CAPITULO 20

- Está aqui o seu passaporte, Kurosaki-san. - disse Urahara entregando o papel a Ichigo, que o recebeu com uma cara não muito feliz. - Viajaremos hoje pela madrugada.
- Hoje!? - exclamou o ruivo – Mas eu pensei que fossemos amanhã pela madrugada.
- Eu achei melhor irmos hoje, pra não demorar muito a nossa volta. - explicou calmamente abrindo o seu leque – Você não acha melhor assim?
- Tá, tá. - por um lado era né? Assim ele não iria demorar muito; mas hoje iria convidar a Rukia pra sair durante a noite... Era melhor falar com ela para irem mais cedo. - Eu tenho que sair um pouco, Urahara. - se levantou da mesa guardando o documento no bolso.
- Posso saber aonde você vai? - indagou Urahara andando atrás dele.
- Não é da sua conta. - respondeu mau-humorado – Mas pelo menos posso dizer que não vou sair daqui. - passou a mão pelos cabelos dando um suspiro.
- Oh! Que interessante... - deu um leve sorriso. Ichigo o olhou do canto do olho desconfiado, teria que tomar cuidado com a intuição de Urahara. Será que... - Então eu vou com você, preciso...
- NADA DISSO!

~o~o~o~

- Byakuya-sama? - Rukia ainda permanecia espantada – O q-que faz aqui?
- Vim ver como está o andamento da próxima revista. - observava alguns papéis sobe a mesa - Mas antes de ir falar com o Kisuke, resolvi vir aqui... – a olhou seriamente erguendo uma sobrancelha – Algum problema?
- N-Não, claro que não! - disse rapidamente; ficou meio desconcertada com a pergunta. Não havia problema ele está ali. O problema era quem ele poderia encontrar...- Posso lhe garantir que está indo tudo bem com a “Kfashion” desse mês. - o melhor era desviar o assunto – Estou me esforçando ao máximo. - isso era verdade.

- Hum... Isso é bom. - continuava sério - A propósito... Ginrei-sama recebeu a revista ao qual você foi a capa.
- Sério!? - arregalou os olhos ficando com uma expressão curiosa – E o que ele achou?
- Na verdade... - deu um passo a frente se aproximando dela um pouco – Ele ficou muito contente com o seu desempenho. Até informou a possibilidade de vir fazer uma viajem para nos visitar.
- Ah que bom! - uma expressão de alegria invadiu o rosto de Rukia – Não acredito que irei rever o vovô Ginrei. Estou tão ansiosa. - os seus olhos tinham um brilho diferente naquele momento; afinal, estava sentindo falta do seu “vovô”.
- Eu também. - completou o Kuchiki no seu tom de sempre, sem mostrar muita exaltação, apesar de compartilhar a mesma felicidade. Mas fazer o que? Era o jeito dele.
- Muito obrigado por tudo, Byakuya-sama – disse Rukia abaixando a cabeça. Não poderia negar que muitas coisas que aconteceram em sua vida, eram graças a ajuda que recebeu de Byakuya. Não estaria ali se não fosse por ele; não teria dado a “volta por cima”. Para ela, ele era como um... Sentiu a mão de Byakuya tocar o seu rosto o levantando.

O sorriso dela o contagiava, cada vez que a via sorrir, um certo sentimento lhe invadia. O que era? O que era aquela vontade de projete-la, dar a ela tudo o que merecia... O que era?

Ficaram se olhando por um certo momento. Rukia estava confusa com tal atitude, assim como ele também. Será que havia perdido o controle? Deveria deixar aquele sentimento diferente tomar conta de si? Deveria?

- Aconteceu alguma coisa, Byakuya-sama? - indagou a garota inocentemente, porém a resposta que recebeu foi os lábios de Kuchiki Byakuya tocando os seus.

~o~o~o~

Para onde poderiam ir? Será que Rukia estava afim de patinar hoje? Ou melhor, será que ela sabia patinar? Bem... Isso ele iria ver agora, mas provavelmente ela ia dizer que sabia, era a “sabidona” né!? - Sorriu ao pensar nisso.

Ao chegar perto da sala dela, viu que a porta estava semi-aberta. Com certeza estava trabalhando, ao contrário dele, ela era muito esforçada e responsável. Que sorte você tem em? Kurosaki Ichigo. Uma mulher bonita, responsável, única, e... fiel?

Arregalou os olhos espantado ao abrir levemente a porta e presenciando uma cena ao qual... Exitou dando um passo para traz com os olhos ainda surpresos pelo choque. Estaria louco? Estaria tendo alucinações? Rukia estava... com Kuchiki Byakuya? Não. Não podia acreditar!

Mas fazia sentido... Então era por isso que ela não queria contar ao Kuchiki sobre eles, não era? Como era imbecil. O que estava vendo era verdade, não poderia negar.

