A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 42
Parte III - Capítulo 42 - Segunda Chance


Notas iniciais do capítulo

BONJOUR, GATAS E GATOS!
Estou aqui novamente, humildemente colocando mais um capitulo, e um avisinho: agora terão outra pessoa para terem raiva. MUAHAHAHAHAHAHA
Espero que gostem, e me desculpe pela demora. Devia ter postado ontem, mas fiquei sem internet á noite (que foi quando terminei de escrever). Eu sei, minha internet é LINDA!



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Capitulo 42

Segunda Chance

– Não acha que nossos encontros já estão se tornando muito repetitivos? – perguntei apertando discretamente a mão envolta da arma, mas isso não pareceu passar despercebido por Melissa.

– Por isso mesmo pretendo acabar com isso agora mesmo. – falou com sua voz docemente irritante – Me pergunto como conseguiu escapar de todas as quase mortes. Nem tão boa assim você é.

– Eu é que deveria me perguntar isso. Como você escapou todas as vezes? Já deveria estar abraçando o capeta, não acha?

Melissa deu passos lentos, seus olhos felinos e selvagens sem nunca desviar de mim, enquanto eu prestava atenção em todos os seus movimento, tentando não ser pega de surpresa.

Num rompante, ela investiu contra mim e, sem tempo, apenas me defendi enquanto ela avançava tentando me jogar no chão. Segurei firmemente em sua blusa, tentando derrubá-la, e sua mão voou para minha cintura. Antes que eu percebesse suas intenções, e Melissa pegou minha arma. Graças aos meus bons reflexos, antes que ela pudesse destravá-la, chutei sua barriga com força, fazendo-a cair no chão e, consequentemente largar a arma. Sentei sobre sua barriga, virando a mão em sua face. Era tão reconfortante poder estapea-la.

Num segundo eu dava vários tapas na cara da infeliz, no outro, ela passava as pernas pela minha cintura, me puxando, e fazendo com que eu caísse e ela ficasse por cima de mim. Sua boca tinha um pequeno corte que deixava um filete de sangue escorrer por seu queixo. Ela se levantou e, antes que pudesse fazer o mesmo, deu um chute forte em meu estômago, fazendo com que eu praticamente vomitasse todos os meus órgãos. Tossi compulsivamente me contorcendo no chão, minha única visão sendo o sorriso vitorioso e cruel de Melissa.

– Sabe essa dor que está sentindo? - perguntou com a voz cortante e fria, como navalhas de gelo – Não é nem metade do que ainda vai sentir. E o irônico: vai ser pelas mãos de quem transou com seu namorado nos últimos três anos! Aposto que não conseguiu isso com ele até hoje. Na verdade, acho até que ainda é virgem. Own, que linda!

Tentei me levantar, mas cai ao novamente, ao levar outro chute nas costelas. Arfei sentindo uma dor horrível e coloquei a mão no local; bem onde estava ferida pela faca. As palavras de Melissa rodavam em minha mente, mas sem efeito. Sabia exatamente o que ela queria, e não deixaria isso acontecer.

Me sentei, deixando todo aquele turbilhão de sentimentos em mim transbordar em forma de gargalhada. Olhei para Melissa, que tinha uma expressão séria, mas seus olhos denunciavam sua surpresa. Balancei a cabeça reprovadoramente e me levantei. Antes que ela pudesse prever, puxei-a pela blusa e chutei seu estômago, fazendo-a bater com um som forte na parede.

– Sinto muito, mas não vai me afetar. Sei muito bem o que quer, mas não vai conseguir. Você não vai me vencer dessa vez, vadia. Está na hora de alguém mostrar o seu lugar.

Puxei seu cabelo, jogando Melissa no chão, e dei um forte chute em suas costelas. A loira se encolheu indefesa, tossindo. Dei alguns passos para trás, procurando minha arma e a encontrei caída ao lado de um balcão, na cozinha que era integrada com a sala. Fui até ela e, quando me abaixei, algo me empurrou para frente, fazendo com que eu batesse a testa no balcão. Coloquei a mão sobre o lugar sentindo uma pontada, e o líquido escorreu por minha mão, tingindo-a de vermelho.

– Estou bem onde deveria estar. – Melissa falou puxando meus cabelos enquanto abria uma gaveta e tirava uma faca de lá, que usou para fazer um pequeno corte em minha bochecha – Acima de você.

Puxei sua perna fazendo-a cair e soltar meu cabelo e a faca em suas mãos. Melissa tentou pegar a faca de volta, mas a empurrei com pé para que não pudesse pegá-la. Me levantei rapidamente, e não fui a única a faze-lo. Assim que terminei de me colocar de pé, Melissa já me atacava novamente, tentando me atingir, mas a única coisa que conseguiu pegar foi meu cabelo. Vantagens de ter cabelo longo, certo? Não.

