Uma Canção de Amor escrita por Kamiragem


Capítulo 1
Homework


Notas iniciais do capítulo

Estou postando aqui a minha mais nova fanfic. A primeira de Ouran, estou pisando em ovos para caprichar! Enjoy!



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Capítulo 1. Homework.

“Canção de Amor” A expressão soava falsa e superficial, na opinião da garota. O professor explicava a história literária de diversas partes do mundo. E, por mais que Haruhi achasse impertinente, eles estudavam agora o Trovadorismo português. Não que não achasse interessante, mas ela imaginava que havia muito mais a se aprender. Os gêneros de poesias cantadas, daí chamadas canções, ou cantigas, eram quatro.

O trabalho deles era relativamente simples, no prazo de 24 horas deveriam compor uma canção no gênero que fora sorteado. Podia ser uma canção de amor, de amigo, de escárnio ou mal dizer.

Por algum desatino do destino, Haruhi Fujyoka agora tinha a missão de escrever uma canção de amor. Ela olhava desanimada para o papel com o roteiro do trabalho. Kaoru Hitachiin, tentava olhar curioso do tema dela. O tema dele era canção de amigo, mas ele não apreciara muito. Do outro lado, o gêmeo Hikaru Hitachiin tentava imaginar algum tema para escrever uma canção de escárnio.

Quando o horário de almoço chegou, os dois se aproximaram dela com o intuito de descobrir o tema.

- Então Haruhi, ficou com o quê? – Kaoru perguntou enquanto a menina juntava as coisas na mesa.

A menina suspirou e respondeu, já esperando alguma reação esquisita dos irmãos clones.

- Canção de Amor. – Ela disse.

- Canção de Amor? – Eles replicaram em uníssono.

- Por que toda essa reação? Eram apenas quatro temas...

- Nada não, é que ficamos curiosos. – Hikaru riu.

- Curiosos?

- Sim. – Kaoru continuou. – Para saber como seria uma declaração de amor escrita por você.

- Mas isso não é uma declaração... – A garota rebateu. As pessoas saíam gradativamente da sala, alguns eufóricos com o trabalho, outros um tanto preocupados.

Os gêmeos se abraçaram em frente a ela, formando uma barreira para fazerem um discurso em dupla. O tipo que quase conseguia deixa-la irritada.

- Claro que é! – Eles começaram. – Uma canção de amor é a declaração de um homem que se entrega totalmente a uma mulher, como um escravo, entregando a sua própria vida e liberdade.

Nesse momento, um cenário dramático se formava magicamente enquanto eles enunciavam os conceitos da redação dela.

- Vocês decoraram isso?

- Estudamos ontem. – Kaoru disse.

- Somos bons alunos... – Hikaru acrescentou.

- E quais são os temas de vocês? – Haruhi tentou desviar o assunto.

- Amigo. – Kaoru respondeu e em seguida explicou. – Eu lírico feminino. Uma mulher escrevia para seu amor, tratando-o de amigo, se declarando. Como eram homens que escreviam fingindo serem mulheres, é moleza.

Haruhi olhou-o com uma pontinha de indignação, era um tema bem mais fácil.

- A minha é uma cantiga de escárnio. A sociedade é podre, os valores são podres, o dinheiro é podre e mesmo assim o seguimos... tenho que falar ironicamente, fácil, né?

- Bem, fazer isso não pode ser tão difícil assim...

***

‘O Clube de Anfitriões está em funcionamento.’

- Oh, doce princesa! Quando poderei beber o mel de seus olhos luminosos? Eu daria minha visão em troca da imagem eterna do seu olhar.

Com essa frase açucarada, o rei, Tamaki Suou segura a jovem dama de olhos cor de mel em seus braços. A garota estava tão extasiada que dava a impressão que morreria do coração a qualquer momento. Outras clientes que assistiam a cena estavam igualmente petrificadas.

Não era à toa que Tamaki tinha o maior número de clientes, as meninas soltavam gritinhos só de vê-lo passar pelo corredor. Fora do clube ele era sempre gentil e galante. Dentro da terceira sala de música, sua personalidade se transformava e ele se tornava um elegante bajulador. Nenhuma cliente nutria mais que uma pequena e histérica admiração pelo rapaz. Elas, pelo menos a maioria, sabiam que o clube era um grande teatro. Apesar de que, algumas cenas se repetiam sem nenhuma intenção de ensaio.

- Você quer cuidar do meu coelhinho? – Honey perguntou, oferecendo o bichinho a uma garota sentada ao seu lado. Ela tremeu quase emocionada. Mori então se ofereceu para segurar a xícara de chá da jovem, sem dizer nenhuma palavra.

- O-obrigada. – Ela abraçou o coelho rosa com lágrimas nos olhos agora. As outras clientes sentadas junto a eles pareciam ao mesmo tempo solidárias e ansiosas pela sua vez de receber tamanho mimo.

A dupla de veteranos tinha sua cota de garotas no clube. O mistério e a seriedade de Takashi Morinozuka encantava algumas, o jeito fofo e infantil de Mitsukuni Haninozuka conquistava outras. Mas era a relação entre os dois que prendia a maioria delas. O afeto diferente entre os inseparáveis garotos era o que atraía as jovens, como a luz atrai insetos.