~o~o~o~

Rukia rapidamente empurrou Byakuya. Ficou assustada. O que estava acontecendo? Por acaso agora estava na moda lhe agarrem!?

- Rukia... - ficou meio desconcertado O que havia acontecido com o seu orgulho? - Rukia... - olhou para ela que tinha uma expressão de surpresa, poderia se explicar, não é? - Me perdo... - recebeu um tapa na cara. Rukia botou as mãos na boca logo depois, como pode fazer isso?

Byakuya a olhou seriamente. Franziu o cenho lhe lançando um olhar gélido pela primeira vez. Deu as costas a Rukia saindo da sala sem dizer nada.

~o~o~o~

“Imbecil. Burro. Idiota.” - era esses as palavras que vinham a sua mente naquele momento. Tudo fazia sentido agora. O fato dela demorar tanto a falar ao Kuchiki, o modo como ela o defendia... Tudo era mentira!

Será que ela queria dá o o troco? Afinal, ele havia enganado ela antes. “Um dia da caça, o outro do caçador” - era isso não é!?

Mas apesar daquela grande raiva está fluindo em seu peito, não poderia negar a dor que tentava reprimir. Como doía, o coração estava diminuindo, ficando apertado, espremido... A dor do amor doe na alma, já havia aprendido isso.

- Itysugo-sama. - disse Nell ao ver o patrão chegando – O senhor tem... - o olhou atentamente por que ele estava com aquela cara? - O senhor está bem?
- Estou Nell – respondeu friamente sem olha-la – Estou indo pegar as minhas coisas para ir embora. Cancele tudo por hoje, não quero receber ninguém.
- M-Mas Itysugo-sama, tem uma... - não pode completar a frase, já Ichigo bateu a porto na sua cara. Havia acontecido alguma coisa, ele nunca tinha feito isso com ela.

-

Ao entrar na sala, Ichigo pode ver que uma pessoa estava la dentro. Franziu o cenho, não estava nem um pouco paciente hoje.

- O que faz aqui, Inoue? - perguntou friamente – Não estou afim de receber ninguém, muito menos você. Acho que já deixei isso bem claro.
- Que grosseria, Kurosaki-kun? - se levantou da mesa, ao qual estava sentada, indo até ele – Por que você me trata desse jeito?
- Você sabe muito bem. - continuava sério – Vá embora. - ordenou.
- Pare de falar desse jeito comigo... - passou pelo ombro dele – Isso me deixa triste sabia? - falava com uma voz manhosa.
- Já disse para ir embora. - tirou os braços dela e lhe dando as costas.

- Aconteceu alguma coisa? - indagou erguendo uma sobrancelha – Você está chateado...
- Não aconteceu nada. - será que ela não poderia sair dali? Tava quase a tirando a força de lá.
- Não minta pra mim, eu lhe conheço Kurosaki-kun. - o abraçou pela cintura.
- Inoue, eu já disse...
- Eu posso lhe ajudar se quiser... - começou a beijar a nuca dele – Vamos relembrar os velhos tempos, que tal?

Ichigo não respondeu nada. Apesar da dor que estava sentindo, uma raiva ainda percorria o seu corpo. O fato de ter sido enganado. Será que ele poderia...?

- Feche a porta, Inoue.

~o~o~o~

- Ei Rangiku, cadê a Inoue? - indagou Renji enquanto arrumava o equipamento.
- Disque, ela foi ver o Ichigo. - passou a mão pelos cabelos.
- O Ichigo!? - arregalou os olhos – Hahahaha. Ela não tem jeito em!? Ainda não se conformo...
- É verdade. Só não estou rindo com você porque ela é minha amiga. - sorriu levemente – Mas ela tem que se conforma mesmo. Tem que fazer que nem eu, achar um cara lindo, educado, romântico...
- Você está falando daquele seu namorado esquisito? - a olhou incrédulo.
- Sim. O Gin é tudo isso mesmo. - cruzou os braços fazendo bico – O sorriso dele é lindo.
- O amor é cego mesmo... - murmurou voltando a atenção para o que estava fazendo antes – To precisando de um ajudante, isso dá muito trabalho.

~o~o~o~

Mais que coisa! Por que isso tinha que acontecer com ela? Tudo estava indo tão bem... Estava preparada para contar tudo a Byakuya e ele vem com uma atitude dessas. Droga! Só que será que ele ficou tão chateado assim por ela ter lhe dado um tapa? Aquele olhar... Ele nunca a havia olhado daquela maneira. Será que exagerou?

A verdade é que ele mereceu de certa forma, mas mesmo assim... Precisava falar com ele, precisava esclarecer as coisas, contar a verdade. Mas antes...

