Príncipe... Encantado? escrita por Kuroi Namida


Capítulo 5
Say a little prayer for you




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No domingo, acordei cedo para ir à igreja com meu pai e a mulher dele. Meu pai não era muito religioso, mas fazia isso por dois motivos, agradar a mulher, e agradar os eleitores que freqüentavam a mesma igreja. Todos os figurões de alta classe, com muito dinheiro nas suas contas gordas. Homens de negócios...

Vesti-me adequadamente como Anette, a esposa de meu pai ordenou. Eu odiava quando ela agia como se tivesse algum controle sobre mim, só porque era casada com meu pai. 

O motorista nos conduziu até a catedral. Meu pai se pôs a falar com o padre, e alguns de seus apoiadores na escadaria da igreja, enquanto eu conversava com algumas amigas do outro lado, na mesma escadaria.

POVs Jimmy

Nos aproximamos da catedral lentamente, até que Matthew, o motorista estacionasse o carro para que pudéssemos descer. Meu pai foi o primeiro a descer sendo acompanhado por minha mãe Laura. Eu estava ouvindo musica no meu ipod e nem percebi minha mãe fazendo sinal para que eu descesse tambem.

POVS Valerie:

Avistei um grande carro branco se aproximando, e vi Johnny Leon Duckovsk descer de dentro dele. Já havia o visto em algumas reuniões de domingo, mas não prestava atenção, pois pra mim era apenas mais um dos homens que meu pai odiava. Mas hoje tive um motivo para prestar atenção.

Vi a esposa, Laura fazer sinal para alguém dentro do carro. Então vi Jimmy descer, guardando algo em seus bolsos, e em seguida se virando e trazendo junto dele uma garota. Ela saiu do carro, muito bem vestida. Nunca havia visto aquela garota antes, e sabia que a única filha dos Duckovsk ainda tinha quinze anos, e aquela garota parecia mais velha.

Jimmy não olhou em minha direção, mas ficou parado ao lado do carro, segurando a mão da garota o tempo todo. Ouve um momento em que ela passou o braço encaixando-o no braço dele, e disse algo em seu ouvido. Ele sorriu, e depois passou a mão ao redor da cintura dela. Os pais de Jimmy assumiram a frente e se dirigiram a igreja.

POVs Jimmy:

Vi meus pais seguirem para a catedral, e foi então que ergui os olhos na direção da escadaria, onde vi o maior inimigo do meu pai. Um homem sem escrúpulos algum, repulsivo, com ar sempre presunçoso, chamado Gerard Laurence Scotfield. Fiquei apreensivo de que aquele homem se atrevesse a fazer provocações a meu pai, e nossa família mesmo estando diante de um lugar sagrado.

Segurei firme a mão de Jessica, que estava me acompanhando. E nos conduzimos em direção a escadaria.

-Odeio aquela garota! –Jessica disse em sussurro ao meu ouvido-

-Que garota? –perguntei-

-Aquela com vestido preto, e cabelo preso todo para um lado só! Na escadaria, logo ao lado do cretino do Gerard...

Olhei para o local, e vi três pessoas, que cobriam minha visão. Mas ambas entraram na catedral, deixando livre o caminho para que eu pudesse identificar de quem se tratava. A única garota que vi com tais informações, foi Valerie. Ela estava linda, segurando uma rosa vermelha. Quando nos aproximamos da escada, e meus pais passaram pelas costas de Gerard, o sujeito apenas encarou meu pai, como se quisesse matá-lo ali mesmo. Mas sua esposa pareceu o acalmar, ouvi quando ela disse: “Estamos em uma igreja, seja sensato...”

Meu pai ficou parado, no caminho até que minha mãe o conduziu para dentro da igreja, para evitar confronto. Assim, os seguimos Jessica e eu. Quando passei por Valerie olhei em seus olhos, e ela me encarou por dois segundos no Maximo, e em seguida virou o rosto. Então segui em frente até estar no interior da catedral.

POVS Valerie:

Jimmy passou por mim, e ficou me encarando. Imaginei que aquela garota fosse sua namorada, pois ela não desgrudou dele um minuto sequer, e ainda por cima usava um belo anel de brilhantes na mão esquerda, o que indicava que ela estava noiva. Não podia acreditar que ele estivesse noivo. Depois de nossos encontros... O que passou pela minha cabeça? Que aquele rapaz com ar de príncipe encantado dos contos modernos fosse mesmo gostar de mim? Eu fui apenas uma diversão. Uma maluca que cedeu cegamente aos encantos de um estranho, por uns momentos de carinho, e beijos apaixonados. Como eu fui idiota... O que eu estava querendo? Ainda por cima ele é mesmo filho de Duckovsk... Final trágico para meus sonhos de fada.

