As Bruxas De Tonderville- A Maldição escrita por Yan Bertone


Capítulo 4
A Conversa




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A casa estava vazia, apenas com oana dormindo no quarto dela. Esperei mais um pouco, mas minha mãe não chegou.Tentei de tudo, mas o sono me venceu e adormeci na poltrona da sala em frente a lareira. 

-James.- chamava uma voz- Acorde James.

-O que foi?- perguntei ainda não reconhecendo a voz.

-Mamãe ainda não chegou.- disse, somente depois disso reconheci a voz de Joana. Abri os olhos e percebi que ainda estava na sala, com cortinas cobrindo toda a janela, apesar de não haver sol para tampar a luz. O dia ainda não tinha clariado, mas estava prestes a clariar.

-Que horas são?- pergunto.

-Quatro da manhã.- responde Joana- Tive um pesadelo. sonhei que três bruxas estavam tentando te pegar e também tinha monstros, eles eram horríveis e tinham o rosto completamente deformado.

Percebo imediatamente que o que ela tinha sonhado era parte do que tinha acontecido comigo, mas tentei ignorar completamente o que fato disso ter ocorrido, afinal, o sonho pode ter sido consequência de minha mãe ter contado umas vinte vezes na mudança.

-Tente se acalmar.- digo a ela- Foi só um sonho, nada vai te acontecer enquanto estiver dentro de casa.

A levei para seu quarto e fiquei lá até que Joana finalmente adormeceu e quando acordasse não teria com o que se preocupar a não ser o que aprenderia de novo na escola. Quase que adormeço novamente, mas ouço a porta de sala bater e fico imaginando quem pode ter sido.

Mal percebi que tinha já tinha levantado e estava correndo pelo corredor. Foram questões de segundos para chegar no pé da escada, mas quem quer que fosse já tinha passado pela sala e estava na cozinha fazendo o máximo de barulho possível.Andei até a porta, estava desarmado, mas sem treinamento eu seria desarmado a qualquer momento.

-Boa noite James.- disse minha mãe. Ela estava guardando doces dentro dos armários e tinha um enorme sorriso no rosto- Pensei que já estivesse dormindo a essa hora.

O modo como ela estava agindo era de certo modo irritante.

-Pensei que já estivesse em casa a essa hora.- rebati com raiva- Como chega aqui sem dizer o porquê de ter se atrasado e ainda me diz que devia estar na cama?

-Desculpe pelo atraso.- disse ela. Parecia que estávamos invertendo os paéis, eu seria o pai e ela a filha que tinha chegado tarde em casa depois de ter ido passear com os amigos- Estava tendo uma feira vinte e quatro horas para todos poderem comprar as coisas para o grande feriado.

-Grande feriado?- perguntei.

-Sim.- disse ela- Vai ser o dia em que vamos comemorar o dia em que expulsaram todas as bruxas da cidade. Vai ter uma grande festa na praça central e todos vão comparecer.

-Ótimo.- eu disse- Vou dormir.

Saí da cozinha e fui direto para o nmeu quarto, naquela noite eu não precisaria me preocupar com mais nada, afinal, o dia já estava amanhecendo. Um feche de luz iluminava meu quarto quando entrei. Deitei na cama e imediatamente adormeci, so fui acordar novamente quando aguém estava jogando algo na janela.

Levantei e fui ver quem era, andei até a janela e a abri, um pequeno pedaço de pedra voou no meu rosto.

-Cuidado.- gritei para quem quer que fosse, ainda não tinha percebido quem era e minha visão tinha piorado desde que a pedra foi jogada.

-Foi mal.- a voz era reconhecida e logo vi que eram Jorge e Victória.

-Já vou descer.- informei.

Fechei a janela e coloquei uma outra roupa rapidamente, em poucos minutos estava descendo a escada indo em direção a porta da frente.

-Olá.- disse Victória e Jorge ao mesmo tempo- Queremos conversar, além de querer saber tambpem o porque de ter faltado na aula hoje.

Eu tinha faltado? Como eu pude ter dormido tanto tempo assim. Não acredito que já comecei minha nova escola faltando e era só o segundo dia.

-Perdi a hora.- eu disse- O que querem conversar? Não vão querer entrar?

-Não.- disseram em unissono.

Explicaram que a conversa tinha que ser em particular, ninguém poderia escutar, a menos que fosse um desconhecido. Por fim, escolhemos que uma velha lanchonete perto da escola era o melhor lugar.Ninguém com que convivíamos comia lá e era o lugar ideal.

No caminho, tudo foi muito tranquilo, sem nada fora do normal aconteceu conosco, apesar de eu estar sentindo um sençação estranha, mas nada deu errado.

-Chegamos.- disse Victória. O lugar parecia estar abando nado a meses, mas uma placa indicava que estava aberto.

-Tem certeza que o lugar é esse?- perguntei.

-Qual outra lanchonete abandonada e detonada você conhece por aqui?- perguntou.

Depois de terminarmos de conversar entramos. Não tinha nenhum cliente e nenhum funcionário estava no balcão que cercava todo o local. A única pessoa que tinha era um homem idoso sentado atrás do balcão. Tinha uma revista de palavras cruzadas apoiada em seu colo e uma caneta nas mãos.