- Olá. - cumprimentou a secretária a sua frente – O Ichigo está? - Nell lhe lançou um olhar espantado a deixando meio confusa por tal atitude.
- N-Não. O Itysugo-sama já foi embora. - respondeu com a voz um pouco trêmula, mas que coisa. O Ichigo tava com aquela mulher até agora.
- Sério? Eu pensei que ele fosse mais tarde...
- Não. Ele teve que ir hoje por causa da viajem que ele vai fazer. - tentou sorrir pra disfarçar.
- Ah Claro. Havia me esquecido. - sorriu gentilmente – Então depois eu ligo pra ele. Obrigada. - deu as costas e foi embora, precisava resolver um assunto.

“Ufa!” - pensava Nell. O Ichigo lhe metia em cada uma... Com certeza ele iria pagar mais tarde.

~o~o~o~

- Kurosaki-kun, para onde você vai agora? - perguntou Inoue terminando de abotoar a camisa.
- Eu vou pra casa agora arrumar minhas coisas. - respondeu indiferente.
- Você vai viajar? - ele balançou a cabeça positivamente – Por que a gente não sai antes de você ir? - esboçou um leve sorriso.
- Não confunda as coisas, Inoue – começou a andar em direção a porta – O que a gente fez aqui, vai ficar aqui.
- Como? - o sorriso desapareceu de seu rosto.
- Você sabe o que eu penso... - abriu a porta. - Agora se me der licença.
- Espere! - aumentou o tom de voz – O que você pensa que...
- Foi você que veio me procurar, não tenho que lhe dá satisfação. - deu as costas a ela e saiu da sala.

~o~o~o~o~o~o~o~o~o~o~

- Boa noite, Rukia-sama. - disse o mordomo ao abrir a porta.
- Boa noite. - entrou e olhou em volta – Onde está Byakuya-sama?
- Kuchiki Byakuya-sama está na sala de sinuca jogando.
- Jogando? - murmurou. Droga! Uma vez Ginrei-sama havia lhe dito que Byakuya não era muito de jogar; mas quando o fazia, era porque estava chateado ou então estava confuso. Para ela, a primeira opção era a mais apropriada a situação – Vou falar com ele.

-

Ao abrir a porta e adentrar a sala, pode ver Byakuya jogando sinuca. Sua expressão estava séria e ele não mostrou nenhuma reação quando ela entrou, parecia que ela nem estava ali. Se aproximou lentamente da mesa, e a expressão não mudou, precisava dizer alguma coisa:

- Byakuya-sama eu...
- Só quero que me perdoe pelo o que aconteceu. - interrompeu ela sem olha-la – Não irá se repetir novamente.
- E-Eu sei que não, mas... - suspirou – Eu queria lhe pedir desculpas também pelo que fiz. Acho que exagerei, eu...
- Não precisa se explicar. Conheço o seu gênio, Rukia, sei o que deve ter sentido e ainda acho que foi o correto a se fazer. - ela o olhou surpresa, o que ele estava dizendo? - O fato é que eu confundi a nossa relação. - e essa era a verdade.

Enquanto estava jogando para esclarecer um pouco as idéias e tentar completar o quebra cabeça, pode ver que havia confundido as coisas. Rukia era muito especial para ele, não tinha argumentos contra isso, mas... Não chegando aquele ponto.

Quem diria... Um homem que sempre teve controle sobre os seus sentimentos e ações, agora confuso por causa de uma mulher. Novamente confuso por uma mulher. E ainda por cima, com a aparência dela. Por que essas mulheres de baixa estatura o perseguiam?

- Byakuya-sama eu só queria dizer que o senhor é muito importante para mim. - ele parou de jogar e a olhou atentamente – Você foi a pessoa que me ajudou e não me julgou pela aparência, você olhou além. Não sabe o quanto eu sou grata por isso e eu quero dizer que... Você é como um irmão que eu nunca tive. Minha família. - sorriu

- Rukia... - ficou comovido por tais palavras. Mas será que não era isso? Será que não a via como irmã e havia confundido as coisas? - Me desculpe novamente, eu não queria...
- Não precisa se desculpar. É meio estranho o senhor desse jeito, sabia? - Byakuya deu m leve sorriso.
- Se assim for da sua vontade, eu proponho que entre oficialmente na família Kuchiki. - deu de ombros.
- Como?
- Irei procurar lhe adotar como minha irmã se assim desejar... - poderia ser uma boa idéia não era? Afinal de contas, ela era a sua única companhia também.

Permaneceram em silêncio por um momento. Seria verdade? O fato era o que queria. Era o desejo do seu coração, já penso? Ter um irmão mais velho.

- Eu adoraria, Nii-sama. - sorriu – Será que posso lhe chamar assim?
- Este será o apropriado a partir de hoje, irei providenciar os papéis imediatamente – a fitou com um olhar sério – Mas não venha querer que eu lhe chame de “Nee-san”.
- Hahaha. Claro que não! Rukia está bom. - agora sim! A família Kuchiki estava oficialmente formada. Só faltava um pequeno detalhe...- Nii-sama, eu queria lhe falar mais uma coisa...

Continua...