Angel Or Devil? escrita por Mysterious Writer


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar mais um capítulo, porque hoje o dia está maravilhoso e eu estou inspirada para escrever, quer dizer já estava escrito, e talvez eu poste o próximo se eu terminar o/ Espero que gostem.



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Quando eu morava com a minha mãe, raramente nós mantínhamos uma conversa. Ela sempre estava ocupada demais trabalhando, e quando tinha algum tempo livre — o que era raro —, parecia estar preocupada demais com algo que naquela época eu não sabia o que era, para aproveitar tal dia de folga comigo. Nós nos mudávamos muito também, o que certamente me dificultava demasiadamente em ter amigos, ou ter uma vida social ativa. Consequentemente, eu havia me tornado uma garota muito fechada e muito na minha. Mas na nossa última mudança, cuja qual nós fizemos para Califórnia, as coisas meio que haviam mudado um pouco. Eu arranjei uma amiga, a Ruth, e um namorado, Thiago.

Ele sempre fora muito carinhoso comigo, e sempre se interessava — até demais — na minha vida monótona. Nunca, em hipótese alguma, havia me deixado de mão ou me desamparado. Mas eu não conseguia considerar aquilo amor, e sim um enorme afeto. Porém, fora no dia em que completaríamos quatro meses de namoro, que ele me revelou que me amava.

Agora, estando aqui, sendo abraçada daquela forma por Miguel, eu me perguntei se aquilo tinha alguma chance de ser verdade. Thiago poderia me amar ao ponto de dar a sua vida por mim? Acho que não. Pois era isso o que eu faria por Miguel, se necessário. Pois eu o amava tanto, mas tanto, que eu não hesitaria em tomar essa decisão.

Por isso, que no momento em que minha tia veio por trás dele, com algo que reluzia em sua mão parecendo ser uma estaca de prata, eu não pensei duas vezes em tentar — em vão — trocar de posição com a de Miguel, de forma que iria ser eu a levar aquele golpe fatal.

A intensa vontade de fugir dali com ele, havia se apossado de meu corpo, juntamente com o medo imensurável que eu estava sentindo de perdê-lo.

Ela estava próxima demais agora.

Só que não o suficiente para atingir Miguel, pois agora, Híbridos — muitos deles — apareceram por aquela parte da floresta. Qualquer um que os vissem, poderiam facilmente os comparar com a própria Morte. Fria, impiedosa, assustadora.

E então, Alex tirou um objeto do bolso de sua escura calça. Tal objeto se parecia vagamente com um relógio de ouro, aqueles relógios antigos que capitães de navios usavam. Mas o que o diferenciava totalmente, eram as linhas pratas e totalmente luminosas que circundavam e desenhavam aquele objeto. O mesmo tinha um brilho forte, tão forte que ardia a minha visão ao olhá-lo diretamente.

O que eu consegui ver, fora que os Híbridos — todos eles — foram para cima de meu pai com uma velocidade completamente inumana. Bridget estava ao lado de Alex agora, e eu nem ao menos consegui me relembrar de como ela fora parar lá.

Meu pai murmurou algo que eu não consegui distinguir o que era, e em um milésimo de segundo, uma névoa envolveu ele e minha tia.

E então, eles desapareceram.

Por um instante, eu fiquei em um estado mortificado. Primeiro: O que raios era aquele objeto, que estranhamente fizera com que ele e Bridget sumissem? Segundo: Se os Híbridos não foram capazes de pará-los...

Então, quem seria?

Miguel ainda estava me abraçando, o que me transmitiu certa segurança de que tudo ficaria bem. Eu ainda estava em choque pelo tudo o que ocorrera essa noite, e extremamente cansada, tanto mentalmente, quanto fisicamente.

Os Híbridos também foram se dissipando rapidamente, cada um indo para um canto da floresta, sendo que apenas um permaneceu imóvel, olhando fixamente para mim e para Miguel.

— Miguel Bertocchi. — a voz sinistra preencheu o silêncio que havia permanecido ali.

Parecia que uma parte de mim fora arrancada quando Miguel se levantou, ficando assim de frente para aquele ser tão aterrorizador.

