Eu... Você... Nós. escrita por Isa Shimizu


Capítulo 24
Bar, foto, celular e equações.


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpe a demora, realmente tive um bloqueio de criatividade, mas espero que gostem.



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"A vida é injusta para uns, difícil pra outros, mas para mim é uma grande porta que se abriu."

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Pov. Eduardo.

Chego em casa, bato a porta com toda a força que havia em meus braços, eu estava acabado, ele usou o meu passado contra mim e Gabriela me odeia agora, como uma pessoa pode ser tão suja como ele é? Sentia um ódio imenso. Tiro minha roupa, vou para o banheiro, deixo a água escorrer pelo meu corpo e fico pensando no que aconteceu: “Estava com raiva, tinha que esquecer aquele sentimento, agora que eu não tinha mais chance mesmo... Lembro-me de seu rosto perfeito, seus olhos brilhantes e hipnotizantes, seu cabelo lindo... Penso nela todos os dias, aonde quer que eu vá penso nela, ela é linda e quando olho em seus olhos penso em seu jeito atrapalhado, nas suas manias... Quando ela fica nervosa mexe em seus cabelos, quando envergonhada ela dá um sorriso tímido, abaixa a cabeça até que pare o vermelho de vergonha, quando canta fecha os olhos e se deixa levar pela canção, quando tenta se controlar ela fecha os olhos e respira fundo, ela é incrível do jeito que ela é, ela é perfeita, ela quem me acordou para a vida...” balanço a cabeça como se tentasse esquecer, controlo as lágrimas que iam cair e me ensaboo. Saio do banho, me arrumo, saio de casa e ligo para Rick de meu celular:

– Aê Rick! – falo logo depois de ele atender.

– I aê! – fala com voz rouca.

– Dá pra tu me dá cobertura lá no bar não? – falo.

– Pô... – suspira. – Cara, acabei de acordar! Tá, dá pra esperar um tempo aí? – fala ainda com sono.

– Dá, vou indo pra ai valeu? – falo já saindo de meu prédio.

– Fechou. – fala e logo desliga.

Aguardo o celular no bolso e ando as duas quadras necessárias para chegar a casa dele. Espero encostado na parede perto da porta, logo depois ele abre a porta e me olha de cima abaixo.

– Tu tá um caco hein! – fala rindo.

– hum. Bora para o bar? – falo já indo em direção ás escadas.

– Quando chegarmos lá, você me conta. – fala me seguindo. Descemos as escadas e ele fala: - bora no meu carro. – fala desligando o alarme.

Seguimos o caminho em completo silêncio. Chegamos no bar.

– Fala Romeu! – fala Rick para o dono do bar. O dono do bar é velho, parecendo ter uns 40 e poucos anos, cabelos brancos, um bigode e sem barba.

– Fala Rick! O que vai querer hoje? – fala limpando o balcão.

– Vim acompanhar meu amigo. – o homem me olha de cima a baixo e diz.

– Menor de idade é? – fala sério para Rick.

– Ele só tem 17, mas ele precisa afogar as magoas sabe? – fala Rick sentando no banco e eu sento logo em seguida.

– Ele é caladão assim mesmo? – fala olhando para mim.

– Pô, nem é. – fala olhando para mim (Rick). Os olhares dos dois estavam me assustando, mas permaneci calmo.

– Não conheço ninguém aqui, por isso não falo. – falo tímido.

– Ah, é, ele é tímido, mas daqui a pouco ele se solta. – fala rindo. – Eu vou querer uma cerveja bem gelada Romeu.

– E esse rapaz? – pergunta para mim.

– O mesmo que ele. – falo sem graça, mas logo passava.

Passamos o dia no bar bebendo, lá para umas 23hrs fomos para minha casa, trocamos umas ideias e logo depois dormi.

Acordo com uma ressaca braba, parecia que minha cabeça ia explodir, tomei um comprimido e saio de casa para ir para a escola.

Pov. Gabi.

Acordo sem ânimo para ir para a escola, não sabia o que eu iria fazer quando visse Eduardo e quando visse Caio, bom... Eu iria deixar nas mãos do destino. Tomo banho, me arrumo e saio de casa. Chego a casa de Marcela.

– Nossa que cara de enterro é essa? – fala Marcela logo após abrir a porta.

– Nenhuma. – falo adentrando a casa.

– Vem cá, vou dar um jeito nisso. – pega na minha mão e me leva até sua mesinha. – Você tem que começar a se acostumar a usar maquiagem. – fala passando base em mim.

– Não gosto! – falo após a maquiagem estar pronta.

– Olha como você fica mais linda com a maquiagem. – põe o espelho em minha frente.

– Hm. – falo dando de ombro, mas até que tinha ficado legal.

– Agora vamos deixar esse coque de lado. – fala tirando o prendedor de meu cabelo. – Bem melhor. – Viro para ela e vejo que ela estava sem uniforme.

– Não vai para a escola? – pergunto cruzando os braços.

– Não, minha mãe não estava legal hoje e foi ao médico, tenho que cuidar de meu irmãozinho enquanto ela está fora. – fala indo para um quarto que nunca havia visto. Ela me chama com a mão e aponta para ele, ele parecia um anjinho, com cabelos enroladinhos e loiros, pele branquinha, mas um pouco rosada, sabia que ela tinha um irmão de 3 anos, mas nunca tinha visto, coisas da mãe da Mar.

