A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 41
Parte III - Capítulo 41 - Woodburry


Notas iniciais do capítulo

TO DE VOOOOOLTA! E cheguei á conclusão de que não importa o que eu coloque aqui, vou demorar. TRISTE!
Primeiro: créditos da nova capa á minha lindinha fofuxa da minha vida Lavínia (A demigod).
Segundo: capitulo dedicado á ela e á Lisie Moon, que deixou uma recomendação muito linda! *-------* Thank you so much flor! Sigam o exemplo dela, pessoas! u_u
Terceiro: feliz aniversário, DJ Malik *-----*
Quarto: espero que gostem.
Quinto: A parte três é da.... TAN TAN TANTAN...



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Parte III: Savannah

Capitulo 41

Woodburry

             Minha vida é uma droga!

             Sinto falta da época que reclamava da minha vida porque minha “mãe” (a freira Arien, que havia me pegado ainda bebê para criar) não me deixava sair de casa ou colocar fogo no sofá. Se soubesse que acabaria como estava, preferiria ter ficado trancada naquele convento o resto da vida. Mas não, tinha que acontecer um apocalipse zumbi! E, na tentativa de ajudar um dos infectados que bateram á porta, a doença se espalhou dentro do convento que era tão bem protegido, atingindo á todos ali dentro. Menos eu.

             Na noite em todos começaram a ficar infectados, Arien me trancou dentro do quarto para tentar ajudar as outras que ainda sofriam com a febre, para que ficasse protegida até que voltasse. Mas ela nunca voltou. Só consegui sair cerca de dois dias depois, quando Noah entrou no lugar gritando por meu nome, e finalmente ele abriu a porta.

             Noah Gallagher era praticamente meu irmão mais velho. Era quatro anos mais velho que eu, e meu único amigo na escola católica em que estudávamos, amizade que começou quando impediu que roubassem meu lanche quando tinha apenas sete anos. Desde então ele se mostrou meu protetor pessoal e me levava a venturas que nunca imaginei ter, como sair escondida no meio da noite para ver as luzes de natal no lago do outro lado da cidade ou pegar um metrô e ficar perdidos no meio do nada. Quando tudo começou, ele foi minha maior companhia; me protegeu a cada minuto, me salvou todas as vezes que estava em perigo, me ensinou como usar uma arma e a atirar facas – no que fiquei realmente boa depois de alguma experiência.

             E então ele morreu.

             Simplesmente foi mordido enquanto tentava me ajudar. E atirou em sua própria cabeça.

             E três semanas depois estava seguindo um carro desconhecido, na felicidade de encontrar mais alguém vivo e encontrar um lugar seguro. E foi exatamente o que consegui, até começarem os problemas, como uma ex-namorada sinistra saída do túmulo. Mas não me arrependi de ter ido morar naquela casa. Droga, era uma péssima mentira. Me arrependia e muito, mas Ethan era o motivo pelo qual me alegrava mais do que me arrependia por ter chegado até eles.

             E agora estava amarrada numa porcaria de cadeira presa por uma droga fita adesiva tão forte que parava a circulação em minhas mãos que formigavam, enquanto meu quase namorado estava provavelmente morto por culpa de uma loira falsificada metida a esquizofrênica bipolar. Porque, vida, por quê?

             Melissa nos olhava atentamente esperando uma reação. Woodburry? Nunca tinha ouvido falar de tal lugar.

             - E... O que é isso? – perguntei deixando claro o fato de não fazer diferença o que era.

             - Santa ignorância. – Melissa rangeu os dentes – É uma cidade.

             - Ah... Que fica...?

             - Até parece que vou dizer. Não terão muito tempo para contar para ninguém onde é porque vão morrer antes, mas é só por precaução.

