Daredevil escrita por SebbyKitten


Capítulo 6
Capítulo 6 - His Butler


Notas iniciais do capítulo

I'M BACK, BITCHES.
sentiram falta? espero que sim.
De qualquer maneira, ESTOU DE FÉRIAS, então pretendo vencer a preguiça e continuar a fic, e já estou com milhões de ideias.
De qualquer maneira, nesse capítulo a gente dá uma vasculhada pelos sentimentos do ciel e há muita interação entre ele e seu querido mordo. muita...
yay



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Afundava o corpo na banheira de água gelada, tentando desligar todos os seus pensamentos do acontecimento de alguns minutos atrás. Respirava fundo, as bolhas de sabão brincando contra a sua pele.

Um baile lhe faria bem. Distrairia os seus pensamentos e o encaixaria de volta na vida social. Teria a chance de mostrar a todos que não era apenas um pobre coitado órfão. Apenas imaginar os olhares de pena e consolação dos alheios lhe causava um gosto amargo na garganta. Tudo falsidade, ridicularizando e se aproveitando de sua situação.

Afundou a cabeça na banheira, e assim não pôde ouvir as batidas na porta e nem a entrada de Sebastian no largo banheiro.

– Seus trajes estão prontos, acredito que já seja hora de sair do banho – disse, sua voz profunda brincando no cérebro de Ciel. O menino levou um susto, quase pulou da banheira e acabou espalhando água e sabão por parte do chão. Recebeu um sorriso divertido do adulto, que se aproximou e ofereceu ao garoto a toalha que segurava.

– Mey-Rin irá limpar isso. Agora preciso fazer o senhor apresentável – o segurou firmemente pelos ombros e o tirou da banheira, fazendo o corpo inteiro do menino congelar. Sebastian se ajoelhou e, vagarosamente, secava a pele pálida de Ciel.

– Algum problema, jovem amo? Parece-me tenso – disse o mordomo, escondendo a diversão que ousava aparecer em sua voz. Envolveu a cintura do menino com a toalha e finalmente se levantou. – Suas roupas estão na cama. Irei preparar a carruagem.

xxx

Adentraram o salão da mansão Middleford. Um lugar extenso, cheio de pessoas com risos falsos no rosto e bebidas caras nas mãos. Empregados se apressavam de um lado para o outro em meio à multidão, servindo petiscos e mais taças de bebida alcoólica.

A bengala de Ciel batia levemente contra o chão a cada passo que o mesmo dava. Sebastian andava um passo atrás do garoto, a postura perfeita e os olhos na loira que se aproximava em passos apressados.

– Cieru! – era Lizy que falava em voz alta, o agarrando nos braços e balançando-o de um lado para o outro – Eu estava tão preocupada! – ela falava, com a voz um tanto chorosa. Ciel saiu do abraço e ajeitou o terno de seda e a cartola na cabeça – Você está tão lindo!

O menino assentiu, mas recebeu um olhar duvidoso de seu mordomo. Limpando a garganta e revirando os olhos, ele respondeu – Você também, Lizy.

O garoto, então, foi puxado pela mão para dentro da multidão. Cumprimentou muita gente que não conhecia, e evitou muita gente que costumava considerarem-se seus amigos. Elizabeth o arrastava de um lado para o outro, vez ou outra apertando suas bochechas e sempre repetindo o quão estava feliz de finalmente vê-lo de novo. E, sempre um passo atrás, estava Sebastian a os acompanhar.

– Você não o acha meio... suspeito? – sussurrou Lizy pelo canto da boca. Ciel franziu o cenho, perguntando quem com os olhos. Com um movimento rápido de cabeça, Elizabeth indicou o alto e magro adulto atrás deles.

No mesmo momento, Ciel soltou sua mão do aperto da loira e a limpou na calça azul marinho, travando a mandíbula para não perder o controle. Não sabia por que, de repente, sentia tanta vontade de arrancar a cabeça de Elizabeth. De todos ali naquele salão, que deveriam estar ponderando o mesmo. Com a voz preenchida de orgulho e veneno, o menino aproximou o rosto ao da garota e sussurrou entre os dentes.

– Ele é o único que teve a coragem de se livrar do orgulho para cuidar de mim. Então, antes de dirigir qualquer palavra a ele, se lembre que você muito menos fez metade do que ele fez e está a fazer por mim. – foi como tirar um peso do peito. Suspirando profundamente, viu os olhos claros da menina se encherem d’água antes de ela se afastar correndo. Ciel ajeitou as vestes no corpo, e percebeu a presença do alto bem mais perto dele.

– Ela fez uma pergunta viável. Não é todo dia que se acha um mordomo de graça. – o menino apenas bufou e puxou o mordomo pela gravata para o meio do salão.

Não se passaram muitos minutos e os pais de outra jovem menina da sociedade a empurraram para dançar com o mais novo chefe dos Phantomhive. Dinheiro, dinheiro era tudo sobre o que eles pensavam. Seus pais morreram? Maravilha! Agora você é o dono. Quanto foi a herança?