Enrosquei minhas mãos em seus cabelos tentando afastá-la de mim, enquanto sentia como se os meus fossem ser arrancados a qualquer minuto. Cambaleamos para o lado e acabei por bater as costas na parede e, aproveitando o momento, Melissa batei o joelho na lateral de meu corpo, mas me mantive firme mesmo com a dor horrível; sentia como se tivesse quebrado alguma coisa. Ela deu outro chute no mesmo lugar e cabei soltando seus cabelos. Antes que Melissa pudesse fazer alguma coisa, empurrei-a com toda a minha força, lançando-a para um armário com portas de vidro; a loira bateu suas costas nele, quebrando o vidro.

Fiquei parada ali, arfante em meu sentimento de culpa, vendo o corpo de Melissa jogado de forma estranha dentro do armário entre os cacos do grosso vidro. Ela tinha morrido? Apenas observei por alguns segundos, antes de lentamente, sem nunca desviar meus olhos dela, ir até a arma e a pegar.

O barulho de mais cacos caindo no chão e a culpa passou logo quando Melissa se levantou com o rosto e a roupa com muitos cortes, feitos pelo vidro. Porque ela não tinha morrido, ó Deus? Juro que poderia conviver com a culpa, juro juradinho.

– Droga, garota, você quebrou meu armário! Pelo menos se fosse com a sua cara valeria á pena, mas... Poxa... – falou olhando com raiva para o armário espatifado – Bem, vamos voltar ao que interessa.

Ela avançou para mim, mas ergui a arma, pronta para disparar. Seu olhar para mim era inocente, os olhos levemente arregalados e com uma leve parcela de medo. Perfeito para colocar um oceano de culpa na pessoa mais fria. Melissa merecia um Oscar de atriz, se ainda existisse.

Destravei a arma e, com as mãos trêmulas, apertei minimamente o gatilho – não foi o bastante para disparar. Respirei fundo sentindo a coragem me invadir e olhei ferozmente a mulher á minha frente.

E foi bem nessa hora que a porta se abriu.

– O que está fazendo aqui, temos que... – Ethan se interrompeu, olhando da arma para Melissa, de Melissa para a arma.

– Você não devia deixar isso acontecer. – a loira falou para ele franzindo os lábios.

– Porque não? – perguntei ironicamente.

– É, porque não? – Ethan perguntou fixando seus olhos na arma.

– Eu sei onde estão. – Melissa falou olhando para o chão – Damen, Juliet... Connie...

Ethan congelou, olhando para o nada, pálido como se encarasse a morte. Eu já tinha ouvido aqueles nomes, mas não me lembrava de onde. Com certeza significava algo para eles. Meu coração perdeu uma batida ao perceber que isso poderia estragar tudo.

– Posso atirar agora? – perguntei engasgada, querendo acabar logo com aquilo.

– Onde? – me ignorou, andando lentamente até Melissa, parecendo desconfiado.

– Porque diria? Você quer me matar! – ela levantou uma sobrancelha.

Naquele momento me senti sobrando, como se estivesse acompanhando meu melhor amigo por quem era apaixonada num passeio com a odiosa namorada dele. Me sentia longe da realidade em que eles estavam. Sentia ciúmes. Ela conhecia a vida dele inteira, e, apesar de ter tentado nos matar vezes seguidas, nos perseguido, era palpável o clima que sempre havia entre eles, algo entre reconhecimento, aceitação e familiaridade.

Ao olhar nos olhos de Ethan, todo o ciúme que sentia se tornou raiva. Sabia exatamente no que estava pensando, e isso não me agradava. Ele não podia fazer isso, não com ele mesmo, com Delilah, todos os outros. Comigo. Apertei as mãos em punho em torno da arma que ainda estava apontada para Melissa. Planejava atirar antes que fosse impedida, mas simplesmente não deu. Num momento Ethan observava sua ex-namorada parecendo em estado de choque, e no outro a arrastava pelo braço. Senti meu sangue ferver e me postei á frente dos dois antes que a porta fosse aberta.

– Não pode fazer isso! – falei incrédula, não acreditando que ele faria aquilo.

Com um olhar inexpressivo, Ethan colocou uma mão em meu ombro, me afastando da porta e foi para fora, arrastando a loira para o meio dos tiros que ainda surgiam de pontos entre a fumaça que agora já não estava mais tão espessa. A garota olhou para trás, diretamente para mim, e piscou com um sorriso de uma mistura sarcástica e vitoriosa. Meu coração estava disparado; devia ter matado a infeliz quando tive a oportunidade, mas não o fiz. Mas não sofreria com isso.

– Droga! –falei comigo mesma, sentindo meus olhos arderem.

Fui atrás deles, nem um pouco afim de morrer antes de matar uma certa idiota que já estava passando dos limites, e ponderando se ficaria mal se o imbecil fácil de enganar também morresse. Provavelmente, mas eu superaria.

Por fim, quando conseguimos ultrapassar os muros e nenhum dos outros tinham chegado, Ethan pegou uma corda e amarrou as mãos de Melissa, jogando-a num dos carros. E logo quando os outros chegaram percebi o porquê. Ele sabia muito bem que ninguém deixaria que a loira fosse levada conosco, e eu pretendia contar, mas no momento em que abri a boca para dizer, senti algo me parar, como se uma força invisível não quisesse que eu falasse.

