A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 71
Parte IV - Capítulo 71 - A Real Questão


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui postando outro capitulo para meus lindos leitores. Quero agradecer á todos que mandaram review no ultimo capitulo, adorei todos *-------* e espero que gostem do capitulo!



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Capitulo 71

A Real Questão

Minha cabeça pendia dolorosamente para trás, meus braços balançavam ao lado do meu corpo e não sentia minhas pernas. Todo o meu corpo se movia num ritmo constante e rápido, que fazia meu estômago dobrar como uma folha de papel, e não tinha dúvidas de que estava sendo carregada.

Apesar de sentir meu corpo em outro lugar, as cenas continuavam passando em minha cabeça.

Sentia como se eu fosse outra pessoa, num quarto escuro e abafado, assistindo meu próprio corpo se curvar sobre um embrulho de panos brancos. Um bebê. Saía dos meus olhos grossas lágrimas enquanto gritava desesperadamente para a criança. Chegando mais perto, observei a cena enquanto a outra eu balançava o pequeno corpo, os bracinhos gorduchos pendendo sem vida para fora da manta. Porque ele estava morto. A eu que assistia a tudo abriu a boca para gritar, mas nada saiu dela. Desespero. Era a única coisa que entendia no momento.

Finalmente consegui me livrar daquela cena e abri os olhos assustada, encarando as paredes opacas da minha cela, que era praticamente um paraíso: sem bebês mortos.

– Finalmente acordou. - alguém falou e olhei ao redor, encontrando tia Connie na porta da cela com seus olhos azuis me fuzilando.

– Veio gritar comigo? - perguntei rude. Sem nenhuma surpresa, percebi que meu humor estava péssimo.

– Não. Eu até tenho muitos sermões para te dar, e gritos também, mas sua mãe já está possessa. Não vejo motivo para nós duas nos estressarmos. - deu de ombros e fez menção de que estava saindo - E ainda tenho que gritar com meu próprio filho. Acho que vou berrar no ouvido dele até a peste acordar.

Uau, como minha tia é carinhosa.

– Minha mãe está com muita raiva? - perguntei temerosa.

– Ela não está com raiva.

– Mas não disse que ela está possessa?

– Você é filha da Juliet, devia conhecê-la. - revirou os olhos - Ela não está com raiva, ou ela simplesmente ficaria calada e te ignoraria. Ela só está com medo. As pessoas fazem loucuras quando sentem isso.

Era a segunda vez que escutava isso.

Ela saiu amarrando os cabelos pretos e senti que algo ruim estava por vir. E estava completamente certa.

– Você ficou maluca? - Daryl entrou ali num rompante, como se estivesse apenas esperando do lado de fora para poder entrar - Está querendo se matar?

– Sim estou bem, a dor de cabeça está insuportável, mas vou sobreviver.

– Qual é o seu problema? Trata isso como se não fosse nada!

– E porque eu me importaria com mais alguma coisa?

– Ficar bêbada com certeza é uma prova de que realmente não se importa.

– Com certeza. - me levantei da cama ignorando o latejar na cabeça e carreguei minha voz com a maior quantidade de ironia que pude- Tenho dezoito anos, estou cercada de zumbis e estou grávida. Vou dar uma festa, o que acha?

– Não duvido que faria isso. Está agindo como uma vadia.

– Ah, com certeza. Provavelmente sou. Só não se esqueça que essa vadia aqui está grávida de você! - apontei o dedo para ele.

– Não foi uma escolha minha.

– Nem minha!

– Mas conforme-se, porque isso não vai mudar!

– Eu sei que não vai mudar! - senti meu rosto esquentar de raiva.

– Então pare de agir como uma criancinha mimada e aceite as consequencias!

– Tenho outra opção?

– Já deveria saber que a resposta é não.

Suspirei e me sentei na cama, olhando para minhas mãos.

– Por favor, saia daqui. - pedi tentando conter minha irritação.

No mesmo momento, Daryl saiu da cela e fiquei ali sentada, curtindo uma ótima ressaca que parecia atacar cada nervo do meu corpo. A boca seca, o enjoo, a tontura e a gigantesca dor de cabeça eram só uma parte do que a bebida estava me fazendo sentir.

Pensando no que ouvi, talvez eu estivesse realmente sendo infantil, além de egoísta por pensar só em mim. O mais sensato seria ter o bebê, cuidar e proteger ele o máximo que eu pudesse. Afinal, ele era meu. Ele está adentro de mim.

Passei a mão sobre a barriga ainda lisa sentindo pela primeira vez uma certa nostalgia, como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo. Aquilo dentro de mim era uma vida. Uma pequena e linda vida que estaria ligada com a minha para sempre, não importaria o que acontecesse.

– Meu bebê. - murmurei, pensando no pesadelo que tive. Aquilo nunca iria acontecer, nem que eu tivesse que dar minha vida por ele.

– Mas que inferno! Me deixa em paz, mãe! - Ethan entrou em minha cela meio cambaleando e se jogou ao meu lado.