Dançava os breves passos que sabia, enquanto a música clássica lenta tocava ao fundo, em um solo de piano. Toda vez que a menina tentava puxar assunto, recebia uma resposta rápida e fria. Ninguém culparia Ciel. E, mesmo se culpassem, não deveriam. Quer dizer, que tipo de mal educado não conversa com uma menina no segundo dia após a morte da família? Ridículo.

Porém, essa não era a única razão. Não muito afastado, Sebastian dançava com uma mulher, obviamente outra dama de sociedade. Talvez nem ao menos solteira, mas o garoto reconhecia que, para esses ratos de esgoto, compromisso era a mesma coisa que nada. Toda a sua atenção estava concentrada na dança dos dois, grudados, em meio a risos fracos. Seu sangue borbulhava em suas veias, seu coração batendo mais forte. Foi assim que dançara com o adulto mais cedo, e apenas ele poderia dançar assim com ele. Afinal, ele é meu pensou o menino. Ele é meu empregado.

Não. Se perguntassem ao menino o que estava acontecendo com ele mesmo, ele não saberia responder. Não apenas sua cabeça, como até seu próprio coração, estavam afetados demais para ele parar e repensar suas ações. Apenas ficou rezando para o final da música chegar o mais rápido possível.

Curvou-se brevemente para a menina com quem dançara e foi ao encontro de Sebastian, que fazia o mesmo à dama, que ria feito uma idiota. Ciel limpou a garganta, chamando a atenção do alto.

– Estou cansado. Vamos.

– Sim, senhor. Vamos procurar os Middleford para nos despedirmos?

– Não. Estou cansado. De tudo – Sebastian assentiu, e os dois voltaram para sua carruagem e seguiram o caminho de volta para casa.

xxx

O mordomo despia seu jovem amo, sua roupa de dormir o esperando, perfeitamente dobrada e sobre a cama.

– Perdão pela noite, Bocchan. Reconheço que não foi uma das melhores.

– Para mim, certamente que não. Mas aposto que você se divertiu bastante – disse o menino, com um tom amargo e debochado na voz. Isso causou o moreno a arquear as sobrancelhas.

– Algo errado, senhor?

– Por que você não vai perguntar para aquela moça com quem tanto se divertia?

– Só achei que não seria educado ficar parado em uma pista de dança, e não poderia perdê-lo de vista.

– Eu nem queria dançar. Você que me obrigou a aceitar – bufou o menino.

– Eu não o obrigo de nada, jovem amo. Só expresso minha opinião. Perdão se isso o incomodou.

– Seu perdão não me significa nada.

– E o que significaria?

Os olhares dos dois estavam presos nos olhos um do outro. As íris avermelhadas fixavam nas de um verde puro. Ciel não sabia responder a pergunta do mordomo. Uma resposta? Ele tinha. Só lhe faltava a coragem.

E também lhe faltava o senso! Que idiota pediria um beijo? Não é como se ele gostasse de homens. Muito menos de adultos. Muito menos de seu sedutor e venenosamente doce mordomo. Não, de jeito nenhum.

Mal percebeu, e já estava completamente vestido e pronto para dormir. Segurando a vela singular na mão, o mordomo cobriu seu amo. Ciel teria até pedido para dormir com Sebastian de novo, mas a raiva – tanto de si mesmo quanto do mordomo – o impediam de fazer tal coisa.

Os dedos pálidos do homem o acariciavam os cabelos. O menino tinha os olhos fechados, mal ousava encarar o adulto nos olhos. Sentiu a respiração gélida contra sua bochecha e seu corpo estremeceu. Ficou tenso logo após, mal ousando deixar uma expiração escapar de seu peito. Levemente, sentiu os lábios finos contra o canto de sua boca, mal tocando seus lábios, porém tocando sua pele o bastante para despertar a dor e excitação em seu peito. Era um beijo longo, forte, porém delicado. Os lábios do adulto se arrastaram do canto de sua boca em direção aos seus lábios cheios. Os dedos pálidos ainda acariciavam seu cabelo, enquanto seus lábios pressionavam um contra o outro.

Estático, Ciel não conseguia se mover. Apenas sentia seu corpo derreter ao toque tão íntimo. Deixava seu ser se transformar em tudo o que estava sentindo. Toda a raiva virava desejo. E, mesmo sem conseguir se mover, todos os seus nervos correspondiam ao toque de Sebastian.

O adulto não aprofundou o beijo. Seus lábios mal se moveram. Só ficaram ali, parados contra os do garoto, como se provasse de sua alma. Porém, não havia nada com o que reclamar. Pela primeira vez em bastante tempo, Ciel finalmente voltava a sentir-se completo. Mais completo que jamais se sentira, de fato.

Emitiu um som baixo demais quando o moreno se afastou, tão baixo que Ciel tivera que se perguntar se realmente chegou a fazê-lo em voz alta.

– Boa noite, Bocchan – disse Sebastian, a voz profunda e com um reconhecível desejo. O garoto mal ousou abrir os olhos em momento algum, e apenas esperou. Porém, o mordomo apenas sorriu antes de apagar a vela com um sopro e sumir no escuro.



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Notas finais do capítulo

sebastian é safado sim ou sim.
era exatamente essa a resposta que eu estava esperando.
comentem, favoritem, façam o caralho a quatro.



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