Acampamento Meio-sangue escrita por lucas97vieira


Capítulo 6
Thomas


Notas iniciais do capítulo

deem reviews! isso me estimula a continuar a história.



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                                   Thomas 

Geocinese, era isso que Quíron havia me dito, esse era o poder que eu herdara de meu pai. Ele disse que meio-sangues – mesmo filhos do mesmo deus- podiam ter habilidades diferentes, ele me contou que meu irmão, um garoto chamado Nico, podia controlar os mortos, chamá-los para batalhar a seu lado e invocá-los para bater um papo também, até parecia legal, mas ficar conversando com gente morta não era a minha praia. Eu estava com saudades de minha mãe, realmente era meio estranho ficar longe de casa tanto tempo, com gente estranha e dormindo naquele chalé úmido, mas ela estava bem, Quíron disse que havia conversado com ela e explicado a situação, e ela estava feliz por eu estar aqui, então por mim tudo bem.

Eu treinei minhas habilidades em meu chalé durante os três dias restantes, era muito legal poder controlar a terra daquele jeito, eu já a controlava muito bem, podia senti-la, de baixo dos meus pés, nas paredes do chalé, as pessoas que andavam pelo acampamento até um raio de 2 km eu poderia identificar. Já conseguira amaçar algumas latinhas de alumínio, mas o ferro era o mais difícil de controlar, mas eu estava treinando arduamente.

No dia em que iríamos partir para a missão alguém bateu na porta de meu chalé. Era Vinny, meu amigo, ele carregava um skate, era meio grande – do estilo longboard – rodinhas de... bronze, conseguia sentir o metal dentro do objeto, engrenagens e outras coisas, mas tinha alguma coisa mágica, algo que eu não conseguia sentir dentro daquilo, resolvi não perguntar.

O que foi? - perguntei.

Estão nos esperando, vão fazer um tipo de reunião antes da missão para decidir algumas coisas, mas antes disso Annabeth pediu para irmos até o arsenal encontrarmos ela. - ele disse.

Concordei com Vinny, saindo do chalé em direção ao arsenal, que era na verdade um galpão de metal usado pra guardar o fusca 68 de argos. Vi Chris na frente do lugar, também esperando Annabeth.

Depois de alguns minutos Annabeth chegou, ela estava meio abatida pela perda – digamos assim – de seu namorado. Ela nos mandou entrar e me surpreendi com a quantidade de armas dentro do lugar, dezenas de estantes lotadas de armas medievais: espadas, lanças escudos e armaduras reluzentes, aquilo realmente era excitante.

Vocês tem que escolher uma arma. - falou Annabeth, puxando uma espada de um metal todo preto de uma estante próxima, tinha cerca de oitenta centímetros. Eu simplesmente não consegui sentir de que material era feito, mas sabia, de algum modo que aquilo vinha do submundo.

Do que é feita essa espada?

Ferro estígio. - respondeu Annabeth entregando-a a mim.- Metal vindo do submundo, perfeito para filhos de Hades, tem o mesmo efeito em monstros que o bronze celestial - uma passagem só de ida para o tártaro - .

Vou ficar com ela. - segurei a espada, o cabo era feito de uma madeira muito escura, provavelmente mogno, e tinha entalhes de ossos e caveiras no pomo e no guarda-mão.

Pegue a bainha dela. - Annabeth me alcançou a bainha, que nada mais era que um cinto de couro preto com um espaço para guardar a espada.

Essa é uma espada sem nome, você pode nomeá-la se quiser.

Sério? Então... que tal Bob? - perguntei, enquanto Annabeth fazia uma cara de dúvida.

Não é o nome adequado para uma espada, mas você é o dono agora, pode fazer o que quiser com ela.

Depois de pegar Bob, minha espada de ferro estígio, Annabeth tentou fazer com que Chris aceita-se um arco. De todas as maneiras ela tentou, ele recusou uma lira mágica que virava arco – que na verdade tinha sido de Orfeu, um filho de Apolo – e vários outros arcos mágicos realmente interessantes, mas ele era um fracasso com um arco porém tinha uma habilidade incrível com espadas, ainda mais espadas gêmeas. Quando ele falou isso, parece que as engrenagens da cabeça de Annabeth começaram a funcionar, a garota loira foi até o fundo do galpão e trouxe vários pedaços de couro marrom, na verdade era uma bainha, mas daquelas que você amarra no peito. Ela levantou a camisa de Chris, mostrando o peitoral definido do garoto, Annabeth mostrou uma cara de prazer, mas logo se desfez em seu rosto e ela começou a amarrar a bainha.

