“O homem examinou meu bilhete e me falou para qual vagão eu deveria ir. Cheguei a minha cabine 4D-89 e me sentei no assento 3 o perto da janela assim como eu havia pedido.

Para minha surpresa alguns minutos depois de já ter me acomodado a mesma loira que comprara a passagem para mim entra na cabine. Ela sorri e eu correspondo.

Ela se senta em minha frente e cruza as pernas torneadas. ‘Então você é de onde?’ ela indaga tentando quebrar o gelo. ‘De Los Angeles e você?’ respondo ‘Sou de lá também’

Fico entusiasmada ‘Sério de qual parte da cidade?’. A garota parece pensar um pouco antes de responder ‘Bem eu era de LA, mas quando eu fiz dez anos meu pai me mandou estudar em um internato na Suíça...’ ‘Ah..’ respondi.

‘De qualquer maneira acho que ainda não nos apresentamos. Meu nome é Santana, Santana Lopez, mas pode me chamar de Santy.’ E estendo a mão para a jovem a minha frente, sua pele é macia como um veludo parecem mãos de bebe, um calafrio percorre minha medula espinhal quando a toco. ‘Meu nome é Brittany Pearce, mas pode me chamar de Britt’ Ela diz. ‘Alguma relação com o escritor John Pearce, o escritor?’ eu indago, ela sorri antes de responder e fala ‘Ele é o meu pai. ’

E foi nesse dia que começamos a nos conhecer melhor. Você nesta época falava fluentemente espanhol, inglês, francês, sueco... E tivemos a coincidência de ficar no mesmo hotel lembra?

Santy sempre achou que foi obra do destino ficarmos no mesmo hotel, pegarmos a mesma cabine no trem. Porém, alguma coisa me disse no momento em que eu a conheci que devia ficar com ela uma coisa meio que de alma gêmea, e eu segui isso. Eu só não daria o primeiro passo aguardaria ela dar.

Dizem que o amor é para poucos e eu o achei numa estação de trem e posso dizer que este amor estava bem confuso e só precisa de um empurrãozinho. E deu certo não deu. Estamos juntas até hoje.

No avião, já eram quase nove horas e as aeromoças estavam passando com carrinhos cheios de comida foi servida como eu sempre faço nunca pego nada diferente de massa, que para mim num avião é a única comida que vai prestar. Assim que terminei voltei a ler.

Você nunca tinha ido a Paris antes nem eu. Aquela cidade era maravilhosa não? Conhecemos tanto em tão pouco tempo. Lembra de nosso primeiro beijo havíamos acabado de comer um monte de éclairs nosso doce francês favorito. Estávamos andando pela rua quase nenhum carro passava mais já eram quatro da manhã a torre Eiffel ainda estava iluminada, nossas mãos estavam entrelaçadas e andávamos meio que abraçadas estava muito frio eu pensava que iria morrer congelada ali se você não estivesse disposta a me esquentar.

Paramos de andar um pouco e sentamos para tirar mais uma foto que no final da viagem e eu contei recentemente deram exatamente 2.793 fotos isso só em Paris. Foi ali que eu tomei coragem e disse o que estava sentindo por você era algo totalmente novo para mim e eu não esperava que você fosse corresponder...

Ainda bem que eu estava completamente, irrevogavelmente, indubitavelmente errada. Seus olhos azuis se encontraram com os meus e eu pensei que eu iria ver neles desprezo. Acho que este foi o momento que eu mais tive medo de ser rejeitada em toda a minha vida. Mas eles transbordavam amor. Passei meus dedos gélidos em seu rosto quente e me inclinei para um beijo. Voltamos para o hotel e aquela foi a primeira noite que dormimos juntas de conchinha.

O fim da viagem foi horrível. Eu teria que voltar pra concluir meus estudos e você teria que terminar seu ultimo ano no internato e depois você poderia ir para faculdade.

Nós costumávamos trocar cartas, e-mails, fazer chamadas telefônicas todas as semanas. Sempre tínhamos um assunto novo.

Quando o ano acabou você contou ao seu pai que havia decidido fazer medicina na UCLA e ele aceitou mesmo alegando que gostaria que você estudasse em Cambridge.

Contamos a ele sobre nosso namoro o que foi tranquilo... e o resto você sabe né. Fomos morar juntas. Saiba que eu estou morrendo de saudades e não vejo a hora de te encontrar.

A sua espera, com amor,

Santana Lopez

Ao terminar a carta fui dormir. No dia seguinte acordei com a aeromoça me chamando e dizendo para eu me levantar.

De chofre levantei-me e fui andando até onde as malas estariam. Não tive que esperar muito e logo vi a mala da Louis Vuitton que Santy havia separado para mim.

Ao sair no desembarque havia um chofer me esperando com uma placa escrita “Senhorita Brittany Lopez” Ele dirigiu me até o hotel.

Já no hotel recebi no hall uma carta da Santana.

“Te espero na estação, tome um banho e descanse um pouco quando for duas horas. Juan, o chofer ira te buscar. Estou morrendo de saudades.

Santana”