Você É Minha! escrita por Mscabooo


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Futuro Prometido


Notas iniciais do capítulo

Antes: "Sophia: você veio. Você veio pra nos salvar Murmurou baixinho mas ele conseguiu ouvir.
Binho: Como? Ele afasta ligeiramente a menina pra olhar pra ela.
Sophia respirou fundo e duma vez só disse
Sophia: Sim, você. Minha mãe ta correndo perigo, ela vai morrer se você não fizer nada! Só você pode tirar a gente daqui, só você pode salvar a minha mãe! O meu paimeu pai é do mal, ele quer matar ela."



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Como prometeu ali estava ele para se despedir dela antes de viajar mas Binho não teve coragem de interromper os ensaios dela – Que linda – pensou apesar dos pequenos passos mal executados devido à pouca idade da menina mas não deixava de ter a sua graça, a sua elegância e o seu encanto. Mais do que tudo ele sentia falta de dançar, das aulas, do peso e da sensação de cada movimento. Binho ficou por mais algum tempo observando Sophia dançar, encostado à porta sem que ela percebesse a sua presença e logo, logo seus pensamentos voaram para o encontro que tivera ontem com a Sophia – que encanto de menina mas com uma imaginação muito própria para a idade, ao menos sabe o pai que tem!

Binho fez-se notar ao aplaudi-la no final de uma das músicas. Sophia olhou para trás e abriu um lindo sorriso, acompanhando o olhar dela de entusiasmo, e correu em direção ao Binho, abraçando-o com força. Ele por sua vez só abriu os braços pra receber a pequena. Curioso é que apesar dela ser bem leve e ainda pequena, Sophia abraçava-o sempre com alguma força que o fazia, por segundos, perder o equilíbrio – certamente sentirá saudades disso também.

Sophia: Você veio!

Binho: Claro. Promessa é promessa!

Sophia: Vai mesmo embora? - diz desviando o olhar para o chão.

Binho: Tenho que ir. Toda a minha vida tá lá, linda, ma-

Sophia: Mas você tem que me ajudar, com o meu pai... - interrompe Binho, e este percebendo a agitação momentânea da menina, se ajoelhou mantendo-se mais ou menos do tamanho dela para que ambos pudessem olhar bem nos olhos um do outro.

Binho: heey, lembra da nossa conversa de ontem? Esse sentimento é normal. Eu, e durante muito tempo, também senti que os meus pais não gostavam de mim – Acredita! Tinha muito medo de perder um deles e por isso minha cabeça criava muitas histórias. Acredita em mim, seu pai nunca magoaria sua mãe.

Sophia: Quantas vezes vou ter que repetir que eu não “sinto” nada? Eu sei o que eu “ouvi” e não “senti”! E esse negócio da minha cabeça criar histórias é sua maneira de dizer que tô mentindo não é?! - Binho ia responder mas foi cortado pela própria que continuou – Não é invenção da minha cabeça...eu juro! E além disso prefiro gatinha, linda não! - Completou enquanto prendia os lábios, cerrava os olhos e cruzava os braços.

Binho teve que se conter para não rir mas era quase impossível, tinha ali na sua frente a mais pura lembrança da Pilar, em ponto pequeno mas sendo igualmente persistente ou teimosa que só ela saberia.

Binho: Okay gatinha, desculpa mas voce tem que acreditar em mim e sabe que a senhorita dança muito bem? Quando tinha a tua idade também adorava dançar – lembra saudoso desses tempos.

Sophia: Sério? - A menina, mais uma vez, abriu seus lindos olhos para ele e sorriu, não querendo acreditar que afinal eles poderiam partilhar mais do que o laço biológico que os unia, apesar dela fazer questão de não lhe dizer toda a verdade...ainda – Sério? E porquê parou?

Binho: ahh por nada, por nada... - Entusiasmada Sophia nem notou as feições do Binho que endurecerem, ficando tristes por breves segundos – mas eu sei como você pode corrigir essa elevação na 5ª posição.


A poucos minutos dali Pilar entrava na sala da directoria da escola de dança.

Tomás: A que devo a honra da visita da minha mais ilustre quase-maninha, a estas horas? O Miguel avisou que vinha pegar a Sophia hoje – E se levantava para a cumprimentar.

Pilar: Consegui duas horas livres, e como ainda não almocei e a Sophia tá precisando de se distrair....vim pegar você e a minha filhota para um almoço de quase-família?