Duas tiras de couro atravessavam o peito de Chris em formato de X, e na parte de trás havia o suporte – a bainha, literalmente – para guardar duas espadas de cerca de sessenta centímetros cada. Elas não tinham guarda mãos, eram apenas o cabo feito de uma madeira clara e com desenhos estranhos e logo depois a lâmina curva que apresentava os mesmos desenhos, porém brilhavam de uma cor dourada muito forte.

Essas são Illío e Vasílema, os nomes juntos significam Pôr-do-sol. - disse Annabeth, apontando para cada espada por vez. - Eram as espadas gêmeas de Cíniras, um dos filhos de Apolo, rei do Chipre na antiguidade, ele assim como você não era um exímio arqueiro, por isso Apolo deu essas espadas de presente a ele, elas são realmente muito poderosas, ainda mais na presença do sol, tenho certeza que você irá aproveitá-las, é o único campistas filho de Apolo que não usa arco hoje em dia.

Chris agradeceu e saímos do arsenal em direção a casa grande, apesar dos esforços para convencer Vinny a escolher uma arma ele insistira que seu skate – que ele mesmo havia projetado e construído – era o suficiente em uma batalha.

Fomos até a casa grande onde encontramos Will e Greco na varanda, Greco carregava uma lança nas costas e quando nos aproximamos ele disse:

Olha só que preza, o Will me deu. - ele disse apontando pra lança;- Ele falou que não vai usar, então deu pra mim.

Quíron nos espera na sala de reuniões, lá em cima. - falou Will apontando para a casa. - Ele quer discutir algumas... estratégias sobre a missão.

Finalmente subimos ao segundo andar da casa grande, lá em cima Quíron, Argos e Rachel – a garota ruiva que servia de oráculo - estavam nos esperando, sentamos ao redor de uma mesa de ping-pong em cadeiras de alumínio usadas em botecos, não era o tipo de sala de reunião que eu imaginei, mas o que se esperar de um acampamento de verão que tinha um cara meio cavalo como diretor de atividades?

Olá campistas, então, vamos direto ao assunto. Rachel fará uma profecia para vocês e discutiremos a missão logo após isso. - antes mesmo de Quíron terminar de falar, os olhos de Rachel ficaram estranhos e de sua boca soltou uma fumaça verde muito suspeita, Greco deu uma risadinha do fundo da sala e comentou com Will “Cannabis sativa”, mas foi interrompido por uma voz arrepiante.

“ Seis meio-sangues o caminho dos ventos seguirão,

Ao sul a chave da cela divina deverão tomar;

Para o deus aborrecido e inerte libertar,

E por fim, o herói perdido encontrar”.

Após dizer o final da profecia, Rachel desmaiou, mas Quíron a segurou e depois pediu que Argos a levasse escada a baixo e a deixasse descansando no sofá.

Pude ver o sorriso no rosto de Annabeth, provavelmente era por causa do último verso – por fim o herói perdido encontrar-.

Acho que o herói perdido pode ser o Percy! - disse Annabeth sorrindo.- eu sabia que ia encontrá-lo!

Tem razão Annabeth. - comentou Quíron.- mas precisamos discutir os outros tópicos da profecia.

Por exemplo, o transporte de vocês será aéreo.

Creio que sim. - interrompeu Chris. - O chalé de Apolo emprestará a carruagem voadora, só precisaremos de alguns pégasos.

Concordou com o Chris, mas o que significa aquela parte de ir ao sul? - perguntou Will.

Quíron assentiu, mas Annabeth falou algo inesperado.

Acho que devemos ir até o Deus dos ventos do sul, Nótus, ele mora na Flórida -em Orlando- na realidade. Além de ser um servo de Éolo ele pode saber também sobre essa tal chave.

Tem razão, Annabeth. - disse Vinny, passando o dedo sobre uma rodinha de seu skate, fazendo-a girar.

Então é isso? - observou Greco com uma cara de sono- iremos até o sul, encontraremos Nótus e pediremos a chave? Me lembro de ter ouvido nas histórias que os deuses dos ventos não eram muito... receptivos.

Concordo. - disse Annabeth.- Apesar de ser o Deus dos ventos quentes e calmos, temos que ter cuidado com Nótus, ele pode ser... imprevisível.

Imprevisível... - murmurei.- Imprevisível quanto?

Ao ponto de não vos receber bem. - continuou Quíron- ao ponto de matar vocês...

Isso é bem imprevisível. - respondi- Bem, que a sorte esteja conosco então.

Um presente. - falou Will.- Um presente sempre alegra os deuses, podemos dar um a Nótus, isso faria com que ele gostasse de nós... ou pelo menos não nos matasse.

É, exatamente. - disse Annabeth,- mas o quê?

O que eram aquelas coisas que Éolo estava caçando antes de ser sequestrado? - disse Vinny.

