*Leiam as Notas Iniciais*

Nisso eu acordei gritando gritando e o único pensamento que veio em minha cabeça foi:

Eu tenho que contar a verdade.

 Quando dou por mim, estou nos braços de Peeta, ele está falando comigo, mas não respondo.... simplesmente eu não consigo responder.

- Kat - ele sussurra em meu ouvido enquanto afaga meus cabelos - quer conversar sobre isso? - novamente eu não respondo - ei, olha para mim - ele diz e pega levemente meu queixo me fazendo olhar para aquela imensidão azul que me deixa sem chão - o que foi?

 Então minha capacidade de falar retorna para mim e digo:

- A Brenda.

- O que tem ela? - eu suspiro

- É uma loonngaaa história - ele olhaa para mim como se esperasse que eu continuasse - É melhor chamar a Brenda - ele me olha confuso

- E o que a Celly tem a ver com isso?

- Eu disse que é uma longa história. Agora deixa eu ir lá chamar ela - ele assente silenciosamente

Me levanto e vou ao quarto das crianças nas pontas dos pés para não acordar ninguém. Chego no quarto e balanço Celly levemnte pelo braço tomando cuidado para não acordar Ben.

- Ei, Celly!! Acorda filha.

- O que é?? A gente já tem que sair??

- Não - digo - é que eu resolvi contar tudo para o seu pai. - ela levanta em um pulo

- Por que não me disse antes? Vamos, vamos.... - diz ela me puxando pelo braço

 Entramos no meu quarto e encontramos um Peeta pensativo sentado na beirada da cama.

- Kat, eu ainda não entendi o que a Celly tem a ver com isso. - diz Peeta

- Peeta - começo calmamente - a Brenda.... - hesito - err.... ela quer me matar.

 Abro os olhos que até então se encontravam fechados e encontro um Peeta perpléxo com os olhos azuis arregalados.

- Kat - diz ele suavemente - dá onde você tirou isso?

- Então é aí que a Celly entra na história - digo

 Então Celly diz tudo à ele, que ouvia silenciosamente. Depois dela ter terminado a história ele demora alguns minutos para processar as informações e por fim diz gaguejando:

- Celly,  já está tarde, vá dormir e vou conversar com a sua mãe sobre isso tá?

- Ah não pai! Eu quero saber! Se não fosse por mim ninguém saberia de nada. - diz ela fazendo cara de cachorro que caiu da mudança

- Celly.... isso é sério!! Vá dormir - ele repete. Eu faço um sinal com os dedos indicando para Celly que depois eu contaria tudo à ela.

- Tá - ela finge estar irritada e sai do quarto batendo os pés

 Assim que ela sai do quarto, deixando eu e Peeta à sós, ele me fita e um silêncio se instala no interior do cômodo.

- Então.... - digo fitando o piso de madeira

- Você acha mesmo que a Celly disse a verdade?

- Não sei - admito - ela não teria por que mentir, e se você for pensar direito, até que faz sentido - ele me olha confuso e eu explico - Pensa comigo: a Brenda é prima do Cato, eu matei o Cato, ela ficou com raiva, ela quer vingança e irá faze-la me matando. - digo como se fosse a coisa mais natural do mundo

- É difícil de acreditar nisso, tá parecendo até novela.

- Eu sei mas.... eu só tenho medo que aconteça alguma coisa com as crianças.

- E por que aconteceria algo com elas?

- Eu tenho medo que a Brenda desconte a raiva que ela sente por mim nas crianças de alguma maneira. Se é pra alguém morrer, que seja eu.

- Shhiiiu... não fala assim. Não se preocupe, enquanto eu estiver vivo, não vou deixar nada de ruim acontecer.

 Nós nos deitamos na cama e sinto os seus braços protetores me abraçando por trás; aqueles braços que eu conheço muito bem, aqueles que me acudiram nos piores momentos da minha vida, aqueles que sempre vão estar me segurando quando eu estiver caindo.

- Fique comigo. - sussurro

- Sempre - ele sussurra de volta e me dá um beijo. E é assim que eu durmo, segura nos braços de Peeta, onde sei que não me machucarei.