Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 17
Capítulo 15: Mary Lane & Aemon


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Mary Lane Greyjoy

Ela franziu o cenho irritada. Se tinha uma coisa que realmente não gostava era de passageiros em seu barco. Sempre funcionara com somente ela, como capitã, e sua tripulação. Mas no momento o Black Kraken estava lotado de passageiros. Todos os malditos onze que iriam supostamente salvar o reino juntamente com ela, acompanhados por protetores e animais de estimação.

O Deus Afogado que lhe ajudasse, havia cavalos e um lobo gigante no porão! Ela esperava sinceramente que os animais morressem logo... Passou os dedos com delicadeza pelas asas de Crack, ela sim era um bichinho de estimação perfeito, pequeno, portátil e fiel. Não dava trabalho, se alimentava sozinha... Suspirou pesadamente.

O barco tinha ficado demasiado cheio para tantas pessoas, alguns protetores tiveram que ficar para trás e Mary Lane fora obrigada a dispensar inclusive parte de sua preciosa tripulação. Algo que a irritou profundamente, confiava mais em seus Homens de Ferro do que naqueles Lordes e Ladys que devia transportar. Porém nem todos eram tão inúteis, dos onze que vieram, três tinham algum conhecimento sobre barcos, o dornês, a mercenária e uma ladyzinha qualquer das Riverlands, não eram tão bons quanto seus homens de ferro, mas tinham suas utilidades.

O Príncipe Perdido, como agora começavam a chamar Rhaego Targaryen, se mantinha distante de todos os outros conversando apenas com suas companheiras dothraki. Dentro da armadura ele fora o Cavaleiro Misterioso Sexy, agora ele era o Príncipe Selvagem Sexy. A capitã apostava em seu amado navio, como ainda naquela noite o teria entre seus lençóis.

O Príncipe Bastardo conversava animadamente com um lordezinho que Mary jamais vira. Uma lady qualquer que a Greyjoy não se deu o trabalho de aprender o nome, conversava com a garotinha do Norte. A flor de Highgarden e o filho do Regicida também conversavam, sobre qualquer assunto que Mary Lane não tinha interesse algum. E a última integrante do grupo, a leoazinha, estava trancada em sua cabine como se fosse uma rainha. Se pudesse, Mary teria jogado-a para o Deus Afogado, toda vez que tinha que lidar com a loira era um teste à sua paciência. Inúmeras vezes recordou que pelo menos um deles não retornaria, provavelmente por que ela própria mataria a Lannister antes mesmo de saírem de Blackwater Bay.

Mary não se importava com a queda dos Targaryen, se isso significasse que os Greyjoy continuariam a governar Pyke. O único motivo que a levara à concordar com essa maluquice foi as palavras do Lord de Winterfell e a possibilidade de respostas. Meses atrás ouvira um boato que Ramsay estava em Ibben, entretanto escutara também que estava em Asshai e em Dorne. A tia Asha não levara nenhum dos boatos à serio, tampouco ela, porém agora as coisas mudaram.

– Capitã. – chamou seu Imediato – Eu devo insistir para que peguemos outra rota. O Deus Afogado sabe que essas águas são infestadas de piratas. Não temos escolta ou reforços, seria mais prudente...

– Basta! Eu já lhe disse, não tomaremos outra rota e perderemos dias de viagem. Sei perfeitamente em que tipo de águas navegamos, se esses malditos pensam que fugirei estão muito enganados. Eu sou uma mulher de ferro! Se algum desses piratas cruzar meu caminho servirá de oferenda para o Deus Afogado. Fui clara?

– Sim, Capitã! – exclamou ele se afastando.

Mary Lane assentiu satisfeita. Pegou delicadamente Crack entre as mãos e acariciou a pequena amiga. Quase podia ouvir o inseto guinchar de felicidade. Ela bateu às delicadas asas e pousou na aba de seu chapéu. Mary ordenou que um dos marujos assumisse o timão e passeou pelo navio, verificando se todos cumpriam de maneira correta suas respectivas funções.

Estava verificando um dos nós da Vela Principal quando uma voz ressoou muito próxima aos seus ouvidos.

– Ora, ora, ora. Se não é a Capitã Greyjoy, justamente quem eu queria ver.

Ela segurou o sorriso que ameaçava se formar em seu rosto e se virou lentamente. Atrás de si estava um de seus intragáveis passageiros. O dornês. Ele era muito bonito, ela tinha que admitir, com a pele bronzeada e olhos castanhos. Ele trazia no ombro um belo corvo branco da Citadel.

– Sabe que eu sempre achei mulheres de ferro muito sexy? – disse ele se aproximando e colocando as mãos sem nenhum pudor em sua cintura.

