Nome: Alicia Macfield (ao chegar ao orfanato)
Idade: 15 anos.
Data de nascimento: 6 de outubro.
Histórico Escolar desse ano: B-
Observações: Transtorno e Déficit de Atenção e Dislexia.

Esse era o crachá que tínhamos que usar o dia inteiro.Bom, hoje era o dia de visitas do orfanato, o dia que para muitas outras era um dia importante e era regra estar bem apresentável, pois hoje poderia ser o dia em que me levariam embora desse lugar.Assim eu espero...

Como se alguém fosse adotar uma garota de 15 anos de idade. As pessoas preferem adotar crianças pequenas e sem problemas.Mas do mesmo jeito, eu fui tomar banho e colocar uma roupa apresentável.

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Fiz uma leve maquiagem e coloquei uma roupa confortável, afinal, o dia hoje iria ser longo.

Os primeiros casais iam chegando, mas o que chamou minha atenção foi um homem de mais idade em uma cadeira de rodas que veio junto com um garoto que devia ter uns 19 anos que tinha cabelos pretos e olhos verdes como o mar e o mais estranho, iguais aos meus.

Eles me viram e logo se aproximou, o garoto sorriu timidamente e me cumprimentou:

– Olá, meu nome é Percy Jackson.

– Prazer Percy, meu nome é Alicia.

– Acho que o crachá ajuda também – disse ele rindo. O homem na cadeira de rodas nos olhava sorrindo, mas logo se aproximou e disse:

– Alicia, eu sou Quíron e vim aqui lhe fazer uma proposta, podemos conversar em um lugar mais calmo?

– Hum, só um minuto, sigam-me, por favor. - E indiquei a eles o caminho para o jardim.

O jardim do orfanato, era lindo, tinha muitas arvores e flores e um grande lago com uns bancos para sentar, era lá que eu estava levando eles. No caminho, Sr. Quíron olhou para Percy que sorriu ambos pareciam um pouco nervosos.

– Pronto, chegamos. - Falei um pouco nervosa.

– Alicia, minha querida, você sabe algo sobre o seu pai? – Sr. Quíron falou e eu o fitei confusa.

– Desculpe Sr. Quíron, mas eu nunca o conheci -Nesse momento ele olhou para Percy e eles pareciam trocar palavras com os olhares, é estranho, eu sei. Percy me olhava, e tinha algo naquele olhar que eu não sei explicar, mas aqueles olhos, os meus olhos também, tinha um sentimento difícil de descrever.

– Alicia - começou Percy - vai ser difícil de entender, eu sei, mas você é minha meia-irmã.

– Percy. - Ralhou Quíron - Não deveria ter sido tão direto.

– Ah, por favor, Quíron, ela tem o direito de saber sem rodeios, e lembrem-se nós estamos correndo perigo, quanto mais rápido, mas seguro será.

– Desculpe - eu protestei - você está querendo dizer que meu pai está vivo e que eu tenho uma "família"?

Percy resmungou algo muito baixo para ouvir e Quíron o olhou reprendendo.

– Querida, entenda, como Percy disse, não é seguro ficarmos muito tempo aqui, viemos aqui busca-la para leva-la ao acampamento, onde, com mais calma poderemos esclarecer tudo o que você quiser saber.

– Me perdoe Sr. Quíron, mas eu fiquei dez anos morando em um orfanato sendo que eu tinha um pai e possivelmente um irmão por ai e ninguém nunca me tirou daqui? - E os meus olhos já estavam cheio de lágrimas de raiva, mas continuei - E o que me garante que posso confiar em vocês? O que é esse acampamento? Porque "estamos correndo perigo"?

– Alicia, calma ok? - Percy falou um pouco apreensivo - O nosso pai não pode ter contato direto com os seus filhos e há pouco tempo descobrimos onde você está. Você pode confiar em nós porque eu sou seu irmão, seu único irmão, a não ser Tyson, mas vamos deixar o grandão de fora um pouco. Vamos que te explicaremos tudo no caminho, pode ser?

De repente, Sr. Quíron congelou olhou para Percy e depois para mim e disse:

– Não há mais tempo, já nos acharam.

Percy tirou uma caneta do bolso e aproximou sua mão do relógio e se posicionou na minha frente, eu o fitava sem entender. Quíron estava do seu lado, mas de repente ele era um cavalo. Como assim? Metade cavalo metade humano. Mas não me preocupei muito com isso, pois logo a nossa frente estava a criaturas mais deplorável que eu poderia imaginar. Parecia um monstro, ou melhor, era um monstro com asas enormes. E quando esse "pousou" na grama já estavam vindo mais dois.