Entramos na igreja, e seguimos ate nosso lugar ao lado esquerdo da catedral. No caminho passei pelo acento de Jimmy, onde ele permanecia de mãos dadas àquela garota. Desviei o olhar e fingi não me importar.

POVs Jimmy:

Nos sentamos ao lado direito da igreja, e esperamos que a reunião começasse. Vi quando Valerie se sentou do outro lado. Ela parecia estar chateada. Não pude deixar de olhar pra ela, me virando discretamente no banco.

Jessica chamou minha atenção:

-Notou como o ar arrogante e desprezível passa por toda a família? –ela disse me em voz baixa-

-O que disse? –me virei para ela-

-A garota que te falei, viu como ela se comporta feito uma rainha? Igualzinha ao pai.

-Pai? –sabia que ela estava falando de Valerie, mas não entendi-

-Sim! O nome dela é Valerie Lohan Scotfield, filha do Gerard Scotfield. Voce não a conhecia?

Valerie era filha do maior inimigo do meu pai. Aquilo me parecia um tanto quanto retrogrado. Como se eu já tivesse visto esse filme antes, e soubesse como acabava. Li os livros de Shakespeare na escola. Conhecia as historias de amor e ódio entre familiares, aquilo não me parecia nada bonito. Talvez poético, mas muito exagero para os tempos modernos.

Agora, conhecer uma garota e descobrir que o pai dela, é um homem totalmente agressivo e descontrolado. Era uma coisa bem diferente.

-Não. –eu menti- Eu não a conheço...

-Sorte sua.

POVs Valerie:

Durante toda a reunião, percebi que Jimmy de vez em quando olhava para meu lugar. O que me incomodou bastante. Ele estava acompanhado, por que insistia em me dar aqueles olhares?

Quando finalmente a missa chegou ao fim, meu pai foi o primeiro a se levantar e sair. Tinha muitos negócios a tratar. Anette passou pelo meu banco, onde eu estava com as meninas, e me pediu para ir para o carro.

-Vou ficar mais um pouco, quero me confessar. –respondi-

-Sua confissão é daqui a uma semana. –ela insistiu-

-A confissão é minha, tenho o direito de me confessar quando quiser...

-ótimo. Faça como quiser, mas volte pra casa assim que terminar. Não ficarei a esperando...

Era tudo que eu queria me livrar daquela megera. Nem iria me confessar porcaria alguma. Isso era coisa que aquela vaca, me obrigava a fazer. Eu achava patético ter que falar sobre minha vida pessoal par um padre que não sabia nada a meu respeito. E ainda me dar absolvição pelos meus pecados. Sendo que ele é apenas um homem.

Quando sentia que algo pesava em meus ombros, eu me dirigia diretamente ao altíssimo, e não a um ser humano tão fraco quanto eu.

Assim que ela se foi, eu me despedi das garotas, e peguei meu telefone para ligar para Morgana me encontrar atrás da igreja para irmos ao parque de diversões. Sai pelos fundos para que todos pensassem que eu iria mesmo ao confessionário.

Logo em seguida, vi o carro de Chris se aproximando. Chris era um grande amigo nosso, surfista muito doidão. Morgana estava com ele, mais uns dois amigos no Camaro amarelo, conversível dele.  Morgana estava com a parte de cima de um biquíni vermelho, que mais parecia um bustiê, e calça jeens. Em uma das mãos luvas de tecido fino, escuras como as da Madonna. Roqueira como sempre!

-Daí gracinha? –disse Chris ao estacionar- Tá dando mole ai?! Que tal uma voltinha?

-Pra onde? –perguntei me escorando na porta do carro-

-Para Los parquezitos de diversiones! –respondeu Morgana puxando um espanhol chulo-

-Vambora! –abri a porta do Camaro e dei um chega pra lá em Morgana pra ela me dar espaço pra sentar-

-Vai com essa roupinha ai? –diz ela olhando com desdém minha roupa séria-

-Claro que não! –comecei a puxar o vestido ate tirar ele- Já vim preparada! –eu estava com outra blusa baby look preta por baixo, e um short jeens-

-Trouxe isso pra voce! –ela apanhou meus tênis all star de dentro de uma sacola-

-Minha heroína! –beijei o rosto dela-

Assim que estava pronta, Chris acelerou o Camaro, e fez a volta para sairmos pela outra rua. 


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