-Papai, já disse que não vou pra Nova York com você! –gritou Lílian. –Londres é a minha casa, e é aonde eu vou ficar!

-Você tem que ir. –Hugo disse.

-Hugo! Até você? Já chega. Vocês conseguiram. –então ela jogou sua varinha na mesa da cozinha e subiu às escadas da casa da Vovó Molly, deixando a família toda constrangida. Hugo correu atrás dela. 

Ela bateu a porta do seu quarto o mais forte possível, e enfiou a cabeça no travesseiro, desatando a chorar. Ela não queria deixar Londres por nada nesse mundo. Sabia que Nova York era uma chance para seu futuro, sendo uma auror nos Estados Unidos era grande coisa, mas não, ela não havia decidido ainda o que queria do futuro. Ela iria começar o sétimo ano de Hogwarts ainda este ano, dali 1 semana, e depois que terminasse, iria para Beauxbatons no ano seguinte, na França, e ainda teria mais tempo para pensar no futuro. Mas seu pai, Harry Potter, tinha que interferir em tudo, não é mesmo?

-Tá tudo bem? –ouviu uma voz na porta. Era Hugo.

-Sai daqui, Hugo. Já disse que conseguiram. Eu vou me mudar pra Nova York no ano que vem, e ir pra bem longe de vocês... Satisfeitos?

-Admito que minha vida sem você é sem graça. Não quero que vá... Eu só concordo com seu pai porque sei que minha opinião não conta nessa situação. Sinto muito, Lilis. Já recebi ofertas pro ano que vem em times importantes de Quadribol, e não vou sair da Inglaterra, então... Eu só quero que seja feliz...

-Mas só vou ser feliz escolhendo minha carreira SOZINHA!

Ele sentou do lado dela, repetindo as palavras “eu sei”, acariciando seus longos cabelos ruivos em forma de consolo. Ela estava deitada de costas para cima na cama.

-Eu vou provar pro meu pai que sou mais que uma filha inútil de um famoso. –ela disse aquilo de repente e se levantou bruscamente da onde se deitava. Hugo seguiu-a até a cozinha novamente. A família conversava animadamente, aparentemente todos já haviam passado do clima “pós-drama”.

Hermione e Ron conversavam com Rose sobre sua carreira, já que, agora que terminara Hogwarts, pretendia virar Auror, assim como seu pai. Rose era um ano mais velha que Lílian, e sempre foi intitulada como a “certinha” da família. Lílian via Rose e sentia um tipo de... Repugnação. Estaria ela fazendo aquilo por agrado ao pai ou por amor à profissão?

E essa mesma pergunta martelava na cabeça de Lílian Luna Potter todos os dias em que Harry tocava no assunto de Nova York.

Mas ele nunca escutava. E acho que nunca escutará.  Mas ela nunca iria saber se não tentasse. Então começou a falar.