Os Arquivos Perdidos - Humanien escrita por Noni


Capítulo 5
Verdades.


Notas iniciais do capítulo

Não sei ser engraçada, mas me lembrei que a Eni sempre falava pro Quatro ou pra quem deixasse ela furiosa "Vou chutar sua bunda" e então finalmente resolvi que no Quinto Capítulo ela usaria isso, e daqui em diante vocês veram muito. muhahahahaha



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Já faz uma semana desde aquele triste momento, porém meu coração ainda estava fraco, estava estraçalhado, sem nenhuma vontade de bater e de viver.

Chegamos à Base HB45, ela fica localizada na Turquia, na cidade de Istambul, não parecia uma base, e sim uma casa, a única coisa de diferença era os locais secretos das armas caso houvesse um ataque de Mogadorianos. E uma das primeiras coisas que fiz ao chegar aqui foi me trancar no quarto e refletir no quanto fui fraca e culpada por tudo, pelo meu egoísmo de não compartilhar um pesadelo real com o Homem que eu mais confiava nesse mundo. Já perdi a conta de quantas vezes Spanner bateu na porta tentando se desculpar e vê se eu ainda estava viva, sei que ele não teve culpa de nada, mas estava muito machucada, não queria dividir está dor com ninguém.

– Por quanto tempo você pretende ficar aí? Será que vou ter que arrombar sua porta e te dar comida na boca Eni? – Seu tom de voz era ameaçador, não notei nenhum ar de brincadeira.

– Já disse que não quero, vai embora! Faça algo da sua vida e para de me encher, seu louro estupidamente burro! – Estava furiosa, ele não me deixara em paz desde que chegamos aqui, aumentei o som no ultimo volume, estava passando Papa Roach-Last Resort, assim não ouvira mais ele, mergulhei minha cabeça no travesseiro. Entretanto, um barulho alto ecoa da porta, quando olhei lá estava Spanner sacando uma arma para o aparelho de som e minha porta completamente destruída.

– Desliga isso agora sua baixinha dos infernos! – Ele estava furioso, mas naquele momento eu conseguia estar mais do que ele. Entrei na frente do aparelho de som olhando com a cara mais feia do mundo.

– Não vou desligar, saia daqui agora ou eu vou chutar a sua bunda, panaca! – Disse gritando. Spanner não temeu, me jogou com tudo na cama e atirou, fazendo com que meu aparelho de som ficasse completamente destruído. – Não era mais fácil desligar, seu louro burro?

– Se eu desligasse você iria ligar de novo, e isso ia ser um saco. Agora quero que você coma esses sanduíches e preste atenção no que eu vou te dizer, ok? – Ele me fitava, sentando na beira da cama, seus pensamentos estavam longe, porém não tirava aqueles olhos verdes de mim.

– Ok. – Disse sentando na cama, pegando o sanduíche já o mastigando, "fingindo estar com fome", encarando-o.

– Eu não sou seu primo.

– O que? – Engasguei. – Como assim não é meu primo? – Por um momento eu fiquei feliz, assim poderia ter meus desejos e sonhos platônicos com ele sem me preocupar, porém, ele mentiu para mim esse tempo todo, se não é o meu primo, o que era?

– Há muitas coisas sobre mim que não te contei, e uma delas é que sua mãe me mandou para cá no dia em que os Mogadorianos invadiram Lorien, eu pilotei a nave que trouxe os 9 Gardes e os 9 Cêpans. Na verdade, eu sou o seu Cêpan, jurei te proteger, e como sou um Homem de palavra cumprirei este juramento Eni. E também, apenas eu sei na onde está a Nave, quando tudo isso acabar, voltaremos juntos para lá. – Ele falava sério e sei que não estava mentindo, pois não desgrudava seus olhos de mim, o que me fazia corar. Constrangida perguntei:

– Juntos? Eu também irei? Aliás, quantos anos você tem de verdade?

Ele sorriu com minha pergunta, vi um olhar malicioso surgir.

– Sim, você irá junto comigo. Está tão interessada em saber a minha idade a ponto de ter medo que eu seja tão velho assim?

