Angel Or Devil? escrita por Mysterious Writer


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, resolvi voltar a repostar a fanfic, espero que pessoas curtam e comentem.



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A floresta estava mais fria do que nunca. E isso estava me matando. Pois eu sentia o quanto lentamente o meu corpo parecia estar perdendo a sensibilidade, o quanto eu parecia estar mergulhada em um poço de gelo invisível. Eu não conseguia me mexer, eu não conseguia nem ao menos falar, estava congelando.

O vento estava forte, arrebatador, ameaçador. Machucava-me o rosto como um chicote, maltratava-me como um trapo. Sentia que eu estava esperando algo acontecer. Mas o que? Eu não conseguia me lembrar, parecia que eu havia perdido minha memória. Eu apenas tinha certeza de uma coisa: Eu já estivera aqui antes.

Mas para que? O que diabos eu estava fazendo ali?

Eu escutei um som tão baixo, que quase se tornara inaudível, eu preciso fugir, mas como eu iria fazer isso se eu não conseguia me mexer? Parecia que eu estava presa, acorrentada. Outro som, mais alto dessa vez. Então eu escutei outro, e mais outro.  Pareciam ser passos agora. Estava se aproximando cada vez mais.

― Preste atenção no que ela vai dizer. ― Uma voz que eu reconhecia de algum lugar, invadiu a minha mente, me alertando.

Fora então que a surpresa me inundou quando a névoa da floresta se dissipou, me dando a liberdade de ver o que estava ao meu redor. Mas o que prendeu o meu olhar, fora a mulher bem a minha frente. A mulher dos olhos cor violeta, foi então que em questão de segundos as lembranças de tudo o que aconteceu comigo voltaram a minha mente como um turbilhão.

― Vejo que sua mãe não lhe contou toda a verdade. ― E um sorriso de escárnio havia se formado no rosto atraente dela.

Só que não houve nenhuma resposta minha, pois eu senti algo muito forte se pressionando nos meus braços.

Eu havia acordado. Ele havia me acordado.

Havia sentido ainda mais realismo nesse sonho do que nos outros. Parecia tudo tão real, que eu até mesmo fiquei aliviada ao ver que eu estava em um enorme quarto simples. A luz do sol estava ultrapassando as janelas de vidro, iluminando todo o local, e eu me senti confortada ao ver isso. Olhei para aquele explendoroso homem, e primeiramente percebi o quanto o seu cabelo negro parecia ser sedoso. Era todo bagunçado, dando assim um ar de desleixe. Balancei a minha cabeça levemente. Teria que parar com isso, pois com certeza ele havia percebido o quão eu estava o analisando.

― Teremos que ir agora. ― Ele falou, sua voz parecia ser tão imponente quanto ele era.

― Onde nós estamos?

Ele me ignorou completamente, me dando as costas e andando até a cama dele que ficava a poucos metros de distância da minha. Ele estava sem camisa, e dava para notar claramente cada músculo que ele possuía. Eu percebi as duas marcas em suas costas, marcas que pareciam com dois relâmpagos em linha reta se cruzando. Deu-me uma intensa vontade de tocá-las. Certo, eu definitivamente teria que parar com isso.

Ele havia sentado de frente para mim em sua cama, e em silêncio os olhos dele percorreram-me por inteira. Quando ele fez isso, eu me senti ainda mais vulnerável. O que ele pretendia fazendo aquilo?

― A minha mãe está bem? ― Perguntei, eu precisava urgentemente saber como ela estava. Eu necessitava disso, pelo menos para acalmar um pouco o medo que eu estava sentindo.

Ele continuou em silêncio, mas agora ele estava diretamente olhando dentro dos meus olhos. Eu me senti estranha, senti-me como se ele estivesse descobrindo cada um dos meus segredos, vasculhando cada parte da minha alma. Virei o rosto, e prendi o meu olhar na janela que havia ali. Ele estava começando a me irritar com esse jeito dele.

