A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 55
Parte IV - Capítulo 55 - Prisioneiros


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAPITULO PARA VOCÊS! ♥
Só um comentário antes: agora existe mais um shipp! kkkk'
Além de Darylah (ou outros shipps para Daryl e Delilah), agora também existe Jamilah. Thank pelo shipp,
Lisie Moon!
Espero que gostem do capituloooo! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273898/chapter/55

Capitulo 55

Prisioneiros

- Achamos mais um. – outro falou enquanto eu largava minha arma. Não ia me render tão fácil, mas é bem difícil agir tendo sua cabeça enfiada na terra.

- Acenda a fogueira novamente, vamos ver quem são os intrusos.

O lugar foi novamente iluminado pela fogueira e ouvi um baque surdo ao meu lado, mas não dava para ver, por causa da merda da terra na minha cara.

- Pega esse ai. Vamos levar eles lá para cima.

- Não, vamos ver quem são antes. – o homem que ainda prendia a minha cabeça na terra falou – Quem são vocês?

Continuei calada enquanto tentava levantar minha cabeça para ver se era Jamie que estava deitado – jogado, pisado, esmagado - ao meu lado, e por um breve momento antes de minha cabeça ser empurrada novamente para o chão pude encontrar seus olhos numa expressão que praticamente gritava “se sairmos dessa eu te mato”.

- Quem são vocês? – perguntou mais uma vez pausadamente – DIGAM LOGO!

- Eu diria, se meu rosto não estivesse nessa PORRA DE TERRA! ESTOU SUFOCANDO SABIA?

- Essa é a intenção.

Mas, um segundo depois senti outro chute em meu estômago que me fez virar e bater as costas no chão terroso e cheio de pequenas, grandes e enormes pedras.

- Filho da... – resmunguei sem ar, as bordas de minha visão escurecendo.

-Delilah?

Me esforcei para identificar quem me chamava e só encontrei o olhar de Daryl em mim. Pisquei forte, tentando provar a mim mesma que não era um alucinação e então tudo escureceu, como se a fogueira tivesse sido apagada novamente.


Sua fraca, minha mente berrou. Não consegue nem levar uns tapinhas sem desmaias. Covarde.

Me esforcei para abrir os olhos, já que o sol me cegava. Ele estava forte, talvez á pino. Quando consegui focá-los, a primeira coisa que notei foi o céu azul e completamente limpo.

Me sentei com a mão na cabeça – só para garantir que ela não iria cair, porque sentia como se fosse – e olhei em volta. Ao contrário do que imaginei, o sol estava apenas nascendo no horizonte, e o céu estava de um azul escuro e pálido. Era sempre algo surpreendente ver um sol nascente, considerando que sempre poderia ser o ultimo.

A maioria á minha volta dormia, e não consegui conter a alegria de ver que estava novamente entre o grupo do Rick e os outros que conhecemos depois. E, dormindo ao meu lado, estavam Ethan e Kalem.

Voltei a olhar para o horizonte onde o sol nascia, admirando a paisagem.

- Que bom que acordou. – Ethan se sentou ao meu lado, passando os braços por meu ombro num abraço desajeitado- E se você sumir desse jeito novamente vou fazer é a sua vida sumir, entendeu?

- Tudo bem, papai. – revirei os olhos sorrindo- Mas fiquei menos de um dia fora. Porque isso tudo?

- Um dia? No...

- Lia! – Kalem interrompeu Ethan se jogando sobre mim.

- Ai meu Deus, vou morrer sufocada. – falei sem ar.

- Me desculpe. – falou alegre e saindo de cima de mim, com a mão no meu rosto – Wow, seu rosto está todo marcado.

- O que? – perguntei confusa e passei a mão sobre minhas bochechas, e pude sentir as marcas nelas – Meu rosto ficou todo cortado.

- Vai sair logo. Não é nada preocupante. – Ethan tentou amenizar.

- Não estou preocupada se vão ficar marcas ou não, é só que bem que podiam não ter me batido. Acho que uma das minhas costelas está quebrada. – me mexi, sentindo o flanco doer.

- Agradeça ao seu namorado. –meu primo franziu o cenho e olhou irritado para um ônibus virado bem á frente, onde Daryl estava em pé, de costas para nós.

