Minhas mãos tremiam.

Eu não conseguia respirar direito, assim como não tinha conseguido dormir direito na noite passada. Por que eu me sentia assim? Eu não entendia o motivo de ficar tão nervosa apenas com um encontro entre dois profissionais.

Simplesmente porque não era um simples encontro. E, tecnicamente, os dois já se conheciam. Eu cocei o próprio braço, mesmo que ele não estivesse coçando e olhei a hora. Já faziam quinze minutos que eu estava sentada ali, na Starbucks, mas ele tinha a vantagem, eu tinha chegado mais cedo.

“Olá”, disse uma voz atrás de mim. Meu coração bateu tão forte que meu peito começou a doer. Eu sorri nervosamente ao me virar para trás, eu estava completamente impressionada.

Nunca pude imaginar que Patch fosse tão... Tão... Terrível e surpreendentemente belo. Para se ter uma ideia, sua beleza era tanta que era possível questionar se ele era humano ou não. Sua pele era bronzeada, o corpo, atlético e esguio, os olhos escuros, o cabelo desgrenhado, o sorriso era encantador.

Patch tinha um cheiro amadeirado, másculo, usava calças levi’s, uma camisa de manga e um boné dos Yankees. Ele estendeu a mão para que eu a apertasse e assim que nossas mãos se tocaram eu senti um rápido choque.

“Olá, Patch. Prazer em conhecê-lo”.

“Igualmente”.

“Sente-se, por favor”, meu estúpido coração ainda batia a mil. Assim que Patch sentou-se, nossos olhos estabeleceram uma conexão visual quase mortal, eu só conseguia pensar em uma coisa. Eu tinha que tocá-lo, tinha que beijá-lo. E queria muito vê-lo sem camisa, admirar seu corpo e sua beleza.

Repreendi a mim mesma. Como eu podia estar pensando aquilo? Nenhum outro homem, nunca, tinha causado em mim efeito parecido. Meus hormônios estavam entrando em erupção.

“Então, você vai editar Fallen In Love?” Ele perguntou, despreocupadamente. Será que ele tinha se esquecido de que eu tinha o mesmo nome, sobrenome e características de sua personagem principal?

“Sim”.

“Você gostou do livro?” Ele tinha um meio sorriso estampado no rosto, sagaz e desafiador. Concentrei-me em entrar no jogo dele, mesmo sem saber no que estava me metendo.

“Sim”, eu mal conseguia olhar para ele, agora. Seus olhos, seu sorriso desafiador, tinham ganhado. Mas eu ainda estava no jogo. Ou será que não?

“Você só vai dizer sim?” Eu tive que esperar alguns segundos para me dar conta de que ele estava falando comigo novamente. Sua camisa estava um pouco apertada, eu podia ver seus bíceps se sobressaindo nas mangas e seu peitoral definido esticando a blusa.

“O quê?” Retornei ao mundo, abobadamente. “Desculpe, o que dizia?”

“Nada não... Eu só, fico feliz que você tenha gostado”, ele não conseguiu deixar escapar um sorriso do rosto e eu fiquei enfurecida.

“Então, me conta, isso é algum tipo de brincadeira comigo? Uma pegadinha?”

“Oi?”

“É, isso mesmo!”, meu tom era histérico. “O personagem do seu livro se chama Nora Grey, não é mesmo?”

“Sim, por que?”, ele parecia realmente não saber.

“É que... Ironicamente, eu me chamo Nora Grey”.

“Nossa, que estranho!”, agora ele tinha um sorriso sonso.

Ele sabia do que eu estava falando!

“E... O par romântico de Nora, se chama Patch...”

“É.”, ele ficou sério desta vez, sua postura ficou reta, suas mãos apoiadas na mesa de forma casual.

“O que isso quer dizer?”

“Eu não sei”, ele franziu a testa.

“Jura mesmo?”

“Mas... Eu acho que há um jeito de descobrir.”

“Por favor, como?”, minha respiração era ridiculamente ofegante.

“Vamos até a minha casa, eu te mostro.”