― Olha, se você quer que eu confie em você, pelo menos diga o seu nome, está bem? Só estou pedindo isso. ― Falava olhando pela janela sem realmente enxerga.

Esperei por uma resposta, e nada. Eu sabia que ele ainda estava me olhando, e eu me senti ainda mais irritada com isso.

― O meu nome é Miguel. ― Enfim falou, e isso me causou surpresa. Eu estava quase tendo certeza que ele não iria falar-me nada. Quando novamente o olhei, vi que agora ele estava em pé. Oh Céus, será que ele não poderia vestir pelo menos uma camisa? ― O conselho não esperará mais.

― Que conselho?

― Você faz muitas perguntas. ― E com isso, ele caminhou lentamente parando bem a porta. ― Eu irei sair do quarto agora, e espero que você tome um banho rápido. Se você demorar mais que cinco minutos, eu entrarei aqui. Entendeu bem? ― Altivo. Era isso o que ele era.

― Sim senhor. ― Falei com ironia, e bate sentido. Ele me olhou com indiferença, e saiu do quarto. Yeah, eu pareci uma idiota agora com minha mania de fazer as coisas sem pensar.

Levantei-me e fui para o banheiro no outro lado do quarto largando minhas roupas pelo caminho. Certamente eu deveria estar um lixo agora, mas eu não me importava com isso. Eu tinha que dar um jeito de sair daqui, de fugir e procurar pela minha mãe. Mas se eu fizesse isso, ele a mataria. Tirei minhas roupas, e no espelho eu vi quantas marcas de arranhões estavam espalhadas pelo meu corpo e a minha pele clara apenas evidenciava ainda mais isso.

Ao chegar em baixo do chuveiro senti-me mais leve, meus músculos começaram a relaxar. Fechei meus olhos e deixa que a água percorresse pelo meu corpo, fazendo-me  sentir melhor a cada gota que me atingia. Fiquei ali me deliciando por alguns minutos. Podia sentir o meu cabelo longo grudando em minhas costas, e todos os machucados que eu obtivera neste ultimo dia ardendo.

― Vejo que sua mãe não lhe contou toda a verdade. ― Lembrei-me de como a vampira no meu sonho havia falado da minha mãe com tanto deboche. O que ela quis dizer com aquilo?

Talvez fosse apenas para me perturbar ainda mais. Os vampiros eram maldosos, e ela era ainda mais por ser sangue puro. Por ser irmã do meu pai. Ela havia provocado aquele maldito acidente com o Thiago só para me atingir, e oh céus, ela havia conseguido.

Encostei minha cabeça no box, e tentei relaxar o meu corpo. Eu estava acabada, e parecia que a dor que eu estava sentindo não acabaria nunca. Meu coração estava doendo a cada batida que ele dava e eu queria que ele parasse de bater agora. Mas será que a morte acabaria com isso tudo? Com toda essa angustia, dor e medo? Ou apenas pioraria?

Eu estava em um novo mundo, um mundo do qual eu não conhecia, do qual eu não fazia a mínima idéia sobre nada. Isso me amedrontava, perfurava cada parte da minha sanidade, e a destroçava. Nada parecia fazer mais sentido. Nada.

Quando eu acabei de tomar meu banho, eu encontrei a toalha juntamente com roupas limpas e um tênis em cima da enorma pia de mármore que havia no banheiro, ok eu não havia percebido aquilo ali antes.

Peguei a toalha, calmamente enxuguei cada parte de meu corpo. Peguei as roupas e rapidamente as vesti, uma calça dois números acima do meu e uma blusa solta que caiu perfeitamente em meu corpo. Suspirei fundo ao terminar de escovar o meu cabelo, e o prendi com um laço que havia achado ali.

Eu estava pronta. Pronta para enfrentar tudo e todos para salvar a minha mãe. Pronta para o desconhecido, que parecia ser tão inexorável, tão imprevisível.

Caminhei para fora do banheiro deixando a toalha por ali mesmo não estava me importando muito com arrumação, e vi Miguel deitado sobre sua cama. Ele parecia estar afundado em seus pensamentos e quase parecia que ele estava preocupado com alguma coisa.