- Namorado. – bufei, pensando “quem me dera se fosse desse jeito”.

- Valentine, sua vadia desgraçada! – alguém puxou meu cabelo. Lola. – Mas o que é isso? Que porra é essa? Você cortou seu cabelo! Como pode fazer isso?! Não sabe que não se deve desperdiçar cabelos ruivos? Eu devia era cortar você!

- Hey, hey! Pare com isso Lola! A garota acabou de acordar. Deixe para dar seus ataques depois. – Taty a puxou, fazendo Lola puxar meu cabelo também – Como está Delilah?

- Muito bem. – falei ironicamente conferindo se ainda tinha algum cabelo - A propósito, onde está o Jamie?

- Ah, sim. O Jamie. Como o encontrou? Mas que praga! Parece que os ex-namorados e ex-namoradas das pessoas da nossa família nos perseguem! Ainda temos uma boa lista deles, estou torcendo para não estarem vivos também. – Ethan falou apressado.

- Pensei que ele fosse seu amigo.

- Eu sei, mas... Bem, as coisas mudam. E não podemos confiar em alguém só porque a conhecemos. Já passamos por muita coisa.

- Eu fiquei um pouco desconfiada, mas ele não fez nada que me fizesse confirmar esse pensamento.

- Talvez seja mais inteligente que Melissa e Chaz.

- Ou talvez esteja sendo verdadeiro.

- Vocês dois são tão fofos! – Lola sorriu para nós dois, tirando nossa atenção do que acabaria se tornando uma discussão.

Por fim todos já estavam acordados e todos expressaram algum carinho por mim, pelo menos um pouco de felicidade por eu estar de volta. Mas infelizmente o momento “reencontrando a família” não durou muito, já que Rick tinha outros planos.

- Dentro do prédio principal tem a guarita de comando, onde tem as chaves de todos os blocos. Temos que pegá-las e depois vamos limpar um dos blocos. Podemos acabar com isso antes do almoço.

Todos pareciam exaustos, mas pegaram suas armas – que já não eram muitas – e começaram a se preparar. Do outro lado da cerca muitos zumbis se movimentavam parecendo ansiosos na nossa direção, esticando suas mãos apodrecidas – os que tinham mãos, pelo menos – e reconheci o cenário. Era o mesmo do meu pesadelo, onde todos estavam mortos. Senti um aperto no coração e uma vontade enorme de tentar convencer Rick a voltar atrás. Mas era apenas um sonho. Engoli em seco e peguei minha arma para conferi-la.

- Ethan, pode me dar meu arco? – pedi sem tirar os olhos da arma (uma bela Eagle 6.0) para não ter que olhá-lo nos olhos.

Estendi a mão e Ethan colocou o arco nela juntamente com as flechas e as coloquei estrategicamente numa bolsa aberta, que deixava mais fácil de pegá-las.

Rick segurou o prendedor de ferro que segurava o portão fechado e nos olhou, parecendo perguntar se estávamos prontos. Não seria tão difícil para nós matar os que estavam pelo pátio da prisão. Éramos muitos, mas ainda sim isso não diminuía a chance de um de nós acabar mordido ou morto.

- Vamos lá. – Rick apertou o ferro, soltando o portão – 3. 2. 1. AGORA!

Corremos para o pátio numa meia formação, cercando os zumbi, e Rick fechou o portão atrás de nós para que não passassem para o outro lado da cerca. Começamos a matá-los tentando não usar as armas de fogo e estava bem fácil, até que apareceram os zumbis com roupas especiais, policiais que haviam morrido em serviço. Os capacetes não permitiam que nada perfurasse seu crânio, e num golpe certeiro por baixo do capacete Maggie conseguiu matar um deles.

Como se fosse a descoberta do século, reunimos todas as nossas forças e investimos novamente contra os “zumbiciais”, dessa vez sabendo como matá-los. Mas preferi ficar com os zumbis normais, ajudando na retaguarda dos outros.

