O Cavaleiro E O Lobisomem escrita por ge-bnfo


Capítulo 13
Ifrit o deus do fogo




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Dante entrou e observou que a sala era imensa. Tanto na altura quanto na largura, era incrível como aquilo estava dentro da caverna, mas era só o que ele podia ver, por que estava muito escuro lá dentro.

A porta se fechou e o lugar começou aos poucos a ficar mais visível. Tochas de chamas de vermelho puro começaram a se acender. Revelou um lugar bem construído com adornos e pinturas no formato de fogo.

E mais atrás sentado num trono enorme estava uma criatura até então desconhecida por Dante. Dante não costumava hesitar, mas aquilo emanava poder por toda a sala. Dante sentiu um pouco de pressão, não conseguia ficar em pé direito, seu corpo tremia. Será que era aquela a sensação de estar perto de um deus.

A criatura imensa não era humana, nem perto disso. Tinha dois cifres enormes curvados para trás. A sua orelha era bem pontuda e extensa. Os olhos queimavam como fogo. Sua boca cheia de presas e de dentro podia-se ver fogo sendo formado. Portava uma armadura muito bem feita de cor vermelha e dourada. No meio um símbolo, que Dante nunca havia visto.

Um circulo com um corte no meio. A cor da pele dele, era verde.

A sala estava com uma temperatura fora do normal. Dante sentiu mais pressão. Não conseguia pensar, agir, às vezes lembrava que tinha que respirar.

-Então humano – a voz fazia Dante se contorcer de dor, estava mesmo na frente de um deus – vai aceitar o desafio, ou vai sair com o rabo entre as pernas?

Dante não conseguia respirar, era tamanha a força daquela coisa. Ele tentou falar, mas as palavras não saiam, até que o deus deu permissão a ele para abrir a boca.

-Não venho procurando sangue – Dante não conseguiu olhar para o deus, era impossível para ele levantar o rosto – só vim para pegar a bussola de hades.

Dante não esperava encontrar um deus. Dante não sabia o que pensar, ou não conseguia, ou não podia, ou não era permitido pensar. Aquele era o deus do fogo, um deus justo, mas ainda assim cruel. Ifrit ponha medo no planeta mais de uma vez, até que resolveu se trancar naquele labirinto, na esperança de não ser incomodado.

-Eu tenho pena – agora ele abria a boca e saia chamas enquanto falava – lhe darei o que você quer, mas você vai ter que me divertir.

Dante pensou que os deuses deveriam ser assim mesmo, nunca esteve na presença de um, mas agora sabia que eles existiam e pior, sabia que eles não se importavam com nada a não ser com eles mesmos. Era evidente, eles eram tão superiores.

-Eu, humilde humano, trarei entretenimento para vossa Santidade suprema – Dante não sabia como chamá-lo, mas sabia que se falasse o nome dele, acabaria virando cinzas – aceito qualquer desafio.

-Pois bem humano, você ira enfrentar alguns dos meus servos, não garanto sua vida – o deus voltou a se sentar – Uma hora é o bastante, se você ficar vivo, eu darei o que você quer.

-Muito obrigado - Dante se curvou, mais uma vez tentou olhar para o deus, mas sua cabeça não levantava, ele já tinha perdido controle sobre o seu próprio corpo, Dante conseguia falar de igual para igual com um dragão, mas com um deus ele não conseguia nem se mexer se não fosse permitido.

O deus estalou os dedos enormes, e encostou sua cabeça na mão enorme. E duas chamas se formaram próximo a Dante e de lá saíram duas criaturas.

O primeiro á primeira impressão era um cavaleiro, mas com um olhar melhor para dentro da armadura podia-se ver que era puro fogo. Era incrível como a armadura branca com adornos vermelhos não derretia, o fogo paria ser bem quente.

A outra criatura era um dragão. Escamas vermelhas, não era muito grande em comparação com o deus, mas era bem grande do ponto de vista de Dante. Os olhos do dragão queimavam. As azas era enormes, suas garras bem afiadas. A criatura olhou para Dante, e o viu como uma simples caça.

O cavaleiro pôs um pé na frente, o dragão se encolheu, parecia que estava tirando uma soneca. Fez um circulo com o corpo e repousou.

-Então você vem primeiro – Dante se posicionou com as mãos próximas ao queixo, no estilo do boxe – não tenho espada, mas eu posso lutar também sem ela.

-Calma humano, eu sou nem generoso, vou lhe dar essa espada de gelo seco – uma navalha caiu e penetrou o concreto do chão.