– Alie - sorri ao ouvir meu "irmão" me chamar assim - você alguma vez fez aulas de esgrima ou qualquer coisa que envolva uma espada?

– Hum, sim? - não sei por que saiu como uma pergunta.

– Ótimo, agora Quíron, você tem uma espada para ela?

– Percy, você acha que aulas de esgrima de mortais ajudariam alguma coisa nessa hora? - Perguntou ele apreensivo.

– Uma boa ajuda viria a calhar.

Nesse momento, os três monstros estavam próximos e era possível ouvi-los.

– Hum, meio-sangues filhos do deus do mar, almoço delicioso. - falou o mostro número 1

– Quanto tempo que não como um filho dos três grandes... - comentou o monstro número 2.

Quíron me deu uma espada, eu sabia o que tinha que fazer algo como um impulso, ou algo do tipo. Cheguei mais perto de Percy e cochichei em seu ouvido:

– Vamos encima do feioso um, quando os outros vierem para cima para defendê-lo cortamos todos no meio.

– Ótimo plano maninha.

E assim que fomos fazer isso, algo deu errado, ou não. Mas o chão tremeu e dele vieram vários soldados mortos, não conseguiríamos aguentar por muito tempo. Mas o que eu realmente estranhei foi o fato de Percy e Quíron relaxarem. E logo depois eu entendi, os soldados foram para cima dos monstros e não de nós.

Assim que os monstros foram embora um garoto que parecia ter a minha idade, que tinha cabelos castanhos e olhos da mesma cor apareceu montado em cima de um cachorro gigante. Mas quanto ao cachorro eu não me importei, porque simplesmente não conseguia parar de olhar para o garoto, ele era lindo e tinha um jeito que o fez parecer doce. Eu conhecia ele de algum lugar, mas não lembrava da onde.

– "Não precisa vir Nico, vai ser tranquilo" - Disse o garoto e pelo que pude entender estava imitando Percy.

– Pelo que parece nada é tranquilo para nós - Disse Percy sorrindo e me olhando - Alicia, esse é Nico di Ângelo, Nico essa é minha irmãzinha, Alicia.

Nico me olhou de um jeito que fui obrigada a corar com a intensidade de seu olhar. Percy percebeu isso e logo disse:

– Ei, Nico, ela é minha irmã, esta lembrado?

– Mal a conhecesse e já vais dar uma de irmão ciumento? - disse rindo - e não esquece que fui eu que a achei.

– Como assim? - perguntei confusa- Quando seu pai contou que tinha uma filha, o bobão ali pirou, ficou semanas só falando disso e esqueceu que tinha que te procurar, fiquei até com pena da Annabeth, só que Quíron entrou em contato comigo e eu mandei uma fúria ficar vigiando as escolas da região até que ela te encontrou e eu avisei o Percy.

– Hum, desculpa, mas sou nova nisso, o que uma fúria? Quem é Annabeth? E melhor, quem é meu pai?Foi a vez de Quíron se manifestar:

– Minha querida, teremos tempo para responder todas as perguntas depois, mas primeiro devemos ir falar com a supervisora do orfanato para liberar você.

– Eu não vou precisar ficar mais aqui? - perguntei e não sei descrever o tamanho da minha felicidade

.- Não, a não ser que você quiser, mas lembre-se, não é mais seguro.

– Mas você não vai me abandonar né irmãzinha linda? - perguntou Percy com um biquinho muito fofo.

Eu estava em duvida, eu queria ir, lógico, mas será que lá seria um lugar melhor? Eu teria Percy, meu irmão, provavelmente teria amigos, o Sr. Quíron iria cuidar de mim, certo? Eu sentiria saudades dos meus amigos, mas eu não quero passar a minha vida em um orfanato.

Nesse momento olhei para Nico, ele me olhava de uma forma estranha, como se soubesse meu dilema, resolvi perguntar para ele. Eu não o conhecia, mas algo dentro de mim me disse que eu poderia confiar nele e por mais estranho que pareça, eu precisava dele.

– Nico, você vai estar lá? – perguntei.

– Se você quiser - respondeu ele com um sorriso.

Olhei para Percy que sorria de uma forma doce, que me fez lembrar a minha mãe e decidi na hora.

– Eu vou.- Eba! - disse meu irmão indo me abraçar, como eu, ele se apagava rápido as pessoas.

– Alicia, minha querida, vá para ser quarto, se arrume, pegue suas coisas que iremos falar com a supervisora daqui. Nico, por favor, conserte a rachadura que você fez no chão.

– Sim senhor Quíron - e sorriu para mim novamente.

– Eu vi isso, hein Nico - disse Percy com os braços no meu ombro.

– Vou ir pegar minhas coisas, com licença. - disse e fui correndo para o meu quarto.