Desviei o olhar, minhas bochechas com certezas estavam mais que vermelhas, pois elas queimaram na hora.

– N-não, é só cu-curiosidade. – Gaguejei, e fui pega, percebi o sorriso de Spanner se alargar a ponto de suas covinhas ficarem a mostra.

– Não se preocupe, tenho 23 anos, dirigi a nave um moleque ainda, sabe né, sou um gênio.

Taquei meu travesseiro nele, porém ele desviou ainda sorrindo. Estava constrangida com aquela situação e não queria que Spanner pensasse que tenho desejos ocultos por ele, por um momento me senti feliz e sorri.

– Oras finalmente um sorriso bonito.

– Como está Zeus? E na onde está Lydron?

– Eu consertei Zeus, ele está no quarto dele refletindo algumas coisas, e Lydron está fazendo companhia a ele, os dois se deram super bem, fico feliz com isso já que ambos vão passar muito tempo juntos, e você também devera fazer companhia a eles.

Suspirei.

– Se você estiver aqui, não me importo com Zeus, tenho medo dele e receio que nossa aproximação está longe de acontecer.

– Eni não seja má com ele, vamos dê uma chance. E tem mais uma coisa... – O olhar de Spanner mudou por completo, ele estava tenso.

– O que? – Perguntei séria, e já com medo do que viria a seguir.

– Eu vou ter que partir, não se preocupe, tenho certeza que está mais que pronta para tudo e Zeus... – Não dei tempo de ele terminar, meu olhar ficou frio e abaixei a cabeça. Não era possível, primeiro meu pai agora Spanner, ele estava fugindo da responsabilidade de cuidar de mim, eu era um estorvo para ele? Estava comigo só por causa de uma promessa estúpida? Ele pareceu notar, sua voz ficou suave, fazendo-o suspirar.

– Zeus vai cuidar de você, não pense que estou te deixando, você sabe dos meus sentimentos por você, mas preciso ir, os Mogadorianos estão perto demais da nave, não posso permitir que a encontrem, entendi isso Eni?

Não, eu não conseguia entender, na verdade Spanner parecia um mentiroso, não conseguia acreditar no que ouvia, me abandonar desse jeito e ainda mais com o Zeus. Eu sempre o amei, sempre o quis por perto e imaginei que ele quisesse o mesmo. Suei frio e uma fúria incontrolável se formou dentro de mim.

– Quero que saia daqui, to nem aí pra você, pode ir embora e nem pense em voltar, adeus! – Tentei ser rígida, minha voz soou fria. Ele pareceu não se incomodar com isso, na verdade acho que sabia que no fundo só estava com raiva porque ele iria passar alguns dias foras, o que me deixara mais brava ainda, Spanner conhecia tudo de mim, até mesmo meus pensamentos e sentimentos ocultos, enquanto eu, não fazia ideia dos deles, seus olhos esverdeados confundia qualquer um, então ele apenas sorriu, como um descarado.

– Calma, vou ir embora só amanhã, mas quero que antes você abra logo sua arca. – Disse já saindo do meu quarto.

Desde aquele dia não ousei abrir a arca, talvez estivesse com medo de mais verdades obscuras aparecerem. Mordi um pedaço enorme do sanduíche e corri para estante, peguei a arca, sentei na cama e a admirei por alguns segundos, ela era um pouco grande e pesada, havia símbolos por todas as partes, era linda. Toquei no seu cadeado, ele brilhou intensamente e logo depois se abriu revelando várias coisas e um monte de pedras brilhantes, eu não sabia o nome de nenhuma, mas o que me chamou atenção foi um envelope, inspirei fundo, peguei o envelope e abri, dentro havia um papel e um colar, sua cor transparente deixava a mostra um brilho especial e intenso no centro, sua forma era de prisma oblíquo, era fascinante. Logo depois peguei o papel abri e comecei a ler.


“Primeiramente não importa o que houver eu sempre te amarei Eni, você foi uma das coisas mais bonitas que já me aconteceu, sua mãe estaria e está orgulhosa de você, por isso não mude esse seu coração puro e nobre por causa das coisas ruins que iram acontecer, sempre tenha esperança e fé, seja motivada por elas, por um caminho cheio de paz e de coragem, você é forte, porém pode se tornar mais forte ainda, eu estou orgulhoso de você e quero que você seja muito feliz e que tenha orgulho de si mesma.

