The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 21
capítulo vinte


Notas iniciais do capítulo

Hey, people! Capítulos com revelações!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273493/chapter/21

— Narrador —

Ela se levantou do chão e seguiu até a pequena casa. A luz da luda iluminava o lugar e um pouco de neve cobria Angelina; era uma floresta diferente, embora estivesse parcialmente morta, não era tão sinistra e medonha. Onde ela estava? Que lugar era esse para onde Chase a havia mandando? Como ela voltaria para Hogwarts? Para sua casa? Angelina já estava perto da portinha.

Bateu. Não houve resposta. Bateu novamente e a porta abriu-se sozinha. Angelina entrou, receosa: ela não queria ser expulsa da casinha. Se fosse, para onde ela iria? Ela não sabia onde estava. Enquanto andava, tropeçou no vestido e percebeu que só estava com pé se seu sapato. Angelina o tirou e, pedindo desculpas mentalmente à Rachel, rasgou o vestido, fazendo-o ficar uniforme na altura na coxa. Estava curto, mas, pelo menos, não a faria tropeçar novamente.

Conforme andava, Angelina percebia que a casinha não era abandonada. Havia ferramentas espalhadas pela salinha, sapatos desgastados e miúdos estavam jogados pelo chão, havia roupas por todo o lugar que a garota via; afora o acúmulo de louças na pia bem menor do que ela. O que era aquela casa?, pensou a garota. Então, Angelina parou no maior cômodo daquela casa: o quarto.

Era apenas um quarto e, nele, havia sete pequenas camas espalhadas, todas, por ora, vazias. Havia sinais de que pessoas estiveram ali pela manhã e deixara a casa naquele estado. E ali estava tão quentinho... Angelina estava cansada (todo aquele esforço consumira boa parte dela) e, mesmo que as camas fossem menor do que ela, o sono a vencera que, sem pensar, juntou as camas, deitou-se e fechou os olhos.

Angelina não sabia se era manhã ou noite. Se era tarde ou não. A única coisa que queria saber era que, a noite passada, não passasse de um pesadelo; que ela iria acordar em sua cama, no dormitório feminino, na torre da Grifinória e que, a qualquer momento, Lílian, Rosa e Rachel iam jogar um travesseiro para que ela acordasse. Contudo, não foi a voz de Lily nem de Rosa que ela estava escutando. E muito menos os pensamentos delas.

Quem estava ali?

— O que ela está fazendo? — perguntou uma voz irritada e ao mesmo tempo esganiçada.

— Eu estou com sono e ela está deitada na minha cama — uma outra voz esganiçada, porém arrastada, chegou aos ouvidos de Angelina.

— Alguém faz o favor de tirar essa intrusa daqui? — tornou a primeira voz ainda irritada.

Lentamente, Angelina abriu os olhos. Sete pares de olhinhos a olhava a trinta centímetros do seu rosto. Angelina tomou um susto com a aproximação e levantou-se de um salto.

•••

Tiago e os outros ainda estavam usando os trajes a rigor. Ele não sabia para onde Angelina fora e temia pela vida de sua amada. Ao seu lado, Lily chorava silenciosamente amparada por Tiago — que acariciava as costas da irmã mecanicamente —, Alvo e Teddy. Eles sabiam que tinham alguma coisa errada.

— Foi minha culpa — soluçou Lílian com as mãos tampando o rosto. — Eu disse para que ele viesse, eu, praticamente, a obriguei a ir. Mesmo ela dizendo que não queria.

— Não foi sua culpa, Lily — consolou-a Alvo, os olhos verdes brilhando. — Ela não nos disse nada.

— Mesmo assim. Eu deveria tê-la escutado.

Escórpio abraçava Rosa, que,até então, vinha se mantendo calada como Tiago. Ela não chorava nem esboçava reação. Só pensava: se ninguém estivesse tão preocupado, poderiam ouvir as engrenagens funcionando em seu cérebro.

— E se não aconteceu nada? — sugeriu Escórpio quebrando o silêncio. Eles se encontravam no Salão Principal, sentados em cadeiras; todos o olharam. — E ela apenas foi.. embora?

