Acordei.

Não, na verdade só abri os olhos.

Não queria levantar, poderia passar o dia olhando para o teto.

Não queria sair, Nem ao menos queria me levantar para ver o que Heloisa havia escrito para hoje.

Não queria pensar, não queria me mexer, não queria fazer nada que me lembrasse Heloisa ou Eloise.

Traduzindo: Não queria ter acordado.

O telefone tocou, tocou e tocou.

Aquele barulho interminável e irritante não me deixou ignorá-lo e só parou quando atendi.

‘’_Alo?

_Senhora Juliana? – Falou o porteiro do outro lado da linha.

_Sim.

_Tem um garoto aqui na recepção querendo falar com a senhora, ele disse que se chama Conrado.

_Diga para ele subir. ’’

O que será que ele queria ?

Minutos depois Conrado bateu na porta.

_Oie garotinho.

Ele não me respondeu.

_Tudo bem ? 

_Dona Juliana, a senhora não pode magoar as pessoas.

_Magoar ?

_É dona Juliana, magoar ! A senhora não pode fazer isso.

_Do que você está falando menino ?

_Vai dizer que a senhora não sabe.

_É vou dizer sim.

_A senhorita Eloise, está chorando desde cedo em um banquinho perto da ponte.

_Eu... –Não sabia o que dizer.

Será que ela estava chorando mesmo por minha causa?

_Só me responda uma coisa senhorita Juliana, A senhora realmente a ama ?