Quando do lado de fora já estava terminado, entramos no lugar onde ficava o comando da prisão. Na mesa central um guarda estava caído morto e o lugar cheio de sangue seco e cheiro de decomposição e morte. Rick correu até o guarda e tirou as chaves de seu cinto, verificando se ali havia alguma arma ou munição, sem resultados.

Voltei sozinha apenas para avisar os que tinham ficado para trás – Carl, Kalem, Lori, Beth, Mellany, Carol e Jamie (que não quiseram que fosse junto) – que já era seguro entrar no pátio interno da prisão.

Voltei com eles para o bloco mais próximo de celas, onde os outros já estavam conferindo se estava vazia.

- Já temos essa área limpa. Teremos que olhar o resto da prisão. Talvez achemos o refeitório, a enfermaria e o posto policial, onde guardam as armas. – Rick instruiu – Vamos logo com isso. Carl, tranque as grades da frente. Vamos lá.

Minha blusa estava suada e o fato de estar de shorts não melhorava nada. Só fazia eu me sentir mais exposta, mas tinha que admitir que era mais fácil de me mover com ele que com uma calça. Como se lesse meus pensamentos, Ethan veio para o meu lado parecendo irritado.

- Não acha melhor trocar esse short?

- Porque? – perguntei confusa. Até poucos minutos isso não era problema.

- Algumas pessoas não tiram os olhos das suas pernas. – falou entredentes.

- Esse lugar está cheio de zumbis que precisamos matar e você implica com o tamanho da minha roupa?

Ergui uma sobrancelha e fui ao encontro do resto do pessoal que se preparava para se dividir. Eram três grupos, para as três bifurcações que o corredor que ia para o interior da prisão fazia. Ao todo eram quinze pessoas ali, o que daria cinco para cada grupo.

Savannah, Reed, Taty, Matt e eu fomos por um enquanto os outros se dividiam entre as outras duas bifurcações. Andamos numa forma cerrada, para podermos vigiar tanto a frente quanto as costas.

- Eu acho que esse corredor vai dar no refeitório ou na enfermaria. – Savannah sussurrou para Reed (não baixo o bastante para que não escutasse).

- Eu aposto que vai dar no pátio da prisão. – Reed sussurrou de volta.

- Apostado.

Observei os dois bem atentamente. Não pareciam ter algo mais, mas ainda sim...

Voltei a atenção para o corredor assim que começaram os grunhidos. Mas eles vinham de dentro de uma das portas de metal ali, e a batida mesmo que forte não fazia diferença ali. Apenas barulho.

- Ele não sairá tão cedo. – Matt falou continuando o caminho, onde os grunhidos começavam novamente e iam se intensificando.

Matt aponto a lanterna para o chão e, onde o corredor virava, podíamos ver a sombra deles contra a luz. Esperamos que eles virassem ali, e quando nos viram tentaram correr para nós com sua fome desenfreada. Atacamos e os matamos o mais rápido que conseguíamos. Não eram muitos, no máximo dez, então foi um tarefa fácil.

Até os barulhos de tiro começarem.

Algum dos outros grupos estava em perigo e precisavam da nossa ajuda. Não encontramos mais nenhum zumbi pelo caminho, o que nos fez acreditar que eles já se encaminhavam em direção á confusão.

- Por aqui! – pudemos escutar a voz de Glenn.

- Pai! – dessa vez foi Maggie.

- No próximo corredor! – Taty correu á frente, se virando para atacar os zumbis que perseguiam Maggie e Glenn.

Os ajudamos a matar os outros – era um bando bem maior que o que tínhamos encontrado – e fomos procurar os outros do grupo. Batidas metálicas e ordens foram gritadas pelos corredores e tentamos segui-las. Uma péssima ideia.

Conseguimos chegar a um espaço aberto, um refeitório, e no chão Rick levantava um machado e o lançava contra a perna de Herschel. Abafei um grito com as mãos vendo o sangue espirrar para todos os lados e perna direita ser separada do resto do corpo. Tudo á minha volta girava, mas não era uma vertigem. Era o sentimento de que estava tudo errado, que aquilo era apenas um pesadelo e logo eu iria acordar e rir das besteiras que passavam por minha mente.

- O que aconteceu? – Glenn perguntou enquanto Maggie tentava ajudar entre as lágrimas.