-Clientes.- disse ele quando nos viu- Temos clientes.

Uma mulher veio de dentro da cozinha com um grande oriso no rosto.

-Finalmente.- disse ela- Não vamos mais precisar viver na miséria.

-O que vocês vão querer?- perguntou o homem de bom humor.

Olhei para uma prateleira e avistei um pacote de salgadinhos indutrializados, depois olhei para a cara dos salgados que o homem tinha para oferecer.

-Acho que quero um salgadinho daquele.- eu disse, percebendo que eu estava tentando escapar educadamente do velho salgado do homem, foram na minha.

-Então tudo bem.- disse o homem. Ele foi até a prateleira e nos trouxe os salgadinhos. 

Sentamos em uma das mesas da lanchonete e começamos a comer, a conversa foi se desenrolando com o passar do tempo, mas logo chegou no assunto em que eu estava esperando, o das bruxas, elas pareciam nunca terem sido libertadas, não apareceram mais e não parecia ser um problema.

-Se você pensa que três bruxas de quinhentos anos de idade a solta pela cidade e que sabem de nossa existencia não parece ser um problema tudo bem.- disse Jorge- Mas para mim é mais do que um problema.

-O que vocês pretendem que façamos?- perguntei.

-Vocês não vão fazer nada.- disse uma voz atrás de mim. Me virei imediatamente e reparei que era Angus. Usava as mesmas roupas do dia anterior e não estava mostrando seus ossos da face- Os dois vão para casa, depois conversamos e vamaos ver se vocês tem ou não uma utilidade.

Os dois saíram, estavam tristes por não poderem participar de algo como isso, mas quem sabe teriam sua chance no futuro. Olhei diretamente para Angus e o encarei por um tempo.

-Não podia ter sido mais educado e menos grosseiro?- perguntei.Não tinha gostado nem um pouco do modo como ele tinha lidado com os dois, se ele não tinha sentimentos os dois tinham.

-Nada é justo nessa vida.- disse ele- Se quiser viver e que todos possam viver também terá que fazer certos sacrifícos, agora, temos que ir para um lugar mais seguro. Conversamos no caminho

A conta já estava paga e nós dois saímos da lanchonete como que nada estivesse acontecendo em nossas vidas. O homem agradeceu ao sairmos, provavelmente éramos os únicos clientes a meses. O velho carro estava estacionado bem em frente a lanchonete e parecia que tinha sido consertado. Não tinha nem mesmo um arranhão.

-O que quer conversar?- perguntei ao entrarmos.

- Espere um minuto.- Angus deu a partida e o carro ligou. Não estava fazendo o mesmo barulho do dia anterior, mas parecia que era um novo carro.

-É o mesmo carro?- perguntei, mas ele retrucou com uma nova pergunta.

-Não acha que faz perguntass demais?- o carro já estava em movimento e as casas e comércios da pequena cidade passavam como um borrão do lado de fora- O que tanto tenho para te dizer é que você não é uma pessoa como todas as outras. Foi você quem baniu as bruxas dessa cidade antes e será você quem fará isso agora, mas elas não poderão ter mais volta. Dessa vez terá que fazer o serviço completo.

Eu não fazia ideia do que ele estava dizendo. Eu nunca tinha estado naquela cidade antes e muito memos lutado para proteger os moradores de lá.

-Não sou a pessoa que você está procurando.- eu disse.

-É sim.- Angus tinha um grande ar de certeza em sua voz- Não pode ser a pessoa errada, foi a única pessoa que pode ver os guardas e só não se lembra porque não foi nessa sua vida.

Agora eu tinha certeza de que ele era um louco que só podia estar tentando me sequestrar com esse papo maluco de outra vida. Nunca tinha visto a cidade antes, nem mesmo em meus sonhos.

- Nunca tive outra vida.- disse.

-Lutamos juntos.- Angus sismava cada vez mais no assunto- Éramos os líderes da revolução que houve nessa cidade. Já se passaram quinhentos anos e finalmente você retornou. James, você é a única pessoa que pode fazer com que a maldição acabe. Ninguém além de você, no meio de tantas pessoas normais, viu os guardas. foi ontem de noite que tive certeza, quando os cumprimentou na porta da sua casa.

-Se você está querendo me dizer que aquela foi uma outra encarnação minha saiba que não acredito nessas coisas.- eu disse.Era a mais pura verda, muitos já tinham me dito que sentiam algo especial em mim, mas somente as pessoas que eu pensava serem loucos. Foi sempre uma coisa que nunca levei a sério na minha vida.

-Tem que acreditar.- disse ele- Seus amigos não podem saber de muitas coisas, porque poderiam contar aos outros, ninguém pode saber que coisas desse tipo estão acontecendo. Eles só poderão nos ajudar, se jurarem nunca contar nada a ninguém.Agora, tente se acalmar porque chegamos.

Não estávamos mais na cidade, pelo contrário, o lugar onde estávamos parecia mais uma floresta.Um floresta completamente diferente da que tinha perto de casa.Uma floresta mágica.

-Bem vindo ao lugar onde somente as pessoas de almas e intenções completamente puras podem entrar.- disse Angus- Passando pela entrada, nada mais poderá te atacar enquanto estiver aqui dentro.


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