A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 29
Parte I - Capítulo 29 - Em Neve


Notas iniciais do capítulo

Outro capitulo para vocês, leitores mais perfeitos do mundo! *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273898/chapter/29

Capitulo 29

Em Neve

             O carro estava em completo silêncio, e eu não me importava. Estava mais preocupada com o fato de deixar Gael, e minha mente circulava em torno de suas palavras.

             Assim que me ofereci para ir me senti culpada, mas era o certo a fazer. De qualquer jeito, no final, eu me sentir culpada. Mas se algo acontecesse com Lori e o bebê eu me sentiria pior ainda. Então fui até o quarto de minha irmã, que me esperava com uma expressão desanimada.

             - Eu sei que você quer ajudar eles. – ela falou baixo.

             - Isso é por minha culpa. – engoli o remorso que deixava um nó na garganta – Se eu tivesse prestado mais atenção isso não teria acontecido. E se eu tivesse pegado outro remédio, um mais forte? Poderia ser você nessa situação e... Eu não consigo nem imaginar o que faria. Mas eu não quero te deixar aqui. Prometi que ficaria com você o dia inteiro.

             - Mas se você ficar não vai estar feliz. Ainda vai estar mal e não vai ser tão divertido. Não me importo se for, teremos amanhã para passarmos o dia juntas.

             - Mas o que... – comecei, confusa pelas palavras de minha pequenina irmã.

             - Você tem que ajudar os outros, Lia. É isso o que você sempre faz. – ela sorriu e veio até mim me abraçando, e eu continuava confusa com suas palavras. Como minha pequena irmã podia ter uma mente tão compreensiva.

             Meus pensamentos voaram novamente para o fato de eu não passar o devido tempo com ela. Talvez ela já fosse assim há muito tempo, eu só não tinha tempo para perceber isso. Ou talvez todas as perdas tenham feito-a crescer. Ela e Kalem eram tão diferentes! O garoto era rebelde e queria tudo da sua maneira, chamar a atenção. Mas Gael era uma menina compreensiva e que sabia o que era o certo; nem parecia ter apenas nove anos.

             - Está tudo bem? – Ethan perguntou colocando a mão no meu ombro.

             Apenas assenti e dei um sorriso fraco que pareceu não convencê-lo.

             A viagem não poderia durar mais não?, perguntei para mim mesma com ironia. Com a urgência do problema, não iríamos muito longe, estávamos á caminho do centro Stanville, a cerca de uma hora e meia da casa. Mas ainda sim o tempo parecia se arrastar e o caminho mais anda. E não era para menos; para não corrermos o risco do carro atolar e aproveitando que a camada de neve não estava não grossa, Rick não passava de trinta quilômetros por hora. Por isso a estimativa de nossa viagem era um pouco mais que apenas uma hora e meia.

             Algum tempo depois – que pareceu uma eternidade – chegamos ao centro que parecia ter pegado fogo, mas não havia mais que fuligem e algumas casas visivelmente arrombadas. Tudo ali era tão preto e branco que me sentia num filme antigo.

             Para irmos mais rápido e pegar tudo o que precisávamos, o plano era nos dividirmos ao chegar ao centro, pegar o que encontrássemos, tudo em uma hora, e ir direto para o carro. E, na verdade nem sabia quem estava no meu grupo, estava alienada á todas as conversas no carro pensando em meus irmãos, os problemas em casa e o fato de Daryl me ignorar até mesmo quando não devia fazê-lo, como quando perguntei com quem estava a lista das coisas que Herschel precisaria, mesmo sabendo que Rick havia entregado para ele. Na verdade aquela tinha sido apenas uma tentativa de iniciar algum tipo de comunicação com ele, que no momento parecia achar arrumar sua besta e as flechas bem mais interessante, e o mesmo sempre acontecia quando fazia alguma pergunta ou falava qualquer coisa direcionada á ele.

             Desci do carro e fiquei parada olhando os quatro homens, Rick, Ethan, Daryl e Reed – que não sabia por que tinha ido conosco - terminando de combinar tudo e começar a se separar e eu sem saber por onde ir.

             - Vamos? – Reed olhou para mim como se eu fosse maluca e revirou os olhos.

             Bufei e cruzei os braços irritada. Não podia acreditar que eu iria, novamente, com Daryl. E Reed! Será que não tinha como piorar não?

             No momento em que pensei isso senti um arrepio passar pela minha coluna e continuei atrás dos dois homens que andavam lado á lado e tinham uma postura quase igual: confiante e preparada para qualquer coisa. Suspirei imaginando que devia ter implorado a Rick e Ethan para ir com eles ou pelo menos prestado atenção quando decidiram isso para eu poder opinar.