Desde cedo eu sabia que eles estavam aqui em Neapoli, apenas procurando nossa localização, foi por isso que pedi para Spanner levar você até a Base HB57 e não o culpe, ele não sabia de nada, eu já havia planejado tudo sozinho. Desde o início sabia que eles estavam atrás de você, sabia que eles queriam estuda-la por ser meio Humano com Loriena, por ser especial, desculpa por não deixar você ser normal, eu só queria te proteger e achei que quanto menos as pessoas soubessem da sua existência melhor era, acho que não fui o melhor pai, mas espero que entenda que tentei fazer o melhor.

Sua mãe, Mirien, era um membro da Garde, ela era poderosa e cheias de Legados incríveis e algumas coisas você com certeza puxou a ela. Mirien não queria ficar em Lorien, queria explorar novas terras, novos mundos, de tanto insistir à Pittacus, a deixou partir, e na sua chegada aqui eu a encontrei, mostrei tudo de mais bonito do nosso Planeta, e então nos apaixonamos, casamos e tivemos você, Eni, por algum motivo ela teve que voltar para Lorien, e eu fiquei com você, não era muito bom em lidar com criança, mas você não me dera tanto trabalho assim. Há, e este colar foi quando eu e sua mão estávamos em Lua de Mel, perto do mar, num rochedo eu encontrei esta pequena pedra, sua cor transparente lembrava as lágrimas de coragem de Andrômeda e o brilho no centro lembrava sua beleza, inclusive a cor dos seus olhos e da sua mãe, eu entreguei a ela, porém recusou na hora, disse que a deixaria para alguém muito especial, na hora não entendi, mas depois percebi que era pra você, alguém mais que especial para ambos. Ela te amou muito, e sofreu por ter que partir logo após seu nascimento, ela queria ter ficado mais, queria ter passado mais tempo ao teu lado, é difícil pra mim falar sobre ela, me desculpe por nunca ter contato nada deste tipo, eu a amei muito e sempre vou amar, nunca consegui olhar para outra, e ela também me amou, e nós a amamos muito filha.

Continue viva, cuide-se, não os deixe a capturarem, seja forte, seja uma Guerreira, encontre alguém que a ame pelo que é, cuide de Lydron, não use muita tecnologia alienígena, elas podem fazer mal com o tempo, e nem as substancias químicas. Seja legal com o Zeus, melhore suas experiências, saiba se esconder... Ainda tinha tanta coisa para te ensinar, tanto desejo para cuidar e ver você crescer mais ainda, sinto tanto por não ter tempo, por não consegui passar mais tempo com você...”


Isso veio como uma pancada, não segurei minhas lágrimas, abracei a carta procurando consolo, não queria ser normal, não se ele não estivesse aqui, eu o queria de volta, queria poder voltar no tempo e impedir tudo.

Passei horas e horas chorando tentando me lembrar de todos os momentos que tivera com o meu pai, de como era seu amor por mim, de como eu era feliz, no fundo estava temendo meu próprio futuro. As coisas não seriam mais fáceis, a cada passo que daria estaria perto do precipício. Força, habilidade e inteligência iriam ser a minha salvação. Não vou mais vacilar, acabarei com todos os Mogadorianos, meu ódio e vingança floriam cada vez mais dentro de mim, não deixaria de ser quem sou, mas acrescentaria sentimentos que nunca provei antes.



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Notas finais do capítulo

Pra deixar algumas coisas claras, porque eu sei que tem umas pessoas ( não vou citar nomes U_U ) que acha que a Eni ama ( amor de namorado u_u) o Spanner, mas pensem comigo, você passa a vida inteira num lugar "deserto", na onde só tem contato com seu Pai e com o seu primo sedução, é claro que ela iria ter uma quedinha por ele, e acredito que ele também por ela, mas nada sério, ainda.... muhahahahaha, aguardem! -q