Às dez da manhã meu despertador toca, acho que eu dormi demais. Mas que tonta eu sou hoje é quatro de julho um feriado e eu não teria que trabalhar. Minha mão apalpa o lado esquerdo da cama procurando por Sant eu a queria acordar com um beijo como de costume, mas nada encontro.

Nenhum ruído pode ser escutado no banheiro, muito menos na cozinha. Provavelmente Sant havia saído para comprar pães quentes na padaria perto de casa e comprar o jornal do dia. Será que ela esqueceu que esse foi o dia que nós nos conhecemos? Impossível ela é melhor de datas do que eu.

Ao ver que ele não estava mesmo em casa fui furtivamente para seu lado na cama o cheiro de colônia feminina me excitava mesmo depois de seis anos. Escutei um barulho estranho quando me aconcheguei no travesseiro de plumas de ganso.

Acendo a luz e meus olhos estranham tamanha claridade. Um envelope pardo estava escondido embaixo do travesseiro e com ele um bilhete com um post-it laranja com a caligrafia de Santana. “Eu sabia que você ao perceber que eu não estava em casa se acomodaria no meu lado da cama. Abra o pacote eu sei que você esta morrendo de curiosidade. Beijos, Santana.”

Santana era a mulher mais linda do mundo tinha cabelos negros, olhos castanhos escuros penetrantes, 1,63 de altura e um corpo de dar inveja a qualquer outra mulher de 26 anos e sangue latino. Além disso, era uma ótima cardiologista, uma mulher culta e romântica, ou seja, uma namorada que toda garota sonha em ter. E eu a sortuda que ganhou na mega sena eu era uma pediatra recém-formada eu tinha 1,70, um busto médio, olhos azuis e cabelo loiro, filha de um escritor famoso que me dava tudo o que eu queria.

Não existe no mundo alguém que me conheça melhor do que a Santy. Abri o envelope e peguei o texto na primeira pagina estava digitado.

“Se lembra do dia em que nos conhecemos? Quatro de julho de 2006 já se faz seis anos o tempo passa rápido não? Falamos tanto desde esse e dia e posso afirmar que essa não foi a única coisa que fizemos, e ainda eu não sei descrever em palavras o que aconteceu. Mas acho que isso é o amor: não saber de nada, sabendo tudo, não crer em nada, acreditando em tudo.

Não sei por que, mas hoje senti uma vontade imensa de escrever para você. Eu queria te contar tudo sem ver a sua cara, sem sentir o seu cheiro que me distrai tanto. Eu acho que escrevo bem o suficiente para te escrever essa carta. Bem pelo menos isso é o que eu penso. Encontre-me quando terminar tudo você saberá onde me encontrar... Acho que já esta na hora de você pegar o avião a passagem esta no seu criado mudo e sua mala esta pronta dentro do armário, te aguardo com saudades mesmo antes de partir. PS: leve o envelope e leia o resto.”

Dentro de alguns minutos eu já estava na rua um vento gelado batia em meu rosto. Eu usava um casaco enorme bege, um cachecol, uma blusa de manga comprida branca por baixo de um cardigan xadrez, uma calça jeans confortável e uma bota UG bege também. Chamei um taxi e pedi para o taxista me levar ao aeroporto.

Chegando lá embarquei mais meia hora e eu perdia o avião, eu estava indo para Madrid me encontrar com Santana.