A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 53
Parte IV - Capítulo 53 - Bônus IV


Notas iniciais do capítulo

Oi amoreees!
Recadinho rapido: Não gosto de abandonar meu espirito troll, então vou deixar vcs na curiosidade mais um pouquinho! Muahahahahahaha!
Espero que gostem.



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Capitulo 53

Bônus IV

             O dia já estava na metade quando Ethan finalmente conseguiu encontrar uma farmácia. Tinha andando por no mínimo duas horas. Não era fácil estar com o carro quebrado e não saber fazer ligação direta; era para ter aprendido, assim como seu tio Zack havia ensinado aos filhos, mas sua mãe nunca mostraria como fazer isso.

             - Ela nunca deve ter imaginado que um dia eu precisaria disso. – resmungou para si mesmo. Talvez se Delilah estivesse ali não precisasse ter que andar, já que ela sabia fazer ligação direta.

             Entrou na farmácia, mas não fazia a mínima ideia de qual remédio pegar. Não estava acostumado com esse tipo de situação, primeiro por sua mãe nunca parecer precisar de ajuda, não ter irmãs e suas primas tinham irmãos e irmãs para fazer isso por elas. Mas, apesar de não saber muito sobre isso, não precisou procurar muito. A farmácia estava completamente vazia, as gavetas de remédios espalhadas pelo chão e as prateleiras arredadas no que parecia uma barricada.

             - Merda. – falou, apertando a ponte do nariz irritado.

             Chutando uma prateleira que já estava tombada para o chão, Ethan saiu bufando pela porta xingando e desejando ver pelo menos um errante. Precisava descontar toda a irritação que estava sentindo nos últimos dias em alguém, e se os mortos andavam, nada melhor que eles.

             Foi andando pela estrada, o calor do sol lhe dando um desânimo digno de sono e o calor insuportável do início do verão fazendo seu trabalho melhor que nunca, fazendo-o deixar a camisa de flanela desabotoada. A garrafa de água em suas mãos já estava no fim, e era a última. Não conseguiria voltar para a casa se não tivesse água, ainda estava bem longe, então a melhor saída era ver no mapa em sua mochila se havia algum rio por perto.

              Enquanto andava pelo asfalto quente pensando em onde poderia encontrar um mapa da região, barulhos começaram a  surgir de longe. Grunhidos nojentos, asquerosos. Pareciam bem próximos, e muitos. Ethan correu para as árvores a fim de se esconder dos errantes que passavam por ali. Não seria bom ficar em desvantagem contra zumbir. Ele queria muito matar pelo menos um deles, mas não se isso significasse assinar sua sentença de morte.

             O grupo de zumbis - com no mínimo quinze deles - passava por ele quando barulhos de tiros foram ouvidos ecoados do meio da floresta. O que o assustou mais não foi o tiro, mas sim o fato de que, se o tiro foi disparado, há alguém para fazê-lo. Depois de tudo o que havia passado aprendera a desconfiar dos zumbis e mais ainda das pessoas. Com esse pensamento, seu primeiro movimento foi ir para  o lado contrário dos disparos - que continuavam -, mas assim que se virou encontrou os errantes vindo em sua direção, atraidos pelos barulhos.

              Entre morrer nas mãos de pessoas e de zumbis, preferia continuar vivo, mas preferiu fugir dos mortos. Talvez nem esbarrasse nas pessoas que estavam fazendo todo aquele alvoroço. Então correu por entre as árvores tentando ser mais rápido que os mortos-vivos e encontrar um bom esconderijo, o que parecia impossível estando no meio do nada. E incrivelmente parecia que os zumbis estavam mais rápidos, ou talvez fosse ele que estivesse sem forças para correr. Teria que achar logo uma forma para despistar aquelas coisas.

              Numa ideia súbita e idiota, mudou seu curso para o lugar de onde os tiros vinham. Pegou impulso para correr mais rápido - mesmo que isso gastasse o resto de suas energias para correr depois - e nem pensou que caminho estava seguindo, apenas se deixou levar pelos sons, e só percebeu o quanto tinha corrido quando as árvores deram lugar a uma relva baixa e grama, com um córrego á frente. Depois dele, as plantas davam lugar a uma imensa construção de vários prédios, envolto por uma cerca enorme. 

             Uma prisão.

              E isso nem foi o mais impressionante. No meio de todas as cercas e zumbis que se arrastavam dentro delas, pessoas corriam e atiravam, fazendo-os cair um a um. E Ethan conhecia aquelas pessoas. E elas precisavam de ajuda.

              Ethan armou o arco e correu em direção aos zumbis da cerca, atirando as flechas. Não tendo como pegá-las de volta, as deixou para trás, na intenção de voltar depois. O problema foi quando elas acabaram, e então teve que acertar os zumbis usando a ponta do arco. Não era a melhor arma, mas era a única que servia no momento. Conseguiu sobreviver a isso até chegar á parte da cerca onde uma rede vermelha remendava a cerca com dois prendedores de ferro nas pontas. Abriu um deles e destrançou apenas o necessário para que passasse.

              - Ethan? - assustou-se Beth, que tentava atrair a atenção dos zumbis do outro lado da cerca.

              - Não, um irmão gêmeo. - sorriu zombeteiro e pegou a arma para ajudar - O que estão fazendo aqui?

             - Powder Springs não tinha nada. - ela respondeu - Pelo menos nada além de mortos.

