Acordo com a sensação de que não dormi nada. Mas mesmo assim me levanto, Celly ainda está dormindo, ela parece um anjo. Então tudo o que ela me disse volta em minha cabeça, “Mãe, a Brenda quer matar você” “Mas mãe o que você pensou? A Brenda é prima do Cato, você matou o Cato, cê tava achando o que? Que ela ia chegar de braços abertos para você e falando ‘Você matou o meu primo, muito obrigada!!!’ ??”.

Sei que devo acreditar em Celly, mas eu não quero acreditar nela. Eu não quero acreditar que a futura esposa do meu melhor amiga é uma vadia louca que quer me matar. Sei que vou me arrepender depois, mas... acho que vou esquecer o que Celly disse e ser amiga da Brenda; a final, o Gale não é tão burro a ponto de não perceber que a sua noiva é totalmente pirada. Em fim... é com os erros que se aprende não é mesmo?? To pagando pra ver.....

Decido acordar Celly para irmos tomar café.

– Celly, acorda filha.

– Que horas são? - pergunta ela esfregando os olhos inchados de sono.

– 8:00

–Aff mãe, tá muito cedo.

–Filha, a gente vai ajudar o Gale e a Brenda com a preparação do casamento lembra?

– EU NÃO ACREDITO NISSO!!!!!! - diz ele quase gritando

–Não acredita em que filha de Deus??

–Que você ainda vai ajudar essa vadia!!! Mãe ela quer te matar. Se não se importa se você morre, pense em Gale. Ela nem o ama de verdade, foi tudo armado.

–Primeiro: você está vendo muito filme de detetive. Segundo: DESDE QUANDO UMA MENINA DE 7 ANOS FALA VADIA??

-Errr... eu nem gosto tanto de filme de detetive e.... é que eu fiquei com raiva sabe?!?! Eu não costumo falar palavrão.

–Bom mesmo, bom mesmo - digo, mas não consigo conter o riso e caio na gargalhada e logo ela me acompanha, eu nunca fui muito boa em dar broncas... fazer o que é a vida.

Trocamos de roupa e descemos as escadas. Chegamos na mesa antes de todos, mas o café já estava servido. Nós sentamos e começamos a comer. Logo depois Brenda chega com Gale.

–Bom dia - dizem eles em uníssono

–Bom dia - respondo

–E aí pronta pra um dia de arrumação? - pergunta Brenda com um sorriso. Eu não consigo pensar como uma pessoa como ela pode matar alguém; eu também achava que eu não conseguia e olha só no que deu.

–Com certeza.

O café da manhã foi tranquilo, conversamos bastante sobre os preparativos do casamento, Celly ficou calada o tempo todo, o que me deixou preocupada. Ela geralmente fala muito, o que me deu mais um motivo para achar que ela estava falando a verdade, afasto esses pensamentos da minha cabeça rapidamente. “Não pode ser verdade.“ digo para mim mesma.

Assim que acabamos de comer, subimos para escovar os dentes. Vou ao meu quarto ver o que aconteceu com Ben e com Peeta, eles não foram tomar café. Chegando lá vejo dois seres humanos deitados na cama com controles de video games na mão e babando feito dois bebês. Meu pai amado, eu não sei quem é pior: Peeta ou Ben. Pelo visto eu tenho agora 3 crianças para dar conta. Balanço os dois, mas eles não acordam, tento tudo... inútil. Então tive uma ideia. Fui ao banheiro e enchi uma bacia na metade com água bem gelada, e então joguei nos dois que acordaram em um pulo só. Dizer que eu chorei de rir é pouco, eu até rolei no chão de tanto rir.

Depois de todos estarem prontos fomos ao salão de festas onde será realizado o casamento. É enorme e muito elegante. Decidimos as cores dos enfeites, a comida, as músicas e coisas do tipo. Amanhã eu e Brenda iremos S-O-Z-I-N-H-A-S comprar os vestidos. Tenho que admitir que fiquei um pouco apreensiva em relação a isto. Tentei não pensar nisso o resto do dia. Assim que chegamos em casa fui direto para cama, estava exausta. Assim que deitei na cama fui consumida pelo sono. Meu pesadelo de hoje foi horrível. Eu estava fazendo as compras com Brenda, e quando estavamos só eu e ela na áreas dos provadores ela tirou uma faca da bolsa, me derrubou no chão e ficou em cima de mim igualzinho Clove havia feito nos primeiros jogos. Ela falava de como foi horrível para ela ter que assistir a morte do primo e que ela não iria me matar, mas que ia me fazer assistir a morte de todos que eu amava. Nisso eu acordei gritando e o único pensamento que veio em minha cabeça foi:

"Eu tenho que contar a verdade para todos"