É claro que ela sabia que o dornês a desejava, qual homem que não a desejava? Porém por mais que sua vida sexual fosse ativa, ela não gostou da ousadia dele. Ela ainda era Mary Lane Greyjoy, herdeira de Pyke e Capitã do maldito navio. Se alguma coisa fosse acontecer entre eles devia ser porque ela o requisitara em sua cama e não o contrário.

– Será que continuará a nos achar sexy se tiver a garganta cortada enquanto dorme? É esse o destino que terá se não afastar a mão, menino.

– Menino? – repetiu ele insultado, mas então um sorriso cheio de segundas intenções brotou em sua face – Me chamará de outra coisa quando eu a fizer gritar na cama. Nunca esteve com um dornês, esteve? Depois que eu lhe mostrar o que é sexo de verdade jamais viverá sem um. Farei coisas com meu pau que a deixarão tão molhada quanto esse mar que navegamos, juro que em cinco segundos estará gritando meu nome tão alto que acordará todo o navio.

Mary Lane já podia entender o que ele queria dizer, as promessas que ainda ecoavam em seus ouvidos e o olhar lascivo dele eram o suficiente para deixá-la excitada. Porém seu olhar não vacilou e sua postura não deixou transparecer o quê se passava de verdade entre suas pernas.

– Estás bêbado? – vociferou ela o empurrando com violência – Ou és apenas estúpido? Eu sou a Capitã deste navio, menino, terás respeito por mim ou eu juro, que com sangue Martell ou não, eu lhe darei como oferenda para o Deus Afogado.

– Vejo que a insultei, mon captain. – disse ele com a voz recheada de ironia – Peço encarecidamente seu perdão. Porém mantenho minhas promessas, se quiser que eu as cumpra basta que venha a mim essa noite.

A arrogância dele não tinha fim, ele realmente achava que ela iria até ele. Prepotente! Rápida como uma cobra ela o estapeou com toda a força que conseguiu reunir.

– Feroz. – sorriu ele com a mão no rosto – Deve ser uma selvagem na cama. Isso é bom, eu gosto das selvagens.

– Volte ao seu posto e não me incomode novamente. – rosnou Mary Lane.

– Como milady ordenar. – sorriu ele.

Mary Lane cravou os dedos em punhos e rangeu os dentes. Àquele maldito dornês tinha o dom para tirá-la do serio e deixá-la absurdamente excitada ao mesmo tempo. Era uma perigosa combinação. A Greyjoy pressionou suas pernas uma contra a outra, tentando conter o latejamento e a tensão que cresciam em sua púbis. Maldito Martell!


Aemon Martell

Ele sorriu enquanto se afastava da Capitã, podia apostar o palácio de Sunspear como a deixara tão úmida quando a boceta da donzela. Entretanto a mulher de ferro causara igual efeito nele. A simples visão do corpo dela, à mostra pelas curtas roupas piratas, fora o suficiente para deixar seu pau duro como aço.

Aproveitou que os aposentos masculinos estavam vazios nesse horário e aliviou-se, era um tanto humilhante usar sua mão pra fazê-lo, como se fosse um rapazote verde de verão. Porém não havia nenhuma mulher no navio disposta a vender uma boa trepada, então sobrava apenas essa solução imediata.

Vestiu-se calmamente olhando o quarto ao seu redor. Não era muito grande ou luxuoso, espaçoso o suficiente para conter seis camas e de maneira apertada. Em outra época, em outra situação teria considerado insultuoso ter acomodações tão precárias, ele deveria possuir um aposento particular, porém as situações extremas o fizeram relevar esse detalhe.

Suspirou tentando conter a irritação. Preferia não ter vindo nessa viagem, que lhe importava se os Targaryen estivessem em perigo? Os dragões haviam destruído sua família, qualquer um que estivesse disposto a derrotá-los deveria ser seu aliado. Isso ainda era uma possibilidade, porém não por agora. No momento em que ouvira as palavras da maldita rainha, soube o jogo que estavam jogando. Nenhum deles poderia recusar sem afrontar a família real e ocasionar possivelmente uma guerra. Daenerys queria que eles cumprissem a tal profecia e estava disposta a pagar o preço que fosse para obrigá-los a isso.

No momento em que percebeu a ameaça implícita da Targaryen, o ódio cresceu em seu peito e seu real desejo foi recusar, foi bater de frente. Porém não podia tomar uma atitude tão impensada sem fazer com que toda a sua família, todo seu povo, pagasse. Por isso aceitara essa ideia insana.

Aemon se aproximou rapidamente da Lady Baratheon que conversava animadamente com a menina nortenha cujo nome ele ainda não sabia.