             - Ethan? - Maggie teve a mesma reação da irmã.

             - Não, um irmão gêmeo. - dessa vez revirou os olhos.

             - Ethan? - foi a vez da Lori.

              - Mas que mania! Sou eu sim, olha, carne e osso. - revirou os olhos pela segunda vez irritado e atirando na cabeça de um zumbi que tentava atravessar a cerca para pegá-lo.

              Rick, que corria no meio do campo cheio de zumbis, finalmente conseguiu passar pelo ultimo e fechar a entrada de cima, e Ethan entendeu qual era o objetivo daquilo tudo. Uma prisão seria o lugar mais seguro para se viver. O que antes os mantinham seguros para viver do lado de fora agora os protegiam contra o que tinha do outro lado. Com certeza uma ótima opção. Rick voltou para abrir a entrada de baixo para que os outros passassem, e a maioria ficou surpreso em ver Ethan ali, e ele ficou feliz por ver que nesse meio tempo não haviam perdido ninguém.

              Sentiu o impacto de um corpo no seu que o empurrou para trás quase derrubando ele e a pessoa que se jogara. Savannah.

             - Ai meu Deus. - sussurrou a garota, já se desvencilhando do abraço - Pensei que nunca mais veria você. Seu imbecil. Nunca mais vá embora desse jeito.

              - Ethan! - Kalem sorriu ao ver o primo. Nos últimos meses tinha se sentido um intruso no meio de todas aquelas pessoas, e ter Ethan ali já melhorava as coisas. Mas podia melhorar ainda mais - Onde está Delilah?

              Um minuto de silêncio se recaiu sobre o lugar enquanto ele pensava em como fora burro de deixar Delilah sozinha por tanto tempo, e que devia voltar logo para buscá-la. Agora que já sabia onde os outros estavam, lhes pouparia um grande trabalho.

             - Ethan? - ouviu Carol chamar - Ele está esperando uma resposta.

             Isso o trouxe de volta, e também entendeu o recado. Aquilo estava mais para "não diga que ela está morta". Os olhos de Kalem já estavam meio arregalados e ansiosos, e, se olhasse bem, perceberia seu lábio inferior tremendo. 

             - Ela está bem. Vou buscar ela agora mesmo. - sorriu para o primo.

             - Posso ir junto?

- Não. Espere por aqui, com os outros.

Mesmo irritado por não poder acompanhá-lo, Kalem assentiu. Depois de tanto tempo fora de uma casa segura entendeu o que sua irmã queria dizer sobre ele não saber nada sobre sobreviver do lado de fora. Nunca tinha visto tantas coisas famintas e assustadoras em sua vida. Tinha crescido nos cinco meses - tanto mentalmente quanto fisicamente.

Ethan deu uma ultima olhada em todos e foi na mesma direção por onde havia saído, para voltar á casa e buscar Delilah. 

- Você está de carro? - Rick perguntou, andando ao seu lado.

- Não, o nosso estragou. E eu não sei fazer ligação direta. Só a Delilah sabe.

- Porque ela não está aqui? Não mentiu para o garoto, não é?

- Nunca mentiria sobre isso. Ela só está um pouco mal e fui procurar algum remédio para ela. Ótimo ponto, essa prisão. O único problema é que não tem nada por perto. 

- Daremos um jeito nisso. - falou remexendo nos bolsos e tirando uma chave - Leve o carro prata.  

- Obrigado, Rick. 

Sem responder, o homem voltou para o grupo, e Ethan voltou a andar.

- Espera! - Savannah correu até ele sorridente - Vai fugir de novo?

- Não, eu...

- Cala a boca, eu vou com você.

Ela segurou a mão dele, como se tivessem ficado apenas duas horas sem se ver, e abriu o remendo na cerca. Ela o guiou até onde os carros estavam - não era tão longe - e no caminho pegou algumas flechas de volta. 

O caminho foi calmo e silencioso, sem nenhum problema ou complicação. O tempo inteiro os dois ficaram com as mãos dadas, como se aquilo fosse recuperar os cinco meses para os dois. O silencio, que para muitos seria constrangedor ou tenso, para eles era confortável, como se com ele dissessem todas as palavras que estavam entaladas. O silencio era a saudade indo embora.

- Chegamos? - Savannah quebrou esse silêncio olhando em volta, observando as casas deterioradas. 

- A casa da frente. - apontou para uma no final da rua, que parecia ter sido alvo de um tiroteio.

Desceram do carro e Ethan adentrou a casa sendo acompanhado pela garota, seguindo direto para o porão. Mas ela não estava ali.

- Lia? - chamou ao ver o colchão vazio - Delilah?

- Tem certeza que é essa a casa?

- Sim. - respondeu. Tinha a total certeza de que aquela era a casa, não tinha como não ser. Estava tudo exatamente igual. Mas faltava suas mochilas e uma garota naquela equação.

- Oh, droga. - Savannah praguejou - Olhe isso.

No fundo, o cardigã que Delilah usava estava jogado no chão, com rasgos que pareciam de unhas nas costas e manchado de sangue seco.

- O que aconteceu aqui? - Ethan praticamente gritou, furioso.

Afinal, para onde sua prima teria ido?


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Notas finais do capítulo

E ae, o que acharam? Lecaaal? Espero que sim :3
Não tenho muito o que falar hoje, sabe... Então, encerando já rsrs'
Beijooos e até a próxima ♥