Caçada escrita por lols


Capítulo 20
Raptada para uma reunião em familia.




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- Você realmente está bem, Penny? – perguntou baixinho Thalia para mim. Concordei com a cabeça e fitei ao meu redor.

Na verdade, eu não estava bem. Aquele sonho tinha mexido tanto comigo. Senti-me tão imensamente perdida em mim mesma. Eu não conseguia pensar direito sem que uma dor maldita de cabeça me atacasse.

- Ouviu isso? – ouvi Bruna perguntar, franzido a cabeça. Revirei os olhos.

- Estamos em um bosque, Brubs. Um bosque que pode estar cheio de monstros. Acalme seus super poderes ai. – resmunguei, fechando os olhos por um segundo e depois os abrindo lentamente, com a dor de cabeça me atacando.

- Não é isso, idiota. Escute.

Dei de ombros e ouvi Sebastian resmungar alguma coisa sobre tpm e mulheres, mas não me importei muito. Mas só quando eu ouvi um rosnado que dei atenção para Bruna.

- Eu acho que ouvi alguma coisa. – disse, alarmada.

- Eu disse, não disse? Mas quem diz que alguém me ouve?- lamentou ela.

Peguei o arco que estava nas minhas costas e capturei uma flecha, preparando-a, fazendo com que a ponta ficasse completamente congelada. Thalia fez o mesmo, só que com eletricidade. Na verdade, todos meio que customizaram suas flechas para atacar. Esperando pacientemente. Nevasca, Relâmpago, Lune e Cabeça de Alga rosnando também, mostrando os dentes para o que fosse que estava vindo.

Thalia foi a primeira a ver uma imensa coisa negra que estava de pé, bem na nossa frente. Era um Cão Infernal de, pelo menos, do tamanho de um elefante africano. Eu teria corrido aos berros, se não fosse pelo fato de eu ter a benção de Perséfone.

- Acha que consegue acalma-lo, Pennie? – perguntou Thalia, em um sussurro. Concordei com a cabeça e abaixei minha arma. Caminhei lentamente até a frente, onde o Cão Infernal estava. Ergui uma mão para ele.

O pulso da minha mão direita começou a brilhar em um roxo fluorescente. Uma rosa congelada apareceu ali, tremeluzindo por um segundo e depois se apagando. O Cão Infernal abaixou a cabeça, em uma reverencia. Depois ergueu a cabeça e começou a latir. Nevasca logo pulou para frente e se postou a minha frente.

- Nevasca... – chamei-a, observando-a meio temerosa. Ela deu um salto.

Pensei que ela ia atacar o monstro, mas não. Ela apenas subiu nas costas do Cão e me olhou de uma maneira estranha.

- O que está fazendo, Nevasca? – perguntei, piscando várias vezes, sem entender nada. O animalzão pulou para cima de mim e agarrou meu sobretudo pelo colarinho, me puxando pelos dentes. Dei um berro.

- Penélope!- gritou Sebastian, correndo. Mas era tarde demais. O Cão Infernal havia encontrado uma sombra e a entrara nela. Fechei os olhos com força e senti um longo vento em meu rosto, mordendo meu nariz.

Abri os olhos e tive medo. Medo porque o lugar me lembrava o do meu sonho, mas eu estava em um castelo cheio de ossos e almas de fuzileiros entre tantos outros guerreiros. Só que eu estava de frente para o castelo, ainda nos dentes do animal. Me vi em um lindo jardim onde tinha uma arvore de romãs que pareciam apetitosos. Porem sabia o que aconteceria se eu fosse comer aquilo. Vi uma figura sentada em uma cadeira toda encrustada de flores primaverais e já sabia quem era.

- Tia. – cumprimentei, dando um leve sorriso e acenando com a cabeça.

Perséfone sorriu e abriu os braços, como se quisesse me abraçar. E foi o que fez. Fui esmagada pelos seus lindos cabelos negros e sentindo seu corpo apertar meus pulmões.

- Penélope, como é bom finalmente conhece-la. – disse ela, alegremente.

- É. – concordei, balançando a cabeça e me perguntando se ela era louca, ou alguma coisa do tipo.

- Sente-se, sente-se. – convidou ela. Sentei-me no chão mesmo, sem me importar com o fato de estar sujando toda minha roupa.

- O que quer de mim, tia?

- Ah, nada. Uma tia olimpiana não pode conversar com sua única sobrinha?

Ergui uma sobrancelha e dei um pigarro. Ela revirou os olhos.

-Tá, tá. Eu só queria conversar com você por um momento. – confessou.

- Sobre o que?

- Não quer uma romã?

- Não, obrigada. Não estou nem um pouco afim de ficar presa aqui. Só quero saber sobre o que você quer falar comigo.

Ela deu um longo suspiro.

- Sua ultima visão. – disse simplesmente.

- O que tem minha ultima visão? – perguntei, ficando paralisada em meu lugar.

- Eu que a mandei para você.

- E por que?

- Porque acho que você merece saber a verdade.

- Verdade sobre o que?

- Que você é uma alma capturada e obrigada a ser aprisionada a um corpo de gelo.

Olhei para minhas mãos.

- Então você quer que eu morra? – perguntei baixinho. Eu, de algum modo, não queria morrer.

- Não Penélope, que ideia! Só quero que você saiba o que está acontecendo a sua volta e o porque você esta sendo temerosa para os deuses.

Mordi o lábio inferior.

- Você vai me contar tudo, então? – perguntei.

- Não, infelizmente não posso. Posso nem mesmo lhe mostrar sobre sua vida passada.

- Então como desejas que eu saiba das coisas?

- Simples, irei te levar para o lugar onde responde todas as perguntas.

-Certo, então posso ir logo para lá?

- Infelizmente, não. Você deve esperar até ser 01:10 no mundo mortal.

- E por que você me raptou?

- Eu não lhe raptei, sua boba. Só queria que tivéssemos uma reunião em família, escondida de sua mãe.

- Como?

Mas antes que ela pudesse me responder, uma senhora de uns 40 anos, com cabelos cor de palha apareceu ali.

- Por Zeus, Penélope! Como você é magra! – disse a mulher.

- Mamãe!- resmungou Perséfone.

- Deixe de ser mal educada e venha até aqui conversar com sua avó!

E assim começou minha reunião em família, que eu imaginava que nunca iria acontecer. Mas o que posso fazer? Minha vida ultimamente tem sido tão engraçada, sem graça e tantas outras coisas juntas,ao mesmo tempo. 


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