Possessão escrita por Chappy The Bunny


Capítulo 1
Desejo


Notas iniciais do capítulo

Então... oi. -q
É a minha primeira fic de Bleach e, obviamente, a primeira do casal.
Ela surgiu dos meus raros surtos da madrugada, heh
Bom, eu espero que gostem.



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Ulquiorra não sabia explicar, mas desde que aquela mulher chegou a Las Noches, sentiu-se sobre o efeito de algo totalmente diferente de tudo que já tivera a oportunidade de sentir.

Era algo estranho.

A vontade de trancafiá-la em algum outro canto escondido nas partes mais obscuras do palácio de Las Noches para que nem mesmo Aizen soubesse seu paradeiro preenchia seu ser.

A voz que sussurrava insanamente para que ele cortasse mais ainda as pequenas e quase inexistentes asas de Orihime já era algo com o qual havia aprendido a se acostumar.

Era um desejo possessivo e egoísta, de forma de que só ficaria satisfeito quando ela finalmente desistisse de acreditar que seu amado Kurosaki viesse resgatá-la, tirá-la do lugar onde aquela frágil humana estava embaixo de sua visão, sendo envolta por suas grandes e onipotentes asas, que jogaria longe sem medir forças qualquer um que ousasse vier a ter o pensamento de que ela sairia dali. Ah, como ele odiava Kurosaki Ichigo por isso.

Todavia, ao mesmo tempo esse desejo de possessão extrema também se tornava algo tão cândido que nem mesmo o mais puro anjo poderia expressar na mais santa canção que os humanos costumavam cantar em seus cultos religiosos àquele que denominavam seu Deus.

Ela nesse momento admirava o céu com certo interesse, o brilho da lua beijando o céu e iluminando fracamente por aquela janela, falando algumas coisas baixinho, como quem confidenciava um segredo intimo para si mesma. Não notando que ele já a observava há um tempo, nem ao menos que estava ali.


– O que tem de tão interessante aí? – Questionou com seu determinado tom de arrogância, desprezo e falso desinteresse, pronto para dar o bote em qualquer que fosse o resquício de esperança que ela tivesse.


A mulher olhou para trás, a mão no peito e os olhos arregalados, caindo no enorme sofá que ficava ali. Sua expressão estava uma mistura de susto e de quem era pega fazendo algo que não queria que ninguém visse. Exclamou o nome do Cuarta Espada seguido do honorífico “kun”- o que o fez suspirar e corrigi-la.

Seu lábio murmurou um “desculpe” e um sorriso constrangido moldou-se neles.


– Responda-me. – Ordenou


– A lua, apesar de não ter luz própria, ilumina o céu. No fim das contas, ela até que faz um trabalho eficiente, não acha? – Ele não entendeu – Mas eu não acho que sou como a lua ou o céu da noite. Eu acho que sou como o céu ao meio dia, que é iluminado pelo sol. O Kurosaki-kun é o meu sol ao meio dia, que é quando ele brilha mais. – Mantinha uma expressão serena, falando mais para si mesma do que para Ulquiorra ouvir sua reflexão. – Aqui no Hueco Mundo é sempre noite, então eu acho que...


– Vocês humanos são tão fracos a ponto de dependerem de outros e depois falarem coisas banais como essas, apenas para sentirem que não estão sozinhos. São desprezíveis. – Seu habitual tom de desdém estava mais presente do que nunca.


Deixou-a sozinha ali com sua linha de pensamento sobre Kurosaki e decidiu caminhar sem rumo pelo palácio.


– ...então eu acho que aqui nessa imensidão negra que é o céu que vejo por essa janela, você pode ser minha lua, Ulquiorra-kun. E até mesmo uma exceção, uma lua diferente, que só basta querer para ter seu brilho próprio. – Completou assim que ele saiu.


Ao mesmo tempo em que Ulquiorra queria vê-la sem esperanças, desacreditando e esquecendo a vida feliz que algum dia teve, uma parte por pouco inexistente de si gritava feito uma criança mimada para que ela mantivesse aquele sorriso infantil, que como dizia Aizen, era o sol do Hueco Mundo. O clichê da tal “luz no fim do túnel”. Querer isso era ainda mais exótico aos olhos e à mente do Quarta Espada.

Para ele, era vergonhoso pensar que uma simples humana brincava tão facilmente com sua razão e seus pensamentos assim. Uma mera mulher humana que nem ao menos se defender conseguia direito. Talvez fosse a beleza, que parecia ser inspirada na mais bela representação de Afrodite. Talvez o sorriso, que aparentava ter sido delicadamente traçado pelo mais apaixonado e inspirado pintor. Ela se movimentava como a mais leve fada, sempre graciosa e delicada.

Porém, por mais bela e majestosa que puesse ser, ela era apenas uma folha. Uma folha solta ao vento daquela guerra, a mercê de qualquer mudança de direção que a rosa dos ventos fizesse, para levá-la para qualquer um dos quatro hemisférios. Sujeita às peças que aquela tempestade pudesse pregar.

“Eu acho que você deveria sorrir” era o que a ouviu dizer certa vez. De fato, ela era uma tola.

E mesmo assim, ele se sentia fascinado por aquele pequeno e frágil pedaço de vida que teimava em acreditar em uma gota de esperança naquele mar de desilusões.

E era tudo isso que ela era que o fazia querer apoderar-se dela e ao mesmo tempo apenas abraçá-la. Querer tirar sua antiga vida de uma vez por todas de sua cabeça e que ela apenas estivesse satisfeita por poder ter sua presença ali.

E sorrisse por isso.

Talvez, Inoue Orihime fosse o pássaro que cantaria ao amanhecer, o belo anjo que apareceria em seus devaneios, ainda mais belo que Afrodite e mais brilhante que o sol. Talvez ela fosse a folha que iria a sua direção, e talvez sua pequena gota de esperança pudesse fazer aquele mar ter mais um pouquinho de fé.

Talvez aquela humana fosse bem mais peculiar do que ele pensou que fosse.

Mas só talvez.



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