Tomás: cê quer dizer lanche, né Pilar?

Pilar: é… ou isso! - Ambos sorriram e seguiram para os corredores em direcção à sala de treino.

Pilar: minha filhota tá dançando cada dia melhor.

Tomás: Ahhh e tá mesmo!

Pilar: só falta saber a quem ela puxou porque eu - sou o que já reza a história – riem-se enquanto Tomás abre a porta pra eles entrarem na sala onde estaria Sophia – mas Miguel até que dança bem. – conclui olhando para o Tomás que sorria naquele momento.

Tomás: Olha aí a quem ela puxou – diz inclinando a cabeça para a frente enquanto Pilar desviava o olhar do Tomás para o centro da sala, vendo Binho e Sophia dançando, rindo, se divertindo como se tivessem em cima dum palco mas talvez numas das comédias de Shakespeare.

Repentinamente, Pilar sentiu seu coração acelerar, sua respiração começou a dar sinais claros de dificuldades, queria falar mas não conseguia. Só conseguiu levar a mão ao peito, ela soube naquele momento que era questão de tempo para que tudo o que ela sempre fechou dentro dela e controlou durante 10 anos, a começasse a controlar! Tudo o que ela mais temia, não ali, não em frente dessas pessoas, não em frente da filha. Instintivamente ela procurou pela porta, saiu se encostando logo na parede do lado de fora da sala e tentava controlar a respiração, em vão.

Tomás: Pilar? - Pegou na mão dela que tremia levemente e com alguma força Pilar apertou a mão dele e com os olhos pedia ajuda para sair dali mas já era tarde. A sensação de tontura era forte, começou a ver tudo nublado, suas pernas começaram a perder as forças e foi uma questão de segundos até tudo ficar preto.

Tempo depois Pilar foi ganhando consciência mas tudo era muito estranho ainda: sentia frio, muito frio; o preto ainda dominava o olhar dela mas conseguia ouvir duas pessoas falando, ou melhor duas pessoas que pareciam estar discutindo; Ele pegava nela pelos braços com força, tentando se fazer entender e ela tentava se soltar a todo o custo; conseguia sentir e prever que aquilo iria acabar mal, com uma sensação de tristeza e aflição contagiando todo o ambiente! Pareciam estar no cimo dumas escadas? No meio? A visão começou a ficar mais clara, menos confusa

– Olha aqui: você é minha! E sempre vai ser minha.

– Me solta. - não era uma pergunta, muito menos uma ordem. A garota olhava nos olhos dele e disse firme, sem medo, sem hesitar, pois ele seria incapaz de a magoar, pelo menos não dessa forma, não fisicamente.

–Não vou soltar. - Ele disse igualmente firme, testando mais uma vez os limites dela.

Minutos depois ela conseguiu se soltar mas não como esperava, nem ele que a olhava em pânico; lembra da sensação de tristeza e aflição? Aumentaram drasticamente trazendo uma angústia pra Pilar que parecia que ia acabar com ela; sentiu seu corpo tremer, respiração a voltar a ficar ofegante, se sentia presa; Não! ; queria chorar, gritar, queria sair dali mas não conseguia; Rapidamente o desespero começou a dominar seu pensamento Eu não quero ficar aqui - suplicava; o que estava acontecendo? Pilar estava presa dentro das suas próprias lembranças.

Quando tudo parecia piorar, ela parecia cair cada vez mais fundo nesse sono, nessas memórias, parecia que iria ser engolida pela sua própria mente mas algo a puxava, algo chamava por ela acor... te am... Subitamente sentiu seu corpo ficar mais quente, uma sensação de paz tomou conta dela fazendo-a sair daquele chão onde ela tinha caído. Ainda permanecia deitada mas desta vez, deitada nos braços do namorado com a cabeça encostada ao peito dele, ouvindo o seu som preferido - O coração dele batendo.

A dor, a tristeza começaram a ser substituídas por uma enorme sensação de segurança como se nada a pudesse atingir – sentia-se protegida!

–Paara. - com uma voz tremula Pilar tentava parar as mãos atrevidas do seu namorado que subiam por baixo da blusa dela, rumo ao seu destino- a gente veio ver o filme lembra? E eu quero ver o filme TODO! inicio, meio e o final.

