Polícia - O Início escrita por judy harrison


Capítulo 3
HONDA


Notas iniciais do capítulo

Bruce é um novato ainda e enfrenta coisas pequenas para uma cidade como São Francisco. Mas o pior de tudo ainda está por vir.



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Betsy queria esquecer que naquela noite em que riu, bebeu e se emocionou tanto estava vulnerável e se entregou a Laurence totalmente. Odiava se lembrar de quantas vezes foi ao céu e voltou, de quantos beijos ele lhe deu, de quantas vezes ela mordeu seu peito musculoso, e a intensidade com que gritava de prazer. Havia sido sua única relação amorosa desde que Willy se foi e em 12 anos, era como uma virgem se descobrindo.

Ela olhou para aquele retrato na parede que Bruce gostava tanto, onde estavam Willy e Laurence com suas fardas, sorridentes. Laurence era loiro como Bruce, parecia seu pai de sangue, pois tinha as mesmas características, olhos verdes e pele branca, era muito bonito. Já Willy tinha seus cabelos pretos e usava um bigode que era sua marca, tinha feição de general, mas era um homem caridoso, como Bruce.

_ Não gosto de você! Nunca me casarei com você! – dizia com lágrimas nos olhos, mas ela apenas não queria aceitar que Laurence não era Willy.

Laurence chegou bem cedo, eram seis da manhã.

_ Bom dia, Betsy!

_ Oi, Laurie. Bruce já vem, Quer um café? – ela disse num sorriso.

Mas ele não sorria, era a primeira vez que a via depois do incidente na cozinha. Betsy tinha o dom de perdoar rapidamente, mas ele não esquecia fácil. Porém, se esforçava para ser empático, e entregou a ela uma caixa.

_ É meu pedido de desculpas.

Ela abriu e viu que se tratava de um jogo de xícaras muito bonito.

_ Oh, Laurie, eu... gostei muito. Obrigada!

Beijou-lhe o rosto quando Bruce já entrava na cozinha, estava fardado e com sua arma na cintura, o que usava pela primeira vez.

_ Estou atrapalhando? – ele disse sorrindo.

_ Claro que não, filho. Veja o que Laurence me deu.

_ Muito bonitas! – disse admirado – É aniversário, natal, dia dos namorados...? – ele brincou.

_ Bobinho, é só um presente.

Laurence a encarou dizendo.

_ Eu estive aqui há uns dias e fui muito estúpido, deixei a xícara cair de minha mão. Mas prometo que isso nunca mais vai acontecer, Betsy, nunca mais.

Para Bruce era uma declaração de cuidados, mas Betsy sentiu um arrepio em seu corpo com o modo de Laurence olhar ao dizer aquilo. Acreditou que ele insinuava que nunca mais a cortejaria, nunca mais insistiria em seu amor por ela, e que renunciou às duvidas dela.

Bruce tomou o seu café depressa, se despediu da mãe e saiu com Laurence. Aquela seria sua primeira atividade nas ruas, e seu amigo o acompanharia para ajuda-lo a se adaptar.

_ Está pronto, digo, seu físico está em dia para o caso de precisar correr?

_ Está brincando! Eu malho todas as manhãs.

_ Que bom, pois vamos para China Town. Estou investigando um grupo de estelionatários que age no comércio, e segundo minhas fontes hoje estarão por lá. Como eu não sei exatamente a hora, nós ficaremos por ali com outros policiais fazendo a segurança.

Bruce concordou, Fez algumas perguntas a Laurence e esclareceu outras dúvidas.

Chegaram ao local e estava muito cheio por ser um dia que sucedeu ao pagamento geral de salário nas indústrias.

Os parceiros ficaram ali durante todo o dia. Laurence foi incumbido de cuidar para que o “marinheiro de primeira viagem” não ficasse sozinho ou com outro soldado inexperiente.

Bruce efetuou duas prisões e cinco apreensões naquele dia, foi contado como um policial muito competente e sério.

Ele continuou na função de “vigia” de rua durante o dia por quase um mês. Então, foi chamado pelo seu superior e recebido a ordem de trabalhar à noite.

Era outro desafio de sua carreira, ele passaria a rondar todos os bairros de classe média de uma certa região, onde não se registravam muitos delitos, mas eram locais vazios e perigosos, e ele faria a ronda sozinho.

Por alguns dias ele passava com a viatura por volta das praças e pelos becos que haviam ali, relatava o uso de drogas e abria chamados de reforço quando precisava descer do veículo.

Porem, daquela vez ele não chamou ninguém.

Eram onze horas da noite quando ele desceu do carro e abordou uma pessoa que há meses não via.

_ Grace! O que faz aqui? – a rua era deserta e sombria.

_ Eu conheço você? – ela estava completamente diferente de quando ia para a escola, seus cabelos mais curtos e o rosto exageradamente pintado, além de suas roupas extravagantes, mas ele a reconheceria em qualquer lugar.

_ Bruce, do segundo colegial. – ele disse, mas estava estarrecido – O que faz aqui a essa hora?

_ Eu... Bruce? – ela não podia deixar que sua família soubesse foi vista ali – Eu me lembro de você, o queridinho da Professora de Geografia... Não sabia que era policial.

Ele não sorria e não queria conversar, estava horrorizado com aquela imagem, e ao mesmo tempo, temendo pela segurança dela.

_ Não sabe que aqui é muito perigoso? Que há bandidos que podem lhe fazer mal?

Ela deu um riso insinuando que seu comentário fora hilário.

_ Eu só estou esperando um colega.

_ E esse colega vai encontra-la aqui por quê?

_ E eu preciso lhe dizer? Eu não estou fazendo nada de mais aqui parada.

Ela se mexeu, arrumando sua saia que era extremamente curta e um papelote caiu de sua roupa, Bruce o pegou antes que ela o fizesse, e a segurou pelos braços, para algemá-la.

_ Ei, me solte!

_ Você está presa por portar drogas! Vire-se!

_ Eu nunca pensei em ouvir isso de você, Bruce! – disse sorrindo enquanto ele a algemava – Tão quieto e tímido!

_ Cale a boca, ou será autuada por desacato também.

Ele a levou para a viatura, e a colocou para dentro do chiqueiro. Embora a tratasse com profissionalismo, seu coração estava despedaçado.

A caminho da delegacia, ele quase não acreditava que estava com Grace em sua custódia. Não era a Grace que ele conhecia, não queria acreditar que era ela.


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