— Não toleraremos em hipótese alguma, novamente este tipo de invasão ao internato. Por tanto, permaneça aqui para ajudar na segurança que neste momento está sendo reforçada. — e então, inesperadamente ele soltou um riso baixo, transbordando de maldade. — Você sabe das regras, Miguel Bertocchi. Não as quebre. Não desperdice a segunda chance que estamos te dando.

Segunda chance? Como assim?

Certamente eu sabia que Miguel guardava segredos, mas nunca passou pela minha cabeça, que algum deles estivesse envolvido com os Híbridos.

Eu balancei a minha cabeça levemente, tentando espantar qualquer pensamento de dúvida. Eu teria tempo para analisar isso mais tarde, porque agora eu estava muito perturbada com tudo. Quando o Híbrido fora embora, Miguel me carregou em seus braços, me tirando assim daquela floresta que circundava os perímetros do Internato.

O campus estava em um estado deplorável.

A estátua de anjo havia caído, se despedaçando em pedaços ao chão, e vários bancos estavam quebrados. As paredes dos prédios, tanto dos dormitórios, quanto os de aula e da diretoria, estavam manchados por sangue.

Eu engoli em seco, e agradeci mentalmente a quem tirara os corpos dos Nephilim que morreram essa noite ali.

— Nate... — sussurrei para Miguel, pedindo silenciosamente que me levasse até ele. Eu necessitava de vê-lo pelo menos uma última vez. Por um breve momento, eu pensei ter sentido Miguel ficar rígido. Mas acho que fora apenas impressão minha. — Ele morreu... Me leve até o corpo dele, por favor. — implorei, sentindo tudo doer ainda mais. Eu sabia que Nate era importante, de fato, mas não ao ponto de causar todo esse estardalhaço de dor em mim por causa de sua morte.

— Ele não morreu.

— O que você disse? — como assim ele não tinha morrido? Claro que ele havia. Eu vi o corpo dele sendo tacado da janela de seu quarto.

Mas não fora preciso Miguel dizer mais nenhuma palavra, pois quando eu segui o seu olhar, eu me deparei com Nate vindo em nossa direção, com um sorriso triste em seu rosto. Um turbilhão de sentimentos se instalou em meu corpo quando eu o vi vivo. Felicidade e um imenso alívio por ver ele ali, a salvo.

Eu tive vontade de me jogar em seus braços agora, e lhe dar uma boa advertência pelo susto que ele me dera.

Miguel me colocou no chão, como se lesse os meus pensamentos. Imediatamente eu senti falta dos braços fortes dele envoltos a mim, mas não disse nada, quando Nate parou a poucos menos de distância de nós.

— Como você está aqui? — eu perguntei descrente. — Eu vi você sendo tacado pela sua janela e...

— Não fora eu. Fora o meu amigo. — quando eu escutei sua voz, a voz cuja pensei que nunca mais a ouviria, eu tive uma forte vontade de chorar. E quando ele me abraçou, parecia que todo o meu mundo estivesse desabando, mas não de tristeza, e sim de alegria.

E então, por tudo o que ocorreu nessas últimas longas horas, toda a aflição e a dor que eu senti pensando em ter perdido Nate, me fizeram perceber uma coisa. Eu também gostava dele, — não tanto quanto de Miguel —, mas ainda assim um sentimento forte o bastante para me fazer enxergá-lo com outros olhos. Para me fazer querer que seus lábios tocassem os meus agora.

— Eu vou ajudar os outros. — Miguel disse indiferente, interrompendo os meus pensamentos.

Droga, por que eu agia sem pensar?

Eu me distanciei de Nate, me separando de seu abraço.

— Não vá. — eu pedi, olhando em seus olhos. Eu precisava dele, mais do que tudo agora.

Mas eu também precisava de Nate.

Eu suspirei pesadamente ao me encaminhar para longe deles dois. Certamente, eu ficaria louca se ficasse mais ali.