- Ele foi mordido. – Rick respondeu olhando em volta parecendo procurar algo.

- Rick. – Taty o chamou olhando para frente sem nem mesmo piscar. Segui seu olhar me impressionando com o que vi.

- Quem são vocês? – um dos homens parado atrás do balcão gradeado perguntou.

Sem dar atenção a ele, Daryl foi até lá e puxou uma mesa metálica com rodas, que funcionaria muito bem como uma maca para levar Herschel de volta.

- Ele perguntou quem são vocês! – outro dos homens gritou, irritado, e novamente eles não receberam nenhum atenção. Continuavam falando coisas, mas não ouvia, só conseguia ouvir o machado cortando a pele, a carne e os ossos e ver o sangue escorrendo pelo chão.

- Vamos, vamos, vamos! – Rick e Matt foram arrastando a mesa e eu fiquei ali mais uns segundos olhando para o chão ensanguentado até alguém me puxar – Não deixem eles nos seguirem!

Antes que eu percebesse, Carl fechava a grade para o acesso ás celas e estávamos sem segurança.

- O que aconteceu?- Dennis deixou o machado (péssimas lembranças, péssimas lembranças) que carregava no chão. O outro grupo também havia chegado.

- Ele foi mordido. Precisamos estancar a hemorragia.

- Algo quente, fogo, talvez, para ligar as veias? – Carol perguntou, colocando um pano lindo no lugar, que logo ficou cheio de sangue.

- Não, isso o mataria. Tentem estancar o mais rápido possível e... – Rick se interrompeu – Cuidem disso, volto logo.

Ele passou por mim quase correndo e Carl abriu a grade para ele. Estranhando, fui atrás deles com a arma em mãos – talvez o momento necessitasse de uma medida desse tipo. Não devia estar ali, eu sabia, mas preferia isso que ver Herschel sangrando até a morte.

- Você cortou a perna do homem, cara!

Os sobreviventes que estavam no refeitório.

Fui para uma das mesas ali e me joguei na cadeira. Minhas pernas estavam bambas.

- Estamos lá há muito tempo. Perdemos a conta depois de 192 dias. – o loiro estranho falou.

- Perderam muita coisa. – resmunguei colocando as pernas em cima da mesa.

- Sim. Tudo isso. As mortes, as pessoas acordando... – Rick falou.

- E agora estão livres em nome do estado da Geórgea. Aproveitem a liberdade. – Daryl falou sério, mas sem perder o sarcasmo.

- Não tem um telefone para eu ligar para a minha esposa? – um grandão pediu.

- Você ainda não entendeu, cara? – Nem tinha percebido que Reed estava ali.

- Não há mais telefones. Nem hospitais, polícia, leis... Nada. Nenhum sobrevivente, a não ser nós e mais alguns que tentam a sorte na estrada. – e Woodburry, acrescentei mentalmente. Os loucos do quintal vizinho.

- O que quer dizer com isso? – o estranho com expressão maligna perguntou desconfiado.

Rick suspirou e fez sinal para que o acompanhassem, em direção ao lado de fora do bloco.

- Abre ai, garoto. – pedi para Carl, que estava bem maior que da ultima vez que o vi, quase da minha altura (não que isso seja uma grande conquista, considerando meu tamanho).

Voltei para as celas e me joguei numa das camas. Minha cabeça pesava como chumbo, nada muito fora do comum. Estranho seria se estivesse realmente bem.

- Nem conversamos direito hoje esta manhã. – Ethan sentou na beira da cama – Quero saber como saiu da casa.

- Eu dormi, e depois... Só acordei na casa onde Jamie estava.

- Mas como isso pode ter acontecido? Você tem sono leve, teria acordado se te carregassem.

- Eu sei. – suspirei – Mas está tudo bem, foi só um dia.

- Um dia? De novo essa história?

Ele me olhou como se eu fosse louca e retribuí com um olhar confuso. O que ele queria dizer?

- Como assim?

- Delilah, você ficou desaparecida por três dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Três dias? Mas como? hihi'
Bem, pretendo montar um playlist para a fic, e embora já tneha várias para colocar, queria que dessem sugestões! :3
Beijoooos e até a próxima amrecotecos ♥