A lamina era azul, e saia um pouco de fumaça dela. Um pouco atrás caiu a bainha, também de cor azul, também fumaçando. Dante pegou a espada e sentiu a mão congelar.

-É um preço que você paga pelo poder não é? – Dante não sentia mais a mão – mas não importa, vou derrotar qualquer coisa que você invocar, Ifrit!

O deus olhou para Dante meio torto, mas não ligou, na verdade gostou do jeito do garoto. Um jeito atrevido. Dante segurou a espada com as duas mãos. As mãos colaram na espada, o gelo seco queimava as mãos de Dante, mas ele nem se importava com a dor. A adrenalina estava a mil.

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-Será que Dante estava bem? – Lisa ficou preocupada – eu sinto uma presença enorme dentro dessa sala.

-Verdade, não sei explicar também, é como se nos não fossemos nada perto dessa presença – Elizabeth tocou na espada.

-Eu queria estar lá dentro, para registrar o que esta acontecendo – Louis se sentou com um caderno e uma pena na mão – droga, Dante vai ter que me contar tudo, que esta acontecendo.

-Tomara que aquele idiota esteja bem – Lisa se sentou também. Estava um pouco preocupada.

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O cavaleiro de chamas deu uns passos para frente e retirou a espada. De alguma forma aquela coisa não podia falar, mas Dante entendeu o que ele quis dizer.

O cavaleiro tirou a espada da bainha e faíscas pularam. A espada era recoberta de chamas douradas. Dante se posicionou com a espada a frente do corpo como sempre. Gritou algo e correu para cima do cavaleiro que ficou parado.

Dante fez um arco com a espada de gelo, mas acabou por bater na espada de fogo. Dante percebeu que a sua espada estava perdendo a forma e pulou para trás.

O deus riu, a risada dele causava dor em Dante.

-Então você me da uma espada que derrete – Dante sorriu – não podia ser mais empolgante!

Dante correu e pulou a espada estava atrás do corpo com um movimento rápido ele colocou a espada para frente tentando atingir o cavaleiro de fogo. O cavaleiro defendeu de novo. E a espada de Dante acabou por rachar numa parte.

Dante tentou vários golpes, mas nenhum atingia aquela coisa. E o cavaleiro de fogo não tinha saído do lugar ainda. Dante olhou para espada e viu algo mais que gelo, era fogo azul também.

-muito bom garoto – Ifrit falou sem tanta animação, mas gostou do que viu – Já conseguiu controlar minhas chamas, é claro que uma espada minha tinha que ter fogo.

As rachaduras da espada acabaram por sumir. A espada voltou a ser o que era antes. O fogo azul tinha um poder de reconstrução. O fogo vermelho era o mais devastador. E o fogo dourado era o que tinha melhor defesa.

Dante sentiu que a espada estava sugando alguma coisa dele. Era sangue. A espada de gelo seco exigia sangue para queimar. E Dante perdeu um quarto do sangue do seu corpo. Ficou um pouco fraco, mas era necessário.

A espada de gelo, agora estava recoberta por fogo azul, o fogo emanava e por incrível que pareça tomou parte do corpo de Dante, porém ele não sentia dor, as chamas não queimavam Dante. Ele começou a controlar as chamas.

-Legal – Os olhos de Dante acabaram mudando de cor, ficaram azuis – não sabia que podia controlar chamas.

Dante não percebeu, mas algo estava se formando nas suas costas.

Agora Dante investiu mais uma vez contra o cavaleiro de fogo e as espadas se colidiram. O impacto foi grande, uma montanha de fogo azul e dourado subiu e os dois se distanciaram.

Dante correu atravessou a massa de fogo. Acabou por se queimar, mas atingiu o cavaleiro de fogo. Cortou a armadura no meio e o fogo de dentro se esvaiu, o resto da armadura caiu no chão se desmontando, como se nunca tivesse nada dentro.

O dragão rugiu.

O joelho direito de Dante acabou se dobrando e ele se apoiou na espada. O rosto de Dante mostrava muita dor. Parte da sua pele estava queimada, eram queimaduras de primeiro grau. Não era tanto, mas doía mais que o normal. Doía mais por que eram chamas de um deus.

E ele sentiu bastante cansaço. Menos sangue circulava por dentro do seu corpo.

O dragão abriu as azas com uma ordem de Ifrit e voou.