– Vosso irmão a chama, milady. – disse para a Baratheon. Era uma mentira é claro, mas quando saiu dos aposentos masculinos cruzou com o herdeiro de Storm End vindo na direção contraria e queria ter um tempo a sós com a menina nortenha tão bela.

Lailla franziu o cenho, mas agradeceu e se afastou. Aemon se aproximou da garota que ficara para trás.

– Creio que ainda não fomos apresentados, eu sou Aemon Martell de Dorne.

– Meu nome é Melony. – disse ela com simplicidade – Venho de além da Muralha.

– Você parece bastante jovem, Melony, quantos dias de seu nome já contou?

– Quer dizer quantos anos eu tenho? De acordo com Brynden, 19.

Ele arregalou os olhos incrédulo. Analisou a menina a sua frente. Era tão pequena e frágil. Seu corpo não tinha nenhum desenvolvimento que era esperado de uma mulher com essa idade. Ele teria avaliado-a em doze anos, talvez treze.

– Você parece muito jovem. – sorriu ele se aproximando – Porém extremamente bela.

– Obrigada. – sorriu ela sem recuar.

– A vida além da Muralha deve ser tão fria e solitária. – continuou ele se aproximando. – Tem que conhecer Dorne, um dia lhe levarei lá. É a terra onde o inverno não alcança e é sempre verão.

– Parece maravilhoso.

– Em Dorne tudo é quente. O clima e até mesmo as pessoas. Depois que estiver com um dornês jamais vai querer conhecer outro homem. Todas às mulheres sabem disso. – ele se aproximou tocando o rosto dela – E você tem uma face tão agradável, Melony, seus olhos são hipnotizantes...

– Obrigada. – respondeu sem desviar os olhos e nenhuma ameaça de rubor nas faces.

Aemon já tinha ouvido falar que as selvagens de além da Muralha poderiam ser tão deliciosas na cama quanto as dornesas. Talvez essa mulher com aparência de menina e olhar inocente fosse um fogo arrebatador entre os lençóis. Aemon estava tentado a descobrir.

– E parece tão frágil, uma flor de inverno ainda não colhida. Permitiria-me colhê-la?

– Eu acho que sim. – disse ela franzindo o cenho, como quem não havia entendido muito bem.

Ele sorriu e segurou o rosto dela, estava prestes a beijá-la quando uma mão firme e forte segurou seu ombro.

– Acho que já é o suficiente, Víbora Dourada. Lady Melony já se cansou. – ressoou uma voz irritada

O dornês se voltou irritado. Tinha que ser a maldita flor de Highgarden para interrompê-lo justamente agora.

– A Lady não pediu vossa ajuda. – vociferou.

– Não foi necessário. Eu vi o que fazia, Martell. E ao contrário de Melony não sou ingênuo. Não se aproximarás dela novamente.

– Não sabia que as flores de Highgarden gostavam de mulheres. – provocou o dornês – Pensei que você, como todas as rosas preferisse ser colhida à penetrar o espinho em alguém.

A raiva era visível no cavaleiro à sua frente. Um homem mais sensato teria recuado com medo. O Tyrell era mais forte e mais alto que ele. Porém Aemon Martell jamais foi conhecido por sua sensatez.

– Volte à sua conversa com a cria dos Regicidas, Tyrell, não seria a primeira vez que alguém de Highgarden desenvolve uma “amizade” tão profunda com alguém chamado Renly certo. A não ser que você prefira ir atrás de algum 'veado'. Até porque a Flor e o veado fazem um casal mais bonito? Não?

O Víbora Dourada soltou um risinho de puro escárnio, uma veia latejava na têmpora de Gyles, ele rangia os dentes em um ódio palpável.

– Cuidado, Víbora Dourada, muito cuidado, não são apenas as cobras que tem veneno, os espinhos também os possuem. Se não cuidar de suas costas pode se vê infectado por uma peçonha que mesmo seus antídotos de Meistre não poderão curar.

Aemon estufou o peito e levou a mão à espada. Estava prestes a retrucar quando um grito ressoou pelo barco.

– NAVIO À VISTA!



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Notas finais do capítulo

Então cupcakes, o que achararam? Sei que a Mary e o Aegon ficaram um tanto quanto vulgares, mas isso faz parte da personalidade de ambos. E estou tentanto ser fiel quanto às fichas que vocês me mandaram. E agora a coisa começou a ficar seria. A viajem finalmente começou... Eles estão conhecendo uns aos outros. Ainda teremos amizades, rivalidades e mesmo romances. Vocês podem advinhar quem vai ficar com quem, ou quem vai odiar quem?
Me deem suas opniões, por favor. Preciso delas.
Obrigada pela leitura.