— Deixa de ser idiota, Malfoy — disse Jared impaciente, com Roxanne em seus braços. — Só abra a boca quando pedirem para o fazer. Angelina nunca iria embora do nada.

— Só estou querendo ajudar — Escórpio encolheu os ombros. — Vai ver ela se cansou de ver a cara feia do Tiago e fugiu. Ela deve estar bem melhor agora.

— Ela não fugiu! — gritou Jared, agora, furioso.

— Angelina não fugiu... — começou Rosa, distante.

— Viu? — cortou Jared triunfante.

— ... tampouco está bem — completou Rosa ainda no mesmo tom. Só agora sua ficha estava caindo e ela começou a suar frio. Cada par de olhos ali presentes a olharam.

— O que quer dizer? — indagou Tiago com urgência, falando pela primeira vez em horas.

— Uma vez, nós escutamos a professora Marisa Dare planejando com um homem. Eu e Angelina sabíamos que tinha alguma coisa errada — respondeu Rosa, se encolhendo ao ver a expressão homicida no rosto do primo. — Ele ia fazer o serviço.

— E o que ela planejava? — perguntou Tiago. — Responda, Rosa! — exigiu ao ver que a prima não respondia.

— Ela pretendia arrancar o coração de Angelina — disse, por fim, a garota. Todos a olhavam chocados.

Tiago levantou-se e se dirigiu para entrada do Salão Principal. Ele ignorou os chamados e protestos (de Rosa). McGonagall não poderia fazer nada; ela nunca acreditaria que Marisa Dare mandara matar Angelina. Arrancar o coração! Nem para isso a vadia pretendia fazer com as próprias mãos.

Ele subiu as escadas que se moviam e, depois de esperar a boa vontade das escadas pararem, seguiu para a porta que ficava no final do corredor do segundo andar. O que ele ia fazer, não sabia. Só queria descontar toda a sua ira na megera que queria tirar o coração da pessoa que ele amava. Só queria fazer com que ela sentisse tudo o que ele sentia.

Quando chegou a porta certa, a abriu com um chute, sem bater antes. Tiago adentrou a sala de aula e lá estava ela, como se nada tivesse acontecido, fingindo não ver Tiago arrombar sua sala. Embora algo no fundo de seu coração dissesse para ele sair dali, Tiago andou firmemente até a professora.

— Senhor Potter — disse Dare sem tirar os olhos de pergaminho —, quer levar outra detenção? Além de eu mandar uma carta para sua mãe, perguntando se ela não lhe deu educação?

Tiago parou em frente a megera e maligna. Ele ficou ainda mais furioso quando esta não o olhou.

— Você sabe por que eu estou aqui — ignorou Tiago. — Eu sei que foi você. — Dare ergueu os olhos para encará-lo.

— Sei, é? O que foi que eu fiz? — Ela deixou de lado sua pena. Isso seria divertido.

— Não minta, professora — disse Tiago. — Será que não sabe que não se deve contar mentiras? Você é uma professora, não devia mentira tanto assim. Uma das coisas que meu pai me ensinou, foi ser honesto.

— Eu, sinceramente, não sei do que está falando, senhor Potter. E exijo mais respeito.

Tiago riu com sarcasmo.

— Devo admitir que você é uma ótima atriz. Deveria ganhar um Oscar por isso. Olha, por que você não faz o seguinte: admite que foi você ou sofrerá as consequências — Tiago apoiou as mãos na mesa da professora. Ela piscou.

— Senhor Potter, acho que está ficando maluco. Sugiro que vá procurar um édico — Dare voltou sua atenção para seus pergaminhos.

— Escute bem — sussurrou Tiago —, vou fingir que você não sabe de nada. Mas, eu vou achá-la... e você não sairá impune. — Ele se virou e foi para a porta e parou. Ainda de costas, Tiago completou: — Seu plano falhou, Marisa.

Marisa o observou sair e depois fechar a porta com força. Seu peito subia e descia, tentando controlar sua raiva. Ela estava morta. Angelina estava morta. Chase entregara um coração humano e não de um animal como os de outros que vieram antes deste. Contudo, Tiago parecia estar convicto de que a amada estava viva e isso a deixara preocupada...

