rápido quanto veio foi, me deixando com o coração aos pulos e um gosto doce na boca.

A tarde não passou tão rápido quanto eu queria, Rachel e eu conversamos bastante depois que Paul foi embora, Becca chegou e se surpreendeu quando contei que Jacob e eu tínhamos trocado a fralda de Sarah, dizendo que gostaria de ter visto isso.

Quando Jake finalmente voltou a tarde já se fora, e começava a ficar escuro, nos despedimos das garotas e fomos para casa, abraçados e lentamente, ele parecia especialmente tranquilo e quando sua voz soou me confirmou isso:

- Nem acredito que tudo está se acertando finalmente. O material para a mecânica chegou certinho, o negocio com o galpão está praticamente certo, e o principal, você está aqui comigo, nada disso teria importância se você não estivesse assim ao meu lado.

Suspirei feliz e apertei meu braço no dele recostando minha cabeça em seu ombro e ele continuou:

- Assim que tudo isso estiver certo, resolvido, eu vou falar com Charlie. – apesar de ser uma afirmação, ela me soou como que um pedido de autorização e tratei de confirmar:

- Quero estar junto com você quando  fizer isso.

A mão dele na minha cintura se apertou me puxando para perto e sorri.

- Não vejo a hora disso se resolver e não precisar mais deixar você em casa, ir para a casa de Billy e ficar na varanda olhando sua janela louco para estar lá.

Fechei meus olhos feliz, com meu coração batendo forte e comentei:

- Nem eu.

Ficamos outra vez em silencio, aconchegados um no outro, o carro corria tranquilamente na estrada úmida pela chuva que caira o dia todo, um clima gostoso e aconchegante se abateu em mim, quase adormeci assim, colada nele, sentindo sua respiração tranquila e sua mão afagar meu braço.

Chegamos em casa e ficamos com Billy, na realidade jantamos com ele, conversando e lembrando de coisas que fazíamos e que deixavam nossos pais doidos, ri muitas vezes dos comentários do amigo de meu pai, ele parecia feliz com minha presença e por me ver junto do seu filho. Isso se confirmou em um momento que ficamos sozinhos:

- É bom ver você e Jake juntos. – falou me olhando bem - Rachel mais de uma vez me falou que vocês se gostavam, mas eu sempre achei que era mais coisa de amigos aquela ligação toda, entretanto, eu estava errado e estou feliz por isso. Ao ver vocês assim, juntos, percebo que se amam. É bom ver meu filho feliz.

- Obrigada Billy. – falei me aproximando e passando o braço sobre o ombro dele lembrando de quando era criança e ficava assim perto conversando com o amigo de meu pai, não foram poucas as vezes em que usufrui de seu colo, eu em uma perna e Jake na outra. Billy era um pai muito amoroso.

Jake retornou e me olhou surpreso por estar assim tão próxima de seu pai, sorri e comentei:

- Ele também é um pouco meu pai.

- Sim, afinal agora você será a nora dele, nada mais justo. – e me puxando para perto me abraçou sorrindo, Billy também riu e pedindo licença se retirou dizendo que precisava descansar.

Fomos para a área, a chuva se fora, mas estava  um ar úmido na rua, sentamos abraçados no banco e Jake foi logo falando:

- Amanhã vou para Forks acertar os últimos detalhes da compra do galpão, mas volto cedo, aí poderíamos fazer alguma coisa, só nós dois. O que acha?

Recostei minha cabeça no peito dele e falei suspirando:

- O que você quiser fazer...desde que estejamos juntos.

Ouvi o som do sorriso dele e seu peito inflar numa respiração longa enquanto seu braço me apertava mais contra ele.

- Vou organizar alguma coisa, fique preparada.

Me aconcheguei mais sentindo seu coração bater forte e fechei os olhos, a mão dele caminhava nas minhas costas, e a cabeça estava recostada na minha, ficamos assim juntos por um bom tempo, estava tão feliz que desejava que o tempo parasse para poder aproveitar melhor cada segundo, mas ao lembrar do que ele falara resolvi voltar para casa, já era bem tarde. Contrariada me afastei um pouquinho e encarei seus olhos doces e escuros que me olhavam com amor, sorri e falei baixinho:

- Já vou.

