Caçada escrita por lols


Capítulo 21
Descobrindo a verdade na sala dos espelhos.


Notas iniciais do capítulo

Olha, é minha primeira fic que eu penso realmente tanto para escrever, sem ter que, tipo, contar minha historia de uma outra historia kkkk.



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Eu já estava cheia de ouvir Deméter dizendo que eu era tão magra e fraca quanto Nico. O que me deixou irritada. Eu nem sabia que criatura era Nico! Embora eu já tivesse ouvido falar esse nome...

Meu queridinho “tio Hades”, tinha me dado o apelido bendito de “Geladirritada”, porque eu sempre me irritava com alguma coisa que ele dizia, ainda mais com o fato dele ter chamado as Fúrias para mim! Realmente. E ainda ficava dizendo que ia capturar minha alma para poder acrescentar ao seu manto sinistro de almas penadas.

Perséfone ficava a todo o momento enchendo meus cabelos de flores, de modo que eu estava parecendo uma ninfa do que uma Caçadora de Artemis e estava  cheirando a jasmins e rosas.

Eu estava pirando, pensando na possibilidade de roubar um cão infernal e ir embora dali, quando Perséfone se levantou.

- Está quase na hora, Penélope. – disse ela, me pegando pelo braço e me levando para outra extremidade do Jardim. Eu estava no meio de um monte de flores quando vi uma banheira cheia de água com alguma coisa que era tão doce, que me dava enjoo.

 - O que é isso? – perguntei, olhando para a banheira.

- Você deve se lavar antes de ir a Sala de Espelhos, para poder tirar qualquer que seja as impurezas do outro mundo. – respondeu Perséfone.

- E por que?

- Para que os espelhos não tenham interversão de algum mal.

- Ah...

Mas eu não entendia porcaria nenhuma. Perséfone tirou todas as flores que havia colocado em meus cabelos e quis desfazer a trança, até que eu dei um berro e ela deixou a trança continuar do jeito que estava. Pensei em protestar quando ela tirou minhas roupas, com medo de que alguém me visse, mas ela disse que era necessário etc e tal.

Deixei-a esfregar meu corpo, dizendo que conseguia ver melhor a “sujeira dos mortais” em minha pele.

No fim, vesti um vestido de linho branco que esvoaçava. Novamente ela encheu meus cabelos de flores. Eu estava tão cheirosa quanto qualquer jardim bem cuidado ou do que uma loja de perfumes, mas beleza né.

Entramos no castelo e vi várias outras almas de guerreiros guardando o local, mas Perséfone me levou para o ultimo aposento do decimo sexto corredor do oitavo andar. Era um local cheio de espelhos, até mesmo no piso. Onde eu olhava, alguma figura me olhava de volta.

- Aqui você deve continuar sozinha. – disse Perséfone para mim.

- Certo. E o que eu devo ver aqui?

- É simples. Cada espelho conta uma historia. Você só precisa achar a sua antiga.

- E como vou acha-la?

-Simples, o reflexo será diferente.

E assim ela me deixou sozinha na sala sinistra. Fiquei caminhando, olhando em todos os espelhos. E todos eram iguais, mostrando o meu reflexo com um vestido branco, cabelos louros e cheios de flores de todas as cores possíveis. Minha pele estava branca mas parecia brilhar, de certa forma. O que era meio sinistro. Eu já estava cansada de andar e ver tantos reflexos quando um chamou minha atenção.

De inicio, era como os outros, refletindo a minha aparência, mas quando eu me aproximava, aos poucos parecia que eu diminuía um pouco de tamanho. Meus olhos se escureceram, ficando castanhos e por fim, negros. Meus cabelos também escureceram até ficarem negros como a noite. Meus olhos tinham um brilho estranho que parecia ter visto de tudo. Minha pele também escureceu, ficando em um tom de oliva. Quando finalmente fiquei de frente para o espelho, parecia que eu estava vendo a mim mesma e, ao mesmo tempo, outra pessoa.