             Andamos um pouco até encontrar uma pequena farmácia, onde com certeza tinha o que precisávamos pegar. Reed entrou na frente com uma faca pronta em uma mão e a outra preparada sobre a arma presa em sua cintura. Daryl parou na porta dando espaço para que eu entrasse também e, fuzilando-o com o olhar – gesto que foi retribuído por ele -, entrei, bem no momento em que três zumbis vinham em nossa direção. Como meu arco não estava preparado, peguei uma faca que tinha deixado presa no cós da calça e andei até o mais próximo. Chutei-o bem na barriga fazendo-o cair e sem hesitar afundei a faca em seu crânio, ouvindo os estalidos que faziam com um prazer enorme. Olhei em volta conferindo se tinha mais algum para eu matar, mas os outros dois já tinham cuidado do resto e Daryl me analisava estranhamente, o que devolvi com um olhar mortal enquanto retirava lentamente a faca do que eu tinha acertado.

             - O que precisamos? – perguntei friamente, devolvendo todas as vezes que ele havia me ignorado.

             - Toalhas, gaze e esse remédio. – Daryl me mostrou e fiquei surpresa por estar falando diretamente comigo.

             - Ok, acho melhor cada um pegar uma coisa. – Reed deu a ideia e foi logo para o lado onde tinham coisas para banho, e até fiquei surpresa pelo lugar ainda ter bastante coisa.

             - Vou pegar o remédio. – falei indo para as prateleiras.

             - Acho melhor eu pegar. – ele falou segurando meu pulso.

             - Por quê? – perguntei, tentando ignorar o calor que sua mão fazia se espalhar por todo meu corpo.

             - É por isso que estamos aqui agora, não é? Deixamos os remédios nas suas mãos.

             - Nossa, muito engraçado. – olhei-o indignada e me soltei – Está sendo irritante para não perder costume ou tem algum outro motivo? – perguntei me referindo á noite anterior.

             - Não brinque com isso. – ele falou enquanto eu pegava um pacote de gaze numa prateleira e colocava na minha mochila – Aquilo foi só um erro.

             - Um erro que você adorou cometer. – falei escondendo um sorriso.

             - Mas isso não vai se repetir. – ele me puxou fazendo com que eu olhasse para seus olhos, que queimavam numa selvageria que me fez estremecer assustada – Não é?

             - Da minha parte eu não garanto nada. – avancei um pouco fazendo nossas respirações se misturarem , mas logo me afastei, séria, mostrando a convicção de minhas palavras.

             - Você não sabe o que está fazendo.

             - Mas adoraria descobrir. – maliciei, saindo de perto dele e me encaminhando para os fundos onde ficava o estoque de remédios.

             Enquanto procurava o remédio certo, meu coração batia acelerado e eu me perguntava de onde tinha tirado aquela força para encarar Daryl. Normalmente eu me intimidaria e tentaria sair de perto o mais sorrateiramente possível, mas dessa vez eu tinha olhado em seus olhos que mostravam claramente que ele tentava se conter e respondido maliciosamente suas tentativas de me afastar. Encostei a testa na prateleira de ferro que estava gelada, na esperança de que isso me ajudasse a clarear os pensamentos, mas o barulho de algo caindo me chamou a atenção e eu me virei rapidamente. E nada. Não tinha nada por ali. Mas ainda sim sentia como se alguém estivesse me observando.

             Peguei minha arma e a faca segurando-as firmemente e adentrei mais o lugar, mas estava escuro demais e não queria me arriscar tanto. Corri de volta para a prateleira, remexi por ali até encontrar o que precisava e saí rapidamente, sem nem mesmo olhar para trás.

             - Encontrei. – entreguei para Reed colocar junto com as outras coisas.

             Daryl pegou o remédio e olhou o rótulo. Logo depois tomou a lista da minha mão e olhou de novo.

             - É, você pegou o certo. – ele falou sério, mas com uma ponta (enorme) de ironia, e devolveu o remédio.

             - Não acredito. – falei sarcasticamente.

             Saí da farmácia e fui andando na direção onde o carro estava, observando o lugar por onde passava, até que vi algo estranho. Uma porta se abriu e fechou numa das casas, como se alguém tivesse acabado de entrar, e então vi a cortina da janela ao lado afastar um pouco.  Tentei ignorar, mas e se fosse realmente alguém ali?

             - Acabei de perceber que esquecemos o outro medicamento... É uma solução... – Daryl apareceu olhando o papel.

             - Eu vou buscar. – revirei os olhos, peguei o papel e corri de volta para a farmácia.

             Num ato rápido, entrei novamente nos fundos da farmácia onde ficava o estoque e comecei a procurar a tal solução. Achei-a e quando ia me virar, um braço passou em volta da minha cintura e antes que eu pudesse gritar, uma mão tapou minha boca.

             - Olá, querida. – uma voz masculina aveludadamente assustadora e rouca falou no meu ouvido – O que acha de conversarmos um pouquinho?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Será quem é esse cara que apareceu tão... De repente? Será conhecido, desconhecido, e o mai importante: o que ele quer? hehe'
Notícia: a parte I já está acabando! Então aproveitem os ultimos pov's da Delilah! u_u
Pleeease, mandem reviews, deem ideiaaaas! *-*
Beijos e até a próxima ♥