Madeira e Prata escrita por Bells


Capítulo 7
29/30.07.2815 – Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

11 comentários, 4 leitores e 3 favoritos... Obrigada seus lindos!!!!!



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Fola

Eu corri em direção ao grupo de vampiros que já se encaminhava para a floresta, enquanto ouvia o uivo de uma legião de lobos ao longe e um uivo solitário mais perto, mas continuei correndo, estava perto demais para parar sem correr algum risco. Me juntei ao meu exército e ninguém pareceu notar que eu vim do outro lado, sempre na tensão que marca as primeiras horas da noite, aquela incerteza de qual dos seus amigos você verá no dia seguinte, se é que você verá algum...

A noite de luta foi relativamente tranquila, quer dizer, foi algo normal, e logo no primeiro lobo com quem lutei eu entendi o que Mac quis dizer a respeito de tomar cuidado com os arranhões: de alguma maneira as unhas/garras deles estavam cobertas com madeira, e um simples arranhão, dependendo da profundidade poderia ser letal. Dessa vez a balança estava pendendo um pouco para os lobos, eles tinham uma vantagem.

Mas tirando esse imprevisto tive uma noite de lua cheia normal, com muita ação e mandando muitos lobos para onde quer que eles vão quando morrem. Só que tudo começou a sair do meu controle quando o dia veio se aproximando: eu estava já me encaminhando para a entrada da caverna, para assim que os grupos se afastassem eu pudesse me esgueirar para lá pra dentro, mas meu irmão Eloi me interceptou no meio do caminho e não saiu mais do meu lado, garantindo assim que pela primeira vez em cinco anos eu voltasse para casa depois da guerra.

Passei o caminho pensando em uma forma de despistar meu irmão e seguir de volta para a floresta, mas não teve jeito, na porta do castelo meus pais me aguardavam, ansiosos e sorrindo. Minha mãe me acompanhou até o meu quarto, onde ela tinha me preparado um banho e havia separado um vestido, simples, porém elegante, com sua seda preta com detalhes em azul petróleo.

“Querida, se apronte, seu pai e eu lhe preparamos uma surpresa... Estou tão feliz que você está em casa e segura, e não perdida no meio da floresta...”

Concordei com a cabeça e fui tomar banho, esperando que minha mãe saísse e eu tivesse a oportunidade de me esgueirar pela janela e fugir, mas não tive tanta sorte e quando ela finalmente me deixou a sós eu já podia sentir a força do sol do lado de fora das grossas cortinas vermelhas. Não tive escolha senão terminar de me arrumar e esperar que minha mãe voltasse para me levar até a surpresa.

Já estava vestida quando ela voltou e buscou uma escova na minha penteadeira e começou a trançar e soltar o meu cabelo até ficar satisfeita com ele preso no estilo princesinha, com umas poucas mechas soltas na frente. Então ela sorriu, como não lembro de ter visto ela sorrindo há muito tempo, tranquila e com a certeza de que eu não sairia essa manhã. Me segurou pela mão e me levou até uma sala aconchegante no meio do castelo, algo como uma sala de reuniões informais, com alguns livros e uma grande mesa no centro. Lá dentro meu pai conversava com um vampiro. Ele estava usando um terno preto com sapato fechado, uma camisa de linho branca e uma gravata de seda vermelha. Ambos sorriram ao me ver entrar na sala.

“Querida, esse é Damásio e ele soube que você pretende se casar e veio lhe fazer a corte.”

Sorri educadamente enquanto a minha vontade era de dizer que eu não queria casar e que ele saísse logo dali. Mas mantive a classe e me aproximei de Damásio enquanto meus pais diziam que nos deixariam conversando um pouco, e a sós. Foi quando eu vi que ele não simplesmente sorria para mim, mas praticamente me devorava com os olhos. Parei onde estava, a mais ou menos um metro de distancia dele e ele começou a lentamente vir para perto de mim.

“Você é muito mais bonita pessoalmente, Fola. Mal posso esperar para ver como você é por baixo desse vestido. Aliais, quando nos casarmos, você não usará vestido algum durante o dia.”

Então ele veio para cima de mim, me agarrando, me beijando desajeitadamente e tentando de qualquer forma e sem cuidado arrancar o meu vestido, que para minha sorte e seu azar era dificilmente trançado nas costas. Me debati tentando me soltar de seu abraço hostil, mas parecia impossível sair dali, quanto mais eu tentava mais ela me agarrava e mais ele esfregava seu corpo nojento no meu, passando sua mão por meu corpo, me alisando de maneira a me deixar sem graça e com muito nojo.

Ele me soltou um pouco, mas para tirar o casaco do terno e logo voltou a me agarrar, me imprensando contra um pequeno pedaço de parede livre entre duas estantes cheias de livros.

“Uhm... Nervosinha... Quanto mais difícil, mais eu gosto.”

E continuou tentando, de alguma maneira, encontrar uma brecha pelo meu vestido, enquanto louco de desejo beijava minha boca, meu rosto, meu pescoço e meus ombros. Aquilo só fazia aumentar o meu desespero e vontade de sair dali, mas estava presa e sem saída, empurrando ele com toda a minha força e sem conseguir mexer minhas pernas.

Já estava quase desistindo de lutar esperando que o pior passasse e que ele não tentasse nada além de se esfregar em mim, quando ele parou e disse.

“Relaxe pequena isso vai ser rápido e você vai ser minha para sempre.”

Então ele me tirou da parede e me empurrou pra cima da mesa, levantando o meu vestido, depois de desistir de tentar tirá-lo, e eu sabia que não poderia fazer nada se ele continuasse e que então seria o meu fim e eu teria que casar com ele, mesmo sem querer ter a vida que ele me prometia. Foi então que tive uma ideia.

“Damásio, espere.” Ele me olhou curioso, já que eu deixei de lado a menina agressiva e usei a voz mais sedutora que consegui. “Tenho uma ideia melhor.” Isso soou com música para seus ouvidos e ele simplesmente parou, então tomei coragem e fui pra cima dele, retribuído seus beijos e desabotoando sua blusa. Mas sabia que isso não seria o suficiente para sair dali facilmente, então parei de beijá-lo e comecei a mordiscar seu lábio, pude sentir que ele gostou disso, já que passou a me abraçar mais fortemente, então tracei um caminho de beijos por seu pescoço até a sua orelha, então dei umas mordidinhas, com tinha feito em seu lábio anteriormente, até finalmente colocar toda a minha força em uma poderosa mordida que arrancou um pedaço de sua orelha.

Exatamente como eu esperava, ele me largou e começou a gritar. “Sua vadia louca, olha só o que você fez!” Sua orelha, ou pelo menos o que restou dela, pingava e em meus olhos brilhava a vitória. Cuspi o pedaço de pele e cartilagem e falei com toda minha raiva e determinação. “Isso é para você aprender a ser menos nojento e desprezível, seu tarado!”

Meus pais entraram naquele momento, e eu sabia que tinham ouvido o que disse. Desci da mesa, me ajeitei, passei por eles de cabeça erguida e continuei assim até virar o corredor, então corri para o meu quarto, onde me joguei na cama e chorei, querendo mais que tudo estar lá fora com meu melhor amigo.



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