Espíritos da tempestade. - completou Annabeth. - Muitos foram libertados com o ataque de Tifão ao Olimpo. Talvez se pegássemos alguns e levássemos até Nótus ele nos recebesse bem.

É uma ideia. - falei.- mas aonde iremos encontrar esses monstros?

Vamos seguir o caminho dos ventos. - disse Greco, sabiamente.- Pelo menos foi isso que a profecia dizia.

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Subimos na carruagem alada, estávamos no topo da colina admirando os campistas que nos davam boa sorte e acenavam. Vinny era o único que restara lá em baixo, ele beijava Millie, logo depois correndo pelas longas campinas até a colina.

Negretz tá pegando a ladroetz. - disse Greco, dando uma risadinha.

Da última vez que tentou falar com uma garota teve que comer rúcula por uma semana, então eu ficaria de boca fechada se fosse você. - interrompeu Will, observando a cara de Greco, que abaixara a cabeça.

Tá tanto faz. - murmurou ele.- vamos embora logo.

A carruagem de Apolo alçou voo, com quatro pégasos nos puxando, segundo Annabeth eram Guido, Porkpie, Gina e BlackJack o nome dos nossos auxiliares de voo.

Todos dormiram, era uma viajem muito tranquila, estávamos sobre voando a costa leste dos Estados Unidos, provavelmente a Virgínia, quando todos pegaram no sono, exceto eu e Vinny, então comecei a conversar com ele, que era meu melhor amigo, queria saber como estava se sentindo sabendo que era um semideus.

Está gostando dessa nova vida?. -perguntei.

Melhor que a Paindhellm Academy, não é mesmo? - falou Vinny, rindo um pouco, tive que concordar.

E essa Millie, parece ser legal. - falei.

Ela é maravilhosa, pelo menos nessa semana foi. Nós conversamos bastante no chalé de Hermes, sabe, depois que o dragão demoliu tudo e levou Jake Mason pra enfermaria. - respondeu ele.

Assenti, aquele dragão com certeza iria destruir mais algumas coisas enquanto estivéssemos fora.

Sabe, Tom. Ela também é orfã, a Millie. Eu me identifiquei com ela. - completou Vinny.

Eu respeitava muito Vinny, ele era um cara legal e passou por coisas difíceis durante a vida, umas delas foi a perda de sua mãe. Foi morta em um acidente de carro dois anos antes de eu conhecer Vinny. Ele era muito ligado a ela, mas mesmo assim, ele passou por cima disso e ao invés de ficar com uma tia idosa e chata chamada Lu, ele se emancipou e passou a morar sozinho, ele recebia uma

pensão do trabalho de sua mãe, mas mesmo assim tinha que trabalhar para se sustentar, eu admirava muito isso nele. Foi por isso que ele se identificou com essa tal Millie.

Eu estava prestes a dizer umas palavras encorajadoras para ele, do tipo: “Supere isso cara”, ou até mesmo “Essa garota pode te fazer feliz, aproveite isso”. Mas então ele me chamou.

Tom, olhe aquilo.- disse ele apontando pra algo fora da carruagem, era um pégaso, só que não era de verdade... ele era feito de vento, parecia um mini furacão.

Isso com certeza é um espírito da tempestade, acorde os outros Vinny, temos que laçar esse cavalo. - O animal de vento estava baixando sua altitude, precisava segui-lo.

Enquanto Vinny acordava os outros, eu tentava conversar com nossos pégasos, tentava fazê-los me ouvir a seguir o espírito.

Vamos lá... Porkpie? Gina? BlackJack? Alguém na escuta. Por favor respondam

Não adiantou, então peguei as rédeas e guiei os cavalos para seguir o animal, tudo estava indo bem até que algo deu errado – uma pequena turbulência- pensei. Mas não era só isso, nossos pégasos seguiram um túnel de vento usado pelos espíritos da tempestade, um tipo de vácuo, e estavam perdendo o controle, estávamos sendo sugados para o chão. Antes de cairmos pude identificar algumas coisas, Uma guitarra gigante, montanhas rusas enormes e.. gritos desesperados de Greco, mas não eram de desespero, eram de alegria.

Eu consigo voar! I CAN FLY, I CAN FLY! - Ele berrava, e tentava agarrar a carruagem para amortecer a queda.

Felizmente para nós ele soltou os pégasos e nos colocou em cima deles, conseguimos pousar em quase segurança. Mas a carruagem se despedaçou toda, ficamos de pé, um encarando o outro no meio daquele parque de diversões.

Eu conheço esse lugar. - disse Will.- Hard Rock Park, Carolina do Sul.


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Notas finais do capítulo

DEEM reviews, de boa...
eu sei que ta meio parecido com o herói perdido, principalmente na parte do presente de Nótus e dos espiritos da tempestade, mas depois vai ficar bem diferente, continuem lendo e comentem!!



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