•••

Angelina tentava explicar aos pequenos homens e ao mesmo tempo não conseguia acreditar no que seus olhos estavam vendo. Sete anões estavam em frente a ela, exigindo que esta saísse de sua casa.

Ela estava nervosa. Tudo bem, ela já havia visto o professor de feitiços; contudo, eram sete anões e Angelina parecia conhecê-los de algum lugar. Ela, por algum motivo desconhecido, queria que eles a reconhecessem, mas palavras lhe faltavam e só o que podia escutar eram os pensamentos e o que diziam.

Angelina já não estava aguentando mais. E, antes que pudesse se refrear, gritou:

— Chega!

Sete rostos se viraram para encará-la. Angelina corou sob os olhares indignados e até mesmo curiosos. Ela engoliu em seco.

— Escutem, eu não arrombei, não roubei, eu só precisava de um lugar para dormir. — Explicou Angelina desesperada. — Fui trazida para cá para me esconder de uma bruxa e... droga, eu esqueci a minha varinha! — lembrou-se e depois balançou a cabeça. — Olha, já que querem tanto que eu vá embora, podem me dizer onde tem uma cidade ou aldeia por aqui por perto?

Eles ficaram em silêncio. Angelina olhava de um para o outro, esperando uma resposta, um deles franziu a testa e chegou mais perto da garota — ele alcançava os quadris de Angelina. Ele olhou bem nos olhos de Angelina.

— Qual é o seu nome? — perguntou.

— Angelina — respondeu a garota. — Angelina White.

Os anões pararam e logo depois se entreolharam, tendo uma conversa silenciosa que Angelina podia ouvir, mas não podia entender.

— White... — murmurou um deles enquanto Angelina os observava. — White... Snow White... — Ele a olhou com os olhos arregalados. — Branca de Neve — sussurrou.

Os outros começaram a falar juntos, confundindo Angelina novamente. Um deles, o mais zangado, gritou sob a conversa embaralhada.

— Como sabe que é ela?

— Ela quem? Eu ainda estou aqui — disse Angelina. Os sete anões a olharam.

— Há muito tempo, o nosso reino era próspero e rico — respondeu o anão de aparência sábia. — O rei teve uma filha e, pouco tempo depois, a rainha adoeceu e morreu. O rei procurou pelo reino todo uma esposa, para que esta cuidasse da filha que tanto desejava ter uma mãe. Contudo, o rei, procurou e achou a pessoa errada. A madrasta era uma bruxa má e terrível: matou o rei e queria matar a filha. Mas ela fugiu. Como a herdeira do trono havia abandonado o castelo, Marisa passou a ser a rainha de todo Reino Encantado.

Angelina, que ouvia a história com atenção, surpreendeu-se ao ouvir o nome de Marisa.

— Espere um minuto — pediu ela. — Marisa? Marisa Dare, a rainha? Mas... — Angelina fez uma pausa para pensar e contar. — Há quanto tempo foi isso?

— Vamos chegar, se você deixar — respondeu Zangado.

— Desculpe — disse a garota e ficou em silêncio, esperando o resto da história.

— Sim, Marisa Dare — continuou o anão sábio. — Veja bem, depois que ela assumiu o trono, fez do nosso reino um, digamos assim, inferno. Há muito que o nosso povo vive na miséria e infeliz. Então, houve sinais da princesa, quando ela apareceu aqui,em nossa casa.

— E toda nossa esperança voltara com ela! — exclamou um anão animado. Zangado balançou a cabeça.

— Enfim — disse Azangado, impaciente —, a ajudamos a encontrar seu verdadeiro amor e coisa e tal. Quando a princesa estava prestes a ter toda a sua alegria de volta, Marisa a envenenou com uma maçã.

Angelina estava começando a achar que estava enlouquecendo. Uma história com coincidências demais.

— Deixa eu ver: antes da princesa vir para cá, um Caçador estava atrás dela, mas lhe poupou a vida? — chutou Angelina convicta de que estava certa.

