Polícia - O Início escrita por judy harrison


Capítulo 4
Prisão e Sangue


Notas iniciais do capítulo

Bruce atira e mata pela primeira vez.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273442/chapter/4

Já no balcão da unidade, ele esperava pelo delegado, enquanto Grace estava presa à poltrona de espera, em sua frente.

_ Me deixe ir embora, Bruce, pelos velhos tempos. - falava com doçura.

Mas ele não disse nada, sentia asco daquela voz e da imagem pervertida que ela tinha naquele momento.

Ele se lembrou de quando Grace ia ao colégio, tinha cabelo castanho claro cacheado e comprido, além de sua pele morena clara. Agora estavam loiros, curtos e repicados, como se um vento os tivesse bagunçado, com um cheiro forte de cigarro e seus olhos antes radiantes, agora estavam escuros e abatidos.

_ Quantos anos você tem, Grace?

_ Tenho dezessete ainda.

_ O que fazia com essa droga? Ia consumir ou vender?

_ Consumir! – ela sorria.

Bruce nunca passou de um “Nerd” bonitinho para ela, jamais se importou com ele, ela era sua paixão platônica até aquele dia.

_ Uma policial vai revistar você para ver se não tem mais nada. Se tiver seria melhor entregar logo.

_ Não tenho e ninguém vai por a mão em mim. Ainda sou menor, e você nem devia ter me trazido pra cá.

_ É o que você pensa. – falava com o semblante intacto e indiferente.

Ele se levantou e foi até a atendente. Pediu que ela visse a ficha de Grace. Descobriu que ela faria dezoito anos em três dias.

Recostado ao balcão ele se virou para a prisioneira e disse à atendente:

_ Quantos dias levarão para liberar a papelada?

_ Uns cinco dias.

Ele caminhou até Grace com seus olhos fixados nela.

_ Será julgada como maior.

_ Eu não fiz dezoito ainda! – ela disse apavorada.

_ Isso é o que o juiz vai decidir, se você tiver sorte pegará uns três anos.

Então o sorriso saiu de seu rosto.

Bruce olhou para a atendente que indagava um “O que” com os olhos. Ele sabia que no outro dia Grace seria solta, mas queria dar-lhe uma lição.

_ Grace, - ele falou – se eu der um jeito, “pelos velhos tempos” – disse com ironia - e fazer com que saia livre dessa, promete não voltar mais para a rua?

_ Sim. – estava apreensiva

_ Vou chamar seus pais e eles a levarão agora. De acordo?

_ Sim!

Ele sabia que em seu corpo havia um volume que não pertencia a sua silhueta.

_ Me dê o resto da droga! Não quer ir para casa assim.

Ela levantou sua saia e Bruce virou o rosto para outro lado por um instante, viu cair no chão vários papelotes de craque que ela escondeu em sua calcinha adaptada para tal delito, um esconderijo quase perfeito.

Com o testemunho da assistente, Grace foi presa em flagrante, pois a quantidade que ela tinha denotava trafico de drogas.

Bruce saiu de lá com um gosto amargo na boca. Sentia tanta raiva de si mesmo e de Grace que queria ir para casa, deitar no colo de sua mãe e chorar.

Mas a noite ainda era longa e ele voltou para o mesmo lugar onde abordou Grace. Queria esquecer a garota que por tantos anos ocupou seu coração e foi a dona de suas fantasias sexuais.

Com um pensamento equivocado, ele parou a viatura no mesmo lugar e desceu, em seu íntimo queria achar uma razão para ter visto aquela cena e um motivo para Grace ter mudado tanto, talvez quisesse tirar dela a culpa por ter se transformado.

Naquele momento ele ouviu um tiro que quase atingiu sua cabeça.

Abaixado ele correu para o carro, seu coração estava disparado e ele tremia. Abriu a porta, ainda abaixado e tentou pegar o radio. Mas outro tiro foi desferido, agora pegando o vidro da porta que o protegeu. Sem saída Bruce se levantou rapidamente e olhou para ver se encontrava o autor do disparo, e o viu. Era um homem há muito procurado pela polícia. Um traficante que costumava aliciar menores para servi-lo.

_ Pare! – ele gritou e segurou sua arma para a direção dele, tinha certeza que era o culpado por Grace estar daquele jeito – Abaixe sua arma! Policia!

O traficante atirou de novo e Bruce revidou com um tiro certeiro que pegou o ombro do homem. A bala penetrou o pescoço dele e atingiu uma artéria.

Quando viu que ele estava caído, Bruce se aproximou com cautela, olhando para todos os lados. O bandido estava agonizando no chão sobre uma poça de sangue, e ele pegou a arma caída e correu para seu carro. Depois de entrar e fechar a porta ele saiu enquanto chamava pelo radio uma ambulância para o ferido e outra viatura como era de praxe. Mas ele sabia que naquele momento havia cometido vários erros.

Ele foi para a delegacia depois de se encontrar com outro policial que logo o alertou de que seu procedimento foi completamente errado.

Com medo de ter seu distintivo caçado, Bruce ligou para Laurence que logo estava lá intercedendo por ele.

Naquela noite era o delegado Pontes de plantão que o conhecia e o queria bem por ser um policial dedicado.

_ Eu vou colocar um parceiro com você na cena do crime, filho. – disse Pontes – Ele deve muito a mim e vai dizer tudo que eu mandar ao juiz, se for necessário. Mas não cometa erros dessa natureza novamente. Nunca, nunca enfrente um bandido sozinho.

Com sua cabeça baixa, ele agradeceu e saiu com Laurence.

A noite de trabalho acabou para ele, e Laurence o levou para casa.

_ Sente-se bem Bruce? – perguntou, pois Bruce estava suando e impaciente.

_ Não era isso que eu queira fazer.

_ Todos nós comentemos erros...

_ Estou falando dessa trama toda! Eu sei que errei, mas... Será que eu não poderia me defender e ser absolvido sem toda essa mentira?

_ Deixe com agente, Bruce! Esse tipo de coisa é normal. Ninguém vai delatar você, se for esse seu medo. – o carro parou em frente a casa de Bruce – Sei que está tenso, foi sua primeira morte, mas tudo que tem a fazer agora é descansar. À noite iremos para outro bairro, e eu ficarei com você dessa vez, está bem? Conversaremos mais sobre isso.

Ainda chateado ele abriu a porta.

_ Você não vai entrar? Mamãe está achando estranho que você nunca mais tenha entrado em casa. Faz 40 dias, ela disse. – eles sorriram – Ela está contando.

Convencido, Laurence desceu com ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Polícia - O Início" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.