O mesmo podia se dizer dos gêmeos. Suas atuações em frente às clientes já eram famosas. O tabu do “amor fraterno” trazia cada vez mais admiradoras ao clube, mesmo garotas de outras escolas eram fãs. Algumas apenas assistiam tudo, maravilhadas, outras, procuravam até onde as atuações eram fingimento.

Hikaru acariciava o rosto do irmão, como se tivesse consolando-o após um pesadelo. As meninas deliravam com os pretextos que eles alegavam para manter o contato.

Kyoya Ootori observava tudo com uma esplêndida visão periférica, apesar de usar óculos. Ele tinha pleno controle do clube, apesar de ser apenas vice-presidente. Em seu computador, as finanças do excêntrico grupo fluíam de modo a resultar um lucro muito satisfatório.

As clientes de Kyoya tinha um perfil, no mínimo, diferente. Elas estavam ali para admirar, mais que a beleza do rapaz. Estavam hipnotizadas pela sua inteligência e gentileza. As jovens que ele atendia, chegavam sedentas por uma boa conversa, um meio pelo qual era sempre ele que conseguia mais informações.

Vindas de famílias importantes, as garotas pareciam ser uma fonte inesgotável de saber prático para a vida de negócios. E o melhor, elas pagavam por isso.

Não longe dali estava Haruhi. A garota bolsista que em seu primeiro dia de aula contraíra uma dívida para com o clube. Ela se vestia como um rapaz e conversava com as colegas/clientes com muita naturalidade.

Por vezes, ela elogiava o jeito delas, sendo brindada com olhares brilhantes. Era engraçado e ao mesmo tempo assustador. Como elas se entregavam com tanta expectativa a uma pessoa que nem mesmo conheciam?

- Haruhi-kun, é verdade que vai escrever uma canção de amor pra aula de Literatura? – Uma colega do primeiro ano perguntou durante a conversa.

Havia um certo ‘cuidado’ da parte dos outros membros do clube para com Haruhi. Eles pareciam querer sempre se incluir na vida dela. Ela os achava intrometidos nesse aspecto, mas tentava não ligar.

Obviamente, quando a cliente fez a pergunta, Tamaki afiou os ouvidos para saber a resposta. Kyoya também fingia não mostrar interesse, mas imaginava se havia uma vantagem a se tirar da situação. Os irmãos Hitachiin prestavam atenção disfarçadamente também.

- Parece que sim. – Haruhi sorriu para a garota, evitando mostrar a contrariedade que sentia.

- E você vai se inspirar em alguém para escrever? – Outra jovem perguntou, parecendo muito interessada.

Haruhi imaginou que em seu lugar, Tamaki teria respondido que se inspiraria na bela princesa em frente a ele, mas a anfitriã era diferente.

- Tive a idéia mais cedo de pedir ajuda ao meu pai...

Ao dizer isso ela foi bruscamente interrompida pelo rei, que a ergueu no ar e girou sorrindo e gritando.

- Veja mamãe! Haruhi veio me pedir ajuda para a redação dela!!! – Ele girava e sorria, parecia mesmo muito feliz.

A mente do presidente do clube começou a formar as imagens mais absurdas de Haruhi lendo uma linda declaração de amor pra ele.

- Sempai! Ponha-me no chão! – A menina esbravejou. – Eu estava falando do meu pai de verdade! Não fique formando fantasias...

Ele a colocou no sofá, onde ela estava antes e seguiu para um canto, deprimido. Enquanto o lindo rapaz ganhava aos poucos tonalidades cinzentas, Haruhi voltou a conversar com as clientes.

Passado o tempo de atendimento, as jovens deixaram a sala, deixando os anfitriões a sós.

- Então, Haruhi, vai mesmo consultar Ranka-san? – Os gêmeos perguntaram simultaneamente.

- Sim, ele costumava escrever cartas pra mamãe sempre. Acho que ainda estão guardadas lá em casa. – A expressão dela sempre mudava levemente quando falava da família. Parecia mais serena e distante.

Tamaki tinha saído do canto, mas ainda estava emburrado. Kyoya, tendo seus próprios interesses e ao mesmo tempo, conhecia os sentimentos do amigo (até mais que o próprio Tamaki), resolveu intervir.

- Mas você quase não vê seu pai. Seria mais fácil pedir ao Tamaki, afinal, ele tem bastante experiência com as palavras no que se trata de sentimentos. Já que o trabalho é pra amanhã, isso compensa o tempo que ficou trabalhando no período da tarde.

A menina pesou a possibilidade, mesmo desconfiada das intenções de Kyoya. Os gêmeos resolveram se meter na conversa.

- O tono vai ensinar coisas pervertidas para a Haruhi. É melhor nós dois ajudarmos.

- É, mas vocês já tem seus próprios textos para escrever. – Kyoya rebateu, sem esperar o apoio vindo depois.

- Aham, além disso, Tama-chan sabe um monte de palavras bonitas para escrever! – Honey disse sorrindo. – Né, Takashi?

- Uhh... – Mori soou positivamente.

Haruhi segui o raciocínio deles e teve que se render à voz da razão.

- Ok, está certo... – Ela voltou-se para o rapaz alto e loiro. – Então, pode me ajudar com isso Tamaki-sempai?

- Ho ho ho ho ho! É claro, minha Haruhi! – Ele a abraçou exageradamente.

- Se-sempai... estou... ar...

Fim do capítulo 1


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo. Essa fic já tem final escrito em 4 partes, essa foi a primeira. Reviews!