O dragão voou por cima de Dante e soltou uma baforada de fogo vermelho em cima de dele. Dante girou o corpo para o lado e colocou a espada de gelo na frente do fogo. O fogo vermelho se dissipou.

Dante tentou se levantar, mas foi pego pelas garras do dragão. O dragão arranhou o peito de Dante e o pegou. Levou ele para o alto e depois soltou Dante.

Antes que Dante caísse o Dragão soltou uma baforada na direção dele.

O fogo derreteu o chão. Dante por pouco não morreu. A espada de gelo o salvou por uma ultima fez. O fogo azul diminuiu e a espada voltou a ser só gelo seco.

E o dragão voou para a cratera num ataque rasante tentando abocanhar Dante. Por pouco o cavaleiro conseguiu se esquivar. Dante segurou na pata do dragão e depois subiu para a asa dele. Dante se equilibrou no animal alado.

-Por pouco eu não estou morto – Dante se segurou mais firme – você esta lutando bem sério, tenho a impressão de que você quer me matar. (não Dante ele só quer brincar com você)

O dragão olhou para as costas e viu o humano. Abriu a boca e soltou uma baforada. Dante se encolheu e acabou por não se queimar muito, mas suas costas estavam em carne viva.

Dante urrou de dor, mas não podia perder tempo. Se levantou com cuidado e correu. Se aproximou do que parecia ser o pescoço da criatura e enfiou a espada. A criatura acabou por sentir muita dor e mudou a direção do voou para o chão.

O dragão e Dante caíram, os dois estavam sem condições de continuar a luta, porém nenhum dos dois realmente estavam derrotados.

-muito bom, você lutou de igual para igual contra um dragão - Ifrit se levantou e bateu palmas, chamas se formavam ao bater das mãos – Era isso que eu estava procurando, já faz décadas e finalmente encontrei quem eu queria, você será meu servo humano.

Dante escutou bem o que ele havia falado. Seu corpo estremeceu. Ele conseguiu se levantar.

-Um deus não aceita não como resposta – a voz parecia furiosa agora.

-Vou ter que recusar – Dante agora conseguia levantar a cabeça e olhar para o deus, mas seus olhos lacrimejavam era como olhar para o sol, ou pior – eu só quero a bussola.

-Humano insolente - o deus se irritou, e algo como um terremoto aconteceu, as larvas de baixo da terra se agitaram – Mas era isso que eu esperava, tome a sua bussola.

A bussola foi voando até Dante transportada por chamas vermelhas. Dante pegou a bussola que tinha um formato estranho com vários olhos, mas ainda assim era uma bussola. Ignorou as anomalias.

-Vou lhe dar mais uma coisa – um anel também se aproximou – esse anel é a prova de que você é meu servo, nenhum dano de fogo vai lhe atingir, quando eu precisar eu vou lhe chamar, não importa se você quer ou não.

Era um anel, Dante colocou o anel no dedo indicador e viu que parecia ser feito especialmente para ele, sentia a dor da pele ao redor sendo queimada, mas resistiu.

-Obrigado, mas eu não sou escravo de ninguém, porém posso considerar você com amigo – Dante virou e ouviu uma gargalhada, que quase estourou seus tímpanos.

-você é engraçado, leve também a espada – Ifrit acabou por desaparecer, devia ter voltado para o lugar onde os deuses viviam – Um dia eu vou lhe chamar, até lá não morra.

-Pode deixar comigo – Dante retirou a espada do dragão e colocou na bainha – nos ainda vamos ter a nossa revanche, não se esqueça de mim, por que eu não vou me esquecer de você.

O dragão rugiu em afirmação e sumiu virando chamas e depois cinzas.

-Então esse é o dragão fênix – Dante abriu um sorriso – não podia encontrar um rival melhor.

Dante não viu, mas nas suas costas estava queimado um símbolo, era um circulo com um corte no meio. Era o símbolo do deus do fogo.

A porta se abriu. Dante viu Lisa e Eliza e aos poucos seus olhos foram se fechando. Ele caiu. Desmaiou.

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Já fora da caverna, Lisa estava tentando cuidar das férias de Dante, seria melhor Irian para fazer esse trabalho, mas Lisa tinha aprendido um pouco. Eram muitas queimaduras.

-O que aconteceu lá? – Louis perguntou a Dante.

-Não posso falar – Dante virou o olhar – mas foi algo grande, eu peguei a bussola.

Lisa virou o corpo de Dante para cuidar das suas costas e viu a marca que deixaram nele.

-O que é isso? – Lisa se assustou.

