“ Ela é linda.

_Eu sei, pior que eu sei.

_Você está gostando dela.

Eu fiquei quieta deitada naquele campo florido em que estávamos.

_Juliana, você não pode ficar com medo de amar novamente.

_E se eu magoá-la, Heloisa?

_Você não vai.

_Eu te magoei...Quando foi que eu  disse que te amava?

_Eu sabia, você não precisou dizer, suas atitudes mostravam isso...pare com esse sentimento de culpa.

_E se eu estiver sentindo alguma coisa por ela só porque ela é parecida com você?

_Sim, ela é parecida comigo, mas tem características próprias, por exemplo, eu não gosto de panquecas com geléia de uva. – Ela brincou.

_Boba – eu sorri.

_Se permita apaixonar, Ju.

_E você?

_Eu sou o seu passado, eu sou a sua mais doce lembrança.

_Eu não consigo me libertar do meu passado, pequenina.

_Mas precisa, você tem um futuro pela frente.

_Com ela?

_Por que não? ...Vocês podem até ter filhos. – Ela sorriu.

_Tá doida, nem com você eu falava de filhos.

_Mas, a gente sempre sonhou em ter.

_Sim, eu poderia ter uns dez filhos com você que eu não ligaria.

_Só porque eu que sentiria as dores do parto, néh? ...Engraçadinha. – Ela se virou e me olhou – Você pode ter esses dez filhos com ela.

_Eu não sei , Heloisa.

_Você sabe,Juliana, você sempre sabe.

Ela me deu um beijo na testa e disse.

_Ligue pra ela.’’

Acordei.