Seus olhos estavam vermelhos e ainda cheirava a álcool. Imaginei se também estava parecendo meio chapada. Provavelmente estava.

– Droga, nunca mais vou beber. - esfregou o cabelo irritado, e parecia até amedrontado.

– Eu não prometo nada.

– Eu também não, é só coisa do momento.

Sorri para Ethan, que não retribuiu. Me lembrei da nossa conversa enquanto bebíamos e como parecia deprimido.

– Não fique assim. - o abracei - Sav odiaria te ver mal, certo? Certo. Sei que é dificil, e te garanto que essa dor nunca vai passar, mas vai aprender a conviver com ela. Antes disso precisa ver o que é realmente importante para você.

– Savannah era importante para mim. - respondeu e olhou nervosamente para o lado de fora.

– Tenho certeza que era. Todos aqui perdemos alguém que amamos. Veja pelo lado bem: você tem sorte por ter sua mãe, e você pode contar nos dedos quem tem.

– Eu, você... E seu bebê. - ele riu nervosamente, o olhar alternando discretamente entre a porta e eu.

– Porque está nervoso? - perguntei estranhando - E olhando para a porta? O que está acontecendo lá fora?

– Nada. É só que estava tendo uma certa confusão lá fora. Nada muito importante. - acentiu, abanando as mãos como se fosse algo banal.

– O que aconteceu?

– Já disse que não foi nada.

Respirei fundo e me ajeitei na cama, desconfortável.

– Onde está Kalem? - perguntei tentando mudar de assunto, fingir que tinha acreditado na mentira dele.

– Saiu com Carl, Maggie, Jen, Isabela, Isadora e Damen. Já devem estar voltando. Só eu que estou achando Damen e Isabela próximos demais? - franziu as sobrancelhas.

– Não reparei nos dois juntos até agora. - falei sem ao menos pensar no assunto.

Antes que pudesse impedir, me levantei e saí da cela a passos grandes e controlados, tentando não parecer ansiosa. Parecia que todos estavam reunidos ali.

– Ninguém me convida para a festa?

Todos ficaram em silêncio. Meu peito esquentou de raiva quando percebi que queriam me manter longe do que estavam falando. Eu não era uma pessoa mentalmente perturbada, que deve ser excluída. Ok, talvez eu fosse mentalmente perturbada, mas não excluída

– Podem continuar. Finjam que eu não estou aqui.

– Como eu estava dizendo, acho que devemos esperar um ataque furtivo. Não acho que vão querer nos matar de cara. Vão querer nos manter vivos. - Reed usou as mãos para demonstrar o que falava.

– É, pode ser. Mas precisamos estar dois passos á frente deles, então devemos primeiro saber onde estão e não perdê-los de vista. - Glenn olhou para cada um, esperando que concordassem com ele.

– Mas antes devíamos achar o Governador, não? - Beth pareceu confusa.

– Bem... Isso nós já temos uma ideia. - tia Connie me olhou de esguela, com seu típico olhar “quem deixou você nascer?”.

– Nós achamos que o Governador está num lugar onde nunca ninguém o procuraria. - Charlie olhou para Rick, como se dissesse para ele continuar.

– Um lugar onde não daríamos nem uma olhadinha para procurá-lo, nem por curiosidade ou para não deixar nenhum lugar passar. O mais improvável de todos. - Rick parecia tenso, enquanto falava.

– Eu não o procurária numa ótica. - Matt deu de ombros - Á não ser que lá tenha tapa olhos personalizados. Aposto que ele vai se render, admitir que é apaixonado pelo Rick e escolher um de coração. - ele ficou calado, enquanto o encarávamos - O que? Vai saber porque aquele cara tem uma obsessão pela prisão. Pode ser por isso.

– Voltando á parte séria da conversa. - Rick fez uma careta engraçada - O lugar onde nunca o procuraríamos.

– E esse lugar seria...? - Herschel arredou para a beirada de sua cadeira.

– A prisão.

E tudo aconteceu ao mesmo tempo.

Senti tudo á minha volta girar e cair enquanto braços me amparavam e um tiro ecoou juntamente com um grito.

Sabia que eu só caí por causa da tontura e do choque. E sabia que aquele tiro tinha sido a confirmação da revelação feita poucos segundos antes. A real questão era: quem foi atingido pelo tiro disparado?


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Notas finais do capítulo

Aviso: Estamos na reta final, então aproveitem esses capítulos :3
Por favor, me avisem caso vejam algum erro ou coisa sem sentido, porque estive lendo capitulos anteriores e fiquei tipo "WTF? COMO EU CONSEGUI ESCREVER ISSO?".
Mas então, o que acharam do capitulo? E sobre o Governador estar na prisão? Se ficaram confusos sobre como eles chegaram a conclusão de que ele estava lá, esperem o próximo capitulo que eu explicarei lá u_u
Please, comentem, ok? :3

Beijos e até a próxima ♥♥♥♥♥