Com uma desculpa, Ethan conseguiu com que fôssemos só nós dois em um carro e no outro o resto. Eu queria xingá-lo e agredi-lo de todas as formas possíveis e torturantes, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, fomos encontrados e os tiros recomeçaram. Entramos no carro apressados e ele pisou no acelerador. Me sentia desconfortável, esperando que a qualquer segundo a outra se soltasse no banco de trás e atirasse em mim ou sei lá o que ela pudesse fazer para me matar.

Uma hora depois, quando já era óbvio que não éramos perseguidos e estávamos numa boa distância, respirei fundo, pronta para me manifestar.

– Pare o carro. – falei olhando pra a estrada á frente, mas ele me ignorou – Eu. Mandei. Parar o carro!

Ethan deve ter percebido que eu não estava dando opções e que não estava simplesmente pedindo para que ele o fizesse, porque estacionou, piscou o farol três vezes e o carro da frente buzinou, e parou metros á frente, espaço o bastante para conversarmos sem interrupções.

Desci do carro sentindo o vento gelado arrepiar minha pele mesmo por baixo do suéter. Passei a mão pelos cabelos, sentindo a ardência na testa assim que o fiz. Irritada e não me importando que aquela era uma das poucas roupas que tinha, rasguei a beirada da blusa que usava por baixo e coloquei sobre o corte, que praticamente encharcou o tecido em questão de segundos. Resmunguei alguns palavrões, e então finalmente ouvi outra porta do carro sendo aberta e, então, um suspiro alto e descontente.

– Me desculpe! – ouvi a voz de Ethan atrás de mim.

– Desculpar você pelo quê? – perguntei me virando – Por ser um imbecil, um cretino, um tolo, energúmeno, fácil de ser enganado, sem cérebro, cego, ter perda de memória recente ou o que? Seja mais específico, por favor.

– Entenda, ela sabe onde está minha família! Eu preciso encontrá-los! – falou parecendo meio desesperado.

– Ah, e é claro que esse é o motivo perfeito para salvar aquela ali, não é? Realmente você tem perda de memória recente porque não tem outra explicação para você ter acreditado nas palavras dela depois de tudo o que ela fez. Que ela tentou nos matar, e é por causa dela que não podemos mais ficar naquela casa, que é por causa dela que T agora está morto e provavelmente por causa dela que Gael também morreu. Que foi ela quem mandou te amarrar numa árvore para servir de lanchinho de zumbi e que é por causa dela estamos aqui agora, que os outros provavelmente estão machucados, que por causa dela que estou sangrando com dois cortes horríveis e parece que você nem percebeu, nem se importou. Acha que, mesmo que fosse verdade e com a ajuda dela pudesse encontrar sua família, sua mãe ficaria orgulhosa de você por colocar todos em risco por causa dela?

Parecia ter pegado o ponto fraco dele, porque de repente Ethan pareceu amargurado, como se lembrasse de algo não muito bom.

– E daí? Ela nunca se orgulhou mesmo.

– Porque ela conhece o filho que tem. – falei friamente – O problema é que demorei demais para enxergar isso.

Ele levantou uma sobrancelha impassível – mas visivelmente afetado - e, com uma curta risada amargurada de descrença, fui em direção ao outro carro, pedindo para ir com eles. Para minha sorte ainda tinha lugar no carro, por ter oito lugares, e me aconcheguei ali enquanto Reed explicava que ele e Lola estavam com Taty, mas estavam escondidos entre as árvores quando fomos levados, enquanto esta que se ofereceu para limpar meus ferimentos, passava um pano umedecido em meus dois cortes no rosto e Rick explicava como tinha sido difícil encontrar o lugar onde estávamos.

Durante toda a viagem fiquei imaginando o que aconteceria quando chegássemos á onde os outros estavam. Com certeza teria confusão, e ficaria do lado de quem quisesse a morte da cretina infeliz que parecia ter saído do inferno só para complicar nossas vidas. Na verdade, tinha a teoria que, de tão insuportável, ela tinha sido expulsa de lá pelo próprio diabo.

E então, a temida e ao mesmo tempo esperada hora chegou.

Horas depois, ao amanhecer, paramos na frente de uma casa com paredes sólidas de tijolos, com grades nas janelas. Eles deviam ter mudado depois de todos os acontecimentos – o lugar de antes já não era tão protegido.

Saí do carro animada para ver qual seria a reação dos outros quando soubessem que Melissa estava ali, e torcia para que ela fosse linchada. Seria algo divertido de se assistir. EU considerava o motivo de Ethan por fazer isso, mas colocar os outros em risco e poupar a vida da outra era demais, extrapolava todos os limites de compaixão existentes. E ele iria entender isso nem que eu tivesse que abrir a cabeça dele para enfiar isso lá dentro ou resultasse no ódio dele por mim.


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Notas finais do capítulo

TENHO UMA SURPRESA PARA VOCÊS! O primeiro a comentar vai poder me ajudar a escrever o próximo capitulo! O que acham? *-*
Alguém ai está com raiva do Ethan já? Alguém quer ajudar a Savannah a bater nele? aushauhsuahus
Então, beijos e até a próxima, leitores lindos do mundo! ♥