-É uma queimadura – Eliza tocou e Dante reclamou da dor – mas o incrível é parece que já esta cicatrizando.

-Esse símbolo, eu já vi ele antes – Louis ficou curioso – um circulo cortado no meio?

Dante acabou por ficar surpreso. Ifrit tinha mesmo feito de Dante seu servo.

-Temos que cuidar disso ou vai infeccionar – Lisa estava mesmo preocupada.

-Não precisa – Dante fechou os olhos – eu só preciso dormir, amanhã eu vou estar curado.

Dante acabou por adormecer.

-Lisa, eu quero que você me fale a verdade – Eliza olhou serio para ela – eu sei que Dante não gosta de falar sobre isso, mas eu quero saber, como ele se cura tão rápido?

Lisa olhou para ela e acabou por dizer.

-Um lobisomem! – Louis caiu para trás – isso existe.

-Sim, eu só soube há um tempo – Lisa ficou meio cabisbaixa quando falou – por isso ele se joga nos perigos, ele não tem medo de acabar perdendo a vida.

-Não vou permitir – Eliza falou séria – não vou deixar ele continuar com essa vida.

-Mas ele é assim – Lisa ainda estava meio deprimida – duvido que ele vá mudar, mas eu vou continuar com ele, não importa o que aconteça.

Louis se sentiu totalmente fora da conversa.

                                                                           X

Em algum lugar no pólo sul, estava o grupo de Zack. Todos estavam bem agasalhados. Todos muitos próximos por causa do frio, menos Vicent que não estava necessariamente vivo. Ele não se sentia mal no frio, mas também não era como estar em casa.

-Falta só, encontrarmos só um lugar para ficar – Zack pegou olhando o papel – como base.

 -Seria bom encontrarmos um lugar perto de um rio – Irian acabou por falar algo sem sentido.

-Isso é impossível – Gandalfr foi duro, mas era necessário – esta tudo congelado, nos precisamos de comida e água.

-Mas aonde nos vamos encontrar – Zack não conseguia pensar direito por causa do frio – se Lisa estivesse aqui, nos pediríamos a ela, para usar magias de água.

-É, mas não podemos depender de magias – Irian falou seria – quem aprende magia sabe disso.

-Qualquer caverna serve – Gandalfr gritou – e se tiver um urso polar, melhor, preciso de carne!

E eles encontraram uma caverna. Dentro dela havia um lugar suspeito. Era quente e agradável, tinha vegetação e todos os tipos animais. Havia um rio também.

-Que droga é essa – Gandalfr riu – achei que as pessoas só viam miragem no deserto.

Antes que eles pudessem ficar mais surpresos, uma figura apareceu. Era um homem pequeno usava roupas com figuras de flores. Tinha um sorriso enorme e barba grande. Parecia ser bem velho.

-Bem vindos – o velho parecia feliz de ver gente nova – ao parque aquático do pólo sul!

Era estranho, não fazia o menor sentido e parecia suspeito.

-Aqui é o inferno não é? – Irian perguntou.

-Sim – O velho afirmou – e eu sou o deus da felicidade.

O velho não parecia mentir.

-O inferno? – Vicent não entendeu – eu achei que o inferno fosse o lugar onde as pessoas pagavam seus pecados.

-Não, mas aqui é o inferno – O velho acabou por mentir – aqui é não outro lugar se não o inferno, estamos em outro planeta e eu sou o deus da verdade.

Na verdade ele era o deus da mentira. Insague. Tudo que ele falasse as pessoas tinham que interpretar ao contraio. Zack estava entendendo a brincadeira.

-Podem ir embora – O deus olhou sem graça para eles – não quero visitantes.

-Então nos somos bem vindos – Zack falou.

-Não entendi – Vicent olhou estranho para Zack.

-Ele não fala a verdade, então basicamente ele vai falar ao contraio – Zack não estava nem um pouco interessado – verdade?

-Mentira – o velho sorriu – você é um garoto bem idiota, mas antes de ficar aqui, vocês tem que passar por alguns jogos.

-Serio, nos vamos ter que jogar com ele? – Vicent ainda não entendia nada.

-Não, ele esta mentindo – Zack sorriu – ele parece ser interessante, mas não é um deus.

-Você esta completamente errado garoto.

Sim, ele não era um deus. Era algo sim, mas não importava. Nunca descobririam o que ele era. Por que ele nunca iria falar a verdade. E se ele fosse mesmo o deus da mentira, nunca iria dizer que era o deus da mentira. 


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