Ele não falou nada, apenas me puxou para perto, me olhando direto nos olhos e eu emendei:

- É tarde Jake.

Então ouvi um pedido sussurrado, feito com a boca, com os olhos, com as mãos:

- Passe a noite aqui em casa, no quarto de Rachel, assim poderemos ficar mais tempo juntos.

Que proposta tentadora, pensei sonhadora, mas se Renee imaginasse isso seria uma confusão total, contrariada tive que recusar:

- Não posso! Renee  nos mataria aos poucos, cruelmente, e quero ficar bem viva para poder aproveitar nosso amor.

Jake sorriu e fechou os olhos antes de falar:

- Me convenceu...apesar de eu ainda querer que você fique aqui comigo mais do que qualquer outra coisa.

Sem outra alternativa fomos de mãos dadas até minha casa que já estava em completo silencio, retirei a chave da bolsa e abri a porta, Jake ficou parado ao meu lado e quando me virei,  me abraçou forte e colou os lábios nos meus, quase me sufocando num beijo quente e apaixonado e quando se afastou falou sorrindo:

- Durma bem amor!

- Você também. Eu te amo!

- E eu amo você! – um ultimo selinho e entrei em casa me sentindo leve e a cada momento mais feliz, subi os degraus até meu quarto correndo como uma criança para ve-lo voltar para casa, mas quando abri as cortinas Jacob já atravessava o caminho das árvores, suspirei e fui para o banheiro, tomar um banho morno e dormir.

Na manhã seguinte acordei mais tarde um pouco, o dia estava melhor, a chuva se fora, mas ainda estava úmido, desci e encontrei Ana na cozinha junto com minha mãe. Elas conversavam animadas, Renee me cumprimentou sorrindo e eu imaginei o pq da mudança de atitude de minha mãe, mas não perguntei, só esperava que ela não pretendesse arrumar uma maneira de me fazer voltar para Edward  pq isso eu não pretendia fazer de maneira alguma.

Tomei um lanche e fui para meu quarto, imaginando o que Jake prepararia para fazermos, mas mal tive tempo de ficar ali por muito tempo, logo ouvi o som da moto e corri para a janela, ele chegara finalmente. Sem pensar duas vezes desci correndo, no caminho topei com meu pai e beijei seu rosto carinhosamente e ouvi um comentário:

- É bom ser feliz!

- É ótimo pai, eu te amo!

- Também te amo! – ele gritou antes que eu cruzasse a porta e atravessasse o jardim correndo em direção a casa de Billy.

Mas quando cheguei lá, me deparei com um Jacob serio e irritado, assim que me viu atravessar a porta ele sorriu, mas eu pude ver a ruga em sua testa, alguma coisa acontecera e fui logo perguntando quando ele me abraçou com força:

- O que houve?

Sem fazer rodeios ele me encarou e falou:

- O galpão foi vendido, e o novo dono quer o dobro do valor que iriamos pagar por ele.

Tomei um susto, me afastei um pouco mais vendo a expressão seria no rosto dele, isso ainda não era o fim, perguntei então:

- Mas o negocio não estava praticamente todo acertado? – ele sorriu de leve e me segurou firme como se tivesse medo que eu fugisse e falou:

- A pessoa pagou mais do que nós pagaríamos. O dono aceitou na hora.

- Quem fez isso? – perguntei achando que não ia gostar da resposta.

Sem fazer rodeios ele falou:

- Edward.

Meu coração travou por alguns segundos, lembrei de minha mãe, de seu sorriso, do seu jeito e cheguei a conclusão de que ela sabia, tinha pleno conhecimento de tudo, tentei me libertar dos braços de Jake, mas ele me olhava firme e me segurava mais firme ainda e logo falou:

- Isso não muda nada! Eles querem nos pressionar Bells, eu não vou permitir, você entende? Não vou permitir que ninguém se coloque entre nós.

Havia certeza e segurança em sua voz e em seus olhos, senti  a irritação levemente se dissipar e o abracei com força falando:

- Eu amo você! Nada mudará isso.

- Eu também te amo, você é muito importante para mim, mais importante que qualquer coisa. Nunca esqueça disso.