             Um homem estranho com cara de drogado entrou no lugar – que pelas paredes feitas de metal parecia um galpão – e Melissa bufou indo até ele. Ele falou alguma coisa e ela fez uma expressão de raiva. Os dois saíram, nos deixando sozinhos e aproveitei o momento para me contorcer na cadeira tentando achar a ponta da fita adesiva que prendia minhas mãos, assim como os outros. Alguns segundos depois meus dedos começaram a pregar ali e finalmente achei a ponta. Me contorci para conseguir virar as mãos de maneira que desse para puxar a fita, mas não me saí muito bem.

             Melissa voltou e também voltei para a posição inicial, como se nada tivesse acontecido. Dessa vez, ela veio seguida de outros homens que vieram até nós.

             - Sinto muito, mas terei que desapontar vocês. – Melissa falou parando á porta – Queria muito torturar vocês, eu juro, mas como recebi outras instruções... Bem, vocês não utilidade aqui. A gente se vê no inferno.

             E então não vi mais nada além da escuridão do mesmo saco preto com cheiro de carne podre que veio cobrindo minha cabeça durante todo o caminho até a tal Woodburry. Tossi ao sentir aquele cheiro horrível, mas minha mente estava mais preocupada com o fato de que eu estava indo para a morte. Não sabia se ficava aliviada ou com mais medo. Talvez devesse ficar aliviada; não seria torturada e não teria mais que conviver com coisas mortas. Mas tinha mais medo ainda pela morte. Sempre a vi como meu maior pesadelo. E se tornava pior ainda morrendo por aquele motivo, naquele momento, naquele lugar.

             Fui puxada pelo braço – o que não foi muito legal contando com o fato de que meus braços estavam passados por trás da cadeira – fui sendo guiada, enquanto me contorcia tentando em vão me soltar.

             Um minuto depois fui empurrada com brutalidade e acertei uma parede, me fazendo gemer ao sentir a dor onde tinha me ferido com a faca e em minha cabeça. Sem poder me apoiar com as mãos amarradas para trás, escorreguei para o chão, ficando ali até outra mão me puxar e me colocar de joelhos. Ótimo! Vou morrer ajoelhada! Não pensaram em algo mais humilhante não?

             Por um momento quis matar Delilah por não ter se certificado de que a vadia estava realmente morta. Devia ter atirado na cabeça dela quando teve a chance! E ainda tinha uma desculpa perfeita. Porque, Delilah, por quê?

             Ok, últimos minutos de vida, não seja dramática, pensei respirando fundo sentindo minhas narinas arderem com o cheiro insuportável. O que guardavam ali? Partes de zumbis? Eca.

             Não seja dramática. Não seja dramática, não seja dramática.

             Pense em coisas felizes, se distraia... Unicórnios, campos floridos, arco-íris, céu, cair, morrer, zumbis... É não funcionou. O que não leva uma pessoa á pensar em morte? Dormir? Não. Cantar? Não, isso atrai zumbis. Ok, então vamos pensar em sexo. Ethan. Isso não ajuda nem um pouco, então seria melhor voltar meus pensamentos para minha morte eminente.

             Por mais que tentasse me fazer de forte e me controlar, logo grossas lágrimas caiam de meus olhos enquanto me esforçava para não soluçar e mostrar que estava chorando. Droga, era tão difícil assim entender que não queria morrer?

             Ouvi o “click” da arma sendo destravada e apertei minhas mãos em punho esperando pelo tiro. Fiquei imaginando se doeria, se não sentiria nada, se morreria logo ou ainda ficaria agonizando mesmo que fosse por segundos.

             Após alguns segundos, uma exclamação em uma língua diferente – não sabia qual era, para mim era tudo a mesma porcaria – preencheu o tão incômodo silêncio e então barulhos de tiros. Me encolhi imaginando quem havia morrido enquanto as lágrimas rolavam por meu rosto com mais frequência. Mas os tiros se tornaram mais frequentes e dessa vez vinham do lado de fora e com mais intensidade e um estouro.

