Memórias De Madame Nora. escrita por Hikari


Capítulo 1
One-shot




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/272282/chapter/1

Era uma noite normal. Como todas as outras. A chuva batucava no teto do castelo, as janelas estavam frias demais para eu poder me aconchegar em seu encontro, mas mesmo assim uma ótima forma de encurralar ratos. Eu adoro ratos.

Meu nome é Madame Nora, sou a gata do zelador da escola. O que é uma sorte. Sou livre para ficar em todos os cantos de Hogwarts e às vezes me dou o luxo de enganar alguns alunos do primeiro ano fingindo ser Minerva que também tem uma forma felina como eu. É tão divertido ver as caras assustadas deles e os ver correrem pelo corredor caindo aos tropeços...

Passeava pelos corredores de Hogwarts lentamente, caçando os meus tão esperados ratos para meu alimento noturno. Os ratos de Hogwarts eram os melhores, eram os mais suculentos e, particularmente, um tanto mais peculiares do que os de casas trouxas normais.

Ansiava pelos presentes de natal, meu dono me dava caixas abarrotas desses pequenos bichos. Aquilo era o paraíso. Não, era bem melhor.

Estava tão distraída que quase não percebi um movimento, algo rápido e ágil. Um rato.

Pelo canto do olho, pude vê-lo correr pelo canto da parede, via que não estava com nenhum alimento, parece que a caçada dele havia falhado, não havia sido um sucesso igual a minha. Logo ele iria ser minha ceia da noite. Ah, e depois... Um belo descanso no melhor travesseiro do meu dono.

Virei-me e atravessei o espaço de distancia entre nós rapidamente, agarrei o rato com minhas patas e o prendi nelas. Agora era fácil. Era só aperta-lo um pouquinho mais para fazê-lo parar de respirar...

Um baque surdo me assustou, fazendo com que minha presa escapasse. Grunhi baixinho. Maldito seja quem me atrapalhou. Perdi mais um rato, aquilo não podia ser desperdiçado. Como ousam?

Balancei minha cauda e me empertiguei, andando em direção ao barulho.

Se fossem mais um daqueles hediondos alunos de novo... Não iria ter piedade.

Passei pelo corredor e subi as escadas, praguejando para mim mesma.

Uma gata como eu não devia ser interrompida em momentos tão críticos como esse. Como eu poderia ser feita como uma tola de um simples animal doméstico?

Andei pelo corrimão da escada, com o rabo levantando, mostrando minha superioridade a todos que por ali passavam, se bem que, não tinha ninguém ali, o que eu achava muito estranho. Onde será que foram aqueles encrenqueiros?

Dois alunos, idênticos e com os cabelos ruivos, passaram rindo alto. Levantei mais a cabeça e rosnei para os dois, que se entreolharam antes de me imitar e rosnar de volta, passando rindo ainda mais.

Malditos alunos. Bufei. Mas que impertinência!

Iria resolver aquele assunto mais tarde, uma boa detenção iria ensiná-los a como se comportar com alguém como eu.

Mas agora tinha que cuidar de quem havia me feito perder meu jantar.

Desci da escada, antes que ela começasse a se movimentar de novo, e parti para o corredor.

Depois de um curto período de caminhada, deparei com o corredor encharcado. De água suja, mas precisamente água sanitária. Mais essa! Quem teria feito àquela bagunça?

Andei, molhando minhas pobres patas. Aquilo era inaceitável. Quem encharcaria o corredor desse jeito?

Olhava para a água ali esparramada. Não queria nem saber quem limparia aquilo, mas quanto descuido... Aquele dia não estava sendo nem um pouco bom para mim.

Escutei passos mais a frente. Agora sim! Havia pegado a vítima. Finalmente! Mais uma detenção. 

Corri atrás do culpado, o corredor estava escuro naquela parte do castelo, as luzes piscavam e bruxuleava em sua vil iluminação, o que me deixava desnorteada. Ainda tinha minha visão aguçada, aquele aluno não iria escapar como fizera o meu rato escapar.

Os passos pararam e eu parei também.

Olhei para os lados, nada.

Algo rastejou a minha volta. O que me assombrou. O que rastejaria naquele castelo?

A água tremeluziu, encarei-a com desprazer, ainda por cima tinha que ficar por cima dessa água. Quem dera!

Então consegui distinguir uma figura vaga pela água, era escura e se estendia por todo o corredor, parecia... Uma cobra. Como uma cobra poderia ter entrado no castelo? Ainda mais com aquele tamanho. Avistei outra figura, parecida com um humano qualquer. Estavam brincando da minha cara?

Antes que pudesse levantar meu rosto e enfrenta-los, o olho da “cobra” gigante abriu-se.

Depois disso, nada. Apenas a escuridão.

E os olhos enormes e amarelos gravados como fogo na minha mente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Obrigada por lerem e comentem! Me ajudem a melhorar. ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Memórias De Madame Nora." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.