Só Mais Uma Vez escrita por Anna Liberatori


Capítulo 13
Capitulo bônus- Almejada Tortura


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo bônus, sem ele, a história continua a mesma, não tem influência alguma no destino da fic. É mais para entender como a Alice estava se sentindo, não só a Alice, mas como muitas pessoas se sentem.
Agradecimentos: Capítulo passado, recebi alguns comentários, que na boa, me deixaram realmente MUITO felizes! Foi tão bom ler o que vocês haviam achado, realmente me fez muito bem. Estão me animando pra me comprometer melhor com a fic. Me senti tão feliz os lendo! Obrigada!



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E então, tudo o que já estava sendo estava sendo esquecido voltou a tona. Todas os antigos sentimentos, todas as minhas mentiras, toda a minha culpa, tudo voltou. Voltou e trouxe algo a mais, trouxe algo novo, trouxe a vergonha. Essa maldita resolveu me assombrar, já não era assim há tempos.

Sair do banheiro e me olhar no espelho... Como foi dolorido. Olhar para minha mãe... E se ela descobrisse? Como eu iria falar com ela? Como iria falar com Ale? Eu não tinha o direito de fazer isso com ninguém. Fui procurar uma blusa de manga comprida. Até isso era doloroso. Voltar aos mesmos hábitos, aos mesmos costumes. Andar para trás, voltar para onde estava. E eu olhei meus pulsos, vi as marcas dos velhos cortes, agora encobertos por novos. O sangue era frio, assim como todo o resto de meu corpo. Como eu fui fraca... Como eu me odeio. Me bata, me espanque, me humilhe, eu mereço.

Eu me sinto novamente sem rumo, perdida. Eu estava melhor, estava com a mente mais ocupada com coisas que não me destruíam. Mas eu voltei, voltei ao ponto de partida. Não se pode achar que melhorou de uma hora pra outra, é um erro. Eu estou doente, e não vou melhorar apenas com uma soneca. A dor não havia ido em bora, apenas se escondido. É um longo caminho a ser percorrido, talvez interminável.

Eu via o sangue escorrendo, ele me chamava, gritava meu nome. Eu queria sangue. O meu sangue. Estou cansada de ser incompreendida, de ser trocada, de não ser o suficiente. Não diga que entende, você não sou eu, você nunca vai entender. Mesmo que passe por situação parecida, você pode compreender, mas não entende. É tudo drama, mas é só o mundo caótico em que vivemos. As lembranças atormentam, assombram, meus demônios estão aqui, a morte está viva.

É como se a dor fizesse parte de mim, parte de minha vida. Ela moldou como eu sou, está ligada a mim. A cada traço de minha personalidade, ela está presente. Eu não poderia abandona-la e nem ela a mim; somos como uma só. Ela sempre esteve comigo nos piores momentos, e eu com ela nos mais felizes. Queria expulsa-la de minha vida, mas parece que não consigo viver sem ela. Ela me invade e me devasta por completo, e não há nada que eu possa fazer para afasta-la de mim. Como uma sombra, está sempre presente. Me sufocando e me matando um pouco mais a cada segundo. Eu desejo que ela vá embora, mas o que irá sobrar de mim sem ela?

Aquilo me machucava tanto... Não fisicamente, eu não ligava para isso. Mas por dentro, por dentro, tudo doía. Mas eu gostava. Era minha zona de conforto. Eu queria sair daquilo, mas o almejava ao mesmo tempo. Eu me odeio por fazer isso, mas é a única coisa que faz eu esquecer meu ódio por alguns segundos.Isso me faz sentir viva, faz com que fique mais fácil de aguentar tudo, é a sensação que por um momento,as coisas não são tão difíceis. Como uma bexiga, que se encher mais, estoura, então você faz um furo, para que possa continuar a encher, sem estoura-la. Uma forma de externar a dor, de pedir ajuda de uma forma silenciosa, sem chamar muita atenção (até você ser uma aberração). É uma válvula de escape, é uma maneira de não se matar quando parece que nada mais tem salvação.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?! Comentários?! Críticas?! Beijosssss