E como estava.

— Sim — disse o anão sábio. — A princesa conseguiu voltar com um beijo de seu verdadeiro amor. Mas, depois disso, não sabemos o que aconteceu que Marisa, A Bruxa, lançou uma Maldição sob o nosso mundo. Nós não envelhecemos, nós não conseguimos nos livrar desse terrível e trágico feitiço. Mas, tempo algo que Marisa não sabe: a profecia.

— Profecia? — Angelina inclinou a cabeça.

— Sim, garota, está surda? — perguntou Zangado. Angelina olhou de cara feia para o anão.

— Vá com... Atchim!... calma, Zangado. Ela ainda... Atchim!... não sabe de nada — respondeu, se Angelina não estava enganada (e não estava, mas preferia agir como se estivesse), Atchim.

— Essa profecia dizia que a princesa voltaria de quinze em quinze anos e que, para acabar com a Maldição, tinha de renascer como seu igual. Neste caso, uma bruxa como Marisa — disse Mestre.

— Essa princesa... tomara que eu esteja errada... é, por acaso, a Branca de Neve? — indagou Angelina, sentindo que estava perdendo a sanidade. — Quero dizer, ela existe?

— S-sim — bocejou Soneca.

Angelina boquiabriu-se e se sentou na cama.

— Eu estou ficando doida — murmurou Angelina, passando as mãos no rosto.

Ela sentiu uma pequena mão acariciar seu braço. Olhou, então, para o anão que havia encostado a cabeça no braço da garota. Angelina supôs que aquele fosse o Dengoso.

— Não está, não — disse ele. Angelina olhou para os outros.

— Por que estão me contando isso? — quis saber a garota.

— Porque, Angelina, estivemos esperando por você — respondeu Mestre. — Ou melhor, Branca.

— O quê? — Angelina não podia acreditar nisso. Ela, em um conto de fadas? Ela era a Branca de Neve? — Impossível.

— Claro que é — disse Dunga. — Você é a Branca de Neve que irá salvar a todos nós e a si mesma.

— Isso são contos de fadas — Angelina ainda se recusava a acreditar. — Não existe. Quero dizer, não que vocês não sejam reais. Mas, eu, ser a Branca de Neve? — Ela balançou a cabeça. — De jeito nenhum.

Zangado soltou um suspiro impaciente.

— Esse é o problema de vocês, Brancas, nunca acreditam na gente — falou revirando os olhos. — E temos que fazer sempre a mesma coisa.

Angelina o olhou de modo irritado.

— O que há com você, afinal? — perguntou Angelina. — Você nunca viveu no mundo... real — ela revirou os olhos. — Não sabe como...

— ... são céticos? — completou Zangado. — Claro que sei. Já ouvimos falar dos, como se chamam?, humanos normais. Mundo Real, grande coisa. Pense bem, nunca viu algo diferente? Nunca teve uma visão?

Angelina ficou em silêncio e olhou para o outro lado. A lembrança de uma das primeiras visões em Hogwarts, veio em sua mente: Rosa e seus amigos em volta de seu corpo sem vida.

— Já tive várias visões. — Sussurrou Angelina, uma lágrima solitária pelo rosto dela.

— Ah, anime-se, Branca! — exclamou Feliz. — Nós vamos ajudá-la a recuperar suas lembranças.

— Mas, lembre-se, você só vai poder salvar o nosso mundo se acreditar que é a Branca de Neve — avisou Mestre. — Do contrário, nós viveremos mais quinze anos de terror.

Angelina levantou o rosto para olhá-los.

— Quem está governando este reino? — perguntou.

— Nó vamos lhe mostrar — respondeu Dunga. — Mas, primeiro, terá de se trocar.

Angelina olhou para si mesmo. Ainda usava o vestido que Rachel havia feito para ela; uma mistura do vestido de sua mãe com o de Marisa. Ainda estava rasgado e ela havia perdido um sapato.

— Eu não tenho nenhuma veste aqui. Estão todas em Hogwarts — explicou Angelina.

Feliz sorriu, animado.

— Mas nós temos!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!