A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 4
Parte I - Capítulo 4 - Algo Sempre Complica


Notas iniciais do capítulo

Ooooi pessoas! Quarto capitulooo! E eu queria esclarecer uma coisa: o "Parte I" é porque a parte I inteira será narrada pela Delilah, e as outras ainda não decidi completamente, mas acho que vocês irão gostar.Até as notas finaaais!



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Capítulo 4

Algo Sempre Complica

A grama mal cuidada e amarelada não fazia jus á grande construção á frente. As paredes com pintura bege, apesar de estarem com alguns pontos descascando, e o estilo vitoriano eram belíssimos. A única coisa que retirava a aparência de uma casa normal onde um casal poderia criar seus filhos eram as portas e janelas de um metal lustroso e as grades que vinham antes destas, além do muro de vinte metros de altura que circundava toda a propriedade.

Fui para a porta, sendo seguida por Savannah que olhava tudo boquiaberta. Peguei minha chave e destranquei a grade e logo depois a porta. Assim que a abri, fui jogada no chão por doispequenos braços que me apertavam.

- Hey, hey! Calma, garoto. – ri me levantando, ajudando Kalem a fazer o mesmo.

- Aonde você estava? – a voz repreensiva de Emma ecoou pela sala enquanto ela descia escadas. Abaixei a cabeça envergonhada. Eu nunca abaixava a cabeça quando era repreendida, mas com ela era diferente. Seu rosto angelical e olhos que pareciam prontos para derramar lagrimas a qualquer segundo me tornava incapaz de respondê-la.

- Desculpe-me, Emma... Sei que errei, mas se eu dissesse que iria sair Ethan não deixaria. E nem você. – falei, e ela logo veio me abraçar. – Como Gael está?

- Ela ainda está com febre e dorme a maior parte do tempo, além de não ter comido quase nada. – falou franzindo a testa e os lábios, coisa que só fazia quando estava muito preocupada. Só então lembrei-me de ter deixado todos os suprimentos e armas no carro. Virei-me, quase trombando com Savannah que parecia desconfortável ali.

- Emma, essa é Savannah. – apresentei – Acho que você não se importa se ela ficar aqui conosco, não é?

Emma sorriu e foi até Savannah, observando-a.

- Bem-vinda, querida. Venha, vou arrumar um quarto para você. – ela abraçou Savannah de lado protetoramente e a guiou para o andar de cima. Emma era tão protetora que ás vezes parecia nossa mãe. Apesar de ainda ser jovem, com seus trinta anos e sua aparência de vinte, nos tratava como se fossemos seus filhos.

Voltei até o carro e peguei minha mochila que estava completamente cheia, minhas armas e a bolsa com as flechas que eu deveria limpar. Entrei novamente em casa, vendo um Ethan que não parecia muito contente. Seus olhos cinza tempestuosos encaravam os meus com um pedido mudo, um pedido de desculpas. Coisa que eu não faria.

Cruzei os braços e continuei encarando-o. Ficamos assim por alguns minutos e quando ele percebeu que eu não cederia, suspirou, fechando os olhos, e passou a mão por seus cabelos negros desarrumados nervosamente.

- Porque não avisou a ninguém, Delilah? – ele perguntou com a voz contida, como se quisesse gritar.

- Você me deixaria ir se eu tivesse avisado? – perguntei, suspirando. Ele abriu os olhos e me avaliou por alguns segundos.

- Não. Eu não deixaria.

- Então problema resolvido. Gael não conseguiria só com os chás que Emma está dando para ela, e você sabe disso... – minha voz falhou – Eu não quero perdê-la, Ethan. Eu já perdi muita coisa. Você também.

Ethan suspirou novamente e balançou a cabeça, logo vindo me abraçar. Devolvi o abraço e ficamos assim por alguns minutos, até que ele se separou de mim sorrindo.

- Vá tomar um banho e trocar de roupa. Esta está com cheiro de coisa morta. – ele riu e pegou minhas armas e a bolsa com as flechas. – Pode deixar que eu vou dar um jeito nisso.

Ele saiu andando para os fundos da casa e eu fui tomar banho, como Ethan havia sugerido. Eu queria ir cuidar de Gael primeiro, mas não seria legal que ela me visse no estado em que estava, com arranhões avermelhados pelas bochechas, a pele manchada de sujeira e as roupas com alguns indícios de sangue, além do cheiro.

Entrei em meu quarto deixando a mochila sobre a cama. Fui direto para o banheiro tirando lentamente as roupas. Liguei o chuveiro e entrei sob a água quente, sentindo meus músculos relaxarem e a friagem sair do meu corpo. Lavei meus cabelos sem pressa alguma, aproveitando cada minuto ali. Sai do chuveiro enrolada na toalha e abri meu armário, pegando qualquer roupa.

