Outono Em Paris escrita por alebazi


Capítulo 13
Capítulo 13




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Pulei da cama, porque se eu demorasse a sair de lá, o sono me faria sua refém pelo resto do dia.

‘’Ligar ou não ligar...eis a questão’’

Não, eu não vou ligar, o que eu falaria?

‘’Oie, eu tive um sonho com a minha mulher que morreu, e ela me disse para te ligar... E ai como está?’’

Claro, vou ligar e dizer isso, ai ela acha que sou uma louca some da minha vida, com ela vai essa minha vontade de beijá-la, e eu passo o resto da minha vida cuidando de gat...

Os meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do meu celular.

_Alo?

_Oie Juliana, desculpe ligar essa hora, sou eu Eloise.

_Ah sim, oie-Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé.

_Eu sei que combinamos de nos encontrar mais tarde, mas eu estou sem fazer nada, podemos nos encontrar, agora?

Diz na, não, não.  

Minha consciência gritava: NÃO.

_Sim, claro – Eu nunca escuto minha consciência.

_Então te encontro na torre daqui uns vinte minutos, ok?

_Tudo bem.

Burra,burra ,burra.Vai lá tentar controlar essa vontade irracional de beijá-la, perto dela. Será que você consegue?

Olhei o caderno, folheei.

‘’Domingo.

Se não deu certo, apague e recomece. Esqueça o que ficou. Esqueça a culpa. A falta de plano. Esqueça a dúvida. O que foi quase engano. Apague e recomece. É sempre hora de mudar, de virar a página e se reinventar. Mesmo que doa, aprender não é um processo à toa.

(Fernanda Mello.)

                                                           Eu te amo. ’’

Dói e não é pouco, mesmo a mudança sendo a única constante da vida.

Eu não sei se quero se posso se consigo.

Me vesti, joguei uma água no rosto e desci.

Conrado estava sentado perto da torre, desenhando.

_Bom dia, garotinho – Cumprimentei-o

_Oi senhorita Juliana.

_Pode me chamar só de Juliana.

_Tudo bem, senhori...Juliana.

Eu sorri.

_Como vai a senhorita Eloise?

_Deve estar bem... Estou esperando ela.

_Ela é muito bonita.

_É sim, também acho.

_Você gosta dela?

_Que bonito esse desenho – Desconversei.

_Me responde, não conto pra ninguém – Ele pediu.

_Não sei... Acho que sim.

_E por que não namora ela?

_Porque não é fácil assim, Conrado.

_É fácil sim, os adultos que complicam tudo.

_É talvez seja, seria mais fácil se eu fosse esse menininho lindo que você é.

Ele sorriu envergonhado.

_Talvez o único problema é que eu verdadeiramente gosto dela.-Falei de repente

_Oi pessoal – Disse Eloise que estava atrás de mim.

Pronto, se ela tivesse alguma duvida que eu tenho uma queda, um tombo ou um precipício por ela,agora não tinha mais.

_Bom dia, senhorita Eloise.

_V-você ouviu a-alguma co-coisa que eu disse? – Perguntei gaguejando.

_nada, se você não quiser que eu tenha escutado.

Ela ouviu,

_E ai, algum lugar especial que você queira ir? –Ela perguntou.

_Não, eu não conheço nada aqui.

_Verdade, você me disse isso ontem.

_Você conhece algum lugar por aqui, Conrado?

_Se as senhoritas gostam de sorvete, tem uma sorveteria na outra rua.

_O que acha? – Perguntei.

_Claro, adoro sorvete.

_Vamos Conrado.

_Não obrigada.

_Vamos vai ser legal – Falou Eloise.

_Não, senhoras.

_Assim como não se deve deixar uma dama esperando, também não se deve recusar o convite de duas mulheres-Disse relembrando o que ele me disse um dia antes.

_Vocês ganharam, senhoritas – Disse ele organizando  os papéis e colocando em uma pasta.

_Então vamos – Falou Eloise.

Conrado foi à frente mostrando o caminho.

_Desculpa, mas eu não consegui esperar até mais tarde para te encontrar – Confessou Eloise.

E o que eu fale agora? Que eu sonhei com Heloisa e ela quer que a gente fique juntas?

_Sem problemas – Foi o que eu disse.

O garoto parou em frente a vitrine da sorveteria.

_Vamos entre – Disse a ele.

_Eu nunca entrei aqui.

_E essa não é a única sorveteria por aqui? –Perguntou Eloise.

_Sim.

_Então porque você nunca entrou aqui? – Perguntei.

_porque ninguém nunca me trouxe pra tomar um sorvete-Disse ele com a cabeça baixa.

Me parecia até mentira, um garotinho tão adorável como ele nunca ter entrado em uma sorveteria.

_Vamos, agora você vai conhecer a maravilha que é uma sorveteria-Disse Eloise colocando as mãos no ombro dele e o levando para dentro.

Os olhos dele brilhavam como criança em loja de doces, pessoa que acha dinheiro no bolso da calça.

_O que você vai querer? – Perguntou Eloise para Conrado.

_Eu não sei.

_Escolha o mais caro, porque hoje quem vai pagar é a Juliana-Brincou ela.

Eu dei uma risada.

_Vamos Conrado, pode escolher qualquer um – Falei.

Ele apontou para o pote de sorvete com sabor de chocolate.

_O que você vai querer Ju?

_Chocolate também.

_Então são dois de chocolate e um de creme – Disse Eloise para a garçonete.

_E quantos anos você tem Conrado?- Disse Eloise tentando puxar assunto com o menininho.

_Nove.

_olha, é quase um homenzinho.

_E mora com quem?

Ele demorou a responder.

_Com ninguém não senhorita Eloise – Ele disse tristonho – eu moro em um orfanato.

Eu tinha esquecido de falar para Eloise que ele era órfão.

A garçonete interrompeu trazendo os sorvetes.


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Notas finais do capítulo

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