Passaram-se dois meses desde o aparecimento de meu pai. As mortes que ele e minha tia causaram, juntamente com os outros vampiros, deixariam uma marca dolorosa para todos nós. Por isso, que para pelo menos demonstrar um pouco do nosso respeito e da nossa dor, nós fizemos uma dedicatória para todos aqueles Nephilim inocentes que foram retiradas a vida. Felizmente, durante esses dois meses, nós conseguimos consertar todos os estragos que havia no Internato, e até mesmo fora criado várias coisas novas, como uma enfermaria — o que já devia ter a tempos.

Mas para a tristeza de alguns, — leia-se Nate e Laurie — a segurança também fora reforçada demasiadamente. Agora, havia sido criado um andar na entrada de cada dormitório, cujo se parecia com uma recepção, e que monitorava a entrada de cada Nephilim. O que dificultou totalmente a criação de festas privadas, já que é proibida a entrada de meninos no dormitório feminino, ou vice-versa, quando está no horário de recolher.

Havia também sido feito um ginásio, um enorme espaço aonde era dividido em três alas. A primeira era apenas um imenso espaço vazio, que muitos instrutores usavam para apenas correr e se alongar com seus alunos. Na segunda ala, havia sido feito uma academia, aonde Nephilim a usavam para ficarem ainda mais resistentes. E por fim, na terceira, havia sido posto a aula de tiro ao alvo. As três alas se separavam por uma parede, cujas quais tinham portas de vidros transparentes as conectando uma com a outra.

Eu me pergunto por que diabos isso não havia aqui antes. Enfim, e por fim, uma capela fora feita, — aonde um padre Nephilim muito esquisito dava suas missas nas manhãs de domingo.

O Internato havia melhorado de uma forma espetacular, dando muito mais recursos para treinamentos e melhorado bastante a segurança. Tais treinamentos eram dados por anjos – que fora os próprios Híbridos que os mandaram para cá – e Nephilim formados.

Mas a melhor coisa que aconteceu dentre esses dois meses, fora a aparição de Adelle. Na mesma noite em que todo aquele caos aconteceu, quando tudo havia terminado, os Híbridos a haviam encontrado caída em um canto da floresta. Agora, ela e Demétrio – cujo havia virado um grande amigo meu – estavam namorando firmemente após ele fazer uma declaração em público para ela.

Parece que os problemas havia acabados, certo? Errado.

O objeto que o meu pai estava segurando naquela noite, fora um dos monumentos divinos perdidos de Deus. Tais monumentos estão espalhados pelo mundo, e os mesmos têm poderes além da imaginação de qualquer um. Aquele que se parecia com um relógio, era o monumento do Guardião do Tempo, cujo tem o poder de transportar qualquer um que o possua para qualquer lugar do planeta. Por isso que minha tia havia sequestrado Adelle sem muitos esforços, e também era por isso que Alex e ela haviam adentrado no Internato naquela noite. Agora, os Híbridos se encarregaram de criar uma magia – cuja eu acho que não vá funcionar por muito mais tempo – para proteger o Internato deste tipo de poder.

Os segredos de Miguel também ainda continuam desconhecidos para mim, já que depois da ameaça que o Híbrido fizera aquela noite para ele – e para mim também – ele se tornara ainda mais fechado e mais distante do que nunca. O que me doía intensamente, porque a cada dia que passava, eu o amava ainda mais.

Nesses dois meses, eu também aprendi a lutar. A dar socos e chutes bem interessantes, cujos poderiam causar uma dor danada se fossem dirigidos a alguém.

Eu estava em meu quarto agora, juntamente com Adelle e Laurie.

— Você vai para a festa de Nate? — perguntou-me Laurie, a mesma estando entretida demais pintando as próprias unhas.

— Como? Vocês se lembram da confusão que nós arranjamos quando fomos tentar fazer isso da última vez. Miguel me deu uma bronca. — me relembrei com desgosto de como ele havia me chamado de irresponsável com suas poucas palavras. Eu ainda estava bastante abatida por tudo o que acontecera entre mim e ele. Agora, ele estava tão distante ao ponto de apenas me falar o necessário durante o treino.

Adelle riu. — Agora tudo será diferente. Nós vamos fazer com mais cuidado dessa vez.

Eu respirei fundo, pois eu sabia muito bem que no final isso daria uma tremenda confusão.