– Que lindo. – falo baixinho para que ele não acordasse.

– Só podia ser meu irmão. – fala rindo baixinho. Dou um pequeno sorriso e falo.

– Então tá... Vou indo então, desejo melhoras a sua mãe. – falo após ela fechar a porta do quarto dele.

– Tá. – fala rindo, mas um riso de felicidade. Olho para ela desconfiada, aposto que ela iria aprontar, mas ignorei, depois ela iria me contar mesmo.

Vou em direção a porta e saio fechando a mesma. O caminho foi tranquilo, sem nada de especial, saio do ônibus e ando o caminho a pé, eu estava pensativa, mas iria ignorar o sentimento e ser fria como antes. O vento batia em meus cabelos e todos que estavam na porta da escola olhavam para mim, acho que era a procura de Marcela. Subo os lances de escada que tinha e adentro a sala vazia, só tinha Eduardo, eu estava odiando o efeito que ele causava a mim, a vontade que eu tinha em falar com ele, o nervosismo... Ele estava de cabeça baixa olhando o relógio do celular, admirando alguma coisa. Ando até meu lugar, que droga, tinha que sentar justamente do lado dele, o professor havia marcado lugar no primeiro dia de aula e agora era permanente. Coloco a mochila em cima da minha mesa e sento em meu lugar, ele não se mexia, permaneceu imóvel mesmo depois de eu ter sentado ao lado dele. Olho discretamente para o celular dele e vejo uma foto minha, a foto que ele tinha tirado de mim na festa de sábado.

Flash Back on.

A festa estava ainda no início, todos dançavam animadamente, eu estava no canto até que vem Eduardo.

– Sua primeira festa não é? – fala se aproximando.

– Sim. – falo tímida... Conversamos por minutos, mas não lembro- me mais do que falávamos.

– Não acha que para sua primeira festa não tem que ter alguma foto para lembrar-se depois? – fala pegando o celular.

– Ai não! – tampo o rosto com as mãos. – Detesto tirar foto. – ele toca minha mão, sinto um choque, mas tento ignorar, percebo que ele sentiu o mesmo, pois ele retirou logo em seguida e virou o rosto, eu havia aberto uma brecha entre meus dedos para poder vê-lo, ele vira novamente para mim e fala:

– Você é linda! Não acha que deveria ter alguma foto? – fala olhando docemente para mim, tiro a mão do rosto, ele estava muito próximo de mim o que fez meu coração acelerar e o nervosismo aumentar, nossos olhos se encontram e ele chega mais perto, põe a mão em meu rosto fazendo carinho o que fez com que eu ficasse arrepiada, ele se aproxima devagar e nossos lábios quase se encostam, ele fecha os olhos, tira a mão de meu rosto e vira o seu rosto envergonhado. – Desculpa, não devia fazer isso. – fala baixo e com voz rouca. Fico decepcionada, mas escondo.

– Não tem problema. – falo reprimindo meus sentimentos.

– Tem sim! – olha para mim novamente, nossos olhos se encontram novamente e ele desvia novamente virando o rosto. – Droga! Não consigo olhar mais pra você. – sussurra, mas foi possível ouvir.

– Eu tiro foto se você quiser. – falo com o objetivo de mudar de assunto.

– Tá. – fala aceitando minha proposta de mudar o assunto.

Ficamos minutos tirando fotos até que conseguíssemos tirar alguma que eu goste.

Flash Back off.

Saio de meus pensamentos com a turma entrando na sala, Eduardo estava olhando para mim e quando reparei fiquei muito envergonhada. O professor entra na sala e encontra Eduardo com seu celular.

– O que temos aqui? – fala o professor para Edu, digo Eduardo.

– Toma. – fala se rendendo e entregando o celular ao professor.

– Assim? Sem debater, sem gritar, nem nada? Assim de bandeja? – fala o professor impressionado com a atitude do aluno.

– Sim, toma. – fala estendendo o celular ao professor. O professor pega e leva para a gaveta.

Passam-se quase as duas aulas seguidas sem grandes interrupções, uma eternidade para mim, mas ao mesmo tempo muito rápido, eu queria e não queria sair de lá, queria porque a aula estava realmente muito chata e não queria porque enfrentar Eduardo e Caio seria uma tortura. Não queria ouvir mais a voz de Eduardo, mas necessitava ouvir, não queria sentir os seus toques, mas desejava sentir o toque de suas mãos perfeitas sobre minha pele... Tenho que reprimir esses sentimentos, mas ele sempre está em meus pensamentos, não sei como, não entendo como...

– Gabriela? – fala o professor.

– Desculpe professor, o senhor me chama? – falo envergonhada.

– Sim, quero que você faça essa equação. – aponta para a equação no quadro.

– Como desejar. – falo levantando-me e indo ao quadro.

Faço a equação facilmente, era “fichinha” perto das provas de concurso, mas ele era o professor. O professor olha para mim e para o quadro com os olhos arregalados, será que errei?

– Professor? Há algo de errado? – pergunto tirando a dúvida que havia se formado em minha mente.

– Não! Você acertou. – fala olhando para o quadro corrigindo meu exercício.

– Posso sentar-me no meu lugar professor? – pergunto olhando para minhas coisas em cima da mesa.

– Vá. – fala ainda impressionado.

Sento em meu lugar e arrumo meu material, já era hora do intervalo.


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Notas finais do capítulo

Criticas, elogios, qualquer coisa??