O final de semana fora um martírio para mim.

Patch não respondeu aos meus e-mails e eu fiquei completamente sozinha, assim como eu sempre ficava. Porém, desta vez, eu não conseguia mais ficar absorta nos livros, submergida em meu trabalho, a minha cabeça só conseguia pensar em Patch e eu estava ficando bem assustada com meus pensamentos obsessivos quanto a ele. Eu queria saber o que ele estava fazendo, com quem estava fazendo.

O que será que ele fazia no final de semana que o deixava totalmente ocupado a me atender? Eu tinha seriamente que arrumar algo de diferente para fazer e parar de pensar em Patch, senão, eu acabaria louca. Foi então que, coincidentemente, recebi a ligação de Luce.

“Alô, oi Luce?” Eu disse, antes mesmo de ela falar. Luce riu.

“Nossa, você é rápida”, comentou, mas prosseguiu. “Então, Cam e Daniel me deram o bolo... Que tal se nós saíssemos para assistir um filme no sábado à noite?”

“Por mim está tudo ótimo.” Eu fiquei feliz, queria mesmo tentar pensar em outra coisa que não fosse o Patch. Me distrair. Embora soubesse que essa era uma tarefa impossível.

“Nos vemos mais tarde, então...” Luce disse, desligando o telefone. Novamente sozinha e com a consciência de que não teria nada para fazer daquele momento até mais tarde, decidir tentar dormir. Caminhei até a cama, fechei os olhos, tentei esvaziar a minha mente, mas tudo em que eu pensava era naquele corpo, naqueles olhos.

E em quanto a minha atração por ele era muito mais do que a simples atração física. Vá com calma, Nora... Eu disse a mim mesma, tentando refrear os pensamentos que, ultimamente, tinham ficado extremamente obsessivos, lembrei-me do que minha mãe disse. Ela disse que tinha alguma coisa de errado com Patch.

A verdade era que, quando estava com ele, eu não conseguia pensar em nada, mas quando não estávamos juntos, tudo em que conseguia pensar era o quanto eu não sabia sobre ele e que talvez a sra. Blythe Grey estivesse certa. Levantei-me da cama, ciente de que não conseguiria dormir e tomei um banho. Demorei algum tempo na ducha, para poder ganhar tempo e quando saí percebi que tinha ficado apenas por alguns minutos.

Naturalmente, eu estive pensando em Patch durante o banho. Assim que saí, coloquei calças jeans, um casaco e arrumei os meus cabelos. Li mais um pouco de meus manuscritos, encarei o de Patch de longe, estremecendo-me ao ver que teria que gastar o nosso próximo encontro para lhe fazer as perguntas que tanto rondavam a minha cabeça, antes de conhece-lo pessoalmente e ficar totalmente enfeitiçada.

Luce chamou-me pelo interfone e eu desci logo em seguida, entrei em seu carro e nós seguimos até o cinema.

“Então, o que houve com Cam e Daniel?”

“Eles estão, hum, tendo uma crise de ciúmes.”

“Sério? Mas você não disse que os dois eram fieis ao seu juramento?” Anos atrás, Luce tinha feito um pacto, junto de Daniel e Cam, depois eles tanto brigarem pelo seu coração. Os três viveriam juntos, um casal de três, sem ciúmes ou brigas, pois ela tinha afirmado que amava os dois da mesma maneira.

“É, tinha dado certo agora... Mas parece que o egoísmo dos homens se sobressaiu em nossa relação.”

“Bem, Luce”, eu levantei os ombros, envergonhada. “De certa forma, eu sabia que essa coisa não daria certo.”

“Por que as pessoas simplesmente não avisam antes?” Ela gritou teatralmente, tirando as mãos no volante por alguns segundos, segurei o volante com as minhas próprias mãos, olhando para ela de forma acusatória. Luce recolheu os ombros, como se fosse uma criança de acabado de levar uma bronca e eu ri com aquilo, aliviando a tensão do local. “É que... Você não é a primeira pessoa que diz isso, minha amiga, Ariane falou isso assim que eu contei a ela. Por que vocês não me avisaram antes?”

“Você parecia feliz.” Eu disse, por fim e ela estacionou em frente ao shopping. Nós fomos ao cinema, assistimos o filme, nos divertimos e, quando era meia-noite e eu achava que já estava indo para casa, Luce mudou de caminho. “Para onde você está indo?” Luce adotou um sorriso malicioso no rosto. “Lucinda Price, fale logo!”

“Você verá!” Ela disse, de forma misteriosa. Alguns minutos depois eu já sabia para onde estávamos indo, naquela direção, não havia nada, em termos de “atividade noturna” a não ser a casa de show Jams, depois de eu protestar um pouco nós entramos.

Eu não gostava daquele tipo de programa e ela sabia. O som reverberou em meus ouvidos, tão alto, que doeu. Eu tapei os ouvidos por alguns segundos até me acostumar.

“Vou pegar uma bebida pra gente.” Luce disse e foi até o bar da casa de show. Em alguns segundos, eu vi que ela estava paquerando o barman e fiquei pensando no quanto ela estava exagerando, apenas para provar para si mesma que era melhor que Cam e Daniel. As pessoas costumavam fazer isso e eu achava desprezível.

Mas enfim, era a minha amiga e eu andei até o bar. Eu peguei Luce pelo braço e ela olhou para mim, reprovando a minha atitude. Levantei as mãos, me defendendo e me afastei, de costas. De repente, esbarrei em alguma pessoa e assim que me virei, tive uma surpresa.

“Acho melhor tomar cuidado por onde anda, Nora.” Meu nome na sua voz... Soava extremamente sensual. Era ele.

Eu tinha tentando pensar em outra coisa, afastá-lo da minha mente. Mas ele, aparentemente, ia atrás de mim novamente.

Era Patch.