             Poucos segundos de confusão depois, senti duas mãos me puxando do chão, mas dessa vez com cuidado, e no segundo seguinte a luz me cegava e a fita adesiva em minhas mãos eram puxadas. Levou um tempo até que me acostumasse com a luz, mas quando o fiz, pude ver uma fumaça branca preenchendo todo o lugar deixando um cheiro forte, mas que era melhor que o saco que envolvia meu rosto. Meu braço foi puxado mais uma vez e reconheci Ethan.

              Sem me importar se estávamos no meio de um tiroteio ou prestes a morrer, o puxei de volta e colei meus lábios nos seus num leve beijo, como se experimentasse se estava realmente vivo. Quando nos separamos, percebi que ainda estava chorando mais intensamente que antes – mas eram lágrimas de alívio. Sentia como se algo dentro de mim tivesse sido libertado.

             - Vamos logo. Teremos muito tempo para isso. – falou um pequeno sorriso, mas que não chegou aos olhos; neles eu só via medo e preocupação. A coisa realmente estava feia.

             Ethan voltou a me puxar por entre a cortina de fumaça enquanto olhava em volta tentando achar os outros. O galpão parecia mais um labirinto, com varias “salas”, mas não demoramos a achar a saída e, do lado de fora, a confusão era pior. Os tiros não cessavam um segundo e meu casual problema de visão por causa da mudança de luz e a fumaça que também havia ali não ajudava muito.

             - Pegue isso. – Ethan me entregou uma arma e alguns cartuchos de munição. – Esqueça que são pessoas. Atire.

             - Essas pessoas iam me matar. Acha que estou ligando? – revirei os olhos carregando a arma e colocando os outros cartuchos nos bolsos da calça jeans – E se não se importar, vou dar um belo headshot naquela loira demoníaca.

             Num impulso, dei um rápido ultimo beijo no meu quase namorado e corremos para o outro lado da rua, procurando por um lugar onde pudéssemos nos proteger a atirar ao mesmo tempo. Do outro lado da rua, uma coisa redonda rolou pro meio do lugar e estourou, soltando mais fumaça.

             - Onde conseguiram granadas de fumaça? – perguntei atirando num homem que tentava se esconder atrás de uma pilastra (errei feio, mas o que vale é a intenção).

             - Eles têm um ótimo arsenal aqui. – zombou.

             - Usando as armas deles contra eles... Que desonesto. – falei sorrindo – Adorei.

             Ouvi um assovio vindo da frente e, das sombras de um prédio do outro lado da rua, Rick surgiu, fazendo um sinal para nós. Logo depois outras duas bombas estouraram deixando a cortina branca de fumaça ainda mais densa, e novamente estávamos correndo, acompanhados de Rick, Daryl, Delilah, Reed e Lola.

             Não fazia a mínima ideia de para onde estava indo, só pensava em como aquela cidade parecia enorme e que tinham muitas pessoas ali. Se não fossem tão hostis seria legal ficar por ali. Mas não.

             Numa confusão de pessoas correndo e atirando cegamente pela fumaça, acabei soltando a mão de Ethan e não o achei mais. Uma pessoa esbarrou em mim e pediu desculpa; talvez tenha achado que era um dos moradores dali. Pelo menos ninguém havia atirado em mim.

             Uma mão segurou a minha e saiu me puxando, e, sem poder fazer nada pelo susto e pelo fato de não saber exatamente quem era, me deixei levar. Não sabia exatamente para onde estava indo, mas em um minuto estava dentro de uma sala, e a mão havia se soltado da minha. Ouvi um barulho ecoar seco pela sala e me virei, encontrando a pessoa que mais odiava no mundo.

             - Agora somos só nós duas, querida. – Melissa falou com um olhar sinistro,

             Bem, pensei. Ótima chance para um headshot, não é?

             - Perfeito. 


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Notas finais do capítulo

E ae, o que acharam?
Entre Sav e Melissa: MIL TRETAS, MANO! uashausau
Espero que tenham gostado *-*
Beijos e até a próxima ♥