Quase.

― Vamos. ― Ele se levantou quando me viu. Ele estava vestindo uma camisa preta agora, juntamente com outra calça jeans. Quando saímos daquela casa, fiquei boquiaberta ao ver o local onde nós estávamos. Tudo parecia ser tão mágico, que me deu certa dose de nostalgia. Os raios solares iluminavam cada parte daquela rua limpa e enfeitada por grandes árvores e folhas secas caídas ao chão. O cheiro de flores fez-me sentir pura, e a salvo. Mas o que mais me surpreendeu fora ver elfos seminus, andando livremente por ali. ― Os elfos são os únicos seres místicos que vivem juntos e em harmonia. ― A voz profunda de Miguel tirou a minha atenção daquelas belas criaturas.

E sem dizer mais nada, ele andou calmamente a um cavalo tão negro que fazia um lindo contraste com aquela paisagem clara. O cavalo parecia ser indomável, mas quando Miguel se aproximou e o alisou em sua cabeça, ele pareceu ser tornar completamente amigável. Miguel então olhou para mim, e eu percebi que havia parada no mesmo lugar, o admirando. Idiota, era isso que estava sendo porque eu nunca parava com isso?

Corri até ele, e então para minha surpresa, Miguel me ajudou a subir no cavalo como um belo cavalheiro, e logo em seguida ele fez o mesmo podia sentir a pele quente dele na minha, dei um suspiro profundo tentando mater foco.

― Por que nós não voamos? ― Perguntei minutos depois de estarmos cauvagando por aquelas ruas tão mágicas.

― Porque é desnecessário. ― Respondeu-me, e por um momento eu pensei em ter escutado um pouco de amargura em sua voz.

Longos minutos se passaram, até adentrarmos na floresta que cercava aquela pequena cidade. Era delicioso sentir o cheiro de terra úmida, juntamente com o inigualável perfume do orvalho fresco e uma enorme sensação de liberdade.

― Isso é maravilhoso. ― Falei, tentando registrar cada pequeno detalhe em minha mente da bela visão que passava por nós. Paramos perto de uma cachoeira, tão magnífica que eu havia ficado deslumbrada com sua beleza. Os sons dos pássaros cantando, e o vento calmo e frio acariciando minha pele, me deram uma leve sensação de tranqüilidade.

Miguel desceu do cavalo e me ajudou a fazer o mesmo. Ele se encaminhou para a margem lentamente, e eu o segui parando bem ao seu lado. Quando chegamos a ela, ele se agachou, e estranhamente quando ele começou a escrever no chão, a ponta de seu dedo começou a brilhar igualmente as letras se formando. Eu não havia entendido o significado daquela frase, pois pareciam ser de outra língua ou algo parecido como um código. Surpreendentemente uma passagem reta de pedra surgiu dentre as águas, se firmando sobre as mesmas. Como aquilo poderia ser real?

Parecia que eu estava em um sonho, onde a magia não tinha fronteiras, e o impossível não existia. Talvez se algum meteoro caísse agora, bem aqui na minha frente, eu não ficaria mais tão surpresa.

Quando nós chegamos ao fim daquela passagem, eu pude perceber que por trás da cortina de água da cachoeira, se escondia uma entrada para uma caverna. Só que eu levei um tremendo susto, quando me deparei com a criatura que ali estava parada. Uma criatura coberta dos pés a cabeça com um manto tão negro que poderia se fundir naquela escuridão.

― Miguel Bertocchi e Annelise Martín. ― Assustadoramente aquela criatura falou, sua voz era tão grossa que se tornara terrivelmente sinistra. ― Sigam-me.

Miguel puxava-me para ir ao seu lado, e eu suspirei fundo ao adentrar naquela caverna. Eu teria que fazer aquilo mesmo odiando escuro, tudo por ela, para salvá-la.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acham que vai acontecer? Quem são essas criaturas? U.U



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