— Tudo bem, meninas. Eu vou. — elas bateram palmas, animadas. Nos últimos dois meses, nossa amizade cresceu imensamente. E, nos últimos dois meses, eu havia ficado ainda mais irresponsável. Deviam ser a influência delas, — e principalmente de Nate — sobre mim. Eu queria mais que tudo ter a aprovação de Miguel, mas como eu poderia obter isso, se ele me ignorava na maior parte do tempo?

Eu brinquei com um fio de cabelo, enquanto Adelle prestava atenção nesse meu ato. Ela sabia que eu era interessada em Miguel, mas não ao ponto de amá-lo. Ela também já me dera variadas dicas para esquecê-lo, e me aconselhou a ficar com Nate. Mas se eu fizesse isso, os Híbridos saberiam. Ela disse que não, que era só fazer por debaixo dos panos, secretamente.

Em certo ponto, eu acho que ela estava certa. Eu teria que esquecer Miguel de uma vez por todas, mesmo que eu ache que no final minhas tentativas serão em vão e inúteis.

— Mal posso esperar para chapar nessa festa.

— Idem, Laurie. — Adelle concordou, e eu podia ver a ansiedade nos olhos delas duas.

— Qual é o plano, afinal de contas? — perguntei, me deitando na minha cama.

— Nós iremos para o quarto de Nate agora, e ficaremos escondidas lá até a hora da festa. — Adelle me respondeu, como se isso fosse um plano engenhoso.

— Levaremos roupas, e nos arrumaremos no banheiro dele. — completou Laurie.

Eu massageei minhas têmporas, e soltei um baixo gemido. — Vocês realmente estão falando sério?

Elas balançaram a cabeça, fazendo que sim com as mesmas.

Depois disso, elas duas saíram do meu quarto, indo escolher as roupas que elas levariam para usar lá. Eu ainda não estava acreditando que iria realmente fazer isso, mas eu não tinha nada a perder mesmo.

Então, uma lembrança tomou conta da minha mente.

— Como você tomou minha dor para você, Miguel? — o perguntei, dias depois do acontecido, enquanto o via colocar uma camisa em seu quarto.

— Os Híbridos colocaram uma conexão de você para mim. — ele respondeu tão frio como nos dias anteriores. Eu suspirei, sentindo a dor costumeira se alastrar pelo meu corpo com sua indiferença. — É como se eu fosse a sua válvula de escape, Annelise. — agora ele estava fitando-me nos olhos, parecendo saber cada sentimento que se passava dentro de mim. — Eu posso tomar suas dores físicas para mim, fazendo com que assim pare sua transformação.

— Seria mais fácil se você me deixasse transformar logo de uma vez. — falei, irritada.

— Você ainda não está preparada. Certamente, você morreria se eu deixasse isso acontecer. — e então, eu vi um rápido lampejo de alguma emoção cuja qual eu não soube identificar passar em seus olhos.

— Era isso o que você queria que acontecesse... — murmurei, mas ainda assim ele me escutou. Os seus olhos então ficaram duros, e deu para notar claramente o seu maxilar trincado.

— Nunca mais diga isso novamente.

Miguel me confundia. Eu não fazia a mínima idéia do que ele sentia em relação a mim. Às vezes, eu pensava que era um martírio para sua existência. Mas então, por que ele sempre me protegia e sempre me salvava?

Era somente por causa dos Híbridos? Talvez.

Eu balancei a minha cabeça negativamente. A qualquer segundo a imagem dele invadia os meus pensamentos, e isso realmente era doloroso, já que eu nunca poderia o ter.

Quando eu terminei de escolher minha roupa, eu fora no quarto de Adelle e depois, nós duas fomos ao quarto de Laurie.

Hoje não tínhamos aula, o que facilitou tudo.

— Chegou a hora da festa. — Laurie disse, e por fim soltou uma gargalhada maliciosa.

E então, eu percebi algo que estava mais do que explícito: Coisa boa não sairia dessa festa. Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

Então, o que será que vai acontecer nessa festa? Eu tenho algo em mente, será fantástico o/ Comentem, por favor :)



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