Rapidamente prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e peguei a mochila, indo para o quarto de Gael. Abri a porta lentamente, apenas para vê-la dormindo tranquilamente em sua cama. Sentei-me na beirada, acariciando seus cabelos negros. Seu rosto estava afogueado e sua pele tinha um leve brilho de suor. Coloquei as costas da mão em sua testa, apenas para contar o que eu já imaginava: estava com uma febre altíssima. A menina abriu os olhos azuis, me encarando, e um sorriso fraco se formou em seus lábios.

- Lia... Você voltou... – sua voz saiu baixa. Era angustiante vê-la tão doente. Desde que nasceu tivera problemas com a baixa imunidade e sempre teve que tomar remédios, e com seus oito anos ela quase nunca saia de casa, mesmo acompanhada, e ao invés de ir á escola como as outra crianças de sua idade, tinha aulas particulares em casa.

- Olá, querida... Voltei, e com seus remédios. Você vai ficar boa logo. – forcei um sorriso e peguei os vidrinhos de remédio na mochila. Por sorte não estavam vencidos e durariam por um bom tempo.

Ajudei-a a se sentar e entreguei um comprimido de cada para ela, pegando o copo de água que estava no criado mudo ao lado de sua cama. Ela bebeu todos, um por um, fazendo careta. Quando acabou, Gael voltou para debaixo do edredom, tremendo. Suspirei e fiquei ao seu lado, acariciando seus cabelos macios.

- Você não vai sair de novo, não é, Lia? – ela perguntou fechando os olhinhos.

- Não, querida. Não vou sair. – falei e dei um beijo em sua testa, e ela logo dormiu.

Encostei-me na cabeceira da cama, e fiquei pensando até pegar no sono.


“Anda logo, saia daqui!” sussurrou meu pai me empurrando para o lado oposto dos grunhidos. “Siga em frente e vire no terceiro corredor. Tente não usar a arma, ou chamará a atenção dos outros.Logo á frente você verá uma porta vermelha. É a saída.”

“Tudo bem...” concordei tentando fazer minha voz não falhar. Não queria chorar. Não queria parecer fraca. Mas não consegui. As lágrimas rolavam livremente pelas minhas bochechas.

“Hey, hey. Está tudo bem.” Ele falou sorrindo e limpando minhas lágrimas “Você sempre será minha pequena Valentine.” Ele beijou minha testa EME deu um abraço apertado, logo me soltando e me empurrando na outra direção. “Eu te amo, querida”.

Saí correndo para onde ele havia falado, mas estava muito escuro e as lágrimas não ajudavam. Virei o corredor que ele falou e vi a porta vermelha. Que estava bloqueada por dois mortos. Me segurei para não gritar quando estes vieram em minha direção e respirei fundo. Peguei minha faca seguindo o conselho de meu pai e sai correndo até o que estava mais próximo e consegui acertar sua cabeça rapidamente. Mas quando me virei para atacar o outro, ele já estava perto demais. Muito perto. Senti sua mão fria em meu pulso e eu só consegui usar a arma. O barulho ecoou pelo lugar, e então ouvi outros tiros. Meu pai teria conseguido? Mas então ouvi seu grito, mas não era de terror. Ele só estava chamando a atenção deles para que não viessem até mim. Queria chorar, mas não havia tempo. Abri a porta e corri para a rua, onde o carro estava estacionado. Não vi mais daquelas coisas, mas eu estava muito enganada. Eu só não havia olhado para trás. E foi quando senti aquela mão fria e repugnante em meu ombro.

– Lia, acorda! – Ethan me sacudia. Minha visão estava turva pelas lágrimas. Ethan me olhava com curiosidade.

- Meu pai... – minha voz falhou. Ele suspirou em entendimento e me abraçou.

- Acho que te acordei em boa hora... Só sinto pelo motivo não ser tão bom. – ele falou.

- O que aconteceu? – perguntei me endireitando, falando baixo para não acordar Gael.

- Emma saiu para buscar algumas ervas para tentar baixar a febre de Gael e ainda não voltou. – falou, e foi então que reparei que seu olhar era meio assustado.

- A que horas ela saiu?

- Assim que você dormiu... Mais ou menos dez da manhã.

- E... Que horas são? – perguntei temerosa.

- Uma hora. Da madrugada.



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Notas finais do capítulo

E então? Mereço reviews? *u* Espero que sim! Amei escrever esse capitulo ainda mais que os outros, porque a partir de agora que vou começar a contar o passado da Delilah! E no próximo capitulo terá uma grande surpresa! ^^ Beijos e até a próxima.



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