– Mocinho fica com a mocinha, o vilão morre e provavelmente eles fazem um novo filhote: the end! Viu que interessante? Pois é - Pilar revira os olhos à resposta típica dele- agora você já sabe e...

E num rápido movimento Binho se vira ficando em cima dela, aprisionando os braços dela na cama

– Eu quero e prefiro ver você... assim...- um sorriso malicioso tomou conta das expressões de Binho enquanto ele baixava o seu corpo para um beijo, fazendo-a se controlar ao máximo para não perder a vontade de ver o filme.

– Eu sei mas eu queria ver o filme todo – diz fazendo um falso biquinho de tristeza com a boca – o que faz uma história boa, não é só o seu final mas sim o seu meio que vai fazer com que o final valha a pena, mesmo se a gente já sabe o que vai acontecer no fim.

– humm... eu sei dum meio muito bom que levará a um final ainda melhor! E te garanto que vai valer a pena - Pilar arqueou uma das sobrancelhas esboçando um leve sorriso, esse garoto não tem jeito!

– Tô falando sério, Binho. Imagina o que é você acordar um dia e perceber que a sua vida ta um caos, seu noivo morreu, o melhor amigo dele se casa com você e pra completar ela engravida do noivo morto que de morto não tem nada ?!– Pilar diz séria e Binho ri-se à história cliché do filme

– NOosa ainda bem que eu não tenho um melhor amigo!

– Mas pode ter um filho? e...e ele ser criado por outro homem... – Pilar refutou imediatamente e quase inconscientemente que quando deu por si já tinha perguntado.

– Filho, Pilar? - Binho ri-se com a ideia de ser pai – era um favor que você faria pra essa criança. Imagina nós educando uma criança? Uma pequena psicopata na certa!- os dois riem-se e Binho beija-a no pescoço antes de voltar à sua posição inicial – mas uma linda psicopata. E uma psicopata com ferros...grandes... na janela porque não quero nem um moleque pulando a janela dela de noite!

Abre um lindo sorriso e olha pra Pilar dum jeito surpreendente... espelhando no olhar a certeza que se um dia tiver um filho será dela. Havia nesse olhar algo que ela nunca tinha visto nele e nem ele saberia que possuía tal sinceridade, segurança, carinho e doçura num único olhar. E o fato era que a Pilar nunca chegou a mencionar que o filho era dos 2 – ele deduziu isso sozinho! O menino “livre” que se afasta de todos, que não cria laços com ninguém, estava ali na sua frente pensando e construindo um possível futuro com ela, ao lado dela! Ninguém nunca irá entender o quanto esse momento foi importante para a Pilar.

Já aninhados, de novo, um nos braços do outro, Binho levantou o queixo dela para um terno beijo misturado com uma frustração temporária e murmurou entre os lábios dela

Binho: Vamo ver esse filme então antes que eu mude de ideias.....de novo! - completou beijando a boca dela mais uma vez e aproximando ela ainda mais para junto dele, como se tivesse dito a coisa mais normal-natural do mundo há poucos segundos atrás!

As vezes ela queria que mais pessoas pudessem ver esse Binho, que baixa as guardas quando tá com ela e em vez de ser uma presença de desconfiança, ameaçadora se torna num garoto carinhoso, protetor e sobretudo amoroso! Era como se nenhum mal poderia chegar nela ou neles. Era uma sensação de segurança indescritível, poderia ficar ali nos braços dele para sempre e queria ficar...muito... mas não podia!

Durante toda a nossa vida a gente acredita que não há nada pior que um coração partido; um desgosto amoroso; um abandono repentino; uma traição; uma morte inesperada do seu amor. E a gente sente dor! Dor do mais puro que existe e a gente sofre, chora, tenta juntar as peças que sobraram e continuar com uma vida mesmo sem fazendo sentido nenhum. Alguns até conseguem mas outros vivem, ou melhor sobrevivem para o resto das suas vidas com um vazio no peito... até serem pais!

Sophia: Mã acorda.

E parte da vida volta a fazer sentido.



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Notas finais do capítulo

Finito xD aí o que acharam? sim, ni ou nay?
Sorry o atraso gigantesco loool pra próxima será pior...brincadera! lool
espero que tenham gostado e digam o que tão achando, ainda deste inicio infindável! ahahaha e mto obrigada por lerem ela todinha
*Desculpem qualquer erro de Português*