Descemos pelo elevador e Ana me empurra até o restaurante, que não é muito longe. Chegando lá, vejo algo que não esperava. Há, pelo menos, 20 pessoas no restaurante. Pensei que haveria no máximo 10 pessoas, mais pelo visto estava errado. Eram 18:50 e fui falar com o meu chefe enquanto Ana foi sentar em uma mesa. Quando o encontro, ele me olha na cadeira e diz:

_ O que aconteceu com você?

_ Sofri um acidente de carro, mas ainda vou me apresentar, não é?

_ Claro... Se você quiser.

_ Estou indo então.                        

_ Boa sorte.

_ Obrigado.

Havia um pequeno palco feito apenas pra eu me apresentar. Sorri ao vê-lo, meu chefe foi até legal. Subi nele com a ajuda de Ana e afinei o violão. Todos olharam para mim e ficaram assustados, pois eu estava de cadeira de rodas.

_ Meu nome é Chris. – digo e então começo a tocar os primeiros acordes de Drunk.

Por mais incrível que pareça, depois que acabo todos me aplaudem. Fico feliz e entusiasmado. Toco as próximas músicas, Homeless, Kiss Me, Grade 8, U.N.I. e Give Me Love e todos me escutam atentos.

The A Team, Sofa, Little Bird, You Need Me I Don’t Need You, Small Bump e Wake Me Up se passam e o show vai chegando ao final. Todos parecem estar gostando e fico feliz com isso.

_ O show está chegando ao final... Essa vai ser a última música. – digo.

_ Uuuhhhh – as pessoas reclamam e dou um sorriso por elas estarem realmente gostando.

Começo a tocar a última música, Lego House.

I'm gonna pick up the pieces

And build a lego house

If things go wrong we can knock it down

And three words have

Two meanings

There's one thing on my mind

It's all for you...

Quando acabo, todos aplaudem de pé e fico realmente muito feliz com isso. Guardo meu violão e faço um sinal para Ana e ela vem até o palco para me ajudar a descer. Ela me abraça e me beija.

_Foi incrível! Você é realmente muito bom amor!...

Perco-me por um estante em suas palavras. Ana acabou de me chamar de amor.

_ Todos adoraram! – ela diz, me tirando do meu devaneio. – Então, vamos?

_ Vamos.

Quando estávamos na porta do restaurante, já saindo, escuto meu nome e Ana me vira para que eu possa ver quem está chamando. Um homem de terno vem correndo até nós.

_ Quem é você? – digo a ele;

_ Eu sou empresário. Eu assisti a seu show e você é muito bom. Acredito que você pode ser um grande cantor. Você quer trabalhar comigo?

Por um momento acho que eu estou sonhando. Lembro de todas as vezes em que fiquei acordado até de madrugada compondo. Agora eu tinha um chance, e não iria jogá-la fora.