Toquei com a mão o extremo do espelho e fui sugada para dentro do mesmo, sentindo um frio de congelar os ossos. Caí em uma outra sala de espelhos, mas esses ficavam girando e girando e girando sem parar. E em todos era a mesma figura que eu vira antes de cair. Vi ela pequena, crescendo, se tornando uma caçadora e, depois, morrendo. A vi ficando orgulhosa por ter virado uma constelação e os anos que se seguiu naquele lindo paraíso onde ela escolheu viver.

E então, em todos os espelhos que eu olhava, eu via a mesma imagem. E eles se aproximaram, até eu ser engolida pela sua movimentação.

Abro os olhos e me vejo no corpo dela, me sentindo como se fosse mesmo ela.

Estou em um lindo jardim, tão lindo quanto o de minha tia. Ela diz que era seu lar, o lugar onde foi criada com suas outras três irmãs:  Egle, Erítia e Hespéra. Todas estavam festejando e dançando, como sempre fazem quando a noite chegava. Mesmo que o pai das quatro tivesse que carregar o farto de separar os céus da terra, elas viviam comemorando alguma coisa.

Naquele dia mesmo, ela esta feliz por ter encontrado e ajudado Heracles a conseguir as maçãs. E esta até mesmo feliz por ter lhe dado sua presilha que virara agora sua grande espada. Ele prometera que iria voltar para ela, assim que se vê-se livre dos trabalhos. E era o que ela esperava.

O mais estranho era que eu conseguia sentir suas emoções e as minhas próprias, como se fossemos a mesma pessoa, só que em épocas e frequências diferentes, como duas estações de radio tentando tocar juntas.

Tive que piscar para poder conseguir sair daquela imagem. Acabou que fui sugada para outra, tão parecida quanto a anterior. A diferença era que ninguém comemorava, todas estavam fitando aquela que pertencia a historia.

Eu quero chorar, mas ao mesmo tempo não quero. São os desejos dela, não os meus.

Egle, Entia e Hespera me olham com um olhar de traição. Não vejo mais o amor que elas sentiam por mim, não vejo nenhuma felicidade...

- Tu és mesmo uma imbecil, Zoe!- grita Egle, me empurrando.

- Tua grande tola como pôde acreditar naquele semideus imundo? – pergunta Entia, com uma imensa raiva na voz.

- Nunca mais será nossa irmã. Esqueça que um dia botastes o pé e vivestes aqui, Zoe. Não há mais lugar para tu aqui, sua hipócrita!- grita Hespera.

-Irmãs, por favor. – imploro, chorando enquanto tento não sair dali. Mas é inevitável. Logo me vejo nesse maldito mundo mortal, onde todos podem me trair. Não tenho mais felicidade, não possuo mais nenhuma maneira de continuar a sobreviver...

- O que fazes aqui, Zoe? – pergunta uma voz e me viro rapidamente.

- Para trás. – grito, tentando achar uma maneira de me defender.

- Acalme-se. Sou eu, Zoe. Ártemis. Lembrastes-vos de mim? – e ela dá um sorriso e tanto.

-O que queres de mim, my lady?

- Estou aqui para lhe propor uma chance de continuar.

- E qual seria?

- Se junte a caçada.

E fui sugada novamente, vendo os espelhos rodopiarem e rodopiarem, mas dessa vez com mais velocidade, me mostrando mais coisas do que eu poderia imaginar.

Me mostram a primeira caçada dela. As primeiras garotas que ela conseguira para Artémis. Seu desprezo pelos homens. Suas lutas. Nunca tinha caído em uma... Até ser atacada pelo dragão e mais tarde ser sucumbida pelo próprio pai.

Caí com tudo e escondi os olhos, mas escuto uma voz que me é tão familiar e ao mesmo tempo, tão nova.

- Levanta-te. – diz a voz de Zoe.

Me levantei e vi que todos os espelhos mostravam a imagem de Zoe para mim. A Grande Caçadora.

- O que... Quem é você? – perguntei, franzido a testa.

- Eu sou tu, Penélope. Tu sabes muito bem disso. – responde ela, sorrindo.

- Não... Eu sou eu.

- Mas também sou eu.

- É confuso.

- Não é confuso.

Balancei a cabeça, ainda entendendo porcaria nenhuma.

- Tu és eu e tu mesma. És minha reencarnação. Mas tu virastes minha reencarnação por um ritual de tua mãe. Tu tens minha alma e minhas memorias, mas é tu quem comandas tudo agora. – explicou ela.

Ergui uma sobrancelha.

- Então por que os Deuses estão com medo de mim, quer dizer, nós? – perguntei.

Ela deu um longo suspiro.

- Eles têm medo, porque tu és uma das criações de Despina. E tem a alma da Grande Caçadora, que era uma boa guerreira, antes de morrer. Então eles pensam que tu podes ajudar os primordiais e os titãs a ganharem a guerra.

- O problema dos Deuses, é que eles não estão percebendo que os próprios mortais estão se matando. Tu deves explicar a eles sobre o que está acontecendo. Dessa vez, eles não irão conseguir ganhar, até mesmo o Grande Oraculo previu isso.

Sentei-me sem entender qualquer coisa.

- Então... Estamos do lado de quem? – perguntei.

- Estamos do nosso lado, Penny. Somos apenas nós. Somos com um grande troféu. Acham que, se ficarmos dos lados dos Primordiais, os deuses perdem e vice-versa.

- Mas então o que vamos fazer?

- Não podemos mudar o inevitável, Penélope.

Olhei para ela e senti que ela estava mesmo em meu corpo.

- Você não queria ser eu, não é mesmo? – perguntei, olhando-a com atenção.

- De inicio, não. Eu queria descansar, entende? Mas tu eras tão nova e diferente de mim, que de repente me vi querendo mesmo que tu fostes eu. Tu és uma versão melhorada de Zoe Nightshade.- respondeu ela, delicadamente.

Ficamos paradas, uma olhando para a outra.

- Então... Posso ir? – fiquei meio insegura.

- Ainda não, Penélope. Precisas que aceite o fato de ser eu, por assim dizer. Podes continuar sendo tu mesma, mas terás que ao mesmo carregar alguma coisa minha. – e sussurrou algumas palavras em meu ouvido, o que era estranho, já que ela estava em um espelho.

Concordei.

- Então irás aceitar? – perguntou ela.

- Sim. – respondi séria, me sentindo como quando aceitei a caçada.

-Então podes ir. – disse, balançando a cabeça.

Fechei meus olhos.

Quando acordei, estava do lado de fora da Sala de Espelhos, Perséfone me fitava de uma maneira estranha.

- Sua Aura está dourada. – disse minha tia, mordendo os lábios.

- Eu sei. – respondi. E realmente sabia. Agora eu podia ver as áureas, assim como Artemis havia dito que podia ver a minha.

- Então sabe a verdade? – perguntou ela.

- Sim, eu sei a verdade.

- Quer voltar para o mundo mortal?

- Gostaria muito.

Ela assobiu e uma grande Cachorra Infernal apareceu ali.

- Tome, é meu presente para você. – murmurou ela, sorrindo.

- Obrigada tia.

- Não tem de que, minha Penny.

Montei a enorme cadela e Nevasca apareceu. Foi estranho, porque talvez estivéssemos tão separadas e eu pensei que só podia acontecer o pior. Mas Nevasca também estava mudada, Ela ficava tremeluzindo, ora sendo uma loba branca, ora sendo uma loba prata e brilhante. Dei um sorriso para ela.

- Voltastes então, minha querida. – sussurrei.

Me virei para minha Tia, antes que fossemos engolidas pela escuridão da sombra.

- Tia, a partir de agora, me chame de Penny Doce-Amarga, sim? – gritei. E fui engolida novamente pelo escuro. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Tinham ideia disso, tipo, tava na cara a Grande Verdade pra Penny? Enfim, continuem lendo a fic.
P.